Mourão vem aí
por Gustavo Conde
Mourão começa a ser entendido como única chance de a direita permanecer no poder. Faria a transição “ideal” para um Luciano Huck ou outro representante do mercado.
O cenário se colapsou de novo (um colapso dentro do colapso). O ataque à jornalista Patrícia Campos Mello abalou a tolerância do ‘mercado’ a Bolsonaro.
Agora, falas-se claramente em impeachment e quebra de decoro.
Lembrando que a elite brasileira sabe como ninguém fazer uma limonada com as situações que lhe são supostamente desfavoráveis (perder Bolsonaro a essa altura do campeonato).
Some-se isso à ameaça real de uma ditadura militar com todas as letras. O artigo de José Dirceu de hoje para o site “A Terra é Redonda” (que nome!), faz explodir o sinal de alerta.
O governo já está completamente militarizado e o Exército Brasileiro tem vocação real e histórica para ser capacho político instrumentalizado do mercado financeiro e dos americanos.
As Forças Armadas Brasileiras tiveram um pequeno hiato de noção democrática nos governos Lula. E só. Foi um soluço. O alto generalato é inteiramente golpista. Ficam entristecidos se lhes falta um golpe. Estão enciumados com Temer, Cunha e Aécio, pois estes lhes roubaram o protagonismo em 2016.
Mas agora, eles estão prontos. Aliás, eles querem mostrar como se faz um golpe de verdade.
Quem diz isso não sou eu: é o mais arguto analista político do país, José Dirceu de Oliveira e Silva.
Alimentar durante tantos anos essa doença chamada anti-petismo não poderia desembocar em outra coisa.
O Brasil inteiro vai pagar mais caro ainda do que já está pagando por tudo isso: petistas, anti-petistas, indígenas, mulheres, jornalistas, negros, gays, militantes políticos das mais díspares colorações… Todos serão submetidos a mais um ciclo histórico de arbítrio e de extinção oficial da democracia.
Liberais ficarão com a broxa na mão (mas, no fundo, celebrarão a proscrição oficial do PT, pois é isso que a nova ditadura fará: tornará o PT oficialmente ilegal).
Muita gente vai comemorar, é claro.
O Brasil é um país de genocidas. Genocidas cordiais, que matam com discrição e ocultam o cadáver com jeitinho.
E pensar que estávamos nos tornando um dos países mais influentes e democráticos do mundo. Uma das economias mais sólidas. Uma das sociedades mais felizes.
Que graça tinha ser tão feliz, não é?
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Vão trocar merda por bosta
Vão mudar para manter como está: a catinga que exalando Brasil afora.
Toto, acho que não estamos mais em 1964.
O primeiro presidente do Brasil em 1989 foi um militar, marechal Deodoro.
De lá para cá outras dezenas de militares tomaram o poder, democraticamente ou não.
Sempre com o discurso de combater a corrupção, somos os unicos patriotas e outras canalhices.
Ou seja a mais de 1 século os macacos desfilam sua burrice, ignorância, perfídia através de torturas e assassinatos de braseiro, provando categoricamente sua profunda traição a pátria
Salvo pequenos hiatos em nossa História, sempre tivemos um “teto” de soberania que se limita às nuvens de um Olimpo, cujo Zeus eventualmente muda de nome, para Jupiter…
O fato é que, disfarçado ou não pelas nuvens, este “Olimpo” nos cobre e domina.
Até 1822 eram os portugueses, depois os ingleses e com as mudanças trazidas pelas guerras mundiais, americanos, embora Monroe já desde esta época dizia “America para os americanos”, supostamente referindo-se a não haver mais colônias européias nas “Américas”.
A sustentação desta “doutrina” não se sustenta por alguns eventos, tais como a guerra” das Malvinas
/ Falklands ou a interferência subreptícia ou escancarada nas nações “latinas” (será que é uma espécie de racismo anglo-saxão?), onde as nações européias, enfraquecidas ou dizimadas por 2 guerras foram apenas substituídas em seu colonialismo por um neocolonialismo disfarçado, sócio-econômico, sem “governadores oficiais”, substituídos por traidores locais (os exemplos são muitos, como Somoza, sem mencionar os “fernandos”, “mixéis”). Até a minúscula Granada foi devidamente enquadrada.
Alguns mais “competentes” acabam por causar problemas de “insubordinação”, como fora da AL, Saddam e Kadafi, ou menos “competentes” como Fulgêncio que abriu espaço para Castro. Há ainda os não indicados, como Lula, Evo, Rafael Correa, que serão oportunamente desgastados e descaracterizados.
Portanto, colocar um “marionete” com poucos neurônios, bastante fiel, leal e obediente e ao mesmo tempo um fantástico “distracionista” é uma ótima opção. Bolsonaro preenche estes quesitos excepcionalmente, enquanto o trabalho de desmonte do país e suas instituições (Guedes e Moro) vão sendo feitos nos bastidores (o “backstage”), e o público se distrai absorto com o que se passa no palco.
Embora como pessoa o vice Mourão aparente mais bom senso (quem não?), ele carregará o estigma da ditadura e não distrairá tão bem quanto seu subordinado-chefe (“capetão”-general) e aí as atenções se voltarão mais para o que realmente importa do que os infames e vergonhosos “dar furos” do adolinquente.
E no que interessa, não parece que o general será diferente.
Tudo isto para dizer que, sem considerarmos o “Olimpo” (da vez) que tem regido nosso destino até hoje, nenhuma análise fica completa.
Pragmáticos, as vezes eles não ligam, não são afetados, não dão relevância, estão com outro foco, não gastam energia à toa, só o suficiente (ex. 1964, impeachment, lava-jato).
Bozzo ou Mourão? Depende …
Enquanto “adorarmos” um “Olimpo”,
Pergunte-se antes a eles…
Querem que o Brasil volte a ser democratico? Comecem fechando algumas emissoras e jornais…..
Por que democracia não combina com uma midia tão canalha e que alimenta os fascistas…..