O Índice de Preços ao Produtor prossegue a escalada altista, por Luis Nassif

O ponto central é o aperto nas margens das empresas. O que significa que, qualquer folga nos custos, servirá para recompor margens de lucros, não para reduzir a inflação.

CASCAVEL/PR – 09 03 2018 -Produtores paranaenses começam a se beneficiar do aumento nos preços da soja e do milho nos mercados externo e interno. De acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento, neste ano o preço da soja já subiu 11% e do milho, 8%.-. Foto Jonas Oliveira Foto: Jonas Oliveira

Há um ano, o Índice de Preços ao Produtor (IPP) em 12 meses bateu nos 35,85%. Era o auge da desvalorização cambial e da explosão de preços dos produtos exportáveis e importados. De lá para cá, a taxa anual começou a cair. Mas desde março de 2022 voltaram a subir.

Em maio, a taxa mensal ficou em 1,83%; e a taxa em 12 meses em 19,15%. Esses aumentos precedem a alta nos preços ao consumidor.

Dos 23 setores medidos pelo IPP, 20 sofreram aumentos no mês, contra 3 em queda. Em 12 meses, os 23 setores estão em alta.

Transportes continua pressionando os preços, com alta de 3,96% no mês. As quedas foram irrelevantes, em apenas 3 setores.

No acumulado de 12 meses, repare que derivados de petróleo tiveram aumento de 53,79%.

Por grandes grupos, a maior alta no mês foi de Bens Intermediários (2,43%) puxando o índice da Indústria Geral para 1,83%.

O ponto central é o aperto nas margens das empresas. O que significa que, qualquer folga nos custos, servirá para recompor margens de lucros, não para reduzir a inflação.

Luis Nassif

1 Comentário

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  1. “Pelos campos há fome em grandes plantações” (G Vandré) Desde as primeiras espigas de trigo e cevada colhidas que tem sido assim: quem produz a riqueza, dela fica apenas com as raspas. E qualquer cochilo a mais, nem raspas ficam: levam tudo.
    Para encurtar a história, entre 1815 e 1820 um homem liderou o processo político que deu no decreto régio de D. João VI; na definitiva emancipação de Sergipe em relação a Bahia. Observou a historiadora Thetis Nunes que só conseguiu isso porque, além de forte senhor de engenho, como todos os supostos ricos do hoje estado, ele era também pecuarista. Os senhores de engenho viveram todos dependurados em dinheiro de empréstimos. Ou seja, os escravos trabalhavam para sustentar as vaidades de seus donos, mas quem lucrava mesmo eram os agiotas. Hoje são os senhores de canaviais e usinas, os cotonicultores, sojicultores, cafeicultores e por aí vai. DE TODO O BRASIL; quiçá do mundo.

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