A Fundação Osesp lamentou, em nota ao GGN, o episódio de humilhação sofrido por uma criança de 7 anos com deficiência auditiva e com suspeita de autismo, em fase de diagnóstico, ao assistir o concerto na Sala São Paulo, no último sábado (02).
Como relatado na reportagem, a criança foi humilhada e ofendida por um senhor por reagir à apresentação da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo com aplausos e reações pontuais de exaltação e alegria.
Jair José da Silva, professor aposentado do Departamento de Matemática da Unesp de Rio Claro, insultou a criança de “monstrengo”, gritou aos funcionários da Sala São Paulo para “calar a boca desse menino” e respondeu ao repúdio de outros na plateia, que se posicionaram a favor da mãe e de seu filho, afirmando: “parece que não é só ele que é débil mental aqui”.
Narramos aqui o relato da mãe e do procurador judicial civil da Universidade de São Paulo (USP), Fábio Gusman, que esteve presente no concerto, testemunhou as cenas e auxiliou a mãe da criança.
Em resposta ao GGN, a Fundação Osesp emitiu uma nota afirmando que “lamenta profundamente” o ocorrido e que tem “a crença inabalável na música clássica como ferramenta potente para o desenvolvimento do indivíduo”.
“A oferta de programas de excelência artística, em uma sala de concertos reconhecida por suas qualidades acústicas e arquitetônicas, não é um fim em si mesmo, mas uma maneira de expressar nossos mais profundos valores humanistas, de entendimento e de tolerância. Assim, chegamos à premissa de que os concertos devem ser inclusivos e acessíveis a todos os cidadãos.”
Por outro lado, a Osesp minimizou a humilhação do professor contra a criança, descrevendo o episódio como “descontentamentos” que “podem ter ocorrido”, comprometendo-se a ressarcir os ingressos “daqueles que se sentiram lesados” e manifestou que compreende “as demandas dos diversos públicos”.
“Descontentamentos podem ter ocorrido e, nesses casos, desde já nos colocamos à disposição para ressarcimento do valor dos ingressos daqueles que se sentiram lesados com o acontecimento. Sabemos das demandas dos diversos públicos, mas em nenhuma hipótese nos afastaremos de nosso ideal de que a arte é um caminho para uma maior compreensão das diferenças. Se houve dissenso entre pessoas durante o evento é porque ele existe na sociedade de forma mais ampla.”
Nas perguntas enviadas, também questionamos se algum procedimento de investigação seria instaurado contra o músico que se dirigiu ao camarote da criança e gesticulou para a mãe sinais para que ela deixasse o local. Sobre essa pergunta, a Osesp não enviou respostas.
A Fundação afirmou estar atenta à adotar providências para aprimorar a “acolhida para os diversos públicos que frequentam a casa” e concluiu ressaltando eventos de acessibilidade promovidos pela Osesp: “Seja nesses eventos específicos dentro da Temporada de Concertos Acessíveis, seja durante os demais eventos do ano, todos serão sempre muito bem-vindos na Sala São Paulo.”
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Assisti ao concerto, a conduta admiravel dos convidados internacionais, interrompendo uma parte do concerto para tocar uma canção para a criança.
Vi e ouvi o deploravel comportamento do citado professor , gritando ao apontar a criança e tentando angariar apoio entre outros presentes ao concerto.
E sua retirada , ruidosa, da sala ao não ver atendidos seus reclames.
Vergonha alheia.
Estava presente na sala e vi com que dignidade e carinho Pacho Flores o trompetista convidado interrompeu o seu concerto, voltou-se para o menino , tocou uma canção especialmente para ele e mandou-lhe um beijo. A plateia aplaudiu. Salvo este senhor professor de matamática da UNESP (!!!!!) sem o minimo de empatia revoltou-se aos gritos durante o intervalo.
Vergonha!Vergonha! Vergonha! foi o que senti em fazer parte de uma plateia com este individuo presente. Que justiça lhe seja feita! Bem como ao músico que teve a ousadia de subir ao camarote e pedir que a mãe retirasse as criança que apenas exprimia sua felicidade em assistir ao concerto! Que ele também sofra as devidas sanções. É o que esperamos de uma sociedade, da qual faz parte a OSESP, democrática e inclusiva.