Armando Coelho Neto
Armando Rodrigues Coelho Neto é jornalista, delegado aposentado da Polícia Federal e ex-representante da Interpol em São Paulo.
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Queria ver a cara do DD e da procuradora fraquinha. Só deles?, por Armando Coelho Neto

Não sei se era “bizú”, pressentimento, mero anseio ou sede de Justiça. O real é que a desmoralização dos moleques, fedelhos e velhotes oficiantes da “Farsa Jato” veio mais rápido que se imaginava.

Queria ver a cara do DD e da procuradora fraquinha. Só deles?

por Armando Rodrigues Coelho Neto

É coisa de “mano”. Triste, vulgar, mesquinho, verdadeira baixaria, coisa de arruaceiros. Olha! Eu de novo fazendo o jornalismo que mais critico – jornalismo adjetivado – se é que isso existe, e se é que eu estou fazendo jornalismo. Não dá para fugir das adjetivações, pois é coisa de bandido, gente chula, trapaceiros, coisa que brota do submundo-crime, estelionatários, traficantes, quadrilheiros. Crime sob auspícios de orações, correntes de fé, bravatas moralistas, pseudo-legalidade, apoio midiático. Detalhe: tendo como pano de fundo, bandeira e hino nacional…

Há duas semanas, neste espaço, pincelei os esforços da civilização para atingir estágio mínimo de plano civilizatório, no qual fosse possível convivência pacífica entre os diferentes – não importando cor, origem, gênero, credo, tudo quanto mais torna cada ser possível diante de Si e no Ser coletivo. Isso aconteceu por meio duma ficção chamada Estado, cuja ideia, até em verbetes acadêmicos de redes sociais, contempla um mergulho em origens, formação, estrutura, organização, funcionamento e suas finalidades. É o Estado sistematizado por conhecimentos jurídicos, filosóficos, sociológicos, políticos, históricos, geográficos, antropológicos, econômicos e psicológicos.

Atingir o Bem Comum é missão do Estado. Isso se dá por meio de instituições, que têm “aura nobre própria”, sublime. É instrumento de materialização do sentimento dum povo. Por assim ser, declaro-me chocado com a baixaria na qual se converteram as instituições; sobretudo o Ministério Público Federal. Não necessariamente a instituição em si, mas… Figuras que o degeneram.

Quando assisti entrevistas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no cativeiro onde encontra-se sequestrado, senti o peso de sua afirmação ao dizer: “Não saio daqui sem ver essa farsa desmascarada. O delegado mentiu – disse Lula – o procurador mentiu, o juiz mentiu e os tribunais superiores não leram o processo”. E concluiu enfático: “Quero ver todos eles desmascarados”.

Não sei se era “bizú”, pressentimento, mero anseio ou sede de Justiça. O real é que a desmoralização dos moleques, fedelhos e velhotes oficiantes da “Farsa Jato” veio mais rápido que se imaginava. Com bolsos cheios ou não, a corja golpista impune vai entrar para a história como bandidos, pois o Direito Penal protege valores éticos, e não necessariamente patrimoniais, tipo: Roubou, não roubou!

Nas entrevistas de Lula, ficava olhando a cara dos policiais federais que o assistiam e me perguntava: ‘o que passa na cabeça dessa gente, ouvindo tudo isso?’. Vendo aquela cara de quem come três vezes por dia, com salário gordo assinado por Lula, naquelas instalações inauguradas por Lula, e a PF com o status dado por Lula, assistindo esse mesmo Lula dizendo verdades. O que passaria, passou ou passa na cabeça daqueles policiais?

Sempre chamei de Farsa Jato o que hoje se revela fraude. Hoje, mais do que nunca, gostaria de ver a cara de tacho do ex-juízeco e dos procuradores revendo suas tramoias divulgadas pelo The Intercept. Não tem preço e imagino-os a dizer: “É, pior é que eu disse mesmo, é verdade, eu disse, eu escrevi, foi exatamente isso… Putz! Que vacilão eu fui!”. Malandro é malandro mané é mané.

Posso imaginar as caras tontas dos tontos do MBL sendo tratados por tontos pelo marreco. Ah! E a cara do Randolfe com seu discurso hipócrita? Risível, não? Ver a cara dos vaidosos ministros do STF – investigados – pelos fedelhos da Farsa? (He! He! He!…). A cara dos juízes, procuradores, delegados… palestrantes remunerados à sorrelfa com direito à sonegação fiscal? Posso imaginar a cara de bandidos tentando esconder ganhos, cedendo informações privilegiadas, invadindo privacidades… E o conluio com mídia? Os “acordos” para entregar Lula, então…

“Olha, vem pra caixa você também! Você fica com metade do roubo e diz que o resto era pra Lula. Vai por mim, dá uma forcinha, mano. Pensa nisso, parsa… É nóis na fita!”. Quanto “Ah! – Há Hurru!”  não rolou nos subterrâneos e nos rituais macabros da destruição da Nação? E as tratativas para criar a crise – sem a qual o povo não aceitaria a derrubada de Dilma e a prisão de Lula?

Imagino a procuradora fraquinha tendo sua “capacidade” questionada pelo indigente Marreco de Maringá. Ah, Toffoli, Fux, Fachin, Gilmar, Barroso! O que estão achando disso? Queria ver vossas caras lendo o The Intercept e adjetivando os fedelhos da PF, MPF. Será que os trataria como filhos de mãe de juízes de futebol? Caras perplexas, a pensar: – É, não existe crime perfeito. Criminalistas dizem que cadáver que fala. Os sinais estão nas mensagens não apagadas, computadores abertos, via hacker de Araraquara ou Moscou.

Trambiques eleitorais, palestras para empresas investigadas, procuradores sugerindo que Moro protegia filho do Bozo. Ah! O marreco rejeitando a delação do Cunha, para não constranger Michel Temer… A proteção do celular de Eduardo Cunha pelo marreco não seria prevaricação? Juro! Queria ver a cara das esposas-laranja, da procuradora laranja…

A “fossa a jato” está aberta. O que passa na cabeça da corja farsa-jatista? Eles sabem que os diálogos são verdadeiros, que foram além da legalidade. O que passa na cabeça, de um ou outro que, de boa fé, acreditou mesmo que aquilo seria a redenção do Brasil?

E fico a pensar: o que fizeram com Hans Kelsen, Cesare Beccaria, Nelson Hungria, Rui Barbosa? O que fizeram com a obra de Luigi Ferrajoli, jurista citado entre dez a cada onze juízes, procuradores e delegados da PF? Que vergonha, não? Ver Ferrajoli assinando manifesto pró Lula… Susan Rose-Ackerman (“ídala” do DD Dinheirol) – desancando o fedelho classe média – verdadeira “aberração cognitiva” (Marilena Chaui). Enquanto isso, paus mandados da PF assistem o jogo sujo naquilo que, por burrice, maldade ou boa-fé anuiram. Pobre “fedelherais”!

Como bandidos quaisquer golpistas negam tudo. E aí, fico a imaginar… Se um processo sigiloso fosse subtraído da Justiça Federal e seu conteúdo fosse revelado. Haveria crime? Sim. Mas isso alteraria o conteúdo desse processo? Não. Mas, o melhor é dar foco ao roubo do processo e esquecer o conteúdo porco, capaz de jogar no lixo a biografia de todos, e desmascarar a eleição do Bozo.

Cá! Com meus botões! Vislumbro a cara de todos, sabendo que tudo é verdade, aquilo mesmo que negam como bandido qualquer, ainda que com desculpas sofisticadas, para enganar trouxas.

E o mais grave: ver a cara dos corregedores juízes, magistrados e delegados tramando como passar pano na pouca vergonha de todos os rábulas que, como quadrilheiros, se se organizaram para enganar a Nação. Arrrr!

Armando Rodrigues Coelho Neto – advogado e jornalista, delegado aposentado da Polícia Federal e ex-integrante da Interpol em São Paulo.

Armando Coelho Neto

Armando Rodrigues Coelho Neto é jornalista, delegado aposentado da Polícia Federal e ex-representante da Interpol em São Paulo.

17 Comentários

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  1. Depois de ler esse artigo não sei sei acredito no Armando Coelho ou se acredito nos Comunistas Marx, Engels e Lenin.

    De acordo com o Armando Coelho, ‘atingir o Bem Comum é missão do Estado’.

    Para Marx, Engels e Lenin, entretanto:

    “”O Estado não é, de forma alguma, uma força imposta, do exterior, à sociedade. Não é, tampouco, “a realidade da Idéia Moral”, “a imagem e a realidade da Razão como pretende Hegel. É um produto da sociedade numa certa fase do seu desenvolvimento. É a confissão de que essa sociedade se embaraçou numa insolúvel contradição interna, se dividiu em antagonismos inconciliáveis de que não pode desvencilhar-se. Mas, para que essas classes antagônicas, com interesses econômicos contrários, não se entre devorassem e não devorassem a sociedade numa luta estéril, sentiu-se a necessidade de uma força que se colocasse aparentemente acima da sociedade, com o fim de atenuar o conflito nos limites da “ordem”. Essa força, que sai da sociedade, ficando, porém, por cima dela e dela se afastando cada vez mais, é o Estado”.

    Eis, expressa com toda a clareza, a idéia fundamental do marxismo no que concerne ao papel histórico e à significação do Estado. O Estado é o produto e a manifestação do antagonismo inconciliável das classes. O Estado aparece onde e na medida em que os antagonismos de classes não podem objetivamente ser conciliados. E, reciprocamente, a existência do Estado prova que as contradições de classes são inconciliável das classes. O Estado aparece onde e na medida em que os antagonismos de classes não podem objetivamente ser conciliados. E, reciprocamente, a existência do Estado prova que as contradições de classe são inconciliáveis…

    (…)

    … Como o Estado nasceu da necessidade de refrear os antagonismos de classes, no próprio conflito dessas classes, resulta, em princípio, que o Estado é sempre o Estado da classe mais poderosa, da classe economicamente dominante que, também graças a ele, se toma a classe politicamente dominante e adquire, assim, novos meios de oprimir e explorar a classe dominada”.

    Se o Estado quer o bem comum, porque as cadeias públicas, por exemplo, têm negros e pobres numa proporção bem maior do que ricos e brancos?

      1. No Manifesto Comunista, Marx e Engels pontuam que:

        “Desaparecidas, no curso do desenvolvimento, as diferenças de classes e concentrada toda a produção nas mãos dos indivíduos associados, o poder público perde o caráter político. Em sentido próprio, o poder político é o poder organizado de uma classe para a opressão de uma outra. Se o proletariado na luta contra a burguesia necessariamente se unifica em classe, por uma revolução se faz classe dominante e como classe dominante suprime violentamente as velhas relações de produção, então suprime juntamente com estas relações de produção as condições de existência da oposição de classes, as classes em geral, e, com isto, a sua própria dominação como classe”.

    1. Prezado RUI: o Estado é um ente e como qualquer outro ente pode servir a +X ou -X. Uma faca serve para descascar uma laranja ou decapitar uma criança. Um Ministério Público serve para denunciar um torturador, apesar da ilegal Lei de Anistia, ou o MP serve para promover um farsa que leva Lula à prisão.

    2. Tenho muito respeito por Marx, Engels, Trotsky, Rosa de Luxemburgo, enfim todos os queridos barbudos revolucionários e generosos, mas fico mesmo com o conceito do Dr. Armando.
      Mas percebo que nem os barbudos nem os liberais conseguiram concretizar no sentido estrito um estado que ajudasse chegar ao bem de todos os cidadãos. Uns, implantando a equidade como se engorda ganso, outros se contentando com o “dever ser” enquanto construía um paraíso para meia dúzia de felizardos.
      Mas tem que ter um guarda de trânsito que funcione para esta sociedade, seja lá como for. Mais pela sedução do que pela imposição, e isto é o que acho que Lula tava querendo fazer.

      1. Uma parte dos cidadãos já vive tão bem que prejudica a outra parte. Em sendo assim, não cabe ao estado promover o bem de todos os cidadãos, mas apenas o bem dos cidadãos que estão mal.

        Diria Engels:

        “Segundo a representação filosófica, o Estado é a “realização da Idéia”, ou o reino de Deus na terra traduzido para o filosófico, domínio onde se realizam ou devem realizar-se a verdade e a justiça eternas. E daí resulta, pois, uma veneração supersticiosa do Estado e de tudo o que com o Estado se relaciona, a qual aparece tanto mais facilmente quanto se está habituado, desde criança, a imaginar que os assuntos e interesses comuns a toda a sociedade não poderiam ser tratados de outra maneira do que como têm sido até aqui, ou seja, pelo Estado e pelas suas autoridades bem providas. E crê-se ter já dado um passo imensamente audaz quando alguém se liberta da crença na monarquia hereditária e jura pela república democrática. Mas, na realidade, o Estado não é outra coisa senão uma máquina para a opressão de uma classe por uma outra e, de fato, na república democrática não menos do que na monarquia; no melhor dos casos, um mal que é legado ao proletariado vitorioso na luta pela dominação de classe e cujos piores aspectos ele não poderá deixar de cortar imediatamente o mais possível, tal como no caso da Comuna, até que uma geração crescida em novas, livres condições sociais, se torne capaz de se desfazer de todo o lixo do Estado”.

  2. Acrescento: como está a cara dos que acreditaram nesta corja e elegeram esta outra corja que se apoderaram desta já aquela altura República de bananas.

  3. Dr Armando, parabéns pelo texto! E pela lucidez (muito em falta no Brasil, no momento). O que me espanta é o tempo que está levando para que esses personagens sejam afastados de suas funções. Em muitos países, após essas revelações, confirmadas pelos próprios participantes de diversas conversas, esses sujeitos de egos enormes e noção de ética minúscula ou nula, já estariam afastados há tempo. Vamos ter um final digno nos próximos capítulos?

  4. Tudo verdade, mas nada vai mudar.
    A não ser que este povo BUNDA MOLE reaja e saia às ruas pra exigir justiça, anulação do impeachment e das eleições de 2018.
    Mas, como a GLOBO JAMAIS se mobilizará para este fim, estamos todos fodidos.
    NADA VAI ACONTECER COM ESTES CRIMINOSOS QUE TOMARAM O PODER ATRAVÉS DE UM GOLPE DOS BANDIDOS, PORQUE TODOS OS QUE ESTÃO NO PODER HOJE SÃO BANDIDOS, E DA PIOR ESPÉCIE.

    Os pobres são esmagadora maioria, poderíamos acabar com a raça desta gente em menos de uma semana. Mas é preciso sair do torpor e ter coragem.

  5. “Cá! Com meus botões! Vislumbro a cara de todos, sabendo que tudo é verdade, aquilo mesmo que negam como bandido qualquer, ainda que com desculpas sofisticadas, para enganar trouxas.

    E o mais grave: ver a cara dos corregedores juízes, magistrados e delegados tramando como passar pano na pouca vergonha de todos os rábulas que, como quadrilheiros, se se organizaram para enganar a Nação. Arrrr!”

    Como todos são bandidos e canalhas, não estão nem aí e continuaram a dar “aará urru” e a roubarem o país e o povo brasileiro.
    Penso que só uma rebelião popular gigante poderia reverter e triste quadro que nos metemos.
    Quanto a todos estes quadrilheiros do judiciário, pf, mpf, forças armadas, ministros ladrões, marinhos,etcet , LINCHAMENTO.

  6. Eita Miguxo Armandinho vc soltou o verbo, transpira indignação.. verdades…, a voz do conhecimento dessa corja da farsa jato…
    ” In Armando Coelho we trust”.

    Parabéns Armandinho!

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