Mudança de planos: CPI ouvirá motoboy da VTCLog; Marcos Tolentino é internado em SP

Graças "ao trabalho da secretaria", o motoboy da VTCLog, Ivanildo Gonçalves da Silva, será ouvido "por livre e espontânea vontade" a partir das 10h30 desta quarta-feira (1/9)

Foto: Reprodução/Rede Brasil TV

Jornal GGN – O senador Humberto Costa, titular da CPI da Covid, anunciou uma mudança de última hora na pauta da comissão. Graças “ao trabalho da secretaria”, o motoboy da VTCLog, Ivanildo Gonçalves da Silva, será ouvido “por livre e espontânea vontade” a partir das 10h30 desta quarta-feira (1/9). O empresário e advogado Marcos Tolentino, amigo de Ricardo Barros, igualmente envolvido no Covaxingate, cancelou sua participação na CPI prevista para hoje.

Tolentino informou aos senadores que deu entrada no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, após sofrer um “mal súbito”. Ele teria testado positivo para Covid-19. Para membros da comissão, Tolentino é uma espécie de “sócio oculto” do FIB Bank, o fundo garantidor de crédito que avalizaria a compra da vacina Covaxin pela Precisa Medicamentos, para revenda ao Ministério da Saúde.

Já o motoboy Ivanildo faltou à CPI da Covid na terça (31/9), graças a um habeas corpus do ministro Kassio Nunes Marques. A ausência estimou a CPI a aprofundar a investigação sobre a VTCLog, empresa de logística que ganhou mais contratos com o Ministério da Saúde.

Ontem, senadores demonstraram que o motoboy fez movimentações financeiras suspeitas que chegam a quase 5 milhões de reais em espécie. Além disso, há imagens que sugerem que o funcionário foi usado para pagar despesas de Roberto Ferreira Dias, ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde que teria cobrado propina para fechar contratos com vendedores de vacinas.

TOLENTINO

Por ser advogado e estar na mira da CPI, Tolentino conseguiu um habeas corpus para ficar em silêncio por sigilo profissional. O recurso foi concedido pela ministra Carmen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, na noite anterior.

Na semana passada, ao ouvir o presidente do FIB Bank, os senadores identificaram inconsistências no capital social da empresa, a ponto de apelidarem-na de “lorota banco” – ou “banco que não é banco”.

Mais do que isso: o representante do FIB Bank deixou claro na CPI que a garantia que seria dada em nome da Precisa Medicamentos, no contrato com o Ministério da Saúde, teria sido um acerto direto entre Marcos Tolentino com o setor comercial do fundo.

A senadora Simone Tebet promete expor novos indícios de corrupção envolvendo o FIB Bank e outros contratos do governo federal.

Leia mais: + O escandaloso papel do FIB Bank, o “lorota banco”, no esquema da Covaxin

A CPI já frisou que Tolentino é amigo pessoal de Ricardo Barros, atual líder do governo Bolsonaro na Câmara, e ex-ministro da Saúde responsável por contratos milionários para o mesmo grupo empresarial ao qual pertence a Precisa Medicamentos.

Nesta quarta, Folha de S. Paulo informa que Tolentino, que é dono de uma rede de TV no Mato Grosso, foi alvo de um processo por corrupção, e acertou um acordo de delação premiada no valor de 3 milhões de reais para não ser preso.

Acompanhe a CPI pela TVGGN:

Redação

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