
Jornal GGN – Quando a Pfizer escreveu a Jair Bolsonaro, em 12 de setembro de 2020, pedindo “celeridade” na resposta brasileira para a reserva de doses da vacina contra Covid-19, a empresa já havia sido ignorada pelo Ministério da Saúde sob Eduardo Pazuello. É o que a própria empresa afirma no parágrafo final do documento que foi apresentado nesta quarta (12) à CPI da Pandemia no Senado.
“Minha equipe no Brasil se reuniu com representantes de seus ministérios da Saúde e da Economia, bem como com a embaixada do Brasil nos Estados Unidos. Apresentamos uma proposta ao Ministério da Saúde do Brasil para fornecer nossa potencial vacina que poderia proteger milhões de brasileiros, mas até o momento não recebemos uma resposta”, escreveu a Pfizer em setembro.
Dois meses depois, em 9 de novembro de 2020, Fabio Wajngarten, ex-chefe da SECOM, ficou sabendo da existência da carta, ainda sem resposta, e se colocou à disposição da Pfizer para ajudar na interlocução. No mesmo dia, o CEO da Pfizer ligou para Wajngarten, que passou o telefone para Jair Bolsonaro. A reação do presidente foi anotar em um pedaço de papel a palavra “Anvisa”, sinalizando que só assinaria contrato de adesão com a Pfizer quando o imunizante tivesse aprovação da agência nacional.
Wajngarten não soube dizer à CPI se Bolsonaro conversou com a Pfizer em outras oportunidades. Representantes da empresa devem depôr no Senado ainda nesta semana.
Acompanhe o depoimento de Fávio Wajngarten aqui:

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