Percival Maricato
Percival Maricato é sócio do Maricato Advogados e membro da Coordenação do PNBE – Pensamento Nacional das Bases Empresariais
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Não foi proposital, mas a velha doença da soberba, por Percival Maricato

Não foi proposital. Foi a velha doença da soberba, agravada pela incompetência, cumulada com a subestimação do adversário. Agora é hora da volta por cima

Para um marciano, a acachapante derrota da seleção brasileira contra a Alemanha, fosse de outro time, jogadores de caráter duvidoso, ou jogo de menor importância  mas relevante em apostas ou capaz de fazer muito dinheiro mudar de mão, seria caso de apuração na polícia, pois por demais improvável.

O técnico era experiente, motivador, disciplinador, mas sabidamente conservador nas escalações, ultrapassado em relacionamentos e táticas. Basta  lembrar que ficou um tempão no Palmeiras e não impediu que este caísse para a segunda divisão, após várias humilhações, inclusive  uma goleada de  6 x 0 do Coxa. Nesse tempo de derrotas sobre derrotas, Filipão fez o Palmeiras comprar vários jogadores, com pouquíssimos acertos, um deles, Luan, que só tinha força e era obediente taticamente, foi apontado como sendo o ideal para um time de futebol. O Palmeiras teve imenso prejuízo ao vendê-lo. Contra a Alemanha, desmentindo sua cartilha,mais parecendo estar obedecendo voz do além, alguma cartomante, colocou em campo um time ofensivo, porém, sem ligação forte com a defesa. Tanto esta como o ataque ficaram isolados pela fragilidade do meio de campo. Deve ter levado em conta as dificuldades dos germânicos nos jogos anteriores, exceto Portugal, que também levou um baile.

O que se viu por todos os lados foram  os brasileiros, como baratas tontas, correndo sem estratégia ou tática , entregando a bola bisonhamente para o adversário (Fernandinho teria dormido na noite anterior?), dando botes infantis e ficando para trás (Marcelo e Davi Luiz),, zagueiros deixando livríssimos um adversário para receber a bola no pé, no meio da área, em escanteio (algo que não se vê pelo menos há uns vinte anos), , um centro-avante há muito sem auto estima, isolado e sem função em que ajudasse o time. Estes foram apenas alguns erros, cada qual suficiente para determinar a derrota, todos somados para explicar a goleada. É muito erro para um só dia. A partida era porém, demasiada importante para todos e para o país e só por isso não dá para acreditar que a soma de erros foi proposital. Foi a velha doença da soberba, agravada pela incompetência, cumulada com a subestimação do adversário e aí não só do técnico e jogadores, mas dos brasileiros em geral, que os endeusavam. O país todo foi contagiado.

Fatos como esse acontecem vez ou outra no futebol, que se tornou esporte tão querido pela complexidade de técnicas, habilidade com que é jogado, diversidade de fatores que influenciam  uma decisão. Não por outro motivo é esporte que conquistou o mundo, e recentemente vem ocupando americanos e chineses, após avançar na Austrália, Canadá, Japão, Coreia e África. Os jogos entre seleções são quase sempre equilibrados pelo fato do mais fraco usar tudo que é possível a seu favor: a habilidade de cada jogador, táticas as mais diversas, estudando e respeitando o adversário, ficando pronto para contra-ataques, para explorar um ponto fraco do adversário.

Na semifinal, o Brasil, como conjunto, talvez  mesmo na comparação de jogadores, sem Thiago e Neymar, era o mais fraco tinha que entrar cauteloso.  Mesmo entre dois times equivalentes, hábeis e ágeis, se ambos entram sem se prevenir de ataques (como ocorreu com Argentina e Holanda, tudo pode acontecer, tudo se passa muito rápido e depois que um deles tiver a porta arrombada será difícil retomar o equilíbrio e virar o jogo. Não obstante, há vários exemplos de partidas que acabaram 5 x 6, mas nenhuma 7 x 8, pelo menos no futebol profissional; a virada é impossível quando um time leva vários gols e não espera pela alta performance do adversário, não está preparado psicologicamente.

Há que se considerar que atrás de todos os erros, no início deles, estão os velhos safados que controlam o futebol no Brasil, respaldados pela máfia da FIFA. Mudar o técnico, alguns jogadores, não é tão difícil como extirpar o cancro da cartolagem. No Brasil, todos que alcançam postos como esses (vale entidades sindicais sem tradição democrática, associações de escolas de samba, clubes de futebol profissional, cargos em poder ou órgão público), dificilmente largam.

A goleada resultará em risco de mais gol nos plano político. A vítima agora pode ser a sociedade, o país. Os oportunistas, os aproveitadores, irão querer se locupletar do choque, da volta do complexo de vira lata, da queda na auto estima.

É preciso que os formadores de opinião saiam a campo para recuperar o elo perdido, para num sentido bem nietzchiano, aproveitar-se da dificuldade para superá-la e ir mais longe, afirmar-se, vencer obstáculos, estabelecer e superar metas, em todos os campos, e não só no futebol. Vira latas são os outros.

Percival Maricato

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Percival Maricato é sócio do Maricato Advogados e membro da Coordenação do PNBE – Pensamento Nacional das Bases Empresariais

23 Comentários

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  1. Muitas coisas QUE ACONTECERAM

    Muitas coisas QUE ACONTECERAM ANTECIPARAM a tragédia:

    No JN em entrevista ao galvão e a poeta, que são incentivadores de Mitos, diziam que os jogadores iriam jogar pelo Neymar… É lógico que pesa a ausencia de um craque, mas futebol é GRUPO – Neymar não ganha sozinho! E um bom time o Brasil tinha, ao invés do PESAR , DO LUTO que foram essas reportagens devia-se focar o valor dos QUE JOGARIAM.

    Pegue A MAIORIA DAS FALAS DOS TÉCNICOS DE FUTEBOL E ELES DIRÃO, ‘ Não lamento as perdas. PREFIRO FOCAR NOS QUE VÃO JOGAR”. 

    Era o momento de FORÇA INDIVIDUAL NA TRAJETÓRIA DE CADA JOGADOR que se transformou numa ODE PARA NEYMAR.

    Isso também pesou.

  2. personalidade revelada

    Ontem vi, em uma das muitas entrevistas, o Felipão tentando jogar a responsibilidade pela opção tática adota contra a Alemanha em seus olheiros, Galo e um outro que não me lembro. Uma grande sacanagem, reveladora da personalidade e caráter do mesmo.

     

    1. Olheiro.

      Roque Jr. zagueiro titular ao lado de Lúcio na copa de 2002. Copa essa que em determinados jogos Felipão adotou o esquema de três zaqueiros com Edmilson de líbero.

  3. Nada prestava, isso todo

    Nada prestava, isso todo mundo já sabia, mas também era impossível dizer para que não passasse de aliado da direita.  Essa é a desgraça do Brasil, nem crítica construtiva ao petismo pode ser feita, por mais errado que esteja, por causa dessa direita nojenta.

    1. O que o petismo tem a ver com

      O que o petismo tem a ver com comissão técnica da seleção ou escalação do time?

      No que diz respeito à organização e estrutura do evento que cabia ao Governo, tudo funcionou muito bem, o bom andamento foi reconhecido pela imprensa internacional e a contra gosto pela imprensa nacional também.

      Esse papo de que nada prestava  atende aos interesses dos que querem vincular a derrota do time à organização do evento, como se o fracasso do time significasse o fracasso da organização do evento e todos nós sabemos a que interesses servem essa malandra associa 

  4. Concordo plenamente Percival.

    Concordo plenamente Percival. Eu particularmente já havia comentado nesta mesma linha, mas, não de forma tão iluminda.

    O carinho, o amor, a compaixão não pode dar lugar para o ódio e a indiferença. Estes garotos, possuiam um sonho, este sonho era alimentado desde criança. Sonho que todos os esportistas possuem. O de defender seu pais em um evento e sairem vitoriosos. Uma derrota do nível que foi esta, é um trauma difícil de ser superado pelo resto da vida.

    Eles precisam de nosso apoio total! O Hino deve ser cantado com mais orgulho ainda, mesmo que percam a próxima partida, merece nossos aplausos por terem dado o máximo de si para trazer alegria ao povo. Eles precisam voltar a acreditar que podem fazer a diferença.

    Eu adoro jogar! Jogo pelo desafio, não pela vitória, dou a mesma importância a vitória que a derrota, pois, o que valeu foi o prazer de competir e de buscar os limites.

    Me junto a suas palavras para conclamar que todos entrem nesta corrente. Nós sofremos o impacto do placar, mas não podemos deixar que eles sofram mais do que estão sofrendo. Uma vitória na próxima partida terá gosto amargo para eles, continuará o sabor de derrota e humilhação. Precisamos mostrar a eles que estamos com eles e nos levantaremos juntos para iniciar a próxima caminhada.

    Para eles dedico a Musica do Raul Seixas: Tente outra vez!

     

    1. Olá André , bom

      Olá André , bom dia!

      Desculpe-me , mas desta vez,  nossas ideias estão díspares.

      Nada contra o carinho, o amor, a compaixão, o hino etc.

      Aliás, nada contra o ódio, não naquele sentido vulgar, mas no sentido de amor dito de outra forma.

      Essas questões são complexas demais já no campo individual. Quando elevadas ao campo social, puxa vida, talvez, nem o saudoso Florestan Fernandes com o seu avental,  consegueria encontrar a fórmula reducionista para nos explicar o porquê disso tudo.

      Ademais, eu não acho que são “garotos” jogando futebol. Muito pelo contrário, são homens, muitos deles  casados e com filhos. Mais. São homens ricos!  Nada contra a  essas condições. Mas, elas podem nos dizer que  não podemos tratá-los de simplesmente “garotos”. 

      Desculpe-me mais uma vez, mas eu não vou apoiá-lo nessa corrente,  haja vista o meu “ódio”, note bem, o meu ódio no sentido já explicado. 

      Eu acreditei antes. Eu torci para a seleção brasileira e poderia suportar uma derrota normal. Uma derrota digna.

      Agora, uma derrota de  SETE a ZERO?( sim porque, nosso  gol foi filantropia) Não! Vai me desculpar,  sem a menor chance! Não! Não  dá para apoiair um grupo desses. 

      Desculpe-me mas não estarei nessa sua corrente. Aliás, minha vontade é de fazer uma corrente no sentido contrário à sua proposta, porém,  não quero aqui também fomentar o “ódio” vulgar. 

      Precisamos sim,  voltar a torcer pelo futebol brasileiro, mas, nada que se aproxime desta sacanagem que fizeram com ele!

       

  5. “O técnico era experiente,

    “O técnico era experiente, motivador, disciplinador, mas sabidamente conservador”

    Resumo da “excelência”, “meritocracia”, “gestão”

    Extrato de marketing e “motivação”

    Marketing, “excelência”, “meritocracia”…

    não ganha jogo. Ganha dinheiro e cria mitos.

  6. Vieram buscar lã, saíram tosquiados…

    Campeonatos apresentam resultados óbvios e previsíveis: Uns tantos perdem, e apenas um sagra-se campeão.

     

    No entanto, para além desta dicotomia esportiva, há mais ganhadores e perdedores na Copa do Mundo do BRASIL, de 2014, e este fato merece registro…

     

    Primeira perdedora óbvia, a FIFA, em boa parte pelo que escreveu aqui o Juca Kfouri: 

     

    http://blogdojuca.uol.com.br/2014/07/desmascarar-a-fifa-o-maior-legado-da-copa-no-brasil/

     

    Portadora de uma arrogância sem par, chantagista de ofício, predadora por excelência, a FIFA, com a anuência dos governos ávidos (inclusive o nosso, diga-se a verdade) por contratarem o evento que ela monopoliza, se instala nestes territórios nacionais com uma força que nem a ONU sonha desde 1948…Nenhum organismo internacional, sem a força das armas e/ou derramamento de muito sangue, consegue impor tanto consenso às diversas forças sociais e políticas de populações inteiras dos países-sede e dos demais participantes…

     

    Vejam por exemplo o caso do jogador uruguaio, não só expulso do jogo e do torneio, mas impedido de entrar em um estádio em território nacional, em clara e grave afronta a nossa Constituição e os poderes por ela constituídos, seja o Judiciário, sejam os eleitos, Legislativo e Executivo.

     

    Pois é, eis que a cagadora de regras, vai enfrentar o apito final saindo-se envolvida em mais um escândalo de proporções gigantes, pega no contra-pé pela atuação do Delegado Fábio Baruck e sua equipe de policiais civis, que mesmo diante da precariedade e poucos recursos frente aos milhões e milhões movimentados no esquema da FIFA-MATCH, colocaram um bola nas costas e mandaram vários envolvidos para o “chuveiro”…

     

    Só os tolos imaginam que ingressos cuja dinâmica de aquisição, por simples mortais como nós, beira a um ritual místico-cibernético, com senhas, contra-senhas, inscrições, cadastros, filas, sorteios, números de CPF, RG, e o escambal, possam ser desviados e vendidos aos borbotões sem o conhecimento, anuência e participação dos escalões mais altos da entidade…

     

    Mas pelo visto, para nossa imprensa cretina, local e nacional, a teoria do domínio do fato só existe para petistas e “mensaleiros”…

     

    A segunda perdedora foi a torcida que foi aos estádios…Nossas arquibancadas eram mais europeias que times como a França ou a Bélgica, mostrando que temos muito ainda por fazer neste nosso país para trazermos as classes mais desprivilegiadas das periferias para o centro…

     

    Pelo que vimos na TV, descontando o fato de que cinegrafistas “caçam” imagens associadas aos seus padrões-estéticos para fabricarem “musas” e tipos exóticos, tinha no jogo da França e da Bélgica, tinha mais gente negra em campo que nas arquibancadas…

     

    Ah, e claro, apareceram como seguranças, apoio  e serviçais também, alçados de sua “invisibilidade habitual” por takes de câmera de soslaio…Na boa e velha tradição Casa Grande e Senzala…

     

    Não se pode culpar quem comprou ingressos, mas ficou óbvio que o evento foi feito para um tipo de público…

     

    Ainda assim, esta classe média coxinha que lotou aos estádios, ao invés de dar-se por satisfeita por encontrar um evento onde podia posar de “exclusiva” nos telões, respondeu a quem lhe proporcionou a festa com grosseria digna dos bailes funks que esta corja adora depreciar…

     

    Neste sentido, a carroçada alemã e o choro destes canalhas e seus pequenos rebentos, projetos de coxinhas-fascistas é motivo de regozijo…

     

    Em terceiro lugar, mas não menos relevante, perderam a mídia e os que apostaram que a Copa seria um fracasso. 

    Para estes a goleada foi muito mais que 7 a 1,  foi um ciclo gigantesco de obras e intervenções (legado) que mesmo que não ficasse pronto a tempo, vai dotar as cidades-sede de facilidades que desde a década de 70 estavam por fazer.

     

    Nem é preciso citar a exposição óbvia do país para o turismo internacional, uma vocação ainda mal explorada por nós, mas que ganha impulso considerável…

     

    E por último, sucumbiram os idiotas do Felipão, ele mesmo um brucutu adepto das frases bipolares de efeito, tendo a frente iniquidades como o Neymar (por sorte conseguiu um atestado médico para faltar o trabalho) e ou bisonho Fred, que não poderia nem ser comparado a Serginho Chulapa em 82…

     

    Muitos disseram, em outros tantos blogs, o que todos temos dito há tempos por aqui, todos nós que amamos futebol e não conseguimos enxergá-lo na seleção ou em nossos campeonatos risíveis faz muito anos:

     

    O esquema mídia-CBF-FIFA-empresários destroçou as bases de nossa inventividade, que foi aprisionada em “linhas de produção”, as famigeradas escolinhas dos “professores”, que sufocaram os campinhos de terra (estes desaparecidos também pela especulação imobiliária que supre espaços públicos de pártica de FUTEBOL)…

     

    Este esquema se destina a “profissionalizar” crianças de 15, 14 e até 10 anos, “produtos” a serem cafetinados por pais e espertalhões…”produtos” pausterizados, que cedo abdicam do melhor do nosso futebol (a molecagem), e aprendem o pior do futebol deles (disciplina tática e vigor físico), onde os meios sacrificam o fins, tudo baseado em pseudo-teorias onde a arte sempre é apresentada como inimiga da eficiência…

     

    Como se nos dissessem que a técnica do melhor professor de arte fosse mais eficiente que o talento de Da Vinci…

     

    A Alemanha é a prova que até o mais “duro” e sem requebrado dos povos consegue subordinar o físico a plasticidade…com uma dignidade rara de se ver…É preciso ter caráter para perder, mas muito mais para ganhar…Uma breve lição para nossa soberba futebolística… 

     

    Enfim, acho que os ganhadores somos aqueles que acreditaram que a mídia mentia sobre a Copa, aqueles que rejeitaram a grosseria com a presidenta, aqueles que entenderam que não há mais pátria-cabeça-de-chuteiras…Para o bem, e para o mal, há mais coisas boas e más para que prestemos atenção…Há um país por construir…

     

    Em uma metáfora ruim, se ele vai ser bonito, justo, heterogêneo, plural e respeitoso com os que têm menos, como fizeram os alemães, ou se será arrogante, elitizado, burocrático, previsível, sem cor e criatividade como o time dos idiotas do Felipão e a sua torcida coxinha, que adora cantar hino, mas detesta o resto do Brasil que não está na Oscar Freire ou na Delfim Moreira, isto também dependerá de nós…estamos na frente do placar, mas este jogo só acaba quando termina…

     

     

     

     

    1. Este comentário merecia um

      Este comentário merecia um post. É perfeito.

      Apesar da complexidade dos tópicos abordados consegue um poder de síntese fabuloso.

      Parabéns e obrigado.

      (Tomo a liberdade de reproduzi-lo cuidando sempre de citar a fonte).

  7. E os atletas, o que tem a dizer?

    Quando o futebol é a 3ª melhor audiência da globo, lógico que ela tratará como um programa SEU. Lógico que eles vão querer gerir o SEU programa escolhendo horários e datas. Que se dane o atleta de ficar esfriando enquanto aguarda o final da novela ou o torcedor que vai sair do estágio no horário em que alguns transporte não circulam mais. Dane-se torcedor se quer assistir o jogo e dormir cedo. Dane-se profissionais do esporte se tem de jogar quarta e sábado. Os vídeos do Bom Senso FC mostram muitos, que poderiam estar acomodados, defendendo também o de seus companheiros de profissão.

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=7vHyc87zYKE%5D

     

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=jnuoEE1c9rk%5D

     

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=BntfiebxH8s%5D

  8. AAté o dia anterior, os
    AAté o dia anterior, os comentaristas esportivos, em geral, reclamavam que Felipao era retranqueiro, que enchia o campo de volantes. Vi o jogo na Band. Ate o primeiro gol da Alemanha, eles diziam que achavam bom a “postura” do time brasileiro. Dez minutos depois, diziam que Felipao era irresponsavel por ter adotado essa “postura”. Depois… Ora bolas, entre essas soberbas, precisa parar de dizer que nos somos os melhroes, so precisamos de organizacao e bom tecnico. Nao somos. Comparem jogadores alemaes e brasileiros. Os alemaes sao titulares em times de primeira que disputam torneios internacionais seguidamente. Os brasileiros? Uns 4 u 5 estao nessa condição, se tanto. O resntate, está no banco, joga na Ucrania, na Russia. Acjho que nao disputaram sequer uma Libertadores. Cair na real. Quando perdemos da França tambem custamos a reconhecer. Jogamos tudo na conta do amarelamento do Ronaldo. Mas.. tinhamos chegado na final capengando e a França tinha chegado na final jogando. Os 3 a 0 ficaram baratos.

  9. Negativo!

    Preliminarmente, vamos negar a sua proposição.

    Não foi proposital.

    Negação:  pelo menos alguma ação deve ter sido de propósito

    Prove que perder de 7×1 não faz parte do conjunto da vontade de tudo e de todos que estão relacionados com a organização do futebol brasileiro , na espécie, com a seleção brasileira. Prove cabalmente, isto é, com a mesma força de sua proposição conclusiva.

    Pensando bem, nem precisa fazer isso. Ora, você mesmo já o fez.  Foi a velha doença da soberba, agravada pela incompetência, cumulada com a subestimação do adversário.

    A velha soberba, inda por cima velha,  veio de onde? 

    Logo, é razoável, verossímeil supor que o objeto de análise pode conter elementos que comprovem uma ação deliberada: decidiu-se que iríamos perder e perdermos. Decidiu-se, por comissão omissiva.

    Não se pode afirmar ex ante,  com segurança, qual seria o placar final. Mas, que iríamos perder sim. Ah isso sim.

    Se um dos milhares de analistas estivessem ao lado do Felipão antes do jogo, percebendo que estaria criando um esquema tático do tipo 4 -1- 4( eu vi gente falando isso) então poderia supor que estaríamos cavando a nossa derrota. Agora , explicar o porquê disso tudo é outra coisa. 

    Veja que é muito fácil refutar a sua premissa , ou melhor,  a sua conclusão, uma vez que você inverteu o silogismo.

    Economistas também usam esta técnica fajuta. 

    Eles adoram analisar o complexo, ou melhor, o homem complexo, ou melhor ainda, a ação e a omissão, por comissão do homem complexo, de forma simples.  E ao final , alguns mentecaptos ainda dizem: “simples assim”…

    Economistas e agora analistas de futebol parecem acreditar que uma ação tática, microindividual , pode , de alguma forma segura, explicar o sistema. Ocorre que nem o sistema ( Bertalanffy) extrai do micro uma conclusão segura para o macro. 

    Sinergia é maior que a soma das partes, supõem-se.

    E aqui, nas minhas premissas, estou abandonando o organon e me aproximando de Rousseau. Ah! sem Gramsci hein!

    Somos vira latas sim. Ei, galera, somos vira latas, so what?

    Voltemos à tragédia de 08/07/2014.

    Fiz um estudo econômico para compreender o jogo. Vejamos.

     

    O jogador brasileiro( consumidor desorientado)  demandou a bola a um preço x. Todavia, diante do monopólio “natural” do produtor alemão em conjunto com  a assimetria do “mercado” , o  preço ofertado pelo produtor alemão subiu bastante, evidentemente, coeteris paribus.

    Em seguida, para que o jogador brasileiro  ( consumidor desnorteado, sem informação e com demanda reprimida) pudesse ter acesso ao bem escasso ( bola) no mercado, teve de suportar um preço de pelo menos um gol logo no início do “jogo” do mercado, isto é, no curto prazo.

    Ocorre que por uma crise “no mercado”  o preço da “bola” subiu bastante em apenas 5 ou 6 minutos. 

    Em outras palavras, o bem ( bola) tornou-se escasso demais e o produtor alemão( detentor do capital e da tecnologia e da informação) só permitiu que o consumidor desavisado , -isto é, o “player”  brasileiro – tivesse acesso à bola a um preço muitíssimo alto, isto é, pagando-se 5 unidades monetárias a mais no curto prazo.

    A curva de indiferença era tão grande que o “player” alemão não se preocupou em ofertar um gol ao consumidor desorientado brasileiro no “longo prazo”.

    No final, a “firma” alemã , com um lucro de 7, pode escolher o momento para doar 1 gol, além de não buscar mais “receita”, isto é, gols , sob pena de ultrapassar o custo marginal  e passar a ter prejuízo , para o próximo jogo no “mercado” do próximo domingo.

    Frisa-se que a doação é um ato filantrópico, típico dos pensadores que estavam à “direita” do video. 

    Para o futuro, de acordo com a série histórica e dela  podendo-se extrair a tendência via regressão linear ou exponencial ou mesmo logarítmica, é possivel prever que o “player” brasileiro pagará cada vez mais caro pelo bem escasso( bola) no jogo( mercado), evidentemente, se tudo mais estiver constante.

    Alguns analistas/economistas de futebol, já preveem que o bem escasso bola , no médio e longo prazos, se transformará num bem de Veblen( um efeito veblen) visto que a medida que preço pela derrota aumenta, aumenta  a demanda pela bola, via “player” no campo 

    Coetirs paribus…

     

     

     

     

     

     

     

     

     

  10. Nessa hora aparece uns tantos

    Nessa hora aparece uns tantos para filosofar, o povo quer é ATITUDE, quem jogou assim ou assado já era, aquele jogo ACABOU, o que ficou é o choro e a tristeza de um povo, e posso garantir a voces, o povo está triste, então chegou a hora de respostas, chega de filosofia barata, esse cebolorio não via dar em lugar nenhum, só mostra a erudição sem valor pratico de alguns.

  11. Foi a escalação mais infeliz

    Foi a escalação mais infeliz que já houve na seleção do Brasil.

    Será que se entrássemos em campo com Júlio César, Daniel Alves, David Luiz e Henrique, Marcelo, Luiz Gustavo, Ramires, Fernandinho e Paulinho e na frente Oscar e Wiliam, não teríamos perdido de menos?

    Só o Felipão náo percebe que Hulk, Fred e Bernard estão rendendo muito pouco?

     

  12. Flávio Gomes – Muito boa essa análise

     

     

     

     

    http://flaviogomes.warmup.com.br/2014/07/nao-foi-acidente-dona-lucia/#.U76dYT15LE4.facebook

     

    QUARTA-FEIRA, 9 DE JULHO DE 2014 – 23:13 • FUTEBOL

    NÃO FOI ACIDENTE, DONA LÚCIA

    capaextraRIO (mirem-se na Alemanha) – No dia da final da Copa das Confederações, há pouco mais de um ano, Carlos Alberto Parreira fez um dicurso motivacional antes do jogo e usou uma frase de efeito para os jogadores que dali a instantes enfrentariam a Espanha. “Existe uma hierarquia no futebol, e eles foram campeões do mundo sem enfrentar a seleção brasileira!”, bradou para a turma do #ÉTóisss.

    Ui, quanta valentia.

    E aí a seleção foi para cima da Espanha, um time já envelhecido e que tinha gasto muitas de suas horas em solos brasileiros tomando caipirinha e comendo putas durante um torneio que não valia nada — exceto talvez ajudar os branquelos e branquelas de camiseta de 200 paus da Nike, unhas muito bem pintadas e cabelos loiros, a não se atrapalharem na hora do sonho intenso e raio vívido, muitas vezes trocados pelo amor eterno seja símbolo, naquela zona de hino que fala de coisas incompreensíveis como impávido colosso, florão (flor grande?) da América, terra garrida, clava forte, verde-louro (é aquele da Ana Maria Braga?) e lábaro que ostentas.

    O time ganhou, os branquelos aprenderam a cantar o hino, aparentemente, os jogadores passaram a ensaiar os mesmos versos para cantá-los com os dentes cerrados, e vamos para a Copa do Mundo. Antes, vamos quebrar também umas vitrines, culpar a Dilma, criar umas hashtags, #VemPraRua, #NãoVaiTerCopa, reclamar das filas nos aeroportos, bater umas selfies e escrever #ImaginaNaCopa no Facebook quando atrasar um voo da TAM para Orlando.

    Acelera o filme e chegamos ao final de maio, maio agora, um mês e meio atrás. Dia de apresentação da seleção em Teresópolis, entrevistas coletivas, olha só como tudo ficou bonito, olha só a estrutura, os quartos, as bicicletas ergométricas, os campos de futebol, a sala de imprensa, as banheiras de hidromassagem, as TVs de LCD, o WiFi funcionando. Felipão: “Nós vamos ganhar a Copa”. Parreira: “Chegou o campeão. Estamos com uma mão na taça. A CBF é o Brasil que deu certo”.

    Acelera um pouco mais o filme, chegamos ao dia 8 de julho, vulgo ontem, Mineirão. Como tinham feito nas cinco partidas anteriores, os jogadores entram em campo um com a mão no ombro do outro, feito minha classe na Escola Municipal Dona Chiquinha Rodrigues, em 1971, no Campo Belo, quando eu estava no primeiro ano primário. Cantávamos o hino todos os dias, mas nunca precisei colocar a mão no ombro de ninguém porque era sempre o primeiro da fila, por ordem de tamanho.

    Tal rotina cumprida por todo um período escolar me permite não embaralhar versos até hoje, garanto que nunca enfiei a paz no futuro e a glória no passado depois do formoso céu, risonho e límpido, mas ao mesmo tempo me privou de decorar de maneira adequada o hino da independência, porque esse a gente zoava mesmo, eram os cinco filhos do japonês, cada um deles contemplado com uma desgraça diferente, um era vagabundo, outro era punheteiro, e o coitado do quinto tinha nascido sem pinto. Como esse a gente cantava só uma vez por ano, não tinha problema algum abrir mão daquelas baboseiras de garbo juvenil, grilhões da brava gente brasileira, e perfídia astuto ardil é a puta que pariu. Na mesma vida ter de decorar lábaro que ostentas estrelado e ímpias falanges é um pouco demais, não força a amizade.

    Pois que os meninos da CBF, o Brasil que deu certo, adentraram o gramado em fila escolar, perfilaram-se, urraram o hino nacional segurando uma camisa do Neymar Jr. como se fosse a farda de um soldado abatido em Omaha Beach, enquanto o próprio assistia ao jogo em sua casa no Jardim Acapulco pingando fotos no Instagram, #ÉTóiss.

    Parêntese. No dia anterior, três dos meninos da CBF também colocaram fotos no Instagram com a hashtag #jogapraele, respondidas, as fotos, com a hashtag #jogapramim pelo soldado abatido na guerra, Neymar Jr. Todos eles, Neymar Jr., Marcelo, Willian e David Luiz, receberam quantia não divulgada da Sadia, patrocinadora da seleção, para a, como se diz hoje, ação. Foram alguns milhões de curtir & compartilhar que deixaram os marqueteiros da empresa muito satisfeitos e ansiosos para saber quantos frangos seriam vendidos no dia seguinte, enquanto os rapazes rangiam seus dentes gritando pátria amada, Brasil.

    Então começou o jogo e foi aquela coisa linda.

    Então acabou o jogo e estavam todos atônitos, pasmos, chocados, passados, desacorçoados, e os câmeras da FIFA se divertiram fazendo closes de garotinhos com fulecos na cabeça derramando lágrimas no peito de papai com um TAG-Heuer no pulso. Oh, coitados. E os óculos Prada embaçados com as lentes melecadas de rímel? Pobres almas.

    Acelera a fita e chegamos à coletiva de hoje, sete figuras em Teresópolis numa mesa, uns dois ou três eu não tenho a menor ideia de quem fossem, ou sejam, porque continuam sendo alguém. Reconheci Parreira, Felipão, Murtosa, o médico, acho que o preparador físico. Tinha um de agasalho, quase um boneco de cera, no centro da mesa tal qual um Jesus Cristo na última ceia, que entrou mudo e saiu calado, e portanto não devia ter grande importância.

    E o que se viu foi uma demonstração de arrogância, soberba, prepotência, falta de humildade, um festival de sandices, um arroto coletivo coroado com a carta da dona Lúcia.

    Dona Lúcia é a grande personagem desta Copa do Mundo, e surgiu, infelizmente, aos 44 do segundo tempo. Teria sido muito divertido saber o que ela pensava desde o dia 12 de junho, na abertura em Itaquera. Foi sua carta, na verdade um e-mail, afinal estamos em 2014 e nem dona Lúcia escreve mais a mão, fecha um envelope, lambe um selo e vai ao correio, que absolveu toda a CBF, todos os membros da comissão técnica, todos os jogadores, todos os nossos pecados. Foi a carta de dona Lúcia que permitiu a Parreira, a quem encarregaram de dar à luz a missiva, concluir que está tudo perfeito, que ele é perfeito, Felipão também, os demais da mesa, o futebol brasileiro, a CBF. Afinal, como ele disse há um ano, há uma hierarquia no futebol. E estamos no topo dessa cadeia. É nóis, mano. #ÉTóiss.

    Bem, vamos a alguns fatos. Foi o pior resultado de uma seleção brasileira desde o dia em que o Homem de Neandertal deu um bico na cabeça do cara da tribo vizinha, arrancando-a e fazendo a dita cuja voar entre duas árvores. Um 7 x 1 numa semifinal de Copa gerou folhas e folhas de estatísticas, todas elas iniciadas com “nunca”. Nunca isso, nunca aquilo.

    Não me senti envergonhado de nada nem durante, nem depois do jogo. Quero que a seleção se foda, não dependo dela para viver, torço para a Portuguesa, e para mim, depois de 1982, tanto faz se a CBF tem um escudo com quatro, cinco ou dez estrelas. Para mim, a equação é simples: quem se dá bem quando a seleção ganha? A CBF e os caras que tomam conta dela, mais um pessoal no entorno, mídia incluída, que se apropria das vitórias e se refere ao time na primeira pessoa do plural. Acho todos desprezíveis, então não me importo se ganha, perde, empata, se goleia, se é goleada. Olho tudo, assim, com o distanciamento e isenção necessários e torcendo apenas por uma coisa: que um dia tudo mude.

    Mude, porque gosto de futebol. Porque olho para a Alemanha e fico feliz da vida de ver que um projeto feito há não muito tempo dá tão certo e é baseado apenas em honestidade de princípios, trabalho, dedicação, metas, filosofia.

    Filosofia. Essa é a palavra. Em 2000, a Alemanha fez uma Eurocopa de merda e não passou da primeira fase. Fritz, Hans, Müller, Klaus e Manfred se reuniram e decidiram salvar o futebol do país. Para isso, era preciso mudar tudo. Clubes, ligas, divisões de base, campeonatos, estádios, distribuição de dinheiro, formação de técnicos, médicos, preparadores físicos, finanças, tudo. O resultado, óbvio e inevitável, seria uma seleção forte, mais dia, menos dia.

    Os resultados estão aí e não vou me alongar neles. São quatro semifinais seguidas de Copas, a Bundesliga tem uma média de público assombrosa, os clubes são saudáveis, vivem decidindo os campeonatos europeus, é um sucesso. A coisa é tão bem feita e bem pensada, que os clubes são obrigados até a estabelecer uma filosofia de jogo e aplicá-la em todas as suas divisões. A divisão de grana não é a obscenidade determinada pela TV Globo aqui, por exemplo. Atende a critérios técnicos, não a planilhas do Ibope. Em resumo, em 14 anos, o que é quase nada, os caras reconstruíram seu futebol. E o futebol na Alemanha, com o perdão da expressão, mas não encontro outra melhor, é do grande caralho.

    Enquanto isso, por aqui, ele é infestado por figuras sombrias e deprimentes, gente ligada ao regime militar, múmias carcomidas, antiquadas, obsoletas, conservadoras (o treinador é admirador confesso de Pinochet), adeptas de rituais de guerra, de conceitos bélicos, de atitudes marciais, gente que não sorri, que dá asco, que, definitivamente, não tem nada a ver com o futebol que o Brasil um dia mostrou ao mundo e fez com que o mundo se encantasse por ele. E até hoje isso acontece. Esse encanto, que é claramente uma herança do passado, segue tão vivo que a Alemanha, hoje, pediu desculpas ao Brasil.

    Não precisava. Essa gente não merece tamanha consideração. A seleção brasileira não representa nada, a não ser os interesses (pessoais, muitas vezes; não estou falando só de dinheiro) de meia-dúzia que há décadas se locupleta com ela. Como explicar a escolha do técnico, por exemplo? Felipão, nos últimos dez anos, perdeu uma Euro com Portugal para a Grécia em casa, foi demitido do Chelsea, mandado embora de um time uzbeque e rebaixou o Palmeiras para a Série B. Prêmio: virou técnico da seleção brasileira na Copa do Mundo disputada no Brasil.

    Hoje, na tal coletiva, brandiu folhas de papel com seu retrospecto e carga horária de treinos para provar que fez tudo direitinho. Parreira, figura hedionda e sorumbática, interrompia o abatido treinador a cada resposta para rebater toda e qualquer crítica e reforçar sua autoproclamada competência, seu currículo inatacável, seu passado vitorioso de líder de polichinelo, flexão de braço, distribuição de coletes e posicionamento de cones.

    O futebol brasileiro recebeu alguns recados nos últimos anos. Quando o Santos tomou duas goleadas do Barcelona, por exemplo. Ou quando o Inter foi eliminado do Mundial de Clubes por um time africano. E, depois, o Atlético Mineiro — por uma equipe marroquina. As finais da Libertadores serão retomadas agora, depois da Copa. Sabe quantos clubes brasileiros estão entre os semifinalistas? Nenhum. A média de público da Série A é não menos que ridícula. O campeonato do ano passado acabou num tribunal fajuto porque a CBF não consegue publicar uma suspensão de jogador num site. O clube que reclamou dessa iniquidade foi chantageado e ameaçado de desfiliação e acabou rebaixado, sem ter direito sequer de buscar seus direitos.

    Esse futebol, ontem, levou sete gols da Alemanha. Quatro deles em seis minutos. E a turma responsável por esse vexame hilariante, hoje, não desceu do salto. Não assumiu nenhum erro. Não admitiu nenhuma falha. Não reconheceu suas deficiências. Tratou o resultado como um acidente.

    Foi quando surgiu a carta de dona Lúcia. Que termina sua peroração dizendo que não entende nada de futebol. Talvez por isso os sete da mesa, mais os que nela não estavam, tenham tentado convencer dona Lúcia de que foi um acidente.

    Mas não foi não, dona Lúcia.

    * Ilustro este post, que nem queria escrever, porque não escrevi nada desta Copa, infelizmente (foi uma Copa riquíssima e excepcional), com a melhor das capas de jornal que vi hoje. É do “Extra”, aqui do Rio, que enterra de uma vez por todas o Maracanazo. O que aconteceu em 1950 foi uma tragédia. O que aconteceu ontem, uma vergonha. São coisas bem diferentes.

     

  13. testemunho ocular, apesar da miopia cultural do salto alto

    é sempre assim, no testemunho teológico-político de nossa elite gourmet, pela análise crítica gastronômica sem apelos caseiros das receitas dona benta (que sempre desandam porque a confraria de machos gourmet que inspirou o livro famoso no bate-papo copa-cozinha dos bacanas nunca testava as medidas fracionadas nem o passo-a-passo de cada prato… só ficavam elucubrando receitas e dotes nos palpites e achismos das rodas de conversa e goró) ou dos temperos exotique degustativos, para aguçar o apetite tosco rudimentar de nossa gente rude de fora em espécie das arenas copa-fifa:

    numa entrevista exame, o lendário comandante rolim da tam, com outra frase de mesmo sentido afirmou: o sucesso e.s.p.e.t.a.c.u.l.a.r do empreendimento adrenalina alta por conta e risco da aposta no mercado futuro da bola é a condição única i.m.p.l.a.c.á.v.e.l do jogo futebol-arte entre então ser celebrado com sucesso e fama de genial técnico ou ser desprezado como fracassado, soberbo, “velho, babaca, arrogante, prepotente, ridículo” enfim, ser um louco mitômano quixotesco mundo afora acompanhado de seu fiel amigo murtosa el bigodón…

     

  14. No Brasil é assim:

    No Brasil é assim: jornalistas endeusam os jogadores, treunadores, os deuses da cbf(ficam sempre impunes na malandragem, porque jornalista não tem culhões para enfrenntá-los, se submetem de forma ingna a lambê-los), na primeira derrota, o barco vira, porque todos os apoiadores da malandragem, pulam do barco e começam a mudar de personalidade como trocam de cuecas. Confiar em jornalista da grande mídia, é ser, também, um serviçal da oligárquica mídia corrupta. Mas, os eternos analfabetos funcionais, sempre estarão dispostos a bancarem os palhaços do circo.

  15. Agora, a bola da vez de ser

    Agora, a bola da vez de ser endeusada pelos analfabetos funcionais, é a alemanha. De repente, a alemanha, que fez uma campanha, até então nada deferente das outras equipes, é a perfeição que até então nenhum analfabeto funcional tinha conhecimento. Pior, continuam sem conhecer, mas embarcam “na onda” que tem que surfar para beneficiar seus comandantes. Dá muita vergonha desses que tem poder de mídia para despejar seus dejetos nos cérebros dos analfas.

  16. cabeça de planilha

    A entrevista ontem do Felipão com tabelas agendas e PLANILHAS, “Nossas planilhas indicavam que estavamos no caminho correto foram  , , ,”frase dita na coletiva de ontem ,cabeça de planilha detect !

  17. Minha proposta: se tudo isso

    Minha proposta: se tudo isso que tá aí (que agora todos falam) continuar, na próxima vez NãoVaiTerCopa!

  18. análise precisa

    Tivesse sido uma derrota normal e não haveriam razões para critica. A humilhação histórica fica por conta da soberba e da incompetencia da comissão técnica que escalou muito mal o time e não fez a leitura correta do adversário e da partida. Sou critico contumaz da mídia mas desta vez devo admitir que entre os comentaristas esportivos era quase unânime de que o time deveria entrar com três volantes e tirar os espaços do forte meio de campo alemão. Não há explicações transcendentais para esta derrota, a conta da humilhação histórica vai para a soberba de Felipão e Parreira e a lição para os nossos filhos é de que não se deve subestimar o adversário. 

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