Francisco Celso Calmon
Francisco Celso Calmon, analista de TI, administrador, advogado, autor dos livros Sequestro Moral - E o PT com isso?; Combates Pela Democracia; coautor em Resistência ao Golpe de 2016 e em Uma Sentença Anunciada – o Processo Lula.
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Qual o caminho antes do precipício?, por Francisco Celso Calmon

O cenário político e econômico para o Brasil é sinistro, em qualquer panorama imaginado, otimista, realista ou pessimista.

Qual o caminho antes do precipício? 

por Francisco Celso Calmon

Impeachment? Interdição?  Deixar sangrar até as eleições de 2022?

O cenário político e econômico para o Brasil é sinistro, em qualquer panorama imaginado, otimista, realista ou pessimista.

Diante dessa inevitabilidade, surge o que fazer para evitar uma catástrofe de proporções devastadoras à população brasileira, especialmente aos vulneráveis? Pois, junte-se a pandemia a recessão econômica, levando o PIB a decrescer em torno de 5% (-5%) neste ano, visto, inclusive, que o dos EUA está previsto para menos 1,5% (-1,5%).  

Com as medidas que o governo está tomando, mais desempregos, fome, doenças, ocorrerão, e saques e outras revoltas civis poderão advir.

O caos social num Estado policial propicia ao autoritarismo radicalizar até chegar a uma ditadura escancarada.

O Bolsonaro nunca escondeu que é a favor de uma guerra civil e vem estimulando conflitos socias, entre nazifascistas e democratas, e institucionais, entre os poderes republicanos, especificamente Executivo versus Legislativo e Judiciário. 

Qual caminho melhor para a nação brasileira? E qual o mais viável? 

Afastar o presidente miliciano, creio, como o melhor, pois pode ser antes de 2022.  Mas o impeachment é viável?

O processo começa pela aceitação do pedido pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia. O que o levaria a aceitar? 

Usando dos exemplos históricos dos impedimentos de Color e Dilma e da superstição, ele manifestou temor, e ao fazê-lo mostrou implicitamente que tem interesses e meta política para 2022; contudo, se os donos do poder dominante optarem por esse caminho, ele obedecerá, em caso contrário o recado dado é: não contém comigo. 

Ele deve estar na corrente dos que apostam que chegaremos às eleições de 2022, mesmo que às custas da sangria do povo. Essa corrente ampla, vai da direita à esquerda, acredita que é possível administrar e minorar os estragos das políticas bolsonaristas, sejam as do Guedes, do Moro, do ministro da saúde, e das ações e falas do presidente miliciano e seus bananinhas. 

Além disso, o processo de impeachment é lento, longo e sujeito a abalos socias e políticos, cujo desfecho, aliado à pandemia, pode ser a tentativa de um golpe bolsonarista.

Deixei por último a Interdição, por não ser um caminho conhecido, segundo pesquisei, na América do Sul houve um caso, no Equador: Apelidado de El Loco, Bucaram foi afastado do cargo após o Congresso declarar que ele não tinha sanidade mental para permanecer no cargo. Não houve julgamento formal. 

É nesse caminho desconhecido, ainda sujeito a definição de rota e liturgia, que muitos apostam, por estar se tornando consenso que Bolsonaro é um sociopata.

Cabe inicialmente esclarecer que sociopatia não é uma doença mental, portanto, não o torna semi-imputável, como raciocinam algumas mentes brilhantes. (Mesmo que fosse, a interdição poderia ocorrer, e seu julgamento de responsabilidade criminal seria a posteriore, depois do tumor extirpado, mas antes de metástase incurável a curto prazo ocorrer).

Uma síntese de sociopatia e sua sintomatologia: é o Transtorno de Personalidade Antissocial, um distúrbio caracterizado pelo menosprezo aos sentimentos alheios, incapacidade de sentir vergonha ou remorso, comportamento manipulador, egocentrismo desmedido e facilidade para mentir em nome dos próprios objetivos. Os sociopatas são capazes de vivenciar situações que seriam, para qualquer pessoa, extremamente comoventes sem demonstrar emoção alguma. Os sociopatas desrespeitam as regras e leis porque não acreditam que as regras da sociedade se aplicam a eles. A segurança alheia lhe é irrelevante. São pessoas extremamente perigosas e sabem o que estão fazendo e são capazes de planos incríveis.

Na política nem sempre os caminhos se anulam, uns levam à Roma mais cedo, outros menos.

O presidente nazifascista percebe o cerco se fechando, deve estar planejando reações piores nos dias que virão. Acuado o sociopata é mais perigoso por não ter limites. Usa a todos como peões de seus estratagemas.  

O ministro da saúde errou ao ter colocado o chefe da nação como um paciente comum, cujo prontuário médico é privado. É obrigação da presidência divulgar, como é direito do povo saber o estado físico e mental do mandatário do país e de todos que exercem cargos públicos relevantes. Mandetta passou a ser o ventríloquo do presidente, tentando dar credibilidade, por conta de seu diploma de médico, às narrativas do sociopata.

Quase 30 auxiliares do presidente fizeram testes do coronavírus e divulgaram seus resultados, ele não.  

E se algum deles morrer, o que dirá o sociopata? Que nova asneira inconsequente irá espalhar? Ou que plano estará elaborando para levar a cabo, quando suas idiossincrasias forem todas provadas como torpes e prejudiciais ao país? Vamos aguardar ou proagir?

#Impedimento Já, antes do Brasil cair num abismo mais profundo.  

Francisco Celso Calmon é Advogado, Administrador, Coordenador do Fórum Memória, Verdade e Justiça do ES; autor do livro Combates pela Democracia (2012) e autor de artigos nos livros A Resistência ao Golpe de 2016 (2016) e Comentários a uma Sentença Anunciada: O Processo Lula (2017).

Francisco Celso Calmon

Francisco Celso Calmon, analista de TI, administrador, advogado, autor dos livros Sequestro Moral - E o PT com isso?; Combates Pela Democracia; coautor em Resistência ao Golpe de 2016 e em Uma Sentença Anunciada – o Processo Lula.

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