Deputado do PT assume Comissão de Direitos Humanos

Sugerido por Diogo Costa

Da Agência Câmara

Em disputa acirrada, Assis do Couto assume Comissão de Direitos Humanos

Deputado do PT elegeu-se com 10 votos contra 8 de Jair Bolsonaro, que lançou candidatura avulsa.

Em votação apertada, o deputado Assis do Couto (PT-PR) foi eleito, nesta quarta-feira (26), presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara. Foi a única das 21 comissões permanentes da Casa instaladas hoje em que houve disputa. Apesar do acordo para que o PT ficasse com o comando do colegiado, o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) apresentou candidatura avulsa e exigiu a inscrição de seu nome na disputa.

“Qualquer outra candidatura, independente de ser do Partido dos Trabalhadores ou não, é legal e regimental. E peço à vossa excelência que dê prosseguimento às eleições”, disse Bolsonaro ao então presidente, deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP).

O resultado apontou 10 votos para Couto e 8 para Bolsonaro. O deputado Nilmário Miranda (PT-MG) será o 1º vice-presidente – os 2º e 3º vices serão definidos posteriormente.

Novo presidente
O novo presidente da Comissão de Direitos Humanos tem 53 anos, está no terceiro mandato como deputado federal, com atuação ligada àagricultura familiar e à reforma agrária.

Assis do Couto adiantou que quer garantir a voz das minorias no colegiado. “Entender a diversidade e a pluralidade desse país é uma missão de todos nós. Isso sem perder o foco da defesa dos direitos humanos daquelas minorias que ainda têm seus direitos violentados, infelizmente.”

Feliciano
A eleição de hoje foi acompanhada por representantes de movimentos indígenas, LGBTT e outras entidades da sociedade civil, que comemoraram o resultado.

Ao se despedir do comando da comissão, o agora ex-presidente Marco Feliciano fez agradecimentos e balanços de sua gestão. “Foi um ano turbulento para nós, mas mesmo o prejuízo de tempo não nos impediu de trabalhar. Mostramos que existe uma amplitude de pensamentos acerca do que é, de fato, direitos humanos”, disse.

No ano passado, o PT, que tem prioridade na escolha das comissões que presidirá, abriu mão da Comissão de Direitos Humanos. A eleição de Feliciano gerou protestos de grupos que o acusavam de racismo e homofobia. O parlamentar afirmou que não guarda ressentimentos: “meu nome foi achincalhado publicamente, porém o assunto é passado e não resta, no meu coração, nenhum tipo mágoa acerca do que ocorreu”.

Redação

17 Comentários

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  1. Quase trocamos 6 por 1/2 dúzia.

    Inacreditável ! 

    O Congresso sofreu as maiores críticas da história, por ter permitido(legal, porem ilegítimamente) que um parlamentar  homofóbico e conservador, como o Pastor Feliciano, presidisse, por 2 anos, a Comissão dos Direitos Humanos e Minorias, num contrasenso só concebível, numa republiqueta de bananas, e agora, na renovação das novas presidencias, quase que permitiu novamente, que um parlamentar retógrado, ultra-conservador e defensor dos regimes militares e tambem homofóbico, fosse eleito, o que seria a troca de 6 por 1/2 dúzia, e a desmoralização destas comissões, que por sí só, já são uma excrecência, pois acabam virando mais uma forma legal de aumentar as despesas de um Congresso desacreditado. São 22 Comissões, que se não existissem, não fariam nenhuma falta, pois suas existencias passam despercebidas pelos brasileiros, dadas as suas realizações.

    1. Vou procurar a lista

      Vou procurar a lista e postar. O que sei é que Jair Bolsonaro contou com 02 votos de parlamentares do PSB. Este mesmo PSB da “nova política” de Edward Campriles e de Osmarina Selva…

        1. As votações são sempre secretas

          A votação é secreta, mas vários parlamentares declararam abertamente o seu voto. Assim que confirmar as informações vou postá-las aqui no blog.

  2. A Erika Kokay não aparecia com maior apoio?

    Caro Diogo,

    A Erika Kokay não aparecia como tendo maior apoio?

    Porque ficou o Assis do Couto? Há um certo desapontamento com a indicação (abaixo). A Erika ou o Nilmário são mais ligados à área.

    Foi a única maneira de assegurar a presidência da CDH?

     

    da Forum

    26/02/2014 9:42 am 

    Assis do Couto, petista contra o aborto, será o presidente da Comissão de Direitos Humanos   

    Deputado é membro da conservadora Frente Em Defesa da Vida, contrária ao aborto; na rede, ativistas dos Direitos Humanos preferiam os nomes de Erika Kokay e de Nilmário Miranda

    Por Redação

    Nome gerou rejeição entre ativistas LGBT e feministas

    A bancada do PT decidiu na noite de hoje (25) que a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) fica com o deputado Assis do Couto (PT-PR) em detrimento de Nilmário Miranda (MG) e Erika Kokay (DF), ambos com largo histórico na área dos Direitos Humanos.

    Nem bem foi divulgado o nome de Assis de Couto e uma chuva de críticas de ativistas do movimento LGBT ocupou a rede. A maior parte deles preferia que o PT indicasse o nome de Erika kokay para presidência da CDHM. A principal queixa é de que Couto nunca esteve próximo as questões de Direitos Humanos e que sua biografia política está ligada mais a questão da agricultura familiar.

    Outro nome muito bem visto pelos ativistas de Direitos Humanos era o do deputado Nilmário Miranda (PT-MG). Ele, inclusive, foi ministro de Lula na área.

    Outro motivo que tem gerado rejeição ao nome de Assis de Couto é que o parlamentar é integrante da Frente Mista Em Defesa da Vida – Contra o Aborto, que agrega católicos e evangélicos que são contrários ao aborto, tema caro aos coletivos feministas que dialogam com a Comissão de Direitos Humanos.

    O Partido dos Trabalhadores também decidiu a presidência de outras Comissões a que tinha direito: Constituição e Justiça (CCJ) fica com o deputado Vicente Candido (SP) e para a Comissão de Seguridade Social e Família, Amaury Teixeira (BA). Já a Comissão Mista de Orçamento será presidida por Devanir Ribeiro (SP).

      1. Sem dúvida…

        Mas o que é bom, sempre pode melhorar.

        Nunca tinha ouvido falar do Assis do Couto. Houve, pelo que pude apurar, uma sacanagem de última hora do Henrique Eduardo Alves. Ele abonou a candidatura avulsa do Bolsonaro.

        1. A escolha de um membro da

          A escolha de um membro da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Vida – Contra o Aborto (http://www.camara.gov.br/internet/deputado/Frente_Parlamentar/384.asp) poderia ser uma forma de marcar posição, no caso, recuperar a Comissão para evitar algo como o ocorrido no ano passado, mas sem afrontar (demais) o pessoal mais conservador e/ou religioso.

          Por sinal, essa frente, que desconhecia até agora, tem um tamanho considerável. Praticamente 1/3 dos deputados faz questão de deixar evidente a sua posição contrário ao aborto. E nem dá para cogitar a possibilidade dos outros 2/3 serem pró, pois deve ter muito deputado em cima do muro ou simplesmente indeferente ao assunto.

          1. Entendo

            Ed,

            Eu até entendo, mas é difícil digerir.

            Não dá para fazer de conta que os abortos não acontecem, e nas piores condições possíveis para a população de baixa renda.

          2. Concordo. Só estava

            Concordo. Só estava levantando uma teoria para a escolha. Pois poderiam muito bem ter pego um “petista qualquer” se fosse para não pegar a Kokay.

        2. Couto já estava definido

          como candidato do PT como resultado de uma reunião desse partido na terça 25.

          Henrique Alves apenas deu um parecer de que são possíveis candidaturas avulsas.

           

          1. Aonde?

            Gunter,

            Por onde você soube desta reunião? Pesquisei desde ontem sobre o assunto e a única matéria crítica à Assis do Couto que encontrei, foi a da Forum que reproduzi aqui e no Fora de Pauta (de ontem à noite e de hoje). Postei também no Face ontem, tentando ver se alguém sabia de algo. Estado, Folha e o Globo o apresentaram como “representante da agricultura familiar”.

            O “parecer” de Henrique Alves não é tão inocente assim. Todos sabem que as presidências das Comissões são negociadas entre os partidos, estabelecendo um certo rodízio. A candidatura “avulsa”, o Henrique Alves sabia de antemão, era a de Bolsonaro.  

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