Atos e discursos que lembram os 50 anos de golpe militar

Jornal GGN – Ao longo deste emblemático 31 de março, vários pontos do Brasil serviram de palco para atos, protestos, seminários e discursos que lembram a memória de presos e desaparecidos durante a ditadura militar, período antidemocrático da história que se iniciara há exatos 50 anos.

Ganhou os holofotes da mídia o ato em São Paulo, no prédio onde funcionou o antigo DOI-Codi (Destacamento de Operações de Informações-Centro de Operações de Defesa Interna). No local, familiares de presos políticos e integrantes de movimentos em prol dos Direitos Humanos deram forma à manifestação que ocorreu na manhã desta segunda. A equipe do Jornal GGN acompanhou a ação.

Durante o protesto, os participantes seguraram fotos de amigos e familiares vítimas dos anos de chumbo, leram uma lista com nomes de desaparecidos e divulgaram, também, nomes de agentes das forças de repressão envolvidos em ações de tortura e morte, e clamaram pela revisão da Lei de Anistia [que perdoou, em 1979, todos que cometeram crimes políticos durante o regime ditatorial]. O objetivo do grupo, que reuniu cerca de mil manifestantes, é conseguir a punição desses agentes.

O presidente da Comissão da Verdade Rubens Paiva, o deputado estadual Adriano Diogo (PT), declarou que mais do que revista, a Lei da Anistia deveria ser revogada, pois, na avaliação do parlamentar, só assim o Brasil poderá atingir um novo “patamar civilizatório”.

O ex-ministro da Saúde e atual pré-candidato do PT ao governo de São Paulo Alexandre Padilha, e o prefeito Fernando Haddad também marcaram presença no ato. O chefe do Executivo, inclusive, defendeu que o DOI-Codi deve funcionar como um centro de memória da ditadura, para que jamais a Nação cometa o erro que perdurou por 21 anos.

Já a presidente Dilma utilizou sua conta oficial no Twitter para falar à Nação sobre a Ditadura.

Em Brasília, ministro se desculpa pela Ditadura

Em Brasília, durante um evento promovido pela Ordem dos Advogados do Brasil Federal, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, pediu desculpas à sociedade pelos crimes cometidos pelo Estado Brasileiro ao longo do regime militar.

“Durante muito tempo os ministros da Justiça diziam que não tinham nada a declarar e hoje o ministro da Justiça dizer em nome do Estado brasileiro, do povo brasileiro, que pede desculpas por aquilo que foi feito na época da ditadura é algo que mostra um novo tempo”, sustentou.

Nesta segunda, 1º de abril, a Câmara dos Deputados abrirá as portas para o Ato em Homenagem à Resistência e Luta pela Democracia para marcar o 50 anos de golpe militar. O evento é organizado por lideranças do PT, PCdoB e PDT no Congresso.
 

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

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  • os primeiros pedidos de

    os primeiros pedidos de desculpas pelos crimes da ditadura deveriam ser feitos aos moradores da Favela da Maré, logo após a retirada das Forças Armadas e do fim do estado de exceção racial instaurado em seu bairro.

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