O fim da Copa e o estado de exceção, por Aldo Fornazieri

O término da Copa do Mundo decreta a necessidade de se fazer um balanço do recorte conjuntural ou temporal que se iniciou em junho de 2013, com os grandes protestos (envolvendo inclusiva a Copa das Confederações), e terminou com o jogo entre Alemanha e Argentina no Maracanã. As manifestações de 2013 colocaram em movimento uma conjuntura e um novo processo político que os partidos e os políticos ainda não compreenderam: as exigências de mudanças que a sociedade demanda não são meras trocas de governantes através de processos eleitorais.

O que a sociedade quer é algo que os partidos e o atual sistema político dificilmente serão capazes de oferecer: moralidade na política, redução drástica da corrupção, segurança pública e menos violência, educação e saúde de qualidade, um programa de habitação popular e de saneamento básico, transparência e coerência nas atitudes e condutas políticas, eficiência nas ações dos governantes para responder as necessidades e demandas de curto prazo da população, soluções inovadoras, melhor qualidade de vida, planejamento que projete um futuro mais justo e mais funcional das cidades e do Brasil.

Evidentemente, essas demandas não apareceram em um programa coerentemente formulado pelos movimentos sociais. Mas quem acompanhou os protestos e mobilizações neste interregno de 12 meses pôde perceber que esses e outros pontos programáticos estão postos na ordem do dia. Os protestos que se multiplicaram nesse período geraram uma perda subsrancial de legitimidade das instituições, dos partidos e dos políticos, sem exceções. E é este problema de fundo que os candidatos precisariam responder nessas eleições se pretendem resgatar a dignidade da política e a legitimidade das instituições.

A Copa e o governo

            O governo federal perdeu e ganhou com a Copa. Perdeu porque, politicamente, o ambiente da Copa lhe foi hostil. Foi hostil pelas manifestações de rua, porque o antes da Copa gerou uma imagem interna e externa de incompetência gerencial, porque revelou Dilma como uma figura impopular, porque montou palcos na abertura e no final da Copa para que a presidente fosse vaiada e xingada e porque o governo perdeu a batalha da comunicação em torno dos gastos da Copa, não conseguindo explicar o que é gasto público e o que é gasto privado e que esse gasto não tem uma relação direta com a má qualidade da saúde e da educação.

O que o governo ganhou consistiu em que a realização da Copa, fora do campo, foi um sucesso. Em primeiro lugar, a violência e o apocalipse em aeroportos e nos estádios, anunciado por parcela da imprensa e pela oposição, não aconteceram. A imagem gerada pelo Brasil no mundo foi altamente positiva e isto poderá produzir ganhos futuros. A organização da Copa, a funcionalidade da infraestrutura e a receptividade dos brasileiros surpreenderam positivamente os estrangeiros. Mas este ganho, no fundo, evitou perdas maiores e agora o governo precisará fazer um esforço para traduzi-lo em ativo político e eleitoral.

As manifestações e o Estado de Exceção

No contexto da Copa surgiu também algo muito perigoso para a democracia brasileira. Houve um uso excepcional e excessivo de violência por parte das Polícias, particularmente nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, contra manifestantes. Violência e violação de direitos humanos constatadas pela imprensa estrangeira e pela Anistia Internacional. Invariavelmente, as manifestações foram dissolvidas com bombas, cassetetes e balas de borracha e com táticas militares condenadas pela Comissão de Direitos Humanos da União Europeia. Militantes de movimentos sociais foram intimados a depor nesses dois estados numa clara tentativa de criminalizar os movimentos sociais. Favelas do Rio de Janeiro foram ocupadas por operações de guerra e suas populações sofrem o constrangimento e a violência da presença militar.

O próprio governo federal namorou, equivocadamente, propostas de leis antimanifestações e antiterror. Recuou a tempo. Mas a excepcionalidade não se restringiu às polícias e se estendeu até mesmo ao judiciário. Em São Paulo foi decretada a prisão de ativistas sem provas de que tenham cometido atos criminosos. Na véspera da final da Copa, a polícia do Rio de Janeiro executou 19 mandados judiciais de prisão de ativistas. O judiciário e a polícia dos dois estados acusam os ativistas presos de formação de quadrilha armada sem nenhuma prova ou evidência.

O risco que a democracia corre é o de que se institucionalize e se legalize no Brasil um Estado permanente de exceção, a exemplo do que ocorre em vários países. A legalização da excepcionalidade, que vai dando aparência de legalidade à violência e ao arbítrio do poder público, é um fenômeno que já foi estudado pelo pensador italiano Giorgio Agamben, no livro Estado de Exceção. Diante da constatação de que estaríamos vivendo numa permanente situação de “guerra civil mundial”, Agamben sustenta que o Estado de Exceção tende a se firmar como uma tendência dominante de governo e da política contemporâneos. Medidas de emergência, de sítio e de guerra, que seriam usadas apenas em momentos extraordinários, são incorporadas nos dispositivos legais permanentes dos Estados e nas práticas recorrentes no uso da força e da violência por parte dos organismos de segurança. Esse Estado de Exceção permanente vai se tornando padrão nos Estados contemporâneos.

A rigor, foi isso o que se viu nesse último período de 12 meses em várias situações de conflito no Brasil. A situação é ainda mais alarmante quando se percebe que vários setores sociais clamam pela ação violenta do Estado contra movimentos sociais. Alguns governadores, em busca de votos, avançam o sinal no uso da violência contra protestos de rua. Se esta tendência de excepcionalidade se tornar dominante no Brasil, poderemos ver um crescente e violento conflito por direitos se chocando contra leis e ações do Estado de Exceção. Esta tendência é factível porque grandes parcelas da sociedade brasileira são carentes de direitos. Para conquistá-los terão que lutar, inclusive nas ruas, dada a refração do sistema político, tanto em eficácia governamental, quanto em institucionalização de direitos.

Há que se dizer também uma palavra sobre os Black Blocs. Embora a lógica de suas táticas tenha que ser considerada e suas ações compreendidas e estudadas nos contextos em que elas se desenvolvem, parece inegável que elas, por um lado, afugentam manifestantes e, por outro, municiam de argumentos os inimigos da democracia que visam legalizar o Estado de Exceção. Esse municiamento, certamente, é involuntário, mas o fato é que ele ocorre. O problema é que quando se age politicamente, é necessário levar em conta não apenas os objetivos do agente, mas também as consequências da ação. Caso contrário, a ação pode produzir efeitos contrários aos objetivos iniciais. É o velho dilema da relação entre ética das convicções e ética da responsabilidade.

Aldo Fornazieri – Cientista Político e Professor da Escola de Sociologia e Política. 

            

Aldo Fornazieri

Cientista político e professor da Fundação Escola de Sociologia e Política.

Aldo Fornazieri

Cientista político e professor da Fundação Escola de Sociologia e Política.

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  • Nào foi no contexto da Copa

    Nào foi no contexto da Copa que o perigo se apresentou à nossa democracia, foi muito antes. Quando o estado de exceção atingiu o Partido dos Trabalhadores em seu núcleo central não vi ninguém nas ruas reclamando; ao contrário, assisti linxamentos diários na imprensa, nas redes sociais, fui até cortada de listas de amigos no face por ousar questionar a maneira como foi conduzido o julgamento no STF. Quem pensa que um estado descontrolado vai pender só para um lado está muito enganado; onde passa um boi, passa uma boiada. A justiça que julgou e condenou José Dirceu e Genoíno sem direito a recursos é a mesma que concedeu os mandados de prisão provisória dos "manifestantes". Ou será que esses brilhantes manifestantes confiavam cegamente no estado de direito?

    Mais um detalhe: o segundo parágrafo é sua opinião sobre as tais manifestações,  as quais não significam exatamente o que a sociedade quer. Aquelas manifestações de junho de 2013 não podem ser embaladas no mesmo papel de presente vistoso; se assim fizermos, deixaremos de entender muita coisa. Não é porque parte dos manifestantes ignoram a realidade que nós somos obrigados a fazer o mesmo.

  • Na verdade o estado usa essa

    Na verdade o estado usa essa política de repressão agora para conter o que deixou de combater na criminalidade. 

    A violência dos criminosos infiltrados nas manifestações, a farra da queima de ônibus em São Paulo e outras situações similares causou essa brutalização geral do estado que não consegue agir especificamente nos reais problemas.

  • A SOCIEDADE QUER UM MILAGRE!

    "O que a sociedade quer é algo que os partidos e o atual sistema político dificilmente serão capazes de oferecer: moralidade na política, redução drástica da corrupção, segurança pública e menos violência, educação e saúde de qualidade, um programa de habitação popular e de saneamento básico, transparência e coerência nas atitudes e condutas políticas, eficiência nas ações dos governantes para responder as necessidades e demandas de curto prazo da população, soluções inovadoras, melhor qualidade de vida, planejamento que projete um futuro mais justo e mais funcional das cidades e do Brasil"

    Ora, professor, não há como mudar, transformar a moralidade na política, reduzir a corrupção sem que o povo participe dos partidos políticos. Exigir dos políticos é uma piada. Eles não querem perder seus direitos de fazer o que quiserem. Ter segurança e menos violência importa em um complexo de ações, máxime em um estado federativo, onde a segurança se encontra nas mãos dos estados confederados é uma tarefa árdua e quase impossível, sem uma reforma na Constituição, nas Leis Penas e de execuções penais. Para isto, precisamos eleger melhor os governantes.

    Educação e saúde de qualidade. Ora, a mídia publica diariamente matérias negativas sobre a Educação e Saúde em nosso País. Não há milagres. A educação melhorou e muito, Tenho muito tempo de vida para testemunhar isto. Hoje, um filho de operário, se quiser, Eu me formei advogado lá nos tempos das Trevas Trabalhava de dia e estuda à noite, pagando todas as despesas com livros, mensalidades e transporte. Dorimia apenas quatro a cinco horas por dia. Hoje, nem preciso falar que o governo tem feito em favor daqueles que se interessam em ser alguém na vida, através dos estudos. Assim, é um mito. O cidadão é que precisa ir atrás de seus interesses, pois há muitos meios e e condições possíveis para alcançar a cultura e os conhecimentos necessários para complementar a educação.

    A inexistência de progressos na Saúde é uma outra pregação midiática que pegou no espírito de nosso povo. Ainda este ano, meu vizinho fez uma operação do coração, que ficaria em cinquenta mil reais, pelo SUS e foi um sucesso. Está curado, feliz da vida. Penso que somente os fatos negativos são exaltados e mostrados, nunca as melhorias e conquistas que estamos tendo, inclusive com os Mais Médicos, programa que foi apagado do noticiário dos jornais porque deu certo. Professor, lá nos EEUU, a saúde pública não é um direito do cidadão. A saúde pública lá é bancada inteiramente por plano de saúde. O cidadão somente é atendido em casos de urgência, de resto que se vire. Na verdade, é utópica a possibilidade do Estado, máxime de um PaÍs ainda jovem como o Brasil, jovem na democracia principalmente, com poucos anos de liberdade, ober marcas melhores. Mas era importante reconhecer que décadas e décadas de abandono na Saúde somente poderiam resultar em quadro ruim. Porém, é importante reconhecer que estamos melhorando.

    A Saúde Pública, professor, depende de todos nós. Não só do governo. Temos que ter responsabilidade no voltante, evitando acidentes, que hoje infestam de feridos e com risco de mortes os hospitais. No mesmo plano, os empregadores protegendo seus empregados dos acidentes de trabalho, que causam mortes e inválidos, que são custeados pelos cofres públicos e previdência social.

    A saúde e a educação, professor, são feitas pelos municípiois e pelos estados, com participação, é claro do governo federal, cabendo a todos nós participarmos dos partidos políticos, escolhermos prefeitos e vereadores com competência,homens divorciados de compromissos com a corrupção, pessoas com valores humanos e ideais de vida qur conduza melhoria de vida para todos.

    Programa de habitaçao para todos? Ora, temos atualmente grandes programas habitacionais. Nunca houve tanto empenho e dedicação governamental neste campo. Minha Casa, Minha Vida é maravilhoso, pois é um programa onde o cidadão escolhe o lugar que pretende norar, pode construir a casa direytamente ou comprar aquela que entende possível, dentro de suas condições. Houve intenso e maravilhoso progresso nesta direção e milhões de casas e apartamentos foram construídos. Isto não é verdade!

    Saneamento básico também depende e muito de programas estaduais e municipais, embora tenha visto grande apoio, neste sentido do governo federal. Neste caso, a crítica procede, pois é ainda um dos fatores carentes em nosso País, porém, é de todo evidente, que houve grande abandono neste área em décadas e, de repente, ninguém, nenhum governo poderá sanar esta falha, de repente. O saneamento é importante, é claro, para a saúde, evitando doenças e mortes, principalmente de crianças. No mesmo caminho a coleta de lixo e reciclagem. Há muito que se fazer, mas não se pode parar o País com protestos diários e desnecessários. Bastaria que aqueles insatisfeitos ingressassem em partidos políticos, fizessem seu trabalho junto à população e tentasse mudar o quadro político, principalmente apoio o governo em uma ampla reforma política. O que vemos é um apoio indireto ao neoliberalismo, que poderá triunfar nestas eleições, fruto da inconsequente política de protestos sem pé e sem cabeça, que graça nossas ruas e traz antipatia para o governo.

    Transparência? Nunca houve, por parte do governo federal tanta transparência. Há até um portal criado para este fim. Temos que cobrá-la dos governadores e prefeitos, nunca generalizá-la, apontando para o governo federal, que está dando exemplo nesta direção.

    Soluções de demandas de curto prazo, eficiência administrativa, etc depende, é claro, dos governantes em geral, mas sobretudo do próprio povo. Este, v. gratia, não cobrou melhorias no metrô em S.Paulo, durante décadas e, de repente, quer o passe livre, como se a Prefeitura tivesse o poder maravilhoso de multiplicar os pães. Mesmo a melhoria no complexo da mobilidade urbana é coisa que deveria ter sido feita em décadas e não pode ser exigida de governantes atuais, de repente, como se pudessem ser deuses, que fazem milagres.

    Infelizmente, professor, MILAGRES não existem. A realidade deve ser resolvida no dia-a-dia de nossas vidas e não está tão somente nos braços dos governantes, está na participação dos cidadãos. Há países que os acidentes de trãnsito são quase inexistentes, pois o povo respeita os limites de velocidade, não dirige alcoollzado e tem muita responsabilidade ao volante. Portanto, a participaçao do povo em tudo é importante. Sem o povo, há governo. E as passeatas, que interrompem nosso trânsito não é um sonho, é um pesadelo, para o trabalhador, para aqueles que adoecem e precisam chegar aos hospitais, para que a polícia possa atender as ocorrências.

    O protesto pacífico é eficaz. Temos que ser contra protestos que transtornam nossas vidas e nada resolvem. Passados alguns dias são totalmente ignorados. Bobagens de jovens e de intelectuais que não pensam corretamente nos designos de nosso País. Participem da vida política. Exijam particicipação dos conselhos municipais, estaduais e federais. Busquem melhorias em tudo que possam, mas, por favor, não atrapalhem aqueles que pensam em trabalhar e melhorar nossas vidas.

  • Quem vai às ruas para defender a democracia

    Quem vai sair às ruas para defender a democracia

    Aos defensores e participantes dos protestos de junho, vamos ver quem vai sair à rua pra defender a democracia, tanto dos black quanto dos arautos da repressão e controle social.

    Flertando com a insensatez.

    Vamos aos fatos, no caso, a chamada materialidade delitiva, a qual resta notoriamente comprovada, pelas imagens que mostram o rastro de destruição de patrimônio público e privado bem como atos de agressão contra a incolumidade física de várias pessoas.

    Isto tudo em meio a protestos.

    O surgimento de grupos chamados black bloks de inspiração fascista e com o claro propósito de enfrentar a força policial e impor suas ideias à força, seja interrompendo vias, colocando fogo em containers e outros objetos, quebrando vidraças e depredando o patrimônio, isso em nome de uma pseudo visibilidade para suas reivindicações.

    Pois bem, se quanto a esse aspecto não remanescem muitas dúvidas ou nenhuma dúvida, sobre a outra ponta, a autoria dos referidos delitos, pendem diversas interrogações.

    É que, à toda prova, o poder público, representado pela policia, Ministério Público e Justiça, está fazendo uma escolha perversa, e claramente direcionada a atingir não a criminalidade existente em tais movimentos, mas aos lideres dos protestos, que simplesmente se identificam com determinada forma ideológica de ver a sociedade.

    Anoto que, a violência e a depredação não fazem parte deste modo de ver a sociedade, o que em princípio, demonstraria a arbitrariedade das prisões efetivadas ter sido restrita às lideranças politicas do movimento.

    Gizo que cabe a prisão somente dos autores dos delitos e que não cabe misturar motivação ideológica com formação de quadrilha para depredar o patrimônio público, ou, pergunto, seria um novo domínio do fato.

    Abstraída a arbitrariedade das prisões da forma como estão sendo feitas.

    O que torna difícil para o cidadão comum observar e entender é que, este movimento, apesar de ter reivindicações em sua maioria legitimas e de cunho direcionado a proteger a sociedade,  consentiu com a companhia de elementos com intenção outra que não somente exercer o direito constitucional de protestar e, nesta confusão, com o desenrolar dos acontecimentos, a mídia os tornou uma coisa só, e pela conotação mais deletéria e espúria.

    Dai a confusão, a opinião pública e publicada, neste momento, convergem para a condenação de tais grupos, e isso, faz a festa de setores conservadores e anti -democráticos.

    Tal desiderato desde o início poderia ser previsto,

    Ate mesmo, quando estes movimentos, por causarem prejuízo a imagem do governo federal (do PT), eram incensados pela mídia e a todo momento eram noticiados não pelas suas reivindicações ou legitimidade de suas pretensões mas por sua capacidade de atingirem a posição atual de um governo com clara inclinação social.

    Assim, após terem sido utilizados como massa de manobra, agora, neste momento, estão sendo, de forma violenta, descartados e criminalizados.

    O estrago que estas pessoas fizeram aos demais movimentos sociais, já pode ser notado, ou seja, o medo das pessoas comuns participarem destes movimentos, e a volta da repressão brutal patrocinada pela policia, mesmo quando as motivações forem simplesmente reflexo do direito de livre manifestação.

    Em outros termos, com suas atitudes – depredação e violência - deram azo a que a grande mídia criminalizasse todos os movimentos e não somente os que tem um viés violento.

    Dai a crítica, o desserviço que estas pessoas fizeram a  democracia fizeram ressurgir todo este movimento repressor e pior, com conotação de legitimidade, o que está muito longe de ocorrer.

    Todo o esforço e o trabalho que consumiu anos e vidas, foi prejudicado por atos irresponsáveis, como se estes lideres não soubessem de que lado a mídia e as forças conservadoras estão.

    E, mesmo estando clara a utilização destes episódios por esta mídia, que conduzem á volta a situações que remontam a ditadura, a responsabilidade por tal retrocesso deve ser compartilhada, por estes dois movimentos,  violentos e repressores,  mas principalmente pela policia e seu aparato estatal, igualmente parciais e repressores.

    Resta que a quase totalidade dos movimentos sociais vai ter que reconstruir a democracia (ao menos seus instrumentos de manifestação livre), efetivamente ameaçada, a despeito destes movimentos e não por estes movimentos.

    Não cabem depredações ao patrimônio público e muito menos cabem prisões por motivos ideológicos e com a finalidade de reprimir a sociedade e não somente os movimentos sociais.

    Aos defensores dos protestos de junho, vamos ver quem vai sair à rua pra defender a democracia, tanto dos black quanto dos arautos da repressão e controle social.

    E que, desta vez, saibam distinguir quem são os inimigos da democracia e o perigo de ter seus propósitos distorcidos e direcionados contra a própria sociedade a ser defendida.

  • A direita tem múltiplas faces. Essa é uma delas

    Afinal de contas o que quer dizer este trecho abaixo ? Só sei que ele NÃO tem nada a ver com democracia. Com certeza poderia fazer parte de um discurso do ex-presidente Castelo Branco.

    "...as exigências de mudanças que a sociedade demanda não são meras trocas de governantes através de processos eleitorais.O que a sociedade quer é algo que os partidos e o atual sistema político dificilmente serão capazes de oferecer..."

    É espantoso como no Brasil surgem "doutores" em tudo, sempre se colocando acima dos nossos governantes e políticos, tratando-os sempre como idiotas ou mal intencionados e "ensinando" o que é certo para os pobres mortais. Até aí tudo bem, é apenas engraçado. Mas quando a direita assume esta postura, precisamos estar atentos.

    • O quê você nos diz parece

      O quê você nos diz parece economista e técnico de futebol: sabem tudo, mas quando são colocados no ministério da fazenda ou na seleção, esquecem o quê disseram.

      Os "especialistas", seja em que campo for, sempre me espantam. Muitas vezes é melhor conversar com os caras do butiquim.

      • Você deve ter se enganado

        Acho que você se enganou ao postar seu comentário, ele deve ser dirigido ao cronista e não ao meu comentário. Porque na realidade eu não dei opinião sobre o tema, muito pelo contrário, postei um trecho da crônica e denunciei seu viés anti-democrático. Enfim, há também a possibilidade de vocè ter bebido algo na hora do almoço.

        • Devo ter bebido mesmo,

          Devo ter bebido mesmo, Antônio. O meu texto está concordando com o seu e não lhe atacando.

          Ou não teria sido eu o bêbado?

  • Concordo com  coisas do

    Concordo com  coisas do texto, mas a ferida, o câncer que teimam em deixar metastar,não está com nomes e, parece, ninguém, com diplomas mil a mostrar, tem coragem para enfrentar: judiciário e mídia. A justiça que é a campeã da impunidade e a mídia que incentiva a violência por fins putos, degradantes, indignos de estarem num espaço público oferecendo a "cultura" imbecilizante por seus imbecis, parecem intocáveis pelos diplomados mil de plantão . Temos um arruda, com provas cabais da sua corrupção, mas a justiça o abençoa e permite que concorra, aliás, esse arruda é braço da justiça do df, como o é o corrupto demóstenes, cuja besta, gilmar mendes, o está levando novamente ao poder do   corruptível mp do goiás e seu governo, onde  lama parace ser o tapete por onde passam. O hc do maior estrupador do país, médico que, com a ajuda do judiciário, fugiu do país e tantos outros fatos de impunidade para os que podem compram o judiciário. Por isso, enquanto vierem esses duplomados mil vezes, falarem de políticos corruptos, mas omitirem por falta de coragem, culhões de dar nome aos que geram injustiça, impunidade e incentivam a babárie livremente, não adiantará protestos. O câncer continuará a espalhar suas metástase e que dividirá a sociedade, definitivamente, em dois mundos: os protegidos pela justiça e pela mídia e os que serão culpados por não possuirem dinheiro. O grande, imperdoável delito para justiça e mídia, é o cidadão que não tem dinheiro para pagá-los.Ou, ainda, esses diplomados mil vezes, não tiveram a capacidade, até hoje(porque sempre foi assim) de perceber que o grande político corrupto SEMPRE está ligado a esses dois cânceres? Bom, se não perceberam isso até agora, não adianta mais blablabla, isso é coisa de gente sem nunca agiu, apenas blablabla de quem nunca vai ter coragem de protestar contra o corrupto judiciário e contra a corrupta mídia velhaca que nunca foram eleitos pelo voto. Políticos, temos opção, nós sociedade, de votar e de tirá-los do cargo, mas justiceiros e máfias...

  • VAMOS LIGAR
     
    cultivado

    VAMOS LIGAR

     

    cultivado sentimento

    de MEDO

    a politicos eleitos pela maioria

    acidentes repassados

    catástrofes reais

    inventadas armas de destruição em massa

    dos noticiários

     

    ao novelesco amoródio

    religiosamente 

    PUBLICITARIAmente

    burocraticamente

    INCUTIDO no  imaginário? 

  • Por que misturar as coisas ?

    A análise do Aldo, esquece-se dos compromissos acôrdados com a direção da Fifa, quando da escolha do Brasil, como sede desta Copa, que independentemente do sistema político, exige compromissos de investimentos relacionados, que pode chocar aos habitantes dos países-sede, mesmo que em troca disto, prioridades nacionais, fiquem em 2º plano.

    No Brasil, apesar do matraquear da maior inimiga do governo, a grande imprensa, deste fenômeno, o maior culpado pela desinformação que chegou ao público, foi a falta de uma comunicação efetiva da parte do governo federal, para separar os investimentos feitos, do "lenga-lenga" que eram gastos, que não deixariam legados.

    Sociologicamente, podemos dizer que esta foi a Copa mais bem organizada, a que trouxe ao país-sede, o maior número de turistas endinheirados, e que demonstrou a nossa vocação turística, nunca antes "trabalhada" e este fato, é mancheteado em toda a imprensa internacional.

    A Pres. Dilma, não quís "grudar" os investimentos federais na Copa, mesmo estando às vésperas de uma eleição, e o fato de agir assim, prejudicou-a, e estas vaias apesar de não representar o pensamento da maioria, é uma prova de que somente com a liberdade de expressão, pode-se ter a certeza, de que estamos num país democrático, e o sucesso midiático, financeiro e social desta Copa, compensa os eventuais(embora não esperados) movimentos críticos.

    A análise do Aldo, explica esta incoerência, porem quase mistura as coisas, e entre "mortos e feridos" salvaram-se todos, e foi bom que os candidatos à sucessão Presidencial, não tentaram aproveitar-se do evento(se o fizeram, foi disfarçadamente) e agora começa efetivamente a campanha pela sucessão.

  • O que me espanta, é perceber

    O que me espanta, é perceber que não há protestos que sejam direcionados às oligarquias velhacas e que atrasam tudo no BRASIL. Esses protestos, só defendem o que a oligarquia quer no poder novamente. Os que protestam, atualmente, está mais do que comprovado, são analfabetos funcionais, políticos, Não sabem NADA DA HISTÓRIA POLÍTICA DO PAÍS. Tanto que protestam contra o único governo popular que deu direito a todos estudarem, fazerem faculdade, terem empregos, está, visivelmente, investindo os impostos em bem feitorias, principalmente para o povo que nunca participou da bolada que só as oligáquias tinham direito. Se isso não é ser manipulado, não sei qual a definição para tanta imbecilidade dos analfas políticos e funcionais. Como disse alguém, são seres bipolares. São o que a mídia determina que sejam. Mesmo percebendo que tudo está melhorando no país, eles decidem atender os desejos da corrupta mídia ao invés de apoiar quem lhes beneficia com políticas públicas copiadas por países do mundo afora. Eles são cegados pelo holofote da velhaca mídia que os alicia para lutarem contra eles mesmos e a favor de quem os trai todo tempo. Votam em candidatos que a mídia mandam que votem e, cuja e cujos, não têm o menor respeito por eles, cospem neles depois que esses teleguiados os colocam no poder..Contra corrupção? E por por que só contra um governo? Os babacões não sabiam que isso exite no Brasil desde que os mais de 500 anos de existência? São tão cegados pelos holofotes, que até isso eles desconhecem.

    • A mais pura verdade Janes.
      Ao

      A mais pura verdade Janes.

      Ao contrário do autor, acho que o objetivo daqueles que manejam os blequibloquis foi plenamente atingido: favorecer um permanente estado de exceção e criminalizar os legítimos movimentos sociais. Discordo também do autor quando ele diz que "quem acompanhou os protestos e mobilizações neste interregno de 12 meses pôde perceber que esses e outros pontos programáticos estão postos na ordem do dia". Quem acompanha essa questão a tempo sabe que esses "pontos programáticos" foram cinicamente "turbinados" na ordem do dia por uma direita que nunca se importou com o bem estar da população. 

      Mesmo assim um texto que vale a leitura pois foge desse triunfalismo de apresentar a copa como um sucesso inquestionável. 

  • " Quem pensa que um estado

    " Quem pensa que um estado descontrolado vai pender só para um lado está muito enganado; onde passa um boi, passa uma boiada. A justiça que julgou e condenou José Dirceu e Genoíno sem direito a recursos é a mesma que concedeu os mandados de prisão provisória dos "manifestantes". Ou será que esses brilhantes manifestantes confiavam cegamente no estado de direito?"

    É isso aí, Arthemísia e, pela postura de OAB, Anistia Internacional, advogados ativistas e afins, nota-se que um grupo apostou todas as fichas na tal " tendência mundial" à judicialização da política/politização do judiciário. Tava tudo certo, só esqueceram de combinar com os russos... Ora, é curioso que, justamente, os setores que deveriam ter berrado lá atrás, omitiram-se, completamente qdo os ataques eram destinados ao grupo adversário, inclusive, o poder Judiciário foi o único poupado pelas tais jornadas de junho e o MP a única instituição que faturou em cima dos movimentos com o apoio da mídia. Agora, que a coisa complicou e os grupos de apoio, Mídia/Judiciário/MP tem que acertar a conta com o resto da sociedade, estão sendo acusados de agir politicamente... Mas não era essa a exigência? A verdade é que acreditaram mesmo na possibilidade de atrubuir à sociedade como um todo a exigência de um judiciário não só extremamente seletivo mas tb, politicamente ativo e intervencionista.

    Com relação aos "ativistas" já tô começando a achar isso tudo meio histérico; já tão ficando meio fanáticos... parecendo aqueles líderes de seitas que querem carregar todo mundo para "luz" aos berros pelos caminhos da virtude e da verdade. 

    Agora veja que gracinha, não sabemos nem quem são essas pessoas que estão falando em nome de uma sociedade inteira ( tb não sei com que legitimidade ) e que, qdo afetadas, tem o condão em transformar a democracia em ditadura. Parece que já está dada a senha para a campanha; "vivemos numa ditadura"... como o Brasil é um país jovem, a ditadura é meio zuada e aí o pessoal xinga, quebra tudo, faz passeata... mas isso é só até a "verdadeira democracia" ou a " nova democracia" como cantava o Fux. Deve ser aquela democracia que a gente já viu aparecer no resto do mundo e que assim que um grupo é eleito com a maioria dos votos, é apeado do Poder para dar lugar as garantidores da democracia que nunca representam ninguém além dos 1%, de sempre.

    Destaco que SOU CONTRA prisões de qq ordem, a menos que pessoas estejam sendo colocadas em risco. Não entendo restrição de liberdade como solução para NADA. O que não dá para concordar é que um grupo de pessoas aja como " anônimo" e na hora de responder por seus atos apresente-se, institucionalmente. Até pouco tempo, não eram ninguém fazendo tudo, agora aparecem 3 partidos e alguns movimentos sociais acusando o ... Estado (??? ) Para entrar numa briga dessas, só com explicões bastante razoáveis. Até aqui, muita filosofia para pouca realidade. Apresenetem-se e expliquem suas propostas e projetos e, nem venham com essa conversa de sem liderança e sem partido, pq as lideranças já estão aí e os partidos assinam a carta. 

    • Pra mim é tudo criação de

      Pra mim é tudo criação de fato político, um atrás do outro, até a eleição. Nada como taxar um governo democrático como tirano. Não é essa a eterna estratégia com a Venezuela, a Bolívia, Honduras?

      Infelizmente, a guerra começou. Não era para ser assim, se estamos em democracia. Daqui pra frente, tende a piorar; e haja estômago!

      • Concordo com vc e por isso

        Concordo com vc e por isso estou perguntando quem assume esse movimento? Pelo visto, ninguém...

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