O credo de Paulo Guedes e suas encíclicas ultrapassadas
por Albertino Ribeiro
Até quando entenderemos que o modelo teórico dos economistas não cabe na realidade concreta? Contudo, a paixão por um postulado tem levado pessoas e governos a terem uma visão limitada da complexidade econômica.
A economia é uma ciência que depende de diversas interações que ocorrem no mundo real. Não se resolve problemas econômicos, apenas, com a economia.
O mundo não é apenas complicado, mas complexo! Isso devido as várias interações entre os elementos de causa e efeito. Boas soluções muitas vezes não são vislumbradas por causa de posições isoladas dos tomadores de decisão.
Foi-se o tempo em que a economia tomava emprestado o método da física de Isaac Nilton, hoje está mais para a teoria do caos, devido aos seus constantes desequilíbrios.
Se olharmos para alguns países europeus desenvolvidos, enxergaremos um processo mais holístico. São países capitalistas que perceberam o grande fosso existente entre os modelos socioeconômicos e a complexidade do mundo. Vejam a Alemanha, a maior economia capitalista da Europa.
Em 2016 os gastos sociais do país comandado por Angela Merkel, foram equivalentes a 30% do PIB. Além disso, o estado realiza investimentos no setor privado e trabalha em conjunto com as empresas , gerando sinergia com o mercado.
Acredito que políticas mais à direita podem ser adotadas de acordo com a conjuntura de cada país e devidamente calibradas. Contudo, no momento, o Brasil está utilizando a receita errada e com uma dose exacerbada à espera de uma recuperação automática conforme o receituário ultraliberal. Contudo, sabemos que a saída à moda “Laissez Faire ” tende, apenas, ao aprofundamento da crise.
Paulo Guedes precisa urgentemente cometer um “sacrilégio” e, nesse momento, ignorar a “mão invisível” do mercado, promovendo políticas de gastos públicos em investimentos que, além de gerar empregos, irão melhorar a nossa infra estrutura, que tem sido também um outro gargalo da nossa economia.
O problema é que o Guedes prefere agir como um sacerdote das ideias ultraliberais e tem em Jair Bolsonaro o seu principal Beato fundamentalista que, embora não entenda nada de economia, aprendeu a reza de que o estado é a personificação do diabo.
Albertino Ribeiro é Economista, pós graduado em Psicologia Organizacional, Tecnologista em Informações Geográficas e Estatísticas. Também foi aluno do curso de Psicologia Econômica, ministrado pela Dra Vera Rita Ferreira.
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