Carta de João Goulart Filho à Nação, em 31 de março

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Por João Goulart Filho

Há 54 anos, o golpe que derrubou o governo democrático de João Goulart interrompeu um projeto político e econômico que visava transformar o Brasil numa grande nação – próspera, independente e justa. Junto com Jango, uma equipe de patriotas como Celso Furtado, Darcy Ribeiro, Paulo de Tarso, Wilson Fadul, Santiago Dantas, Evandro Lins e Silva e outros, foram impedidos de continuar dando o melhor de si na construção de um futuro radiante para o Brasil.

Interesses subalternos, que pretendiam manter o Brasil como um país atrasado, sem indústria própria, sem tecnologia, sem identidade, ou seja, uma mera colônia fornecedora de produtos primários, se articularam com o Departamento de Estado americano para sabotar a democracia e o progresso de nosso país. Usando o pretexto uma suposta “ameaça comunista”, depuseram um presidente legítimo, eleito legitimamente pelo povo, que, com o apoio da grande maioria da população, construía pacificamente uma nação livre, democrática e próspera.

Para impor seu regime autoritário e antinacional, os golpistas tiveram que vencer a resistência dos democratas e patriotas. Além de civis de diversas tendências, cerca de 7.500 militares leais à Constituição foram presos ou cassados para que o Brasil voltasse à condição de mero quintal dos EUA. Esse número de militares perseguidos é revelador do quanto os golpistas de 1964 não representavam o sentimento majoritário do país e muito menos das nossas FFAA. No final da década de 70, o general Antônio Carlos de Andrada Serpa, participante do movimento e ex-ministro chefe do Estado Maior das Forças Armadas (EMFA), reconheceu publicamente o engano daquela triste empreitada: “sem saber, nós, militares, amarramos a vaca para os americanos mamarem”.

Se naquela época, os conflitos da guerra fria serviram de base para a divisão do país, hoje, após o fim da União Soviética, a nova doutrina de Segurança Nacional, que pode e deve unir todos os brasileiros, deve ter como prioridade o desenvolvimento, a defesa da soberania nacional, dos recursos naturais, das fronteiras, do nosso mercado interno, do petróleo, do nióbio, das águas, da Amazônia, etc.

Nesta hora grave, mais do que nunca, o Brasil precisa se unir em torno de patriotas e democratas que acreditem na força de seu povo, na capacidade e criatividade de sua gente e na potencialidade de nossas riquezas naturais. Aqueles que insistem em desacreditar, humilhar e enganar o nosso povo, os que querem entregar nossas riquezas e seguir reverenciando a bandeira americana, não são dignos dos anseios da população brasileira e nem de nossa história. Não são, portanto, esses setores retrógrados e subalternos que representam os nobres sentimentos patrióticos e democráticos de nossas FFAA.

Viva o Brasil!
Viva a Democracia!

João Goulart Filho
Pré-candidato a presidente pelo Partido Pátria Livre

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

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