– Uilsso ié bão, Nicanor. Iscuitá miacantora ié sardávi. Mianamórada apreceia lavá uzuvidos di tudos nósis, pá déxá limpinhu i cas pórta abérta i anssim a jiente pudê compreendê a natureza i tudas as péssoas. Maisi tiem májienti qui tiem tampão na intrada das zoreia, ali num entra quaisi nada, a pórta fica entre-abérta, iscorada cum entulho di cousa matériá, dambição i eguaísmo. Ié um tampão di concréto qui endureceu nus zuvidu déilas, qui num québra niem cum taiadera i martélo. Ié jienti qui num dá escultura, piédras brutas arcáicuas qui num são humana, ção imajis da déstruissão i do nada tótal.
– I tem májienti, mestre, qui prépara concreto pá jógá nus zuvido dajienti. Jienti da laia di Tonho Xicuta, di paimeu i dacueli qui ié bão niem falá u nome, anda cum pasta di cimento nas ponta dus dedo indicadô pá socá nus zuvido dajienti. Ié bão a jienti andá cum copo dágua purquê, si vê eiles si apróximanu casmão isticada, ié bão jógá água nacueles dedus unhudus deiles, pá dissorvê a pomada di concréto.
– Ucê tá ciérto, Clódiu. Ié bão si previni, pá num tê as zoreia óbistruída pur eiles.
– Chuvilinda tá ino imbóra, mestre.
– Ié vérdade, éila tá peganu a estrada déila.
– I qualéquié a estrada déila, mestre?
– É u rio. Chuvilinda entra neile i eile conduz éila praos mares do planeta, dali o à suspendi éila i éila sóbe pá casa déila no céu. Éila móra luonge i piérto ao mesmu tiempo. Éila está lá i está aqui. Óia a calda du vistido déila iscorrenu du chão em direção ao rio. Tá iscorrendo pelas piédras, pelos troncos das arves. Sim sim sim. Di mansim, u rio tá levanu éila, qui caminha sobri os caminos deile, que serpenteia a vida di tudos nósis. Vai Dragão, draga miaChuvilinda! Maisi traizi éila di vórta pá mim.
Entonces, Cafezá, mestre Bódim começô a chorá muito, já cum saudade de sua Chuvilinda. Tumém pensava nas péssoas di Sun Paulo, adondi u Dragão Tietê tava intupido di concréto pelus dedus unhudus darguns, i num cunduzia suas Deusas, purquê um pulítico qui tinha, u tar di Jisé, num tinha limpado eile, dexanu eile inérte, pesadu i sujo.
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