Testes em massa em Brasília revelam alta sub-notificação do Covid-19 no país

Por dia, havia 28 casos do novo coronavírus no Distrito Federal. Mas somente a primeira amostragem já revelou quase o dobro destes números

Trabalhador de saúde mostra testes rápidos para a COVID-19 no estacionamento do estádio Mané Garrincha em Brasília, 21 de abril de 2020 – Foto AFP

Jornal GGN – Brasília começou a realizar o primeiro teste em massa do Brasil para diagnosticar o novo coronavírus, nesta terça-feira (21). Nos próximos três dias, devem ser realizados um total de 100 mil testes na capital. E os resultados do primeiro dia de testagem já alertaram para o grande número de sub-notificação do país.

Nesta terça, foram testadas 3.196 pessoas. Destas, 46 deram resultados positivos para o Covid-19. Para se ter uma ideia, por dia, havia 28 casos do novo coronavírus no Distrito Federal. Mas somente a primeira amostragem já revelou quase o dobro destes números.

O resultado deste primeiro dia de análise aumenta o número total de casos na capital, que agora passa a 903 confirmações do novo coronavírus.

Para o colunista Reinaldo Azevedo, caso a média brasileira fosse de 31,13 casos por 100 mil habitantes, que é a média até o momento de Brasília, sem que a amostragem tenha sido concluída, o total de casos de Covid-19 no Brasil seria de mais de 65 mil habitantes, e não 40.581 como é informado pelo Ministério da Saúde.

“Ocorre, reitero, que uma simples testagem num grupo de 3.196 pessoas detectou 46 casos — 64,28% maior do que a média conhecida”, acrescentou Azevedo, em sua coluna para o Uol, nesta quarta.

Os números de Brasília devem dar conta não somente do que ocorre, efetivamente, no Brasil, como também ampliar os dados oficiais até o momento. O teste em massa será feito até esta sexta (24) em cinco pontos diferentes da capital.

O número total de testes equivalerá 3,3% da população do Distrito Federal. Nesta terça (21), primeiro dia de amostragem, centenas de pessoas foram em seus veículos ao estacionamento do estádio de futebol Mané Garrincha, aonde foram disponibilizados 5 mil testes rápidos.

O médico que coordena o projeto piloto do teste em massa em Brasília, Marcos Limera, afirmou que os números devem auxiliar nas políticas a serem tomadas. “Acho que o prognóstico é muito bom na cidade. Estamos conseguindo conter os casos da COVID-19 e agora vamos saber mais com esses exames”, manifestou.

O procedimento foi realizado sem que as pessoas saíssem de seus carros, com uma picada no dedo para coletar uma amostra de sangue. As pessoas que informavam ter sintomas eram também submetidas à medição de temperatura.

De acordo com o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, o teste em massa é mais uma etapa importante para combater o coronavírus. “Temos que ter mais de 70% de isolamento social, conseguimos achatar nossa curva de crescimento do vírus e agora chega outra etapa muito importante, que são os testes em massa”, disse.

O Brasil já superou os 40 mil casos e 2.500 mortes e espera-se que a fase mais difícil do contágio seja em maio.

 

Redação

5 Comentários

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  1. Isso não é conclusivo nem indicativo de nada, a não ser pra BRASÍLIA mesmo ..e nem isso, visto que os 1os a buscarem o teste já se sentem contaminados e com sintomas.
    1. Há localidades com mais densidade que Brasília
    2. há condições e carências diferenciadas opor todo BRASIL, população mais ou menos informada, mais ou menos protegida ou isolada, que os moradores de BRASÍLIA ..logo
    Pelos números de enterros divulgados, pelos cemitérios lotados e dobrando os féretros, pelos dados dos cartórios, o numero de enterrados SEM LAUDO, e fazendo o calculo de trás pra frente (de 1% de contaminados), arrisco, aposto mesmo que o número é MUITO, muito maior que isso.

  2. CADÁVERES NÃO SE ESCONDE

    Não dá para dialogar com aqueles que se antepõem ao isolamento social e propagam a volta à ruas.
    Embora não seja um matemático, aprendi ainda na infância, a “fazer contas”, na minha saudosa escola pública.
    Não dá para falar com ignorantes em funções logarítimicas, derivadas, integrais, etc. Não dá para ir além da aritmética basiquinha das quatro operações.
    Reproduzo abaixo a resposta que dou aos idiotas do “vem prá rua”
    ===
    Fórmula básica para qualquer um, com mais de dois neurônios, possa calcular uma estimativa REAL dos óbitos subnotificados pelo governo fascista do psicopata genocida
    1 Levante o número total de mortes nos últimos trinta dias dos 10 anos anteriores
    exemplo: entre 21/03/2009 e 21/04/2009, 2010…2011 até 2019.
    2 Calcule a média do período, somando os valores levantados e dividindo por 10
    3 Levante TODOS OS ÓBITOS nos últimos 30 dias – exemplo: entre 21/03/2020 e 21/04/2020
    4 Faça as contas: diminua o valor do ítem 3 menos o valor do ítem 2

    O número obtido pode ser colocado na conta do corona, seja por infecçcão do vírus ou de suas consequências: qualquer ocorrência, por enfermidade ou até acidente, não atendida nos hospitais por falta de estrutura devido a superlotação. Não importa o que esteja anotado na certidão de óbito do falecido.

    Subnotificações não poderão encobrir o elevado número de mortes no período pesquisado.

    É só fazer as contas: Cadáveres não se escondem.

    1. Tem uma conta mais simples usando apenas somar e subtrair que já dá uma pista boa
      Somar número de mortos por coronavírus e insuficiência respiratória aguda de 15 de março a 15 de abril deste ano.
      Diminuir o número de mortos por insuficiência respiratória aguda de 15 de março a 15 de abril do ano passado.
      Mas a imprensa velha não sabe nem fazer estas continhas mais.

    2. Concordo se o isolamento não contaminasse o cotidiano. Houve mudança nos outros índices com o isolamento. Temos que fazer os testes nos óbitos e recontar

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