Dia Distrital de Luto: 41% de bancários da Caixa perderam colegas de trabalho vítimas da Covid

“No mínimo, banco está descuidando da saúde dos empregados, que atuaram na linha de frente do atendimento nas agências durante todo o período mais crítico da pandemia”, destaca Fenae

da Fenae

Dia Distrital de Luto: 41% de bancários da Caixa perderam colegas de trabalho vítimas da Covid

Dado é revelado por pesquisa da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal. “No mínimo, banco está descuidando da saúde dos empregados, que atuaram na linha de frente do atendimento nas agências durante todo o período mais crítico da pandemia”, destaca Fenae

Brasília, 23/03/2022 — Neste 23 de março, Dia Distrital de Luto e Memória pelas Vítimas do Novo Coronavírus, a Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal revela dado inédito da nova pesquisa da Fenae sobre a saúde dos trabalhadores do banco: 41% dos empregados ativos da estatal que participaram do estudo revelam ter perdido colega de trabalho vítima da Covid-19. A data foi estabelecida pelo Governo do Distrito Federal para lembrar, ano passado, 1 ano da primeira morte no DF pela doença [em 23 de março de 2020].

Além deste triste percentual, dos 1.704 bancários da ativa que responderam à pergunta sobre falecimento de conhecidos, colegas de trabalho ou familiares, vítimas da Covid, 71% responderam que também vivenciaram a perda de amigos e 24%, de pessoas da família.

“Estes dados são muito sérios”, afirma o presidente da Fenae, Sergio Takemoto. “No mínimo, a Caixa está descuidando da saúde dos seus empregados, que atuaram na linha de frente do atendimento nas agências durante todo o período mais crítico da pandemia”, acrescenta.

A pesquisa foi realizada entre os últimos dias 19 de novembro e 10 de dezembro, com um total de mais de três mil empregados da ativa e também aposentados da Caixa. O estudo mostrou, ainda, que quase metade dos bancários [da ativa] que contraíram Covid acredita ter se contaminado no ambiente de trabalho: 41% dos que adoeceram afirmam acreditar que a contaminação ocorreu durante expediente no banco.

“São resultados tristes, que mostram que o luto está muito presente na Caixa. E os empregados não recebem nenhum suporte da direção do banco para ajudar a superarem estas perdas, que são de colegas de trabalho também. É um luto permanente”, analisa a diretora de Saúde e Previdência da Fenae, Fabiana Matheus.

De acordo com a pesquisa da Federação, entre os trabalhadores ativos que responderam aos questionários, 36% tiveram Covid-19: em números absolutos, 609 contaminações. Deste universo, 15% disseram não ter se afastado do trabalho quando estavam doentes.

Em 2021, “Dossiê Covid” realizado pelas universidades de São Paulo (USP), Estadual Paulista (Unesp) e Federal do Pará (UFPA) — com a participação de bancários da Caixa Econômica — revelou outros dados alarmantes. O distanciamento não era respeitado em 85% de agências da estatal e “sempre ou quase sempre” faltava ventilação adequada em aproximadamente 80% das unidades do banco.

Sergio Takemoto observa que tanto a atual pesquisa da Fenae quanto o Dossiê Covid comprovam que grande parte dos trabalhadores da Caixa se expôs à doença ou foi infectada em virtude da atuação profissional. Com as informações dos dois levantamentos, a Federação buscará ações concretas junto ao banco para melhorar as condições de trabalho e proteger a saúde dos empregados.

O texto não representa necessariamente a opinião do Jornal GGN

Redação

0 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador