Caso Jacarezinho: Anistia Internacional considera caso ‘lamentável e injustificável’

Entidade lembra que ação é a maior desde a Chacina de Vigário Geral, e exige que integridade de jovens presos seja garantida

Jornal GGN – A operação da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro na comunidade do Jacarezinho foi considerada “lamentável e injustificável” pela Anistia Internacional Brasil. Vinte e cinco pessoas foram mortas na operação, entre elas um policial civil, na maior chacina executada por policiais desde Vigário Geral, em 1993.

“É lamentável que tenhamos esse número absurdo de mortes, oriundas de uma operação policial e, mais uma vez, tendo uma favela como o local escolhido para esse massacre. O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro precisa garantir que essas atrocidades sejam investigadas de maneira célere, independente e eficaz, seguindo os parâmetros internacionais para que aqueles agentes do estado que cometeram ou participaram desse extermínio sejam responsabilizados e julgados por esses crimes”, diz Jurema Werneck, diretora-executiva da Anistia Internacional Brasil, em nota.

“É inadmissível que violações de direitos humanos, como as ocorridas hoje, no Jacarezinho, sejam recorrentemente promovidas por agentes do Estado contra a população moradora de favelas que é em sua maioria negra e pobre”, ressalta Jurema. “Ainda que todas essas pessoas fossem suspeitas de associação criminosa, o que não está provado, não é justificável esse tipo de execução sumária. Cabe à polícia o poder de prender e a justiça o dever de processar e julgar os suspeitos de cometer crimes”. 

A Anistia Internacional lembra que as operações policiais estão suspensas em favelas do Rio de Janeiro desde o dia 05 de junho de 2020, por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF). “Há 20 dias foi realizada uma audiência pública que contou com a participação da sociedade civil e de órgãos do estado e especialistas no tema da segurança pública. A decisão da mais alta corte do país tem sido sistematicamente desrespeitada pelo governo do Estado do Rio de Janeiro e as operações não deixaram de acontecer”.

Redação

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