O caminho e o desastre, por Janio de Freitas

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
[email protected]

Jornal GGN – Nas voltas que a política no Brasil dá, voltamos aos 1950. Já passamos por uma democracia reformista, que se tornou um golpe afagado em ditadura militar, e renasceu das cinzas a democracia, um tanto caótica e, agora, voltamos aos anos 1950 com o entreguismo e o golpismo em alta pelas mãos do PSDB. O artigo de Janio de Freitas, na Folha de hoje, traça um panorama de nossa tupiniquim atuação, com o golpismo de volta, bem como o sufocamento da economia. Janio clama por um Congresso mais afeito ao seu trabalho primordial e menos ligado aos seus interesses pessoais. E alerta que crise  é fruto da atuação da imprensa, a política e a econômica e a cidadã. Leia o artigo a seguir.

da Folha

O caminho e o desastre, por Janio de Freitas

O Brasil experimentou uma democracia frustradamente reformista, passou por golpe de estado, sofreu a tragédia da ditadura militar, voltou à democracia caótica, e chegou. Chegou outra vez aos primeiros anos da década de 1950. O golpismo, o “entreguismo” ameaçador e a “república do Galeão” foram os estigmas daqueles anos. O golpismo volta no estilo PSDB; acompanha-o o “entreguismo” apontado na retirada de pré-sal da Petrobras, aprovada pelo Senado; e a versão civil da “república do Galeão”, sob o nome insignificante de Lava Jato, evidenciam juntos o estágio em que o Brasil de fato está.

Mas, se é desculpável a imodéstia de quem se aproximava da vida de adulto naquela década, o pequeno Brasil que não era então menos discriminatório e menos elitista, no entanto era mais inteligente, culto e criativo, menos incivilizado em suas cidades e muito, muito menos criminal.

O mundo se mediocriza, é verdade. A França o prova e simboliza. Mas o Brasil exagera, iludido por uns poucos e duvidosos avanços econômicos. Como a indústria automobilística, por exemplo, que sufocou os transportes públicos e deformou as cidades, dois efeitos antissociais no sentido menos classista da palavra. A degenerescência entra, porém, em fase nova. E acelerada.

São já os esteios do esboço de democracia a sofrerem investidas corrosivas. Ainda que sob outras formas, são prenúncios de repetição, se não contidos em tempo, dos desdobramentos lógicos que períodos como os anos 50 produzem, historicamente.

É melhor, e é urgente, que se comece a forçar o Congresso a ser menos infiel às suas finalidades institucionais e mais responsável com suas funções, seja em apoio ou oposição ao governo. Muitos poucos estão ali, em especial entre os deputados, para serem parlamentares. Dividem o seu tempo entre ser massa de manobra de interesses alheios e agir por interesses subalternos próprios. Uns e outros cada vez mais contrários à instituição e à democracia pretendida pela maioria do país.

A ministra Cármen Lúcia foi muito aplaudida pela invocação, em seu literário voto por liberdade biográfica, ao bordão “cala a boca já morreu”. Ninguém observou que o complemento foi omitido: “quem manda aqui sou eu”. O bordão é, na verdade, de extremo autoritarismo. Amputá-lo valeu como definição pessoal.

Mas não é o meio bordão, é o autêntico, realista, que os fatos já justificam: partes do Judiciário e do Ministério Público agem como se respondessem aos direitos civis (e por tabela a quem os defenda): cala a boca já morreu, quem manda aqui sou eu. E mandam mesmo, pela reiteração e pela indiferença, porque as instâncias com autoridade e meios de corrigir as deformações não o fazem, acomodadas no seu próprio poder ou intimidadas pela parcela da sociedade adepta do bordão. E os direitos e a Justiça se esvaem.

Crises políticas não se agravam sem imprensa. Crises econômicas expandem-se menos e menos depressa sem imprensa. Hoje em dia a imprensa brasileira pratica uma solidariedade de modos com as deformações no Congresso, no Ministério Público e no Judiciário. Assola-a nova onda de relaxamento dos princípios éticos, para não falar em qualidade jornalística. E cresce a cada dia uma grande dívida de autocrítica, para relembrar as responsabilidades dos jornalistas profissionais. Com medo da internet, a imprensa brasileira foge de si mesma.

O Brasil não é bem-vindo aos anos 1950.

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

37 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Sim,Mas, também é verdade
    Sim,
    Mas, também é verdade que as representações democráticas são frutos – imagem e semelhança – dos seus representados. Como dizia Hermes Trimegistro: – “o que está em cima é como o que está em baixo”.

    Tudo decorre da falência do modelo que a sociedade escolheu.

    Em outras palavras, como estabelece as Constituições de todos os países democráticos, “todo poder emana do povo…”, logo, essa deficiência de poder dos nossos representantes são decorrentes da nossa própria deficiência- individualismo, isolacionista e egoísta, preocupados com o imediatismo e apenas com o seu próprio umbigo.

    Com um agravante, não temos mais as artes como organizadora e aglutinadora de tendências de avanços democráticos, como os grandes escritores e compositores que se tornaram referências e pautaram mudancas…..

    “Eu organizo o movimento
    Eu oriento o carnaval
    Eu inauguro o monumento
    No planalto central do país”

    1. saudades de seus ótimos

      saudades de seus ótimos textos, assis….

      voce lembrou muiito bem dessa lacuna dos intelectuais e

      dos movimentos culturais, principalmente da música…. 

      é um bom assunto a ser dsdobrado aí pelos especialistas…

      1. Obrigado, grandes irmãos.
        Obrigado, grandes irmãos.

        Estou tentando voltar aos poucos.

        Essa página do Nassif é o que se tem de melhor na área de conhecimento e informação no Brasil.

        Os comentaristas daqui são indispensáveis para quem quer se informar com diversidade para criar o seu próprio pensamento.

        E, o melhor, Nassif dá corda.

  2. O caminho e o desastre

    Os caminhos que ora percorremos são fruto de uma velha instituição brasileira: o acordo por cima sempre proposto pelos governos populares. A incapacidade de se colocarem claramente ao se elegerem e construirem a narrativa eleitoral levam ao desastre. É sabido que a coabitação não prospera. A água e o vinho não se misturam.

    Assim vemos agora o que parece ser um neorepublicanismo. Parente próximo do neoliberalismo na capacidade de reduzir o país, econômica, política e socialmente.

    Getúlio Vargas matou-se pela incapacidade de dominar os arroubos golpistas assanhados por comandos fracos. Juscelino também provou a dificuldade de comandar firmemente os elementos antidemocráticos sempre presentes em nossa história.

    Jango foi abatido em pleno vôo pelos interesses americanos desagradados com as inclinações populistas e não dominadas pela quinta coluna entreguista escondida atrás de denúncias de “comunização do país”.

    Agora temos o mesmo enredo nessa imensa escola de samba que virou o país. Lula inventou uma disparatada lista tríplice para a escolha do PGR e depois rendeu-se ao famoso grampo nunca descoberto alardeado por dois, então, líderes das hostes oposicionistas: Demóstenes Torres e Gilmar Mendes.

    Ingenuidade pura.

    Nessa toada, Dilma saiu-se com o neorepublicanismo: a crença ingenua e leniente de que os agentes públicos operam para o bem público. Ao abandono do PGR via lista tríplice somou-se o caótico comando da PF.

    Assim Mateus foi parido e criado. A economia virou um zigue-zague, o social um fervedor e o país caminha para trás. Qualquer agente público se da o direito de agir segundo suas inclinações, o governo não ocupa seu espaço fazendo o contraditório à mídia operada por seus interesses próprios e financiada pela própria vítima.

    Um juiz singular toma conta do espaço, atuando segundo seu viés ideológico, e o ministro que deveria comandar a PF é por ela escarnecido.

    Tudo num quadro de neorepublicanismo. É cada um por si e o cinismo por todos.

     

  3. Nassif
    Bom dia
    Apesar de

    Nassif

    Bom dia

    Apesar de Janio ser a unica voz,  naquele pasquim que aparentemente “descumpre a pauta”, (deve ser um dos donos?), é triste observar que ele também alimenta esse bordão de ódio, no qual a imprensa foi submetida pelo poderoso status quo que coopta a consciencia e a joga na mesma vala comum de seus pares.

    Final de carreira mais triste.

     

     

    1. Prezado Mário, não vejo em
      Prezado Mário, não vejo em que momento Jânio de Freitas “alimenta esse bordão de ódio”; logo ele, que sempre foi um ácido crítico da atuação da imprensa no Brasil, sem nenhum laivo de corporativismo.
      A Folha pertence à família Frias. Jánio de Freitas é um empregado, lá mantido para que se mantenha a ilusão de “pluralismo de ideias”, pluralismo este sempre desmentido pelo noticiário enviesado.

      1. Concordo plenamente, Adma

        Tanto que de conteúdo positivo, da Folha, apenas Jânio é possível reproduzir 2x por semana aqui neste GGN. No mais, as reproduções são matérias a lamentar. Creio que seus textos são tão complexos e profundos, que nem os editores da Folha consigam entendê-los e censurá-los. Ou falta-lhes coragem. Nenhuma indução ao ódio aí, amigo Mário. Apenas realidade bem esmiuçada.

        1. Sim, Rui, o estilo de Janio é
          Sim, Rui, o estilo de Janio é sutil e elegante. Eu parei
          de ler a Folha há tempos, mas acho que não estou perdendo nada, principalmente agora, com essas novas aquisições. Ainda bem que os blogs reproduzem a coluna do Janio.

        2. Prezado Rui
          Bom dia
          O ódio é

          Prezado Rui

          Bom dia

          O ódio é na linha editorial do “jornaleco”

          Quando lia o pasquim, se não me engano,  via que ele era do conselhão! Inclusive, “já ouvi”, que tem participação na produção! Respeito-o, mas não aceito sua submissão a linha editorial do qual é parte interessada. Como “sou uma duvida ambulante”(Mino Carta)  fico a imaginar: “socializa o pensamento,  para capitalizar argumentos”.

          Abração

           

    2. Assino embaixo !!

      Ele não é apenas um colunista dentre tantos. Ele não é apenas um empregado do jornal.

      Jânio é do CONSELHO EDITORIAL da Falha. Todos os dias ele assiste, ouve e participa das reuniões que ditam os rumos das notícias, das capas e das estratégias que se seguirão, dia a dia, a promover o ódio a um partido (e por consequencia o ódio a toda a política) e isto, para mim, desfigura completamente sua pretensa boa intenção democrática.

      1. Abssultamento injusto injusta

        Abssultamento injusto injusta essa imputação. Seria muito mais fácil o Jânio de Freitas se alinhar ao padrão de “qualidade” jornalística que a maioria dos seus pares adotou por conveniência política e pessoal. Quem deras tivéssemos “janios” no Conglomerado Globo, VEJA e demais integrantes de um tipo de mídia aética. 

        1. Eu entendo, JB, mas minha

          Eu entendo, JB, mas minha crítica é quanto a sua posição como parte do conselhão da FSP. Não consigo admirar pura e simplesmente o jornalista e colunista Janio, que leio e respeito há mais de 30 anos, sem vê-lo também neste papel de complacência e cumplicidade editorial que tanto nos enoja. Eu, e também creio você, não subserviria a esta posição.

  4.  Um equivoco relevante do

     Um equivoco relevante do Janio de Freitas. O ditado popular diz: “Cala boca já morreu, quem manda na minha boca sou eu”, e não o “quem manda aqui sou eu”, conforme referiu no artigo.

    No mais, a visivel má vontade do artculista com o Poder Judiciario ( e com a imprensa, claro…..sempre ela!!!!) reflete bem a angustiosa situação de todos quanto se viram na posição de ter que defender Empreiteiros, Doleiros, Lobistas, Politicos corruptos, marqueteiros, e tantas outras figuras que sabemos todos nós vivem a sangrar o Estado.

    Não deve ser fácil a situação de quem se sente incomodado com a lava jato, torcendo para que a qualquer momento surja um percalço das autoridades responsaveis pela investigação para com isso terem uma chance de verem livres seus “herois”.

    Que labirinto fomos nos meter……

    1. Labirinto é a produção dos “joses” em série

      Mai uma vez, Janio é certeiro na análise quanto compara o pequeno Brasil na década de 50 com o Brasil dos dias atuais: “no entanto era mais inteligente, culto e criativo, menos incivilizado em suas cidades e muito, muito menos criminal.” Ora, ora, precisa desenhar ?? Os “Joses” estão aqui e lá fora. São produzidos em série ano a ano, de década em década sendo forjados, paridos em conformação aos valores que lhes são introduzidos como que por osmose para produzir exatamente o comportamento-padrão pretendido: alienação, raciocínio acrítico, deformação de valores, prepotencia e, ao mesmo tempo, submissão subliminar..

      Reconhece-se a produção dos “joses” pelos sintomas: ele lê e nao compreende a leitura; a sua conclusão é sempre embasada em visão reducionista, deformada e distorcida de valores éticos, morais e humanos, de fatos e de evidencias impíricas ou históricas  – uma espécie de divórcio consumado – da realidade que o cerca e etcs mais..

      A inversão de valores e o raciocínio truncada que conseguiram incurtir na mente das pessoas é impressionante..

      José, voce entendeu muito bem o que o autor do artigo quis dizer quando usou o bordão. O sentido está no contexto do texto. Pare de dissimular porque a distorção do texto te entrega..

      O autor não é a favor da impunidade nem é contra o Poder Judiciário. O que ele analisa e conclui é pela postura enviesada, seletiva e autoritária adotada pelo judiciário diante dos fatos e das leis e da constituição, que estão sendo burladas, negligenciadas, manipuladas por interesses subalternos cada vez mais contrários à instituição e à democracia pretendida pela maioria do país.

      O verdadeiro labirinto, José, miséria humana numa sociedade é o fato de ela estar submetida a uma engenharia social perversa que toma de assalto as mentes e os coraçoes os corrompendo e produzindo uma deformação profunda. E a imprensa, essa que voce tenta salvar da acusação do Janio, nada mais é do que o iprincuplal nstrumento dessa engenharia social perversa e intencionalmente aplicada sobre a populaçao.

      Talvéz um dia voce consiga perceber o quanto em voce é resultado direto dos mecanismos dessa manipulação, talvez nao. Desejo que voce consiga vencer as travas, as amarras e levante o véu que lhe encobre os olhos e faça o caminho inverso para o seu próprio bem. Muitos já conseguiram voltar prá casa. Acredite, quando alguém volta é festa, é alegria, e com direito a bolo e guaraná. A família é uma só.

      Abraço! 

       

       

       

       

  5. o meljhor artigo de janio de

    o meljhor artigo de janio de freitas…

    fez um ótimo resumo histórico do golpísmo …

    é omo se dissesse a si mesmo…

    pode ser o meu púltimo artigo, então tenho que deixá-lo marcado na história….

    beleza…

  6. O habito do cachimbo entorta a boca.

    Jânio é alguem que gosto de ler, com quem muito aprendi, mas nem sempre é possível concordar, o que é muito salutar. Mas Jãnio com muitos de nós temos o hábito de só concordarmos com o ideal. Jânio ao ser crítico é autofágico ao reduzir o Brasil apenas ao crescimento da industria automobilística. Assim descarta todo o conhecimento produzido,  Acho que o Brasil não é apenas industria automobilística, e o Brasil  andou muito nos últimos anos. Acho que avançamos muito na produção de conhecimento, em nossas universidades, criamos a base para um aumento significativo na formação de pessoas mais qualificadas ao aumentar o acesso às universidades e a criação de Escolas técnicas . Acho que desenvolvemos tecnologia que nos permitiu o acesso ao Pre-sal,  na área nuclear, acho que desenvolvemos muito na biotecnologia, na agricultura,  no desenvolvimento de vacinas.  Isto que falo não é uma defesa política ou de governo, mas sim uma critica a esta autofagia que destroi tudo que é construido. Posso concordar que não há ainda a maturidade,  ou mesmo que a pasteurização ocorrida nos ultimos anos afetou o mundo inteiro, que ve agora numa europa dita civilizada, o crescimento das velhas doenças da xenofobia do preconceito e da falta de humanidade e solidariedade , ou nos Estados Unidos a figura de Trump bradando contra os estrangeiros.  Vemos em nossas ruas o crescimento da intolerância e da ignorância liderada por um jornalismo e um sistema de comunicação pernicioso, que tem sim objetivos bem precisos. Mas   neste sentido Janio parece ecoar este mesmo mantra. que é  a destruição de qualquer  coisa que tenha sido construido.  Matar a história é o primeiro passo para qualquer golpe.  A violencia das velhas castas só se auto justifica se reafirmar que a plebe ignara  não vale nada.

     

  7. Janio: um raro talento.Ele lê o tempo, intui e o decifra.

    Janio de Freitas dispensa apresentação. Em 2014, meses antes da eleição, Janio e o Bessinha do Caf produziram excellências jornalísticas, um com texto e o outro com charge. Pareciam “médiuns” a antever o futuro, pareciam dialogar com seres imateriais e/ou ter visões premonitórias, porque demonstravam extrema habilidade em decifrar enígmas e adiantar movimentos dos players daquele momneto. São seres extrememente sensíveis e nada foge ao radar dos dois. É um talento raro esse de ler nas entrelinhas e decifrar mesnagens subliminares. Para esses dois um pingo é letra ou um texto inteiro..

    Nao tem vaca fardada, mas o espírito do tempo trás de volta os fantasmas do passado. Já estava no radar dos dois a tendencia dos tempos vindouros – a expansaõ de um protagonismo do judiciário, o que , inclusive, foi o que motivou o título do artigo do Janio em abril de 2014[veja abixo] – para entender do que estou falando, leiam esse artigo de hoje e relacionem com outro artigo dele, esse que eu citei acima[eu vou copia- lo abaixo mas não sei se será publicado por causa do espaço limitado a cada comentário]. Artigo reproduzido da Folha de S.Paulo, 1/4/2014, no site Observatório da Imprensa em 08/04/2014 http://observatoriodaimprensa.com.br/marcha-do-tempo/_ed793_nunca_mais/

    Título: NUNCA MAIS ?

    Ninguém imaginou que o capitalismo voltasse a imperar na imensidão que perdera, mais de 70 anos antes, para o comunismo da União Soviética e seus domínios posteriores.

    Os horrores da chamada Primeira Guerra Mundial, de 1914-18, e as providências para a preservação da paz disseminaram a crença fervorosa de que as nações e a própria humanidade entravam em nova era. Os embates de interesses e poderes só se dariam e se solucionariam em conferências, e nunca mais em campos de batalha. Passados apenas 20 anos, começava a Segunda Guerra Mundial, a das bombas atômicas sobre cidades.

    Os exemplos gritantes do mundo alheio, citáveis ao infinito, têm ecos por aqui, para confirmar que a história faz uso de regras universais, não de desarranjos particulares.

    O Getúlio ditador foi derrubado em 1945 pelos militares da FEB, lê-se ainda nos livros sobre o período, que voltaram da guerra impregnados das convicções democráticas, absorvidas no convívio com os americanos. Em 1954, Getúlio, presidente por legítima eleição, recusou-se com o suicídio a ser derrubado pelo golpe militar. Eram os mesmos militares guardiães da democracia. Outra vez inspirados pelos americanos, sob o comando do embaixador Berle Jr.

    Imposta ao golpismo a posse de Juscelino, eleito com legitimidade, seguiram-se cinco anos em que a dissolução quase pacífica de dois levantes militares consolidara o sentimento de estabilidade institucional e democrática. Não havia mais ambiente para golpes, no país que crescia e se projetava com a pujança sintetizada em sua nova capital. E assim foi –por oito meses. Em agosto de 61, na renúncia de Jânio Quadros, o golpismo militar recusa a posse do vice João Goulart, sendo derrotado pela rebelião gaúcha do governador Brizola.

    Sem gentilezas

    O golpe de 64 foi a retomada vitoriosa do golpe derrotado em 61, que, por sua vez, tentara continuar o golpe incompleto, em 54, contra o getulismo, suas teses nacionalistas e de menor desigualdade social. Lá estavam, cabelos brancos e barrigudos por trás das armas, aqueles militares jovens e de meia-idade que chegaram da Itália como vanguarda do “Exército pela democracia”.

    O cinquentenário de 64 mostra-se como um brado uníssono de “ditadura nunca mais”. Talvez seja assim. Mas só poderá ser se consumadas duas condições.

    O ensino das escolas militares precisaria passar por reformulação total. A do Exército, mais que todas. Nas escolas militares brasileiras não se ensinam apenas as matérias técnicas e acadêmicas apropriadas para os diferentes ramos da carreira militar. Muito acima desse ensino, as escolas militares ocupam-se de forjar mentalidades. Uniformes, planas, infensas à reflexão, e, por aí já está claro, ideológica e politicamente direcionadas. São produtos criados ainda para a Guerra Fria.

    É por isso que se vê, há tantos anos, tão igual solidariedade e defesa dos atos e militares que, para a lei e para a democracia, são criminosos, muitos de crimes hediondos e de crimes contra a humanidade.

    As escolas militares não preparam militares para a democracia.

    Outra condição é que se propague a noção de soberania, tão escassa nos níveis socioeconômicos que influenciam a condução do país. Em seu artigo na Folha de ontem [terça-feira, 31/3], o embaixador Rubens Ricupero contou de documentos por ele vistos, na Biblioteca Lyndon Johnson, em que os “reformistas” conduzidos por Roberto Campos, no governo Castello Branco, sujeitavam aos americanos até a revisão do currículo escolar (ver “Minha história de 1964“). Se a imaginação conseguir projetar a mesma conduta para o sistema financeiro privado, por exemplo, pode-se ter uma ideia dos obstáculos que a construção do desenvolvimento brasileiro enfrenta.

    Nunca mais? Pode ser. Ou: depende. O certo é que a história não faz gentilezas.

     

     

    1. Bem lembrado, Luiza

      A história não faz gentilezas.

      Palavras do professor João Quartim de Moraes: «Perante a memória histórica do povo brasileiro, cometeríamos, entretanto, a pior das infidelidades, a traição à memória de nossos mortos, se consentíssemos em pagar, pelas boas relações com os militares de hoje, o preço do esquecimento dos crimes cometidos pela ditadura».

      Vivemos um grave  conflito não resolvido. Não resolvemos nossa transição democrática. A lei de anistia garante impunidade aos criminosos militares e civis. Os militares que disseram ”Não” aos golpistas não foram reabilitados. O general Carlos Bolivar Goellner declarou: “Não há nada de que retratar-se, não há nenhum erro histórico, a história não comete erros”. Esse oficial mediocre usava calças curtas em 1964, prova evidente que não houve depuração ideológica entre os quadros militares unidos na reivindicação do terrorismo de Estado e contra a reconstrução da Verdade. Para o general Mourão, também do Sul, o exército não é uma instituição pública, com deveres estritos e regulados por lei, é priveé. O limitado general Antonio Hamilton Martins Mourão, que não me surpreenderia se caminhasse de modo intermitente por não conseguir mastigar chiclete e caminhar contemporaneamente, foi agraciado recentemente com a Medalha Negrinho do Pastoreio, para personalidades que “prestam relevantes serviços em favor das pessoas, do Estado ou da Pátria”. O conflito não resolvido deu nisso. Vale lembrar o grave incidente de outubro de 2004 quando o Centro de Comunicação Social do Exército publicou nota no Correio Braziliense justificando a tortura de prisioneiros políticos durante a ditadura. O comandante do exército da época era chiquinho Albuquerque, aquele que no dia 1º de março de 2006, mandou parar um avião na cabeceira da pista para retirar dois passageiros e embarcar, com sua mulher, no lugar deles. Arrogância e abuso de poder. Esse energúmeno evocou semanas depois o ”incontestável apoio popular” ao golpe de 64 e exortou os brasileiros ao dever da democracia!!!!

      A reportagem “Livro do Exército ensina a louvar ditadura”, publicada na Folha em 2013, motivou um artigo do jornalista Urariano Mota. Dizia ele: «Penso nos jovens dos Colégios Militares obrigados a decorar algo como uma História vazia e violentadora, a que chamam História do Brasil – Império e República, de uma Coleção Marechal Trompowsky. Da Biblioteca do Exército. O nome, a origem, o Marechal, por si, já não garantiriam um bom resultado. (…) Uma breve pesquisa aponta que esses livros servem a um ensino orientado pela Diretoria de Ensino Preparatório e Assistencial (DEPA), criado em …1973, sim, naquele inesquecível ano da ditadura Médici. (…) E não se pense que tal ensino está à margem da lei, não. Ele se apoia em um certo Art 4º do R-69. A caserna legisla. Mas não é assim, sem nada, pois a DEPA organiza a proposta pedagógica “de orientar o processo educacional e o ensino-aprendizagem na formação de cidadãos intelectualmente preparados e cônscios do seu papel na sociedade segundo os valores e as tradições do Exército Brasileiro” (Grifo do seu documento). Que valores seriam esses, além das idéias anticomunistas do tempo da ditadura?  Penso agora nesses jovens dos colégios militares mantidos com os olhos vendados, pois deles se oculta a violência e o terror sofridos por outros jovens, tão brasileiros, generosos e heróicos quanto eles hoje».  —  Olimpiadas do Rio. O Estado Maior das FFAA vai capitalizar as imagens de jovens atletas militares batendo continência à bandeira para fazer esquecer, aos de hoje, os jovens iguais a estes que eles massacraram porque eram idealistas e respeitavam, de verdade, a nossa Bandeira e lutavam por um Brasil soberano.

  8. Vou comentar brevemente,

    Vou comentar brevemente, reproduzindo parte do brilhante comentário de Rui Daher: “Creio que seus textos (de Jânio de Freitas) são tão complexos e profundos, que nem os editores da Folha consigam entendê-los e censurá-los. Ou falta-lhes coragem.”

    Se observarem, Rui Daher diz exatamente o que eu escrevi em comentário que já postei neste blog. Jânio de Freitas é sábio, sutil, elegante e certeiro nas críticas que faz. Se falta a ele a contundência que o momento exige da crítica política (que deve ser de aguerrida defesa da democracia de denúncia do golpe e dos atores que o perpetram – policiais federais, procuradores do MP, juízes federais, ministros do STF, parlamentares e PIG) sobram-lhe equilíbrio, ponderação e sabedoria. 

    Jânio de Fritas foi o único jornalista político a dar um ‘passa-fora’ em Joaquim Barbosa, colocando o ex boquirroto presidente do STF no devido lugar. Que outro jornalista teve ou tem coragem de sustentar a crítica que ele fez a JB e não recuar um mm nem perder o emprego?

  9. Evidências:o estágio em que o Brasil de fato está

    As vezes me passa pela cabeça que estão colocando alguma “substancia” na água da população ou, entao, sendo liberada no ar alguma “onda” ou “algo” capaz de produzir certas consequenciass..

    Talvez a evidencia do estágio em que o Brasil de fato está seja tão explícita que dói menos nao admitir ou mudar de assunto..

    Será mesmo que esse texto do Janio sugere, ainda que sublinarmente, o que segue: o ódio; o oportunismo; a autofagia; a abordagem economica com vies de descontruir/destruir avanços adquiridos na área do conhecimento; que o seu texto dissimula a sua pretensa boa intenção democrática; que, por ser do Conselho Editrorial da Folha e,por isso, parte interessada, levaria-nos a imaginar que ele “socializa o pensamento, para capitalizar argumentos”?

    O que voces acham?

    1) um lê o artigo e começa a análise chamando atenção ao que ele chama de “equívoco relevante do Janio de Freitas” ao alegar que Janio alterou o ditado/bordão”, alega que Janio é contra o Poder judiciário, que supostamente defende a impunidade dos seus “herois”;

    2) o outro diz que “Jânio ao ser crítico é autofágico ao reduzir o Brasil apenas ao crescimento da industria automobilística. Assim descarta todo o conhecimento produzido,  Acho que o Brasil não é apenas industria automobilística, e o Brasil  andou muito nos últimos anos [discorre sobre os avanços na produçao deconhecimento, criação de universidades, escolas técnicas, tecnologia..] diz que “não é uma defesa política ou de governo, mas sim uma critica a esta autofagia que destroi tudo que é construido.”, concorda “que não há ainda a maturidade,  ou mesmo que a pasteurização ocorrida nos ultimos anos afetou o mundo inteiro, que ve agora numa europa dita civilizada, o crescimento das velhas doenças da xenofobia do preconceito e da falta de humanidade e solidariedade , ou nos Estados Unidos a figura de Trump bradando contra os estrangeiros. Vemos em nossas ruas o crescimento da intolerância e da ignorância liderada por um jornalismo e um sistema de comunicação pernicioso, que tem sim objetivos bem precisos. Mas   neste sentido Janio parece ecoar este mesmo mantra. que é  a destruição de qualquer  coisa que tenha sido construido.  Matar a história é o primeiro passo para qualquer golpe.  A violencia das velhas castas só se auto justifica se reafirmar que a plebe ignara  não vale nada.

    3) aí vem outro e diz que “é triste observar que ele[Janio] também alimenta esse bordão de ódio, no qual a imprensa foi submetida pelo poderoso status quo que coopta a consciencia e a joga na mesma vala comum de seus pares.” e conclui “Final de carreira mais triste.”(!);

    4) outro, em resposta à esse(3) que supôs que Janio estaria em triste final de carreira diz: que “Jânio é do CONSELHO EDITORIAL da Falha”, e que “Todos os dias ele assiste, ouve e participa das reuniões que ditam os rumos das notícias, das capas e das estratégias que se seguirão, dia a dia, a promover o ódio a um partido (e por consequencia o ódio a toda a política)” e termina concluindo que Janio “desfigura completamente sua pretensa boa intenção democrática.”;

    5) aí vem outro e reponde a esse (4) que Janio “é meio atrapalhado”;

    6) outro diz “Respeito-o, mas não aceito sua submissão a linha editorial do qual é parte interessada. Como “sou uma duvida ambulante”(Mino Carta)  fico a imaginar: “socializa o pensamento,  para capitalizar argumentos”

    Alguém aí entendeu mais alguma outra coisa? O choro é livre…

     

    1. Prezada Luzia Boa noite Vamos

      Prezada Luiza

      Boa noite

      Vamos continuar lendo o Janio aqui no GGN, (gratissimo ao Nassif), visto,  que não acesso os portais dos Frias,  e fazer o que a maravilhosa internet nos permite,  que é, emitir opinião, com todo respeito é claro, afinal, como bem terminou vosso comentario, o choro é livre.

      Abração

       

    2. Daqui há 50 anos…

      Já que temos que perceber a história para errar menos, no futuro não será difícil resgatar que Jânio estava complacente sentado no seio editorial do golpismo midiático ao mesmo tempo que bradava por mais democracia e apelava por mais respeito aos direitos civis, tudo que seus pares conselheiros negam no dia a dia da Barão de Limeira.

      Em tempos de delações espremidas, suponhamos o seguinte diálogo captado nas salas envidraçadas ao lado das incessantes rotativas da FSP:

      – Seu Frias, entendo sua posição político partidária, mas nossa editoria está extrapolando o limite razoável do jornalismo democrático e imparcial que marcou historicamente nossas edições. Creio que estamos perdendo credibilidade junto a nossos fiéis leitores, visto a queda de assinaturas dos impressos e a repercussão que observamos na rede livre… E percebo que, afinal, estamos a reproduzir movimentos pouco legítimos que, tempos atrás, contribuiram para romper regimes democráticos pela força da manipulação dos fatos e (…)

      – Ora, ora, Jânio, vc já está velho para saber do que se trata o meu negócio. Não precisamos perder tempo aqui na redação para debater a história deste país, muito menos a efetividade comercial de resultados negativos sazonais. Aqui não é uma S.A. Este conselho não discute a democracia percebida dos outros. Estamos aqui para dar continuidade ao que definimos enquanto empresa de comunicação que quer influir nos rumos do país, de manter a fluidez dos capitais livres de interferência estatal, e temos nossa estratégia para contratos futuros e acordos bem definidos para isto. Segue a pauta…

      É disto que falo, Luiza… O texto do Jânio é ótimo, sua posição de “quase conluio editorial”, não… Afinal, já basta de republicanismos, né não?

       

    3. Eu sou o 2

      Luiza

      Gosto de ler o que escreve e não sou destes que se melindra com críticas. mas de fato acho que existe uma autofagia. Jânio foi muito direto ao resumir o Brasil à industria automobilística. Talvez ele quisesse ser metafórico, pois os congestionamentos são sem dúvida um legado do maior consumo. Talvez quisesse ser metafórico, quando sintetiza nos congestionamentos, um certo esvaziamento mental presente no  consumismo doentio. Talvez haja até uma outra interpretação. Mas metáforas são contextuais, e chamo atenção para o contexto onde se vê uma imprensa sedenta para matar a história recente deste país e isto de fato me incomodou no texto de Jânio. Jânio que continuarei a ler, a respeitar e a gostar e em algumas poucas vêzes também criticar.

  10. Lógica da servidão: a lei do menor esforço

    O cérebro virou suco, Nassif, pode crer. Entre o caminho e o desastre tão bem descrito pelo Janio [atenção especial aos prenúncios de repetição destacados por ele], percebe-se que vamos é entregar a rapadura, porque a omissão ou nao reflexão provou ser regra e o história nao perdoa nem faz gentilezas, só vítimas. Conseguiu-se produzir uma sociedade tão medíocre, tão cega e tão desprovida de toda e qualquer percepção que, acho, só haverá redenção, mesmo, é para os velhos e doentes  pelo simples fato de que eles, pela lei da natureza, deixarão o cenário antes e, portanto, sofrerão por menos tempo. A liberdade e a democracia não cabem na cabeça de qualquer um. O espírito tem ser grande e o preço é alto.

    Mas, apesar de todo esforço empreendido para alienação geral da nação, nao conseguiram cegar a todos e Aldous Huxley anteviu, enquanto o nazi-fascismo ascendia, em Admirável Mundo Novo

    “Um Estado totalitário realmente eficiente seria um no qual os todo-poderosos mandantes da política e seus exércitos de executivos controlam uma população de escravizados que não precisam ser coagidos, porque eles adoram a sua servidão.”

    Escravidão: sf Que se sujeita ou tende a se sujeitar a um poder arbitrário (déspota); sujeição: a escravidão no Brasil. http://www.dicio.com.br/escravidao/

    Percepção: s.f. 1. Impressão; capacidade para discernir; juízo consciencioso acerca de algo ou alguém: é necessário entender a percepção do certo e do errado; 2. Assimilação ou compreensão feita através do sentidos ou da inteligência: percepção do sofrimento; percepção do clima; 3. P.ext. Intuição geralmente de teor moral: percepção entre o bem e o mal; 

    Antônimo de Percepção: é o contrário de: ignorância e inépcia http://www.dicio.com.br/percepcao/

    Ignorância: s.f. 1. Condição da pessoa que não tem conhecimento da existência ou da funcionalidade de algo: ignorância dos acontecimentos contemporâneos; 2. Estado da pessoa desprovida de conhecimentos; sem cultura; condição de quem não tem estudo: ignorância literária. http://www.dicio.com.br/ignorancia/

     

     

     

     

  11. A cabeça das pessoas está nos anos 50, não o mundo

    O artigo toca em um ponto de todo procedente: parece que estamos de volta aos anos 50. O discurso das pessoas ecoa velhos chavões daquele período, tecendo teorias conspiratórias que afirmam que os gringos estariam dispostos a se apropriar do nosso petróleo e que as denúncias de corrupção são conspiração para derrubar o governo.

    Mas é preciso lembrar: quem está nos anos 50 é a cabeça dos comentaristas. O mundo avançou muito desde então. Não há mais guerra fria. Não há mais conspiradores em nossas forças armadas, e a república do Paraná não é igual à república do Galeão – ao contrário, tanto os juízes quanto os delegados da Polícia Federal foram indicados pelo próprio PT. O discurso do petróleo é nosso é um anacronismo neste mundo globlizado, onde mais importante do que ter o petróleo é ter o dinheiro para comprá-lo.

    O fato de nossos comentaristas repetirem chavões dos anos 50 mostra bem como essa nossa parte do mundo parou no tempo e está saindo da História. Nessa mesma História onde entram os novos países emergentes da Ásia, aqueles que eram mais pobres do que nós e hoje nos fazem comer poeira; o futuro pertence a eles, a nós pertence os anos 50, que deles façamos bom proveito!

    1. Fiquei sabendo agora por você

      Fiquei sabendo agora por você que o governo e o PT indicam juízes de primeira instância e delegados da Polícia Federal, sempre achei que eram cargos preenchidos por concurso público.

      1.  
        Eh Paulo, eu também não

         

        Eh Paulo, eu também não sabia disso. Inclusive não soube, que, com o advento da globalização e sobretudo, com a extinção da guerra-fria. Não me disseram nada cara!  Mas, como isso não vem ao caso. Não obstante, notícias que vieram a lume após vencido os prazos de confidencialidade dos documentos mantidos no Departamento de Estado dos americanos onde se confirmava a suspeita que tinhamos da presença da IV Frota Naval USA de prontidão nas proximidades da costa brasileira. Agora, esse rapaz diz que não é nada disso, Aquilo não ocorreu, tudo foi fruto de ilusionismo dos subversivos vermelhos, gerado por uma síndrome da “teoria da conspiração”.

        Agora tomo conhecimento que não foram eles que farticularam, financiaram e deram cobertura ao golpe de 1964. Então, veio de Moscou a ordem para depor o governo de João Goulart, Além disso, Washington não invade nem bombadeia mais nenhum país para se apropriar de suas reservas de petróleo.

        Então tá .

        Orlando

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador