O universo é o Brasil nos quadrinhos da Guará, por Rogério Faria

O novo Universo Guará, sob a batuta do editor Rapha Pinheiro, é uma iniciativa ousada do estúdio homônimo.

O universo é o Brasil nos quadrinhos da Guará

por Rogério Faria

As publicações impressionam, seja por trazerem seus personagens inseridos nos dilemas políticos e sociais do Brasil dos anos 2020, fugindo do maniqueísmo mais comuns aos comics estadunidenses, ou nos aterrorizando com possíveis realidades ainda mais perturbadoras.

O novo Universo Guará, sob a batuta do editor Rapha Pinheiro, é uma iniciativa ousada do estúdio homônimo. Desde julho, começaram a trazer séries de gibis nacionais lançados toda semana de forma digital. São quatro títulos, que chegam às sextas-feiras.

Cidadão InComum traz o novo super-herói de São Paulo, ainda em busca de informações sobre a origem de seus poderes. De autoria do quadrinista Pedro Ivo, a HQ dá sequência ao livro “O Cidadão Incomum”, publicado pela editora Conrad. As letras são de Ananda Valle.

Ecos, de Lauro Kociuba e Rapha Pinheiro, passa-se numa distopia futurística em que seus personagens lutam para sobreviver em meio às ruínas do que restou de um mundo pós rebelião das máquinas. A HQ ainda tem arte final de P. R. Soliver e cores de Vitor Wiedergrum.

Eu sou Lume, de PJ Kaiowa, apresenta uma super-heroína da periferia carioca que lida com os dramas e o preconceito comuns àqueles que enfrentam a mesma batalha de vida. A HQ tem cores de Natália Marques, Fabi Marques e Letícia Pusti.

Teocrasília, de Denis Mello, ambienta-se em uma distopia brasileira, infelizmente muito possível num futuro próximo, em que o Brasil se encontra governado por um regime teocrático, em que pastores ditam com mão de ferro os rumos da nação.

As publicações impressionam, seja por trazerem seus personagens inseridos nos dilemas políticos e sociais do Brasil dos anos 2020, fugindo do maniqueísmo mais comuns aos comics estadunidenses, ou nos aterrorizando com possíveis realidades ainda mais perturbadoras.

Em Cidadão InComum nº 2, por exemplo, o protagonista, um jovem de classe média, questionando-se sobre suas novas responsabilidades, diante de uma realidade social que desconhece, toma uma decisão inusitada ao lidar com o destino de um criminoso, e que vai surpreender.

Já em Teocrasília, o cenário distópico parece, infelizmente, cada vez mais familiar para nós brasileiros, e, ao nos vermos nos lugares dos personagens, que, a todo momento, são postos diantes de decisões que exigem coragem, tudo fica mais assustador.

Os gibis podem ser adquiridos na Loja da Guará ou na Amazon, onde todos esses títulos vão para a lista dos mais vendidos assim que são lançados. Por enquanto, estão disponíveis somente em versão eletrônica.

O editor Rapha Pinheiro tem um canal no Youtube, o Canal do Rapha Pinheiro,  onde fala de seus projetos, quadrinhos e do Universo Guará.

Redação

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