China, Rússia e EUA derrubam o saldo brasileiro em 12 meses, por Luis Nassif

Estados Unidos, Rússia e China foram as principais influências negativas na variação do saldo.

Tem sido curioso o comportamento da balança comercial brasileira em relação à China. Pelo gráfico, percebe-se o crescimento das exportações, importações e fluxo de comércio com o bloco China, Hong Kong e Macau. Mas, ao mesmo tempo, há uma pequena redução da participação chinesa no comércio.

Nos 12 meses até abril de 2022, em relação ao mesmo período do ano passado, houve uma 

redução de 34,2% para 30,46% na participação chinesa nas exportações brasileiras; as importações mantiveram-se no mesmo nível, mas o fluxo do comércio caiu de 29,22% para 26,92%. Mesmo a participação no saldo comercial caiu de 67,25% para 60,38%.

Houve um pequeno crescimento na participação americana. As exportações brasileiras aumentaram de 10% para 11,23%. Por outro lado, as importações dos EUA cresceram de 16,35% para 18,76%. Com isso, a participação no saldo comercial aumentou de -12,77% (isto é, pressionando para baixo) para 16,85%.

O saldo comercial melhorou em relação à União Europeia. As exportações para lá subiram de 12,8% dototal para 13,51%. Já as importações caíram de 18,97% para 16,72%. Com isso, saiu-de de uma participação de -4,2% no saldo comercial para 1,51%.

O gráfico abaixo dá uma melhor ideia da dimensão das exportações para a China, que continuaram crescendo, apesar da redução relativa. Se juntar com o bloco Associação de Nações do Sudeste Asiático, percebe-se que o comércio brasieiro definitivamente ruma para a Ásia.

O mapa da composição do aumento do saldo comercial (em relação a abril de 2021) dá uma dimensão dessa inter-relação com a Ásia.

No acumulado de 12 meses, o saldo aumentou US$ 4 bilhões, em relação ao mesmo período anterior. A Associação das Nações do Sudeste Asiática respondeu, sozinhas, pelo saldo total: US$ 4,1 bilhões. Depois, veio a União Europeia com US$ 3,5 bilhões. Estados Unidos, Rússia e China foram as principais influências negativas na variação do saldo.

Mesmo assim, o saldo comercial com China continua consistentemente maior.

Luis Nassif

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