Deputados ameaçam não aprovar Previdência sem regras mais brandas para policiais civis e federais

Só o partido de Bolsonaro, PSL, pode tirar 22 votos da Previdência; 'Governo não reúne hoje nem 50 votos na Câmara, diz coordenador da comissão da reforma da Previdência

Jornal GGN – Os parlamentares do partido do presidente Jair Bolsonaro, o PSL, ameaçam votar contra a reforma da Previdência caso o ministro Paulo Guedes continue recusando a inclusão de destaques para beneficiar a aposentadoria de policiais civis e federais. A informação é da coluna de Mônica Bergamo, na Folha de S.Paulo.

O coordenador da comissão da reforma da Previdência, deputado Alexandre Frota (PSL-SP) teria se reunindo com o ministro da Economia na segunda (1º) para levar a demanda dos parlamentares. Ele ouviu como resposta a recusa em alterar ainda mais o pacote proposto pelo governo e que já sofreu enxugamento no texto apresentado pelo relator na comissão especial, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP).

Preocupado com o posicionamento do ministro, Frota teria dito que o governo Bolsonaro “não reúne hoje nem 50 votos na Câmara”. O deputado ainda tentou marcar um almoço entre Guedes e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, peça-chave para a aprovação da reforma da Previdência.

A reunião, entretanto, foi desmarcada depois que Bolsonaro acusou os parlamentares de tentarem transformá-lo em uma rainha da Inglaterra, isso porque o Legislativo passa a ter cada vez mais “superpoderes”.

O que são os destaques

Os parlamentares que defendem os destaques querem para os policiais militares dos estados e os bombeiros as mesmas condições de aposentadoria dos militares das Forças Armadas, e isso resultaria na diminuição da economia que o governo defende.

Um dos representantes da classe na Câmara, o deputado Subtenente Gonzaga (PDT-MG) afirmou que votará contra a reforma, se o texto não apresentar essas alterações.

“O texto desvencilhou e retirou os militares estaduais das mesmas condições que os militares federais, nos jogando para uma regra de transição sem nenhuma segurança jurídica. Exigimos que volte para o texto a simetria com as Forças Armadas no que diz respeito à proteção social, ao regime próprio. Esse é o enfrentamento que estamos fazendo, resolvido isso, terão votos dos militares. Se não, naturalmente, não terão os votos dos militares”, disse, segundo informações da Agência Câmara.

Em entrevista coletiva no início da noite, Maia disse que está sendo construído um acordo entre alguns partidos para que os destaques não sejam apresentados na comissão especial. O objetivo, segundo o presidente da Câmara, é para dar mais celeridade à votação do texto no colegiado, prevista para acontecer nesta quarta-feira (3). Em seguida, o pacote será levado para a apreciação do Plenário, onde precisará da adesão de 308 deputados, em duas votações, para ser aprovado.

Ainda segundo informações da Agência Câmara, ao ser questionado sobre as pressões das bancadas ligadas à segurança pública, Maia disse acreditar que é possível a construção de um acordo sobre os destaques até esta quarta-feira pela manhã. Mas foco, segundo o parlamentar, é não prejudicar a economia prevista no relatório de Samuel Moreira. Em seguida, ele admitiu que será difícil incluir a medida na reforma.

“É preciso muito cuidado para incluir qualquer coisa agora, acho que vai, inclusive, precisar de uma sinalização do próprio ministério da Economia, dizendo que não há desconforto nesse diálogo”.

Leia também: Ainda não há acordo para incluir estados e municípios na reforma da Previdência

Redação

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