A ciência brasileira está de luto nesta quinta-feira (3/3), após a notícia do falecimento do físico Luiz Pinguelli Rosa, aos 80 anos.
Pinguelli foi um dos nomes mais importantes da ciência no Brasil nos últimos anos. Professor emérito e titular do Programa de Planejamento Energético da Coppe, também foi um dos fundadores do Programa de História das Ciências e das Técnicas e Epistemologia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e membro da Academia Brasileira de Ciências.
Luiz Pinguelli Rosa foi membro do Conselho Pugwash, associação fundada por Bertrand Russel e Albert Einstein. A partir de 1998, o físico brasileiro passou a integrar o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, e chegou a ser presidente da Associação Latino-Americana de Planejamento Energético.
Entre seus momentos mais destacados também está o seu período como presidente da Eletrobrás, em 2003, durante o primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva.
Outros dois pontos cruciais da biografia de Pinguelli foram seus posicionamentos durante os dois últimos golpes de Estado ocorridos no Brasil: em 1964, quando era um jovem iniciando carreira militar, ele chegou a ser preso por não apoiar a derrubada do governo de João Goulart – a decisão também foi importante para que, uma vez solto, ele decidisse abandonar as Forças Armadas e optar pelo mundo da ciência.
Em 2016, Pinguelli era secretário-executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, e representava a entidade no Conselho Diretor do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas, mas se desligou desse cargo – que ocupava desde 2004 – por discordar do impeachment de Dilma Rousseff.
Justamente a presidenta Dilma Rousseff foi uma das que enviou uma das primeiras a reagir ao seu falecimento e a prestar suas homenagens.
“O Brasil perde um dos seus mais renomados cientistas e especialistas em energia (…) É um dia triste para todos os brasileiros. Pinguelli foi um homem à frente do seu tempo, um visionário defensor da ciência e do país. Ele foi um nacionalista que colocou o Brasil e os interesses do povo no centro de todo o seu trabalho intelectual e científico”.
A reitoria da UFRJ também manifestou o seu pesar, e lembro que “seu compromisso com uma universidade de qualidade que transpira pesquisa deixará uma lacuna entre nós e um aprendizado permanente”.
A causa da morte não foi divulgada. Velório será realizado nesta quinta-feira (3/3), a partir das 17h, no átrio do palácio universitário, na Praia Vermelha (Avenida Pasteur 250).
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