O contexto maior, por Luís Fernando Veríssimo

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
[email protected]

de O Globo

Coluna do Veríssimo

O contexto maior, por Luís Fernando Veríssimo

Mais do que em qualquer outro confronto, na luta pela Petrobras, e por tudo que ela simboliza além da exploração de uma riqueza, se definem os lados com nitidez

Recomenda-se a desiludidos com a atualidade em geral e com o PT em particular a procurar refugio no contexto maior. O contexto maior não absolve, exatamente, o contexto imediato, a triste realidade de revelações e escândalos de todos os dias, mas consola. Nossa inspiração deve ser o historiador francês Fernand Braudel, que — principalmente no seu monumental estudo sobre as civilizações do Mediterraneo — ensinou que, para se entender a Historia, é preciso concentrar-se no que ele chamava de la longue durée, que é outro nome para o contexto maior. Braudel partia do particular e do individual para o social e daí para o nacional e o generacional, se é que existe a palavra, e na sua história da região, o indivíduo e seu cotidiano eram reduzidos a “poeira” (palavra dele também, que incluía até papas e reis) em contraste com a longue durée, o longo prazo da história verdadeira. Assim na sua obra se encontram as minúcias da vida diária nos países do Mediterrâneo mas compreendidas sub specie aeternitatis, do ponto de vista da eternidade, que é o contexto maior pedante.

Do ponto de vista da eternidade nada do que está sendo revelado, em capítulos diários, sobre o propinato na Petrobras e os partidos políticos que beneficiou deixa de ser grave, mas é impossível não ver o cerco à estatal do petróleo no contexto maior da velha guerra pelo seu controle, que já dura quase 70 anos, desde que a Petrobras venceu a primeira batalha, a que lhe permitiu simplesmente existir, quando diziam que nunca se encontraria petróleo no Brasil. Mais do que em qualquer outra frente de confronto entre conservadores e progressistas e direita e esquerda no Brasil, na luta pela Petrobras, e por tudo que ela simboliza além da exploração de uma riqueza nacional, se definem os lados com nitidez. A punição dos responsáveis pelos desvios que enfraqueceram a estatal deve ser exemplar e todos os partidos beneficiados que se expliquem como puderem, mas que se pense sempre no contexto maior, no qual a sobrevivência da estatal como estatal, purgada pelo escândalo, é vital.

Fernand Braudel viveu e lecionou no Brasil. Não conheço nenhum texto dele sobre sua experiência brasileira. Seria interessante saber como ele descreveria, ou preveria, hoje, a longue durée da nossa História. O que significaria, na sua avaliação, o longo dia no poder do PT? O contexto maior tudo perdoaria ou tudo justificaria? Enfim, o contexto maior de todos é o Universo, que, no fim, engole todos os significados. O que também não é um consolo.

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

35 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Não sei se por mera

    Não sei se por mera coincidência, mas entre todas as pessoas que conheço, as mais preocupadas com a “corrupção na Petrobras” são justamente as que jamais alcançariam a nota maxima num concurso de etica e honestidade.

    Incomodado por tanta hipocrisia, procurei uma solução para me proteger desse discurso recorrente e repetitivo.

    A pessoa começa e eu ja vou logo perguntando se sua “indignação” foi igual quando tentaram mudar o nome da estatal para Petrobrax.

     

    1. Ou quando venderam 180

      Ou quando venderam 180 milhões de ações na bolsa de nova iorque. Ou quando fizeram uma privatização branca da petrobras, com a alteração da lei de monopólio estatal do pretróleo.

  2. Uma coisa é surgir no Brasil

    Uma coisa é surgir no Brasil uma investigação policial contra criminosos envolvidos dentro e fora da maior e mais necessária Empresa do nosso país, que desde seu início sofre para se pôr em pé, embora se destacando ao longo da História por seus inúmeros feitos. A outra, é o MP do Paraná, sob a batuta de um único procurador, sentindo-se dono da verdade, conduzir esse processo, no seu estado de origem, quando, em realidade, pelas delações premiadas, os “n” nomes arrolados pelos bandidos, estão dispersos pelo Brasil afora. Por que os incriminados de SP, do RJ, de MG, por exemplo, tem que seguir para o Sul se em todos os estados existem MP’s, com procuradores capazes para tomar esses depoimentos? Ao contrário do que seria normal a cada dia u ou alguns tem que sair de algum recanto do Brasil pra viajarem, pra cumprirem as ordens de Sérgio Moro, como se tivesse mesmo que ser tudo um espetáculo. Lembrando aquela palhaçada de JB, que no dia 15 de Novembro, deslocou condenados, algemados, em aviões brasileiros para a Papuda. O que foi aquilo, senão um teatro dramático? Depois daquele julgamento do mensalão os juízes passaram “a se achar”. Querem aparecer a qualquer custo. E, pior que isso, tomam decisões autoritárias, de preferência as mais truculentas, daquelas que fazem sangue correr, como nas ditaduras, porque é assim que eles querem ser vistos pela imprensa maldita, que tem por princípio fazer escorrer mais veneno para um público incauto, sem meios para discernir o joio do trigo ou porque simplesmente detestam uma sigla partidária e engolem qualquer coisa que seus eleitos disserem, tomados pela força do ódio, da frustação da derrota nas urnas.

    Dilma diz que a Petrobrás é maior que qualquer escândalo, e que dela devemos manter o orgulho de sempre. Claro está que dois diretores bandidos da empresa não podem ser causa para o desmonte de uma das maiores petroleiras do mundo, com um número imenso de funcionários concursados, técnicos exelentes, incluindo os dois diretores-bandidos, que preferiram o caminho mais fácil para se tornarem bilionários com suas trapaças. 

    No mesmo sentido, pensa-se no que será a Petrobrás, que por meio de licitação, ditadas por decreto de FHC, vem de há muito contando com os serviços das maiores empreiteiras, quase todas agora arroladas no processo da Operação Lava a Jato. As obras foram inciadas, e estão à mostra por todo o Brasil, muitas delas hoje paralisadas em razão dos escâdalos. Já se fala em contratar empresas estrangeiras para tomarem lugar daquelas. Não vem o caos que isso acarretaria em um grau muitas vezes maior do que estmaos assitindo. Quantos brasileiros, que já estão com os dias contados para serem demitidos, e quantos mais serão com a entrada de estrangeiros? O que sobrarão dessas empresas se a conduta do MP nã tiver o sentimento necessário pra enxergar os interesses do povo trabalhador e do Brasil. 

    Infelizmente a oposição, que governou o Brasil, pretendendo vender a Petrobrás com argumentos pífios, como fez com a Vale, sente-se confortável com esses escâdalos, em especial por estar o PT diuturnamente nas manchetes como o principal partido envolvido nas maracutaias, ao lado de Veja e da Globo, dará o máximo de si, para, ao fim e ao cabo, a Petrobrás venha a ser a Petrobrax. 

  3. Veríssimo sempre lúcido

    Veríssimo é uma ilha de lucidez no PIG. Como escritor no PIG (e não do PIG), é claro que ele precisa escolher bem suas palavras. Mas é fato notório que ele deu um belo tapa com luvas de pelica na cara de seus patrões e de seus colegas colunistas. É fato também, que muitos setores progressistas estão sim insatisfeitos com o atual governo, vide os textos da blogosfera. 

    A Petrobrás é o maior paradigma da independência brasileira. Um país-continente como o nosso precisa ser independente. Somos, ou poderíamos ser, auto-suficientes em praticamente tudo. Por que não lutarmos por isso? A bandeira do nacionalismo precisa ser reerguida, precisamos nos unir em prol de uma visão nacionalista, defendendo nossas riquezas, desses que dizem nos defender, mas que, na verdade defendem os interesses transnacionais, o capital especulativo, que, como praga de gafanhotos, devoram populacões inteiras e deixam para trás somente a terra arrasada.

  4. Contexto

    Verrisimo, deixa a pensar que anda contaminado pela velha imprensa brasileira. Parece também contaminado pelo pensamento médio de justiçamento vingativo que assola por esses tempos a terra brasilis. Tempos em que o PT esta no poder. A sua demanda de que todos os partidos benefeciados se expliquem é inocua. Ele sabe, nos sabemos, ha sempre uma maneira de legitimar uma injustiça. Todos os partidos não são iguais em tratamento pelo proprio jornal, onde assina suas colunas. Um grupo de Comunicação sem escrupulos, o qual interferiu nos governos democraticos, dando sustentação e articulando golpes, entre outros mal feitos. O mesmo jornal que era contra a criação da Petrobras, e depois obrou para que a Petrobras fosse criada num consorcio com americanos. Quando fala em “longo dia no poder do PT”, o que dizer dos longos anos do patronato no poder ? Não veio dai, toda a corrupção agora “descoberta”? Esse é o contexto maior, essa é – por hora – la longue duréé em nossa historia.

    E de toda forma, a ironia de Verissimo, nesse contexto, fica prejudica pelo conjunto da Opera. 

    1. Minha querida, leia de

      Minha querida, leia de novo!

      Pior que a direita virulenta é a esquerda obtusa e/ou a esquerda aparente (a que se afirma esquerda por uma questão de modismo e afirmação intelectual , aquela onde pontifica a Dona Marta, e que, até inconscientemente, constroi a própria derrota, já que no fundo, quer que tudo continue como está, para manter intocados seus privilégios que seu discurso cuidadosamente oculta).

    2. Alto lá !

      Vamos separar Luís Fernando Veríssimo dos veículos da Imprensa Velhaca para os quais ele é muito bem pago para escrever, sem limitações, porque atrai muitos leitores.

      Se os caras pagam para ele escrever o que quiser e , no caso, defender a Petrobrás, ele não tem que ficar se culpabilizando por exercer o seu ofício neste ou naquele veículo de comunicação, nem sequer, dar satisfação a patrulhamentos.

      1. Alto ca!

        Não quis patrulhar o Verissimo (de quem gosto), mas lembrar que esse novo moralismo, essa vontade de atacar a corrupção (quem é contra?), so esta acontecendo agora, neste contexto politico. E se é para contextualizar, vamos contextualizar também os Meios e suas finalidades. 

  5. E quando bem lá na frente nos

    E quando bem lá na frente nos debruçarmos sobre a história do período que estamos vivendo sobrarão bem poucos nomes de intelectualidade brasileira que se insurgiram contra a infâmia e a indecência  . Luiz Fernando Veríssimo é um deles.

  6. Ainda é cedo, pois estamos

    Ainda é cedo, pois estamos apenas no terceiro comentário, mas

     a Maria Luisa saiu na frente e deve dar o contraponto fortissimo

    ao texto do grande Veríssimo.

  7. Creio que a única coisa que
    Creio que a única coisa que faltou ao Veríssimo, foi incluir no “longue durre” brasileiro a velhíssima mania da direita de usar um suposto combate à corrupção para derrubar governos trabalhistas

  8. verísimo aborda o  ponto

    verísimo aborda o  ponto crucial.

     o uso da corrupção pra fins escusos, como a privatização da petrobrás….

    e por tabela, a tentativa de derrocar o governo, acho.

    cobrar de eríssimo uma visão partidária -pró pt, por exemplo –

    é querer demais.

    pois ele é um dos únicos intelectuais brasileiros importantes que se

    posiciona de vez em quando de forma mais  abrangente

    e sem essa mania de criminalização de tudo…

    na história de longa duração, ele permanecerá  passarinho,

    os outros passarão, como diria seu conteraneo mário quintana. ….

    aliás, por falar em história verdadeira, a longo prazo, o pt leva uma vantagem…

    a história talvez o redima…

    por exemplo, uma dia o tal do mentirão será esclarecido de forma clara e evidente.

    foi uma farsa porque barbosa escondeu uma prova que beneficiaria os condenados.

    várias criminalizações e críticas ao pt e aos movimentos sociais cairam  por terra com o tempo…

    então, o tempo talvez não humilhe o  pt, ao contrário dos vriminalizadores de hoje,

    que irão certamente para o lixo da história….

  9. Narcisismo ou o quê?

    Veríssimo desfilando certa erudição. Ele fica melhor no humor. Tal texto, valendo-se da longue durée de Braudel e aplicando-a ao caso Petrobrás, para mim, é mais uma manifestação narcísica do que propriamente uma tentativa de análise (ou algo próximo). Braudel e sua longue durée ignora que a ação dos sujeitos políticos repercute no correr da História, nas decisões dos atores sociais do futuro. Exemplo simples disso é a disputa pela versão dos fatos, pela narração da História. Se Veríssimo, para demonstrar erudição em termos de estudos históricos da longa duração, recorresse pelo menos à escola dos Annales, citando, em vez de Braudel, Roger Chartier.

    Mas poderia ter sido mais simples: bastava desmascarar o modus operandi das grandes corporações do petróleo e seus vassalos nacionais — daqui, dos países do Oriente Médio, da Venezuela, do México, da Noruega. O leitor entenderia melhor o que ocorre no Brasil à luz, não da longue durée, mas da articulação destas corporações e seus agentes públicos nos últimos 70 anos.

    1. Veríssimo não desfila

      Veríssimo não desfila erudição. É um erudito. E o melhor texto do país.  Ninguém consegue fazer um humor refinado  sem uma grande erudição.

    2. Manifestação narcísica? Do
      Manifestação narcísica? Do Veríssimo?

      Ele não necessita disso. E, para além, erudição é uma conquista e não um catálogo. Só a tem realmente quem a sabe usar: para quem e quando. Ao leitor médio do Globo – eu incluida – é a mensagem apropriada, pertinente, na justa medida. E que aponta, sem acusar. Demonstra, sem ofender. Ou seja, um texto valioso.

      Tivéssemos um punhado de Veríssimos …

  10. O Contexto maior – bola que
    O Contexto maior – bola que o LFV levanta mas não chuta – é o endividamento externo que, no caso Brasil, a conta petróleo capitaneou até 2012.

    Petróleo, petro-elo entre endividamento e dessoberania, ou entre FMI/BM/Agências de risco e corda no pescoço dos países enforcados.

    Não custa lembrar: os tantos tipos Soros, megamultiformes promotores da morte via ruina financeira e/ou guerras, quando atuam pelo mundo para o controle do petróleo, apenas cuidam de seu negócio principal: especular e manipular ( arruinar, quando for conveniente) as economias nacionais através dos títulos de dívida externa de suas carteiras.

    Ganham a vida arruinando países porque sabem que seu Super-herói FMI os virá salvar na hora do agá. Vide Grécia. Que agora diz não a mais desses empréstimos-corda.

    Ou veja-se a ucrânia à beira da ruína, Ucrânia de que apenas um dentre os tantos megaespeculadores usamericanos detém US$7 bilhões em títulos de divida e, agora, espera que o FMI venha realizar seus lucros.

    Aqui, esse “Contexto geral” tem um só detalhe muito incômodo para os mega-interesses: o “cara” que tirou o Br desta ciranda de endividamentos externos. O “cara”, seu partido, sua sucessora.

    Toda a “oposição” (ao Brasil, mas isso a imprensa-a-negócios e políticos jamais confessarão) precisa muito que voltemos a ser um paiseco endividado.

    Defender a petrobrás: Isso vale um Brasil.

  11. Ahá, seu sabia que o pterolão

    Ahá, seu sabia que o pterolão era uma linda cortina de fumaça de fumaça, tendo por trás não o amor ao vil metal de diversos atores (empresas corrutoras, empregados corruptos e o caixa de alguns partidos), mas a vontade inconteste de  dar as condições para que a Petrobras seja privatizada. Porcos capitalistas!

  12. “Eurodito”

    Muitas vezes o Eurodito, escrito, ou sacado, esconde uma remota possibilidade de ressus-citar Pilatos… Sou mais o Prometeu que roubou o fogo sagrado, e não tirou onda…

  13. Lugar de entreguista é na cadeia!
    Na batalha de longa duração pelo controle do petróleo, não do petróleo propriamente dito, mas das riquezas que pode gerar, sempre existiu dois grupos. Esqueçamos os rótulos usuais de Conservadores e Progressistas, Direitistas e Esquerdistas e vamos ao que se adéqua, com mais realismo, à esta longa História. Os Entreguistas e os Nacionalistas.

    Os vira-latas, muito bem percebidos por Nélson Rodrigues, sempre desdenharam o que era nacional e sempre se deslumbraram com os estrangeiros do norte. Sempre os acreditaram mais capazes que os locais, sendo, portanto, os únicos merecedores da confiança destes sequelados para manipularem a nossa grandiosa riqueza.

    Incrível, mas é verdade! Não podem acreditar que os estrangeiros irão manipular nossas riquezas com proveito total para nós! Não são idiotas! Logo, não passam de reles entreguistas baratos. Atacam insistente e covardemente na mídia pontos mínimos específicos, mas miram o todo. Destruir o patrimônio nacional é a meta.

  14. Veríssimo, como sempre, um

    Veríssimo, como sempre, um sábio. Curioso é alguém tentar desmerecer a erudição evidente dele. Talvez haja um quê de inveja nesse desdém. E, desde logo, é bom esclarecer que erudição e sapiência não estão relacionadas e que uma não é condição necessária da outra, mas Veríssimo detém ambas as qualidades. Quanto à visão de longa duração, o contexto maior de Veríssimo, é absolutamente necessária para que saibamos escolher nossas boas batalhas. Infelizmente,há em geral uma clara opção, da parcela mais afortunada de nossa sociedade, da visão de curtíssimo prazo, além de dificuldade em relacionar assuntos e interesses que, num primeiro momento, aparentam não ser coincidentes, como a pauta das manchetes da imprensa e a luta pelo poder de verdade (poder de verdade, repito e enfatizo). Por conta dessa característica, certamente um elemento cultural ancestral, algumas coisas simplesmente não são vistas e, ainda que comunicada por um observador mais atento, são levadas à conta de inacreditáveis. Assim, não adianta falar em um projeto político de habilitação econômica, educacional e cultural de uma considerável parcela da população que causa desconforto e é, por isso mesmo, combatida ferozmente pelo estabelecido. Isso não é captado, sendo classificada jocosamente de teoria da conspiração. Não se percebe que a conspiração é totalmente desnecessária, pois há uma ideologia comum estabelecida que serve como convergência natural de entendimentos e comportamentos. Quando se fala em números e estatísticas de fontes confiáveis que revelam avanços, a reação vem em forma de discursos de manipulação e incredulidade. Por outro lado, qualquer acusação, por mais inacreditável que seja, é aceita a partir de argumentos de senso comum. Funciona assim: se todos os jornais dizem que Lula é corrupto, a notícia de que Lulinha é dono da Friboi é verdadeira e não importa a apresentação de provas em contrário. Inversamente, esse mesmo senso comum idiota (na acepção original da palavra) induz à descrença de que os projetos em andamento, que fomentam o desenvolvimento social e que, por isso mesmo, remetem a resultados em médio prazo – dez, vinte anos -, tais como bolsa-família, Prouni, Fies e tantos outros, nada disso importa em comparação com as manchetes diuturnas sobre corrupção. E não adianta falar em corrupção sistêmica, que esteve em todos os governos (inclusive no do sociólogo), em avanço fenomenal no combate à corrupção, na liberdade de atuação da Polícia Federal, da Procuradoria e da Justiça, que finalmente estão levando criminosos poderosos, pela primeira vez nessa magnitudade, à cadeia. É perda de tempo falar que há um interesse geo-político em relação ao petróleo, que já justificou uma invasão a um país soberano, como o Iraque, para o controle de sua economia, e que pode explicar o que estão fazendo agora com a Petrobras. Não invadem o Brasil porque o Brasil não é o Iraque. Aqui a abordagem é diferente: a guerra é underground, quem age são os assassinos econômicos, através da manipulação de biografias e da corrupção do mercado. Para alguns, nada disso importa, só o senso comum produzido pelas manchetes. Contexto maior? Piada. A visão é estreita, não chega à esquina. Assim como tivemos que aguardar um operário chegar à presidência para este país começar a mudar onde efetivamente importa, coisa que os vários presidentes acadêmicos antes dele não conseguiram, tomara os pobres, sem educação formal, na sua simples condição de eleitores, continuem a nos iluminar com a sabedoria popular e a realizar o que os formados em faculdade não conseguem: enxergar a ligação entre o imediato e o futuro, isso que é o contexto maior de que nos fala Veríssimo.

  15. A história e a coragem

     

    Courage to Face True History

     

     

    History is philosophy teaching by examples. ~Thucydides, The History of the Peloponnesian War 

     

     

    the-true-story.jpg

     

     

    Human consciousness and the ability to understand that which really occurred in the past, is a skill that many people have little experience with mastering. Scholarship and researching the yesteryear relies upon analyzing accounts of others and is usually based on chronicles written centuries ago. Most of the original evidence used in writing the accounts may be lost, based upon oral myths or accurate translations of vanished languages. Even when the original sources are impeccable in their authenticity or go unquestioned in the ivory towers of academic scrutiny, the crucial question still remains, Was It So? Attempts to provide definitive proof, when it comes to explaining political events, relies more often on the art of understanding the connection among factions, based within the context of their intended agendas than smoking gun documents.

    At the offset, the axiom that history is written by the victors, applies more to the popular culture then just to stories of military campaigns. Control of the perception of current events is the first stage for formulating the narrative, which will be accepted as the initial draft of history. The means upon which societies are manipulated have more to do with defining acceptable reports, using fictional circumstances and conclusions, then the butt of a rifle.

    Yet, the distracted public mostly views history as recounts of war and power politics.  The popularity of television channels like the History Channel, H2, AHC and the subjects that air nearly 24/7, provide a version of past events that go virtually unchallenged. At the least, this method for a primary overview is more accurate, when compared to the common core education being taught in government schools.

    However, for the most definitive interpretation of the past, the Hollywood extravaganza defines the memory impressions in the movie epics. The ordinary man and woman are not well educated in the depth and range of the human saga. For every dedicated student of former eras, the multitude is content to get their outlook of a different age as well as their attitudes on current affairs from the scripted culture that serves the interests of the elites that rule.

    The deceased broadcaster, Paul Harvey used a signature line, The Rest of the Story. Well, it is one thing to elaborate in detail on the background aspects of a particular incident, but seldom will you find in the mass media accounts that explain the true nature of the institutions and government entities, designed to impose penal governance over the expendable subjects of any country.

    With the fulfillment from centuries of consolidation for global power and domination, popularly known as the New World Order, the forces for technological and debt money enslavement are achieving their nightmare for humanity. Coining the term, Nefarious Warrior Organism that more closely explains the NWO cabal, will not be found in the establishment annals.

    The canard that condemns inquiry into the core elements of the systematic destruction for the planet uses the slur of “Conspiracy Theorist” as the ultimate jab to discredit. Naïve simpletons refuse to do any inquiry on their own, out of fear that they may be tainted with the stain of being cast into the pit of subversives. Pray tell, the essay, There Is No Conspiracy – Only Official Policy illustrates one example of how the MSM, especially The New York Times, serves the interests of ruling elites.

    One need not adopt the speculations of Ancient Aliens presented on H2 to be lumped into the pit of social discontents. Just the notion of questioning the official narrative of the past carries a social risk in the corridors of the global economy.

    Our emphasis in investigation of Forbidden History focuses upon the political accounts that make up a distorted viewpoint of the last several centuries. Western Civilization is under an existential attack, not predominantly by foreign cultures but from the betrayal of the primacy principles of our genuine heritage.

    All moral and political values stem from the cardinal maxim of the sanctity of all life. As this undeniable dogma is being eliminated from the social order, the replacement of divinely created humans are being prepared to accept the Transhumanism Singularity.

    The article, NWO Overman is the Eupraxsophy of Transhumanism concludes with a dare that most probably will turn off those who repel from intellectual inquiry into the past traditions which our world accepted for millenniums.

    “The end of this age is rapidly approaching. What follows does not bode well for humanity under the reign of a Transhumanism world. Salvation for our created human beings from the evil transgressions of the Overman’s hubris requires our humbling before our Lord and Creator. Faith and belief is the alternative to malevolence and despair. Hope in providential intervention is intellectually founded and sound, when compared to the prospects of the DARPA superman. The Elijah Option challenges you. Whom do you serve?”

    Searching to understand the Forbidden History of our age requires the internal fortitude to challenge establishment convention, while maintaining the accuracies of eternal truths. History is often referred to as His Story. The “his” represents the power to invent the chronicle and fabricate meaning of events.

    Courage to face the evidence and corroborate alternative explanations to established accounts is not easy. The slings and arrows that target anyone who dares to dispute the ruling order is a given. Demonization of any contrary storyline that conflicts with the comfort of clichés and tales of self-serving accounts is the price one pays for seeking the truth.

    Several quotations reveal the components that are valuable to maintain and the methods to achieve this quest.

    Remember the portrayal of the Old Gringo in that movie version of Ambrose Bierce? Now read his timeless words.  

    “History: An account mostly false, of events mostly unimportant, which are brought about by rulers mostly knaves, and soldiers mostly fools.” ~Ambrose Bierce, The Devil’s Dictionary

    This perspective is expanded by none other than the author of the renowned Hegelian dialectic.

    “History… is, indeed, little more than the register of the ‘crimes, follies, and misfortunes’ of mankind. But what experience and history teach is this – that peoples and governments have never learned anything from history, or acted on principles deduced from it.” ~Georg Wilhelm Friedrich Hegel, The Philosophy of History, “Introduction,” 1807

    When an American cynic and a philosopher known for German Idealism share a similar regret for the repeat of corrupt actions of rulers, a pattern for judicious distrust for mainstream stories, should be adopted.

    So what approach does a prudent person undertake? Learning the skills of philosophical inquest is the suggestion of George E. Wilson.

    “For me there is no greater subject than history. How a man can study it and not be forced to become a philosopher, I cannot tell.” ~George E. Wilson

    Nevertheless, intellectual inquiry is not enough according to Shailer Mathews who advocated a progressive Social Gospel message.

    “When a historian enters into metaphysics he has gone to a far country from whose bourne he will never return a historian.” ~Shailer Mathews, The Spiritual Interpretation of History

    That far country that Mathews entered into viewed “the clash of civilizations was in reality a clash of different kinds of social experiences and mentalities and the religious ideas that supported them.”

    Developing the bravery to address the elements of Forbidden History is essential to the growth of both temporal and spiritual awareness. Most people avoid such a journey. They never draw upon the courage to enter that metaphysical world, because they are too scared to buck the system or rescind their own denial morass.

    Cognitive dissonance is just too comfortable for most to explore real historic investigation.

    British historian George Macaulay Trevelyan offers the reasonable urging, that people pursue their own growth in intellectual authenticity. However, history shows that most will decline the invitation.

    “History is the open Bible: we historians are not priests to expound it infallibly: our function is to teach people to read it and to reflect upon it for themselves.” ~George Macaulay Trevelyan

    BREAKING ALL THE RULES agrees with our fellow Existentialist, Albert Camus. Rebellion is a reoccurring necessity for Camus. When Camus states: “Integrity has no need of rules”, we are given an insight that few can digest. Their own lack of honesty, principle and integrity allows them to accept the madness that dominates society.

    “The entire history of mankind is, in any case, nothing but a prolonged fight to the death for the conquest of universal prestige and absolute power.” ~Albert Camus, The Rebel

    This immutable reality is rejected by every media gatekeeper or establishment toady on the payroll of the criminals that rule the globe. Forbidden History will offend the timid and outrage the dishonest. Gauging the onslaughts on this publisher only goes to confirm our motto – “Many seek to become a Syndicated Columnist, while the few strive to be a Vindicated Publisher . . .” Forbidden History reveals that exoneration lies in the truth of real historic accounts. Do you have the courage to judge for yourself?

    SARTRE – February 10, 2015

    – See more at: http://batr.org/forbidden/021015.html#sthash.igQaKYyq.dpuf

  16. Veríssimo na mosca, em

    Veríssimo na mosca, em relação ao contexto que estamos vivendo.  A Petrobrás luta contra tudo e contra todos desde 1953 e está aí, ainda a despertar cobiça (cada vez mais) e vai continuar. Não será um grupelho de entreguistas, golpistas, taridores do Brasil que irá interromper a trajetória da empresa e do país. Só estão dando dor de cabeça. Em compensação, vão sendo desmascarados um por um, a cada gesto, decisão, declaração e “aparecimento” sob holofotes. Esqueceram muito rapidamente o triste destino do justiceiro 2012/2014. Parece que não entendem que são vistos como meros serviçais da turma do $ realmente grande e, com esse “status” não entrarão na festa

  17. Contexto menor

    O contexto maior é que a roubalheira na Petrobrás servirá para justificar sua privatização, mas não pela ação de capitalistas e especuladores do imperialismo americano ou qualquer outra entidade etérea usada para domar a militância bovina petista, mas sim pela quadrilha que a tomou de assalto. Aliás uma quadrilha usada para financiar um projeto de poder, petista, simples assim. É triste e patética a tentativa de acobertar os desmandos petistas, e da própria Dilma chefiando o conselho da Petrobrás quando Ministra. É patétita a tentativa de acobertar que o dinheiro da Petrobrás irrigou fartamente a campanha petista para presidente… Enfim, ficamos assim, no contexto maior roubo para o PT finaciar suas campanhas fica impune… no contexto menor ficamos com a VIGARICE como padrão moral do país.

      1. Acho que a expressão

        Acho que a expressão corresponderia ao famoso “mala sem alça”…

        Mas vamos continuar glorificando a iniquidade em prol da salvação dos necessitados. Os descolados devem acreditar nisso, os “malas sem alça” acusam a visão enviesada daqueles que acham que tudo é justificado por um  discurso que inclua os “mais necessitados”. Populismo?? Só de direita…  A esquerda pensa no contexto maior….

        Numa democracia deveríamos julgar os atos e não as intenções idealizadas em contextos extratosféricos, maiores sim, para minimizar a carga opulenta de roubos e mentiras. Em um contexto maior, nossas vidas nada significam diante da imensidão do uinverso! Pena que vivemos sempre em contextos individuais, e nossas vidas, que devem ser valorozas sim, sofrem sempre com os atos daqueles que sempre olham para o infinito.

        O paraíso dogmático dos religiosos pelo menos é dependente de altruísmos e melhoras individuais. O paraíso idilico dos esquerdistas, que enxergam sempre o “contexto maior”, não depende de altruímos e melhoras individuais, depende de sacrifícios coletivos, assassínios de opiniões dissidentes e seus detentores (menos importantes em contraponto aos contextos maiores) –  e nunca sacrifícios pessoais…

        Ah não! Os sacrifícios devem vir sempre da coletividade, alheia e de preferência distante de nossa realidade. Individualmente podemso celebrar conquistas sociais com dinheiro de desvios de empresas burguesas, quem sabe degustando um bom vinho francês. Aliás, como exigir sacrifícios pessoais de ilustres progresssitas – tais como a observância estrita às leis? Não são as leis  reflexos desses moralismos pequenos burgueses… para os progressistas reservamos a condescendência da impunidade em prol de “um contexto maior”… roubam, mas pensam em prol da comunidade!!!!

        Os “malas sem alça” acreditam que exemplos e atos compõem melhor as lideraças, determinam as verdadeiras mudanças. Descolados progresssistas acreditam em “discursos” bonitos… em prol do contexto maior!

        É isso ai… ishtepo!!!!

  18. Vamos ser realistas

    Havia  uma  menina  linda  de  15  anos  na  flor  da  idade …  e  todos  diziam  ela  será  princesa ..  rainha  de  tanta  formosura …  

    Mas  descobriram  que  poderiam  ganhar  muito  dinheiro com  sua  beleza  ..  apenas  a  vendendo  a protituição  …  e  para  isto  pensavam …  ela  é nova …  e  ninguem  saberá ..  o  que  custa  ela  ser  dada  a  alguns  bel  prazeres … em  troca  de  dinheiro  e  amizades …  

     E  assim  iniciaram  primeiro  a  sedendo  para  fotos  ponorgraficas …  depois  a  desfiles   nús  ….  depois  quando  perceberam  o  quanto  dinheiro  poderiam  arrecadar  as campanhas  …  enviaram  as  suas  fotos  com  porcentagens  as  empreiteitas …   

     não  é  grave  …  apenas  para  arrecadar  um  pouco  de  verba  para  algo  a  mais  que  é  a  politica  …  a  filosovia  de  vida  ..  isto  sim  tem  um  valor  maior   …  umas  orgias  com  a  menina  petrobras  não  fará  mau  …  ela  tem  muito futuro  com sua  beleza …  

       E  assim  venderam  aos  pedaços  cada  parte  do  corpo  da  menia  Petrobras ..  como  uma  protistuta …  

        Mas  quem  é o  culpado …  quem iniciou  a  venda  da  garota  ou  quem  manteu  a  sua  prostituição  e  ainda  a  negociou  mais … 

  19. Não dá para acreditar

    Melhor ler qualquer coisa do que ser analfabeto! Será? A cada novo escândalo, a cada novo ato de supremo desamor à Pátria, a cada vilania de que o Brasil é vítima por parte daqueles que deveriam conduzir a Nação na busca pelo bem comum, se levantam as hostes dos defensores do indefensável e com os mesmos argumentos de sempre tentam justificar o roubo, a locupletação e a distribuição do bem público entre os convivas da atual realeza. Tenho lido as mais absurdas opiniões e realmente me questiono se eu não seria mais feliz se ainda desfrutasse do total desconhecimento. A ignorância é redentora. O conhecimento revolta. 
    A desonestidade de nossos governantes é endossada pela desonestidade moral de boa parte da população brasileira. Os argumentos apresentados vão desde o mais cruel “sempre roubaram” ao absurdo “melhor ser roubado do que ser torturado”, como se esta opção estivesse em pauta. O melhor seria ter um governo que não aparelhasse a estrutura de poder contra a nação. Melhor seria ter um governo que não disfarçasse seu viés ditatorial com planos e decretos totalmente contrários à ordem constitucional, disfarçando-os com nomes politicamente corretos como “direitos humanos”, “participação popular” e outras enganações. Melhor ainda seria se não víssemos o país caminhar na direção da catástrofe, conduzido pela incompetência e pela corrupção. Mas não me surpreende a corrupção, não me surpreende a ganância e o roubo. Não me surpreende a incompetência nem a resignação dos ignorantes. Desespera-me a cumplicidade dos instruídos. O que me tira totalmente as esperanças é ler uma crônica assinada por Luis Fernando Veríssimo, filho de um famoso escritor do século passado, e apenas isso, onde o escriba pouco talentoso tenta minimizar a série de escândalos promovida por seus amigos defendendo a ideia de que o Contexto Maior absolve o crime. Na formação que recebi, me ensinaram que o Contexto Maior não é o partido e sim a Pátria. E esta se encontra ferida de morte pelos seus próprios filhos. O mais interessante é que o escriba utiliza para divulgação de seu texto ideologicamente comprometido o veículo de imprensa mais criticado por seus colegas de ideologia. Como todo bom esquerdista corrompido, não dispensa uma boa remuneração! A corrupção não é exclusiva de políticos. Filhos de escritores também são acometidos deste mal.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador