Covid-19 – No ritmo atual, o país irá contabilizar mais 863.0

Covid-19 – No ritmo atual, o país irá contabilizar mais 863.004 casos e 6.739 mortes até 24/4.

Por Felipe A. P. L. Costa [*].

RESUMO. – Este artigo atualiza as estatísticas mundiais a respeito da pandemia da Covid-19 divulgadas em artigo anterior (aqui). Em escala global, já são 481 milhões de casos e 6,12 milhões de mortes. No caso específico do Brasil, o artigo também atualiza os valores das taxas de crescimento publicadas em artigo anterior (aqui). Entre 21 e 27/3, os valores ficaram em 0,1019% (casos) e 0,0363% (mortes). Embora ambas as taxas sigam em trajetória decrescente, no ritmo atual o país irá contabilizar mais 863.004 casos e 6.739 mortes até o último domingo de abril, totalizando assim 30.705.422 casos e 665.618 mortes até 24/4.

1. UM BALANÇO DA SITUAÇÃO MUNDIAL.

Levando em conta as estatísticas obtidas no fim da tarde deste domingo (27/3) [1], eis um balanço da situação mundial.

(A) Em números absolutos, os 20 países [2] mais afetados estão a concentrar 73% dos casos (de um total de 480.605.630) e 71% das mortes (de um total de 6.122.814) [3].

(B) Entre esses 20 países, a taxa de letalidade está em 1,2%. A taxa brasileira está em 2,2%. (Dois países vizinhos que também estão no topo da lista mostram os seguintes valores: Argentina, 1,4%; e Colômbia, 2,3%.)

(C) Nesses 20 países, receberam alta 298 milhões de indivíduos, o que corresponde a 85% dos casos. Em escala global, 416 milhões de indivíduos já receberam alta [4].

2. O RITMO DA PANDEMIA NO PAÍS.

Neste domingo, de acordo com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde, foram registrados em todo o país mais 10.239 casos e 117 mortes. Teríamos chegado assim a um total de 29.842.418 casos e 658.879 mortes.

Na semana encerrada hoje (21-27/3), foram registrados 211.934 novos casos – uma queda de 19% em relação à semana anterior (14-20/3: 261.708).

Entre 21 e 27/3, infelizmente, foram registradas 1.674 mortes – uma queda de 21% em relação ao que foi anotado na semana anterior (14-20/3: 2.127).

3. TAXAS DE CRESCIMENTO.

Os percentuais e os números absolutos referidos acima ajudam a descrever a situação. Todavia, para monitorar o ritmo e o rumo da pandemia [5], sigo a usar as taxas de crescimento no número de casos e de mortes. Ambas tornaram a cair (ver a figura que acompanha este artigo).

Vejamos os resultados mais recentes.

A taxa de crescimento no número de casos caiu de 0,1268% (14-20/3) para 0,1019% (21-27/3) – é a segunda queda consecutiva [6, 7].

A taxa de crescimento no número de mortes, por sua vez, caiu de 0,0463% (14-20/3) para 0,0363% (21-27/3) – é a sexta queda consecutiva.

FIGURA. A figura que acompanha este artigo ilustra o comportamento das médias semanais das taxas de crescimento no número de casos (pontos em azul escuro) e no número de óbitos (pontos em vermelho escuro) em todo o país (valores expressos em porcentagem), entre 12/9/2021 e 27/3/2022. (Para resultados anteriores, ver aqui.) Note que alguns pares de pontos são coincidentes ou quase isso.

4. CODA.

As médias semanais das taxas de crescimento (casos e mortes) tornaram a cair (ver a figura que acompanha este artigo).

É uma boa notícia, sem dúvida [8].

No ritmo atual, porém, o país ainda irá contabilizar mais 863.004 casos e 6.739 mortes até o último domingo de abril, totalizando assim 30.705.422 casos e 665.618 mortes até 24/4.

NOTAS.

[*] Há uma campanha de comercialização em curso envolvendo os livros do autor – ver o artigo Ciência e poesia em quatro volumes. Para mais informações ou para adquirir (por via postal) os quatro volumes (ou algum volume específico), faça contato pelo endereço [email protected]. Para conhecer outros artigos e livros, ver aqui.

[1] Vale notar que certos países atualizam suas estatísticas uma única vez ao longo do dia; outros atualizam duas vezes ou mais; e há uns poucos que estão a fazê-lo de modo mais ou menos errático. Acompanho as estatísticas mundiais em dois painéis, Mapping 2019-nCov (Johns Hopkins University, EUA) e Worldometer: Coronavirus (Dadax, EUA).

[2] Os 20 primeiros países da lista podem ser arranjados em 10 grupos: (a) Entre 75 e 80 milhões de casos – Estados Unidos; (b) Entre 40 e 45 milhões – Índia; (c) Entre 25 e 30 milhões – Brasil e França; (d) Entre 20 e 25 milhões – Reino Unido; (e) Entre 15 e 20 milhões – Alemanha e Rússia; (f) Entre 12 e 15 milhões – Turquia e Itália; (g) Entre 10 e 12 milhões – Coreia do Sul e Espanha; (h) Entre 8 e 10 milhões – Vietnã e Argentina; (i) 6 e 8 milhões – Países Baixos, Irã, Japão e Colômbia; e (j) Entre 5 e 6 milhões – Indonésia, Polônia e México.

Olhando apenas para as estatísticas (casos e mortes) das últimas quatro semanas, eis um breve resumo da situação atual: (i) em números absolutos, a lista está a ser encabeçada pela Coreia do Sul, com 8,82 milhões de novos casos; (ii) a lista dos cinco primeiros tem ainda os seguintes países: Vietnã (5,7 milhões), Alemanha (4,76), França (2,29) e Reino Unido (1,91). O Brasil (1,09) está na 11ª posição; e (iii) a lista dos países com mais mortes segue sendo encabeçada pelos EUA (27,7 mil); em seguida aparecem Rússia (16,5 mil), Chile (14,2), Brasil (9,86) e Índia (7,28).

[3] Para detalhes e discussões a respeito do comportamento da pandemia desde março de 2020, tanto em escala mundial como nacional, ver os volumes da coletânea A pandemia e a lenta agonia de um país desgovernado, vols. 1-5 (aqui, aqui, aqui, aqui e aqui).

[4] Como comentei em ocasiões anteriores, fui levado a promover a seguinte mudança metodológica: as estatísticas de casos e mortes continuam a seguir o painel Mapping 2019-nCov, enquanto as de altas estão agora a seguir o painel Worldometer: Coronavirus.

[5] Para capturar e antever a dinâmica de processos populacionais, como é o caso da disseminação de uma doença contagiosa, devemos recorrer a um parâmetro que tenha algum poder preditivo. Não é o caso da média móvel. Mas é o caso da taxa de crescimento. Para detalhes e discussões a respeito do comportamento da pandemia desde março de 2020, tanto em escala mundial como nacional, ver qualquer um dos três primeiros volumes da coletânea mencionada na nota 3.

[6] Entre 27/12/2021 e 27/3/2022 (para as semanas anteriores, ver aqui), as médias semanais exibiram os seguintes valores: (1) casos: 0,0345% (27/12-2/1), 0,1472% (3-9/1), 0,2997% (10-16/1), 0,6359% (17-23/1), 0,7576% (24-30/1), 0,6544% (31/1-6/2), 0,5022% (7-13/2), 0,3744% (14-20/2), 0,2812% (21-27/2), 0,1389% (28/2-6/3), 0,1565% (7-13/3), 0,1268% (14-20/3) e 0,1019% (21-27/3); e (2) mortes: 0,0151% (27/12-2/1), 0,0196% (3-9/1), 0,0245% (10-16/1), 0,0471% (17-23/1), 0,0859% (24-30/1), 0,1212% (31/1-6/2), 0,1388% (7-13/2), 0,1320% (14-20/2), 0,1071% (21-27/2), 0,0661% (28/2-6/3), 0,0642% (7-13/3), 0,0463% (14-20/3) e 0,0363% (21-27/3).

[7] Sobre o cálculo das taxas de crescimento, ver referências citadas na nota 3.

[8] Como escrevi em ocasiões anteriores, uma saída rápida para a crise (minimizando o número de novos casos e, sobretudo, o de mortes) dependeria de dois fatores: (i) a adoção de medidas efetivas de proteção e confinamento; e (ii) uma massiva e acelerada campanha de vacinação.

Cabe ressaltar que o ritmo da vacinação oscilou muito ao longo da campanha. Levamos 34 dias (24/8-27/9), por exemplo, para ir de 60% a 70% da população com ao menos uma dose da vacina. (Hoje, 27/3, este percentual ainda está em 84,5%.) Antes disso, porém, levamos 25 dias (9/7-3/8) para ir de 40% a 50% e apenas 21 dias (3-24/8) para ir de 50% a 60%. Sobre os percentuais, ver ‘Coronavirus (COVID-19) Vaccinations’ (Our World in Data, Oxford, Inglaterra).

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