Transformem meu velório num grande comício, por Jean Wyllys

Transformem meu velório num grande comício

por Jean Wyllys

Se, por acaso, e ainda exercendo algum cargo eletivo, eu morrer depois de dias numa UTI do Sírio-Libanês ou de qualquer outro hospital em que médicos vazaram dados de meu prontuário para fins de deboche em grupos de WhatsApp e sugeriram formas de me matarem na mesa de cirurgia, enquanto fascistas de merda, leitores da Veja, audiência da Globonews, ignorantes motivados e outras bestas insensíveis e egoístas me insultam nas redes sociais; se, por acaso, isso acontecer, POR FAVOR, TRANSFORMEM MEU VELÓRIO NUM GRANDE COMÍCIO:

Dêem fala a todas as pessoas que queiram e possam dizer que minha morte foi também fruto da violência política estimulada e disseminada por golpistas e pelos meios de comunicação que servem aos interesses das grandes corporações comerciais, banqueiros e especuladores financeiros que não conseguem conviver com a democracia, principalmente quando esta começa a se estender aos mais pobres; não sejam “discretos”, por favor, nem “compungidos”, como exigem as “pessoas de bem” que odeiam homossexuais e acham que preto pobre e favelado é bandido; não cedam ao falso-moralismo burguês de quem cobra “recato” em velório enquanto me insulta e desejou a minha morte apenas porque, em vida, divergi politicamente dele e de seu pensamento torto, de quem acha que velório não é lugar de política, mas fez “comício” em cada postagem sobre meu estado de saúde e sobre a minha família;

sabendo que os meios de comunicação nunca me deram espaço honesto para que eu me explicasse sobre minhas ações políticas nem sobre as mentiras que inventaram contra mim, e sabendo que, antes, eles usaram todo o seu arsenal (inclusive seus sabujos que se apresentam como “jornalistas”) para me difamar e destruir minha honra e minha reputação, sabendo disso, façam, do meu velório, um enorme ato público, aproveitando as mídias sociais e as novas tecnologias da comunicação para apresentar, às pessoas, uma contra-narrativa que possa levar a verdade a elas; e se, porventura, os canalhas fascistas, as bestas motivadas, os sabujos da Veja e da Globonews e boa parte de suas audiências chegarem com o mimimi “pior que desejar a morte dele e insultá-lo é usar o velório dele como comício”, mandem-os à casa do caralho e digam a eles que só em sua (deles) moral torta – típica de hipócritas que não querem assumir seu ódio e preconceitos – um ato político pode ser pior que o ódio e a maldade que eles praticaram contra mim;

se, por acaso, isso tudo acontecer comigo, como aconteceu à dona Marisa Letícia e sua família, façam como o fez Lula: façam do meu velório um ato político, pois, não são só os sabujos da imprensa e os golpistas falsamente sentidos que poderão explorar politicamente minha morte; antes deles, quem conviveu comigo e sabe que a política foi parte da minha vida (logo, será da minha morte) tem muito mais direito de fazer, de meu velório, um ato político contra os canalhas que me destruíram e destruíram o país; e avisem aos que vierem reclamar disso que estamos cagando para o mimimi deles e que eles não passarão!

#ForçaLula

#RIPMarisaLetícia

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

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  • Mas é claro que os mesmos de

    Mas é claro que os mesmos de sempre iriam encontrar uma forma de denigrir o velorio de dona Marisa. Qualquer coisa é razão para dizer que Lula isso, Lula aquilo. Pois, gostei da fala do bispo de S. Bernardo lembrando da lutas operarias e da perseguição a Lula, dona Marisa e filhos. "Bem aventurados os que sofrem por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus". Nada mais propicio no velorio daquela que sua morte se deve em muito pela agressiva perseguição sofrida tanto pela midia quanto pelo Judiciario.

  • boa ideia

    Não vou dar esse prazer a essa cambada da direita tão cedo. So vou morrer depois dos 80 anos. 

    Mas quando isso acontecer (se acontecer...) vou deixar ordens para se tocar musica de qualidade da minha coleção e deixar uma estante de livros à disposição dos visitantes.

    Sempre achei perca de tempo ficar pasmado olhando o defundo. 

    Boa musica e livros ajudam a passar o tempo...

  • Esse é o diálogo. "AINDA"

    Esse é o diálogo. "AINDA" está dando para aproveitar ao máximo a liberdade de expressão que é a arma plantada e defendida pelos próprios mafiosos ditadores saqueadores dos 55 milhões de votos. Essa matéria deixa claro que deve-se transpor as barreiras do bom senso para combater o mal sem barreiras dos canalhas golpistas!

  • Qualquer ato de Lula é e sempre será político.

    Atacaram, caluniaram e até mesmo prenderam um a um seus amigos por questões políticas. Atacaram cada um dos seus filhos, imputando todo tipo de coisa, por questões políticas. Destruiram projetos e sonhos profissionais de seus filhos por questões políticas. Invadiram a intimidade do lar, vazaram conversas íntimas. Com violencia tentaram coloca-lo num avião para uma masmorra. E todos os dias  destruiram a tranquilidade e afetaram emocionalmente a mãe e a esposa. Tudo por questões políticas. Tentaram ora não noticiando, ora noticiando, ora falando através de ofensas de médicos. Quiseram transformar a doação de orgãos em outra coisa. Tudo ou para afetar Lula moral e  politicamente. Por receio de que a morte de Marisa tenha um peso político agora continuam explorando o fato políticamente. Jornalistas mentem descaradamente dando notícias como se estivesse ao lado , para explorar políticamente. 

    Em resumo a morte de Marisa foi um acontecimento político, queiram ou não queiram seus detratores, pois foram os detratores que de há muito transformaram qualquer ato de Lula em ato político. E  faz parte do ataque não dar sequer um descanso  nem mesmo neste momento.

  • Bravo! Jean

    Bela percpção da hipocrisia que nos é imposta pelos meios de comunicação capciosos.

    Só espero que não digam que você está cuspindo no prato que comeu, pois, como sabemos, você saiu do anonimato exatamente por meio destes mesmos meios de comunicação. (BBB).

  • Jean, me informe seu endereço. Vou lhe enviar um presente

    Jean, você é uma figura muito simpática. Valeu, Cara. Queria lhe mandar um presente mas estou acanhado pela humildade do mencionado presente. É alface. Acho que você não vai querer, vai?

    Venha almoçar com a gente.

  • Viver acreditando na

    Viver acreditando na democracia, na solidariedade e na liberdade é um grande ato político. É um nobre gesto político e poético. Parabéns a Jean Wyllys pelo texto e pela coragem. Que ele tenha vida muito longa e feliz.

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