PTB acaba com direitos enquanto Temer mente sobre emprego, por Ricardo Kotscho

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – Ricardo Kotscho publicou artigo em seu blog, nesta quinta (28), ironizando o PTB de hoje, que ajudou o governo Temer a acabar com direitos trabalhistas, negando as raízes ideológicas de sua fundação por Getúlio Vargas. Além de retirar os diretos, Michel Temer mente à sociedade sobre os números que são usados para projetar a retomada da economia.  

“De mentira em mentira, de recuo em recuo, estão criando um Brasil de fantasia nas fake news com carimbos oficiais embaladas na propaganda pública e privada de que agora tudo vai melhorar”, escreveu Kotscho.

Por Ricardo Kotscho

Do Balaio do Kotscho

De Getúlio a Jeferson, PTB acaba com direitos e Temer mente sobre emprego 

A trajetória do PTB (para quem não lembra, a sigla quer dizer Partido Trabalhista Brasileiro), de Getúlio Vargas, seu fundador, a Roberto Jefferson, atual dono da legenda, é emblemática da degradação do sistema político-partidário no país.

Getúlio criou a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) na década de 40 do século passado, que acaba de ser desmontada em poucos meses pelo governo Michel Temer, ao implantar na íntegra o projeto de reforma apresentado pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), sob a alegre batuta do agora ex-ministro Roberto Nogueira, do PTB gaúcho (gaúcho como Vargas!), indicado por Jefferson, que atendeu a todas as antigas reivindicações do patronato para acabar com os sindicatos, a Justiça Trabalhista e os direitos dos assalariados.

Ninguém sabia quem era Roberto Nogueira, que agora voltará para o anonimato do baixo clero, mas seu nome será lembrado como o do ministro do PTB que tentou revogar a Lei Áurea. Houve protestos até da ONU e Temer foi obrigado a recuar daquela barbaridade que praticamente liberava o trabalho escravo no Brasil.

Sob o pretexto de “modernizar a legislação trabalhista” para criar mais empregos, Nogueira apresentou um balanço da sua gestão na carta em que pediu demissão do cargo na quarta-feira.

“Saímos de um modelo de alta regulação estatal para uma forma moderna de autocomposição dos conflitos trabalhistas, colocando o Brasil ao lado das nações mais desenvolvidas do mundo”.

Que beleza, agora somos modernos! O que dirão disso as “nações mais desenvolvidas”? A quem eles pensam que enganam?

Colocar os trabalhadores para defender seus direitos em negociação direta com os patrões, sem a intermediação dos sindicatos e do Estado, é mais ou menos como botar o meu São Paulo para jogar de igual para igual com o Barcelona, no campo do Barcelona, num jogo sem juiz, com os direitos de transmissão de TV negociados por Marin, Teixeira, Del Nero e cia. bela.

Por ironia do destino, no mesmo dia, o ministro do PTB, que será substituído por outro deputado do PTB, também indicado pelo inefável Roberto Jefferson, foi obrigado a anunciar que em novembro o Brasil teve mais demissões do que contratações, com um saldo negativo de 12,3 mil vagas, justamente no mês em que foi implantada a nova legislação trabalhista. Em lugar de mais empregos, mais demissões.

Nos primeiros 11 meses de 2017, o saldo foi positivo em 299,6 mil vagas, bem longe do um milhão de novos empregos repetidamente anunciados pelo presidente Temer e o ministro Meirelles em seus discursos e na feérica e milionária campanha do governo “Agora, é avançar” veiculada dia e noite nos meios de comunicação.

Avançar para onde? A propaganda oficial só não fala que vivemos num país onde ainda há quase 13 milhões de desempregados e correm, ou melhor, dormem no Supremo Tribunal Federal 12 ações diretas de inconstitucionalidade contra a tal “Lei da Modernização Trabalhista”.

De mentira em mentira, de recuo em recuo, estão criando um Brasil de fantasia nas fake news com carimbos oficiais embaladas na propaganda pública e privada de que agora tudo vai melhorar.

Bem que poderia ser verdade nesta passagem de ano, um tempo em que sempre há uma renovação de esperanças, mas os números insistem em mostrar a realidade e os Maruns da vida nadam de braçada tirando um sarro da nossa cara.

Se os fatos negam a propaganda, danem-se os fatos.

Vida que segue.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

4 Comentários

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  1. Onde diabos o Kotscho foi

    Onde diabos o Kotscho foi escarafuchar a sigla do PT para enfiá-la em mais uma responsbilização criminosa?

    Oh Kotshcho! Na toada que tu caminha, não vai demorar para pespergar na caderneta de anotações do Partido dos Trabalhdores, a anuência pela autoria do golpe de 2016 que depôs a presidenta Dilma.

    Orlando

  2. Getúlio criou as leis

    Getúlio criou as leis trabalhistas na década de 40 do século passadom baseada na legislação trabalhista da FACISTA ITÁLIA, GOVERNADA POR UM DITADOR.

    Alguém acha que essa lei, criada num governo facista do século passado é boa no Brasil de hoje?

    Por que não pegarmos uma lei muito mis atual, que deu certo e que impulsionou um país ao nível de uma superpotencia economica.

    Vamos adodotar a legislação trabalhista chinesa,

    A China tirou 1 bilhão de pessoas da pobreza e criou uma classe média de mais de 300 milhões de pessoas em  apenas 15 anos, ao mesmo tempo que Lula e Dilma governavam o Brasil e conseguiam resultados pífios.

    Assim, vamos modernizar a nossa legislação trabalhista com um modelo moderno e provado.

     

     

  3. prezado,
     
    Com o preço do

    prezado,

     

    Com o preço do diesel, gasolina, gás e energia elétrica subindo cada vez mais é possível falar em inflação baixa?

    Isto não é mais uma mentira?

    Att

    Marcos Borges

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