A morte do braço financeiro de Kassab no auge do escândalo da máfia dos fiscais

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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A morte do braço financeiro de Kassab no auge do escândalo da máfia dos fiscais

Kiko Nogueira

Rubens Jordão morreu no último dia 22 de novembro, aos 58 anos. Cometeu suicídio. Você, provavelmente, não soube disso e, talvez, não tenha ideia de quem se trata. Mas a notícia é importante porque Jordão era uma figura política importante — nos bastidores.

Jordão era presidente em exercício do Diretório do PSD em São Paulo e um dos principais articuladores do chamado Espaço Democrático, a fundação que o partido criou para “estudos” e “formação política”.

Era mais do que isso: o coordenador financeiro de Gilberto Kassab. Sua morte ocorreu no auge do escândalo da fraude dos fiscais do ISS. Naquele dia 22, por exemplo, os jornais noticiaram que uma testemunha ouvida pelo Ministério Público havia dito que um delegado vendia informações para a quadrilha. Três dias antes, a prefeitura afastara o subprefeito interino de Pinheiros, Antonino Grasso, ex-secretário de Kassab.

Jordão era engenheiro e empresário. Numa nota publicada no site da legenda, Kassab declarou: “Perdemos um grande amigo e um colaborador inestimável”.

Fez parte do grupo de ex-colegas da Poli que acompanhou a carreira do ex-prefeito de São Paulo. A turma de 12 amigos se encontrava semanalmente para tomar um chope no centro da cidade. Leal, tinha um perfil mais baixo. Foi, nominalmente, secretário adjunto de Esportes (o titular era Walter Feldman). Mas, de acordo com fontes do PSD, era o homem com quem os aliados do prefeito tratavam quando precisavam de recursos.

Rubens Jordão foi um dos principais organizadores da campanha vitoriosa de Kassab para a prefeitura em 2008. Pela competência, Kassab o nomeou presidente do comitê financeiro de José Serra em 2012.

O falecimento de Jordão, no momento mais agudo do tiroteio em torno de um esquema que teria custado aos cofres públicos 500 milhões de reais, foi tratado de maneira discreta e silenciosa — como ele. Na página do PSD, Guilherme Afif Domingos deixou o seguinte recado: “Ele tinha papel essencial nos trabalhos desenvolvidos pelo Espaço Democrático, sempre com muito entusiasmo e dedicação, e vai fazer muita falta”.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

13 Comentários

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    1. Covas melhorou depois de morto

      Covas não tinha nada de angelical: para a educação pública conseguiu ser um governador pior que Maluf, pois sua principal herança, a aprovação automática, faz estragos até hoje.

  1. “tucanaram”  a morte subita e

    “tucanaram”  a morte subita e “desejada”…….A pressão devia estar nas “alturas”…….O mala sempre some…. desta vez de uma maneira tragica….

  2. Não entendo as criticas ao

    Não entendo as criticas ao grupo Kassab pois o PT aceitou de braços abertos o apoio desse grupo, com beijos e carinhos, foram os PRIMEIROS apoiadores da reeleição da Presidente, é preciso coerencia para criticar.

  3. Tem outro defunto.

       O suposto líder dos black blocks da revista época, cinquenta e poucos anos, apareceu mortinho da silva depois que começaram a investigar as ligações dos BBs.

  4. Bom….até pode ser mas

    Bom….até pode ser mas convenhamos…que é suspeito, é!!  Será que o cara não conhece como funciona o STF?  Será que ele não sabe que pessoas não filiadas/aliadas com o PT, não vão presas?  Suicidio por quê? Deixou uma carta pelo menos?  Alguém sabe maiores detalhes?  

    1. Seu comentário é quase

      Seu comentário é quase inutil, a unica utilidade é que levanta uma suspeita. Porém falar que pessoas ligadas ao PT não vão presas é muita estupidez e falta de informação !!! Os caras rodaram o Pais presos pela PF, e o mais famoso que não é do PT vc não fala NADA  PQ ??? 

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