A ação do Banco Central contra Schwartsman

 
Há tempos Alexandre Schwartsman converteu-se em uma espécie de Arnaldo Jabor da economia. Não solta análises: faz pregações. E com um estilo debochado que impressiona seus colegas, menos pelo conhecimento, mais pela falta de compostura em uma comunidade em geral menos disposta a brigas de botequim.
 
Mas em nenhum momento – que eu me lembre – ultrapassou os limites da injúria ou da difamação. As críticas que fez ao Banco Central enquadram-se nos limites do direito de opinião.
 
A ação proposta contra ele foi decorrente do excesso de suscetibilidade de Alexandre Tombini, o presidente do BC. Tombini atua de olho no mercado: quer ser bem visto, bem avaliado. Por isso a sensibilidade às críticas “de dentro”, “dos seus”.
 
O álibi com que se apresenta ao mercado – o intimorato defensor da ortodoxia, pressionado de forma indevida pela presidente da República – em nada o absolve. Apenas demonstra que não tem luz própria, que se sujeita a interferências – no caso, de Dilma e do mercado.

 
Guido Mantega
 
Tendo me constituído em crítico permanente de Guido Mantega, entrado para a lista negra da Fazenda – fato inédito para mim – nem por isso aproveitarei o momento para criticá-lo.
 
Chutá-lo, na situação atual, é covardia.
Luis Nassif

29 Comentários

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  1. Discordo Nassif

    Discordo Nassif…acho pertinente essa ação, como outras que devem ser tomadas diante dessa “imprensa” corrupta e safada que temos. Evidentemente com exceções, é claro! Ninguém está acima do bem e do mal, mas os jornalistas, alguns, tem certeza disso! Abç

  2. Tendo me constituído em

    Tendo me constituído em crítico permanente de Guido Mantega, entrado para a lista negra da Fazenda – fato inédito para mim – nem por isso aproveitarei o momento para criticá-lo.

    Assim como o Delfim Neto?

  3. O real e o possível, o Mantega, nas condições fez o que dava

    Apesar de concordar com o Nassif que a fazenda, com o Mantega, deixou a desejar, reconheço nele um valor que tu desprezas: a capacidade de manobrar as contas públicas levando em consideração a economia real do Brasil, com todas as dificuldades acrescentadas com a economia subterrânea que temos. O Guido mostrou uma sensibilidade de artista, que logrou confundir os analistas mais perspicases do mercado, que apostaram a alma e a mãe que o Brasil entrava em recessão com um PIB negativo.

    Estes analistas vão para o acerto de contas com o Diabo e não voltam para casa tão cedo.

    Apostar na resiliência do brasileiro e dos estrangeiros que vieram ao Brasil para trabalhar foi uma aposta vencedora da Dilma, do Mantega e de sua equipe, que mostraram jogo de cintura e senso de oportunidade. É lógico que os operadores de mercado, sentados em seus gabinetes refrigerados, olhando para planilhas foram surpreendidos por esta ação corajosa da Fazenda  e erraram feio em seus relatórios. Não é para ser diferente. Nada substitui o trabalho duro e o esforço na conquista de resultados que realmente fazem a diferença.

    O trabalho do Mantega e de sua equipe na Fazenda ainda será reconhecido.

    1. Muito bom o seu comentario

      Muito bom o seu comentario Alexander. Eu definitivamente nao poderia escrever melhor.  Talvez por isso o discurso da “previsibilidade” tenha contaminado ateh aqui. A visao ortodoxa dos economistas conduz a punicao dos chamados “pontos fora da curva”, os quais sao chamados desde fracos ateh cachorro morto.

    2. Faltará um Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac para Guido

       

      Alexandre Weber – Santos – SP (quarta-feira, 10/09/2014 às 11:06),

      É, no futuro, talvez quando se souber o que ele fez, faltará um Bilac para dizer algo como:

      “Morre! germinarão as sagradas sementes

      Das gotas de suor, das lágrimas ardentes!…

      Hão de frutificar as fomes e as vigílias!

      E um dia, povoada a terra em que te deitas,

      Quando, aos beijos do sol, sobrarem as colheitas,

      Quando, aos beijos do amor, crescerem as famílias,

       

      “Tu cantarás na voz dos sinos, nas charruas,

      No esto da multidão, no tumultuar das ruas,

      No clamor do trabalho e nos hinos da paz!

      E, subjugado o olvido, através das idades,

      Violador de sertões, plantador de cidades,

      Dentro do coração da pátria viverás”

      A pergunta que vai iniciar a revisão da historia de Guido Mantega, será: por que o PIB caiu no terceiro trimestre de 2013, se os três trimestres anteriores mostravam retomada do crescimento com aumento de investimento?

      E não é só Guido Mantega que vai ficar na história. Muitos vão querer saber porque o post “EM central bankers: guiders, reactors and Mavericks” de 03/02/2014 às 03:34 no blog Beyond Brics não teve muita repercussão no Brasil. Por EM deve-se entender Emerging Markets. O endereço do post “EM central bankers: guiders, reactors and Mavericks” é:

      http://blogs.ft.com/beyond-brics/2014/02/03/em-central-bankers-guiders-reactors-and-mavericks/

      A chamada para essa notícia no jornal Valor Econômico era quase imperceptível. E ali o Alexandre Tombini era tratado como um presidente de Banco Central de países emergentes que guiava os demais.

      Clever Mendes de Oliveira

      BH, 10/09/2014

      1. BCB uma incógnita a ser decifrada

        Clever suas colaborações são únicas, morro de inveja desses seus colegas que o municiam com artigos e dicas, nada como ser bem relacionado rsrs…

        O artigo do Beyond é interessante, pois constata a deteriorização do ambiênte do crédito no mundo de forma inusitada, pela ação preventiva dos BCs, todos se mexeram, mesmo a Russia e a Argentina.

        Sempre digo que no mercado tempo é tudo.

        O Tombini não me parece um Az neste quesito, assim, agiu por precaução e contando com as enormes resarvas que o Brasil possui. Sorte e privilégio nosso.

        Em tempos de discussão de papel de Banco Central e sua independência, penso que vale a pena colar o artigodo FT, assim :

        EM central bankers: guiders, reactors and mavericks

        Feb 3, 2014 3:49pmby Jonathan Wheat Raghuram Rajan, governor of the Reserve Bank of India, accuses policy makers in the developed world of lacking co-ordination. But how do EM central bankers stack up and how will their behaviour shape investment decisions?

        “You have to be selective this year,” says Michael Ganske, head of emerging markets at Rogge Global Partners, a fixed income fund with $59bn under management – and the selection process begins with an assessment of a country’s economic fundamentals and the credibility of its financial policy makers.

        With that in mind, here is a beyondbrics rundown of the guiders, the reactors and the mavericks at key EM central banks currently battling turmoil on financial markets.

        The guiders

        Alexandre Tombini, governor of the Central Bank of Brazil, may not be every investor’s idea of a model central banker. He has been criticised for bowing to political pressure and keeping Brazil’s interest rates too low for too long even as inflation rose above 6 per cent a year, near the top of its target range. But among the big EMs, the BCB has been out in the lead. It began hiking in April 2013 – a month before the US Federal Reserve first talked of tapering its bond buying programme, sparking a sell-off in EM currencies and other assets that lasted from May to September. The BCB has been hiking ever since (see chart below), giving credibility to Tombini’s claim that Brazil has been ahead of the curve in preparing to face the “vacuum cleaner” of rising interest rates in the developed world.

        Agus Martowardojo became governor of Bank Indonesia just as the EM sell-off began in May 2013. He has been praised for introducing more market-friendly policies and for overseeing a surprisingly aggressive tightening cycle during the second half of last year. While critics say BI eased off too quickly by not extending that cycle beyond November, its actions seem to have provided the rupiah with some defence in the renewed sell-off of EM currencies from last month.

        India came later to the guiders camp. In May, after Brazil began tightening, the Reserve Bank of India was still cutting and didn’t hike until September, when the rupee was almost in freefall. That hike, of course, came soon afterRaghuram Rajan’s appointment as RBI governor. He has helped restore confidence in the RBI and the rupee has performed much better since. “It looks like Rajan believes in orthodox monetary policy management and inflation targeting,” says Steffen Reichold, portfolio manager at Stone Harbor Investment Partners, a fund with $62bn under management.

        The reactors

        Erdem Basci, governnor of the Central Bank of the Republic of Turkey, has caused more dismay on financial markets than any of his colleagues at the big EM central banks. The CBRT, for example, has kept its declared policy rate low while using an “interest rate corridor” to manipulate the effective interbank rate, taking reaction to the extreme, as our chart shows. The CBRT finally bowed to the inevitable last week with what it hoped would be a dramatic, confidence-restoring move. But markets saw through the headline figures to what was a more modest real hike in the interbank rate. “This would have been a pre-emptive move six or seven months ago,” said Luis Costa, EM strategist at Citi. “But not now.”

        Gill Marcus of the South African Reserve Bank become a reactor late in the game. The SARB held its policy rate at 5 per cent throughout last year’s EM sell-off before finally caving in last week with a 50 basis point hike. After so much inaction, the hike might have been expected to deliver a positive shock. But, as in Turkey’s case, markets quickly saw it as too little, too late. The rand has continued its slide.

        The mavericks

        The Central Bank of Argentina, under its president Juan Carlos Fábrega, is about as maverick as they get. The country’s tiny size would have kept it out of consideration were it not for last month’s spectacular currency devaluation and the shock waves it sent around the EM world, sparked when the central bank suddenly and silently withdrew its support for the peso. On our chart, it looks as though the central bank has been hiking aggressively. In fact, interest rates are negative in real terms – the government says inflation is about 10 per cent a year but many private economists say it is closer to 30 per cent.

        Hungary, too, is a small country but it looms larger on investors’ screens. It has been determinedly cutting interest rates since August 2012 in a bid to boost growth and Gyorgy Matolcsy, governor of the Magyr Nemzeti Bank, said last week that more cuts were on the way. Officials appeared to be rowing back from that position on Friday as the forint hit 314 to the euro, the latest in a series of two-year lows. If the sell-off continues, Matolcsy may have no option but to hike – although this being an election year, and he being a right-hand man of prime minister Viktor Orban, he may feel the currency has more room to fall.

        Our third maverick is Russia, but not because monetary policy in Moscow resembles that in Buenos Aires or Budapest. Russia’s current account surplus has protected it from some of the pressures facing other big emerging markets. The Central Bank of Russia’s policy has been to intervene in currency markets to hold the rouble within a target range. Elvira Nabiullina, its new governor, has scaled back intervention under a stated aim of letting the rouble float by next year and of making interest rates more effective in tackling inflation. The rouble’s recent reaction suggests markets would like to see conventional monetary policy sooner rather than later.

        Source: Reuters Datastream

         

        1. No mundo real a nossa moeda carrega um peso imensurável

           

          Alexandre Weber – Santos – SP (sexta-feira, 12/09/2014 às 12:41),

          Duplamente agradecido, não só pelo retorno como pela gentileza dos elogios. E agradecimento a ser triplicado por você ter dado mais difusão ao post “EM central bankers: guiders, reactors and Mavericks”.

          E para manter, no caso mais o viço da poesia, com atenção ao outro poeta que dizia, “somente a ingratidão esta pantera foi tua companheira inseparável”, lembro aqui que em algum lugar mais recentemente eu fiz alguma referência ao que eu considero uma falha no seu entendimento da moeda em que você quer dar ao real as mesmas condições que são dadas ao yuan para a multiplicação dele (Não só ao yuan, mas também ao dólar e a libra e agora também ao euro). Infelizmente não creio que seja possível utilizar o real para resolver os gargalos que a economia brasileira ainda apresenta.

          Em um processo lento que vem desde 1994, nós deixamos formar uma dívida de curto prazo muito grande e por bom tempo será difícil reverter a situação.

          Eu pensei que tinha enviado este comentário anteontem, sexta-feira, 12/09/2014, para você. Como não o vi ontem, hoje reenvio junto com o acréscimo que coloco a seguir para fazer referência ao post “Mídia resgata defesa da autonomia do BC em 2010 para fragilizar discurso de Dilma” de sábado, 13/09/2014 às 12:13, em que o Jornal GGN traz reportagem comentando a repercussão da discussão da questão da independência do Banco Central mostrando contradições de discurso da presidenta Dilma Rousseff quando era candidata em 2010, com o discurso atual em que ela faz as críticas à proposta de Marina Silva para a independência do Banco Central. O endereço do post “Mídia resgata defesa da autonomia do BC em 2010 para fragilizar discurso de Dilma” é:

          https://jornalggn.com.br/noticia/midia-resgata-defesa-da-autonomia-do-bc-em-2010-para-fragilizar-discurso-de-dilma

          A crítica da mídia para a mudança de opinião da presidenta Dilma Rousseff parece-me correta. Eu francamente, embora leigo em economia, creio que esta questão é mal tratada por todos. Como considero este assunto interessante, vou expor de modo mais detalhado minha opinião sobre o assunto e assim prolongo bastante o acréscimo que eu pensei em o fazer bem curto.

          Há vários posts aqui no blog de Luis Nassif com um texto mais crítico à idéia de Marina Silva sobre a independência do Banco Central. Menciono aqui três. Há o post “O Banco Central independente e os 20 centavos, por Pedro Paulo Zahluth Bastos” de quarta-feira, 03/09/2014 às 12:19, com o texto de Pedro Paulo Zaluth Bastos, professor associado (Livre Docente) do Instituto de Economia da Unicamp e ex-presidente da Associação Brasileira de Pesquisadores em História Econômica (ABPHE) e que saiu no Brasil Debate. O endereço do post “O Banco Central independente e os 20 centavos, por Pedro Paulo Zahluth Bastos” é:

          https://jornalggn.com.br/blog/brasil-debate/o-banco-central-independente-e-os-20-centavos-por-pedro-paulo-zahluth-bastos

          Um segundo post da mesma data, quarta-feira, 03/09/2014, e saído um pouco mais cedo, às 09:21, foi “O verdadeiro sentido do Banco Central independente de Marina” de autoria de Renato Santos de Souza que assinou em baixo apresentando algum vínculo com a UFSM/RS. O endereço do post “O verdadeiro sentido do Banco Central independente de Marina” é:

          https://jornalggn.com.br/fora-pauta/o-verdadeiro-sentido-do-banco-central-independente-de-marina

          E o terceiro post é “O jogo político por trás do conceito de BC independente, por J. Carlos de Assis” de sexta-feira, 12/09/2014 às 07:05, e é de autoria de José Carlos de Assis, jornalista famoso na década de 80 economista e doutor em engenharia de produção pela Coppe-UFRJ e professor de Economia Internacional na UEPB. O endereço do post “O jogo político por trás do conceito de BC independente, por J. Carlos de Assis” é:

          https://jornalggn.com.br/noticia/o-jogo-politico-por-tras-do-conceito-de-bc-independente-por-j-carlos-de-assis

          O texto de José Carlos de Assis pareceu-me o mais racional e mostra que precisa haver certa sintonia na atuação do Banco Central e do governo. Aliás recentemente o jornal Valor Econômico trouxe um artigo de Adair Tuner, ex-presidente da Autoridade de Serviços Financeiros do Reino Unido, é membro da Comissão de Política Financeira do Reino Unido. No artigo intitulado “Encarando a realidade na zona do Euro”, de terça-feira, 09/09/2014, Adair Turner fala da necessidade do Banco Central da Europa trabalhar em parceria com os governos de cada país. Em três parágrafos ele expõe o cerne da proposta dele como se pode ver a seguir:

          “A zona do euro necessita maior demanda doméstica para escapar do excesso de endividamento remanescente do excesso de pré-crise. Em países como a Espanha e a Irlanda, as dívidas privadas cresceram a níveis insustentáveis. Em outros, como a Grécia e a Itália, a dívida pública também é muito elevada. O consumo das famílias, os investimentos empresariais e as despesas públicas foram, todos, cortados, numa tentativa de pagar a dívida.

          Até duas semanas atrás, os formuladores de políticas governamentais da zona do euro negavam essa realidade. Em 22 de agosto, em Jackson Hole, Draghi admitiu-o. Sem aumento da demanda agregada, argumentou ele, a reforma estrutural poderá ser ineficaz; e maior demanda exige estímulo fiscal paralelamente a uma política monetária expansionista.

          Os economistas italianos Francesco Giavazzi e Guido Tabellini explicaram o que uma política fiscal e monetária coordenada poderia significar. Eles propõem cortes de impostos em montante igual a 5% do PIB durante 3 a 4 anos em todos os países da zona do euro, financiados por dívida pública de muito longo prazo que o BCE deveria comprar em sua totalidade. Eles argumentam que apenas flexibilização quantitativa (QE, em inglês) pelo BCE, sem relaxamento fiscal, seria ineficaz”.

          Pelo que se depreende do texto dele, o Banco Central Europeu precisa trabalhar em coordenação com os governos de cada país da Zona do Euro. O endereço do artigo “Encarando a realidade na zona do Euro” é:

          http://www.valor.com.br/opiniao/3687976/encarando-realidade-na-zona-do-euro

          No Valor Econômico, o texto só aparece na íntegra para assinantes. No original, o artigo “Facing Reality in the Eurozone” pode ser visto no seguinte endereço:

          http://www.project-syndicate.org/commentary/adair-turner-hails-ecb-president-mario-draghi-s-call-for-fiscal-stimulus

          Há no artigo de Adair Turner e que está presente no trecho que transcrevi a proposta dos economistas italianos Francesco Giavazzi e Guido Tabellini de cortes de impostos em montante igual a 5% do PIB durante 3 a 4 anos em todos os países da zona do euro. Trata-se de proposta que vai contra uma previsão que eu faço de que, na próxima década deste século XXI, a carga tributária dos países mais ricos será de 2 a 4% maior do que a carga que existia antes da crise. A proposta dos italianos Francesco Giavazzi e Guido Tabellini e defendida por Adair Turner pode ser mais bem entendida se se pensarmos que Adair Turner é inglês e que há três anos, David Cameron, aumentou as alíquotas do IVA inglês. Ou seja, em meu entendimento a solução europeia é aumentar os impostos e aumentar os gastos públicos de modo coordenado com o Banco Central Europeu que deverá comprar títulos de longo prazo do tesouro dos países da Zona do Euro a juros bem baixos. Só que para a Inglaterra, que já aumentou os tributos, o melhor seria a Europa em vez de aumentar os tributos os reduzirem, pois uma carga tributária maior reduz o poder de compra do europeu e a Europa não vai poder financiar a recuperação da Inglaterra.

          E quanto a campanha da presidenta Dilma Rousseff sobre a questão da independência do Banco Central eu vou aproveitar este complemento para acrescentar mais informações sobre o assunto. Anteontem, sexta-feira, 12/09/2014, eu vi no blog de Alexandre Schwartsman, A Mão Visível, o post “Um dia depois do outro” de sexta-feira, 12/09/2014, consistindo de reprodução de parte de duas matérias, uma publicada no Estadão em 10/05/2010 às 14h 00 e intitulada Dilma rebate Serra e defende autonomia do Banco Central e a outra publicada 10/09/2014 às 18:10 com foto creditada a Agência Brasil e com o título “Dilma rebate Marina e diz que autonomia do BC ‘não dá certo’”. O endereço do post “Um dia depois do outro” é:

          http://maovisivel.blogspot.com.br/2014/09/um-dia-depois-do-outro.html

          É claro que a presidenta Dilma Rousseff errou na maneira em que abordou o problema nos dois momentos. Agora a idéia que deve prevalecer é a que procure estabelecer qual é a forma de condução do Banco Central que mais bem atende os interesses do país. Nesse sentido tanto o artigo de José Carlos de Assis, que se pode ver no post “O jogo político por trás do conceito de BC independente, por J. Carlos de Assis”, como o artigo “Encarando a realidade na zona do Euro” de Adair Turner mostram a necessidade de coordenação entre o Banco Central e os Tesouros nacionais.

          E ontem, fazendo pesquisa no Blog Economista X – Economia no X da Questão, eu encontrei um quadro muito interessante apresentado no post “O Banco Central Independente vai puxar seu pé à noite!” de sexta-feira, 12/09/2014. No post “O Banco Central Independente vai puxar seu pé à noite!”, o autor Sergio Almeida faz um título que é uma provocação aos que criticam a independência do Banco Central e remete ao artigo do professor da PUC-Rio Rogério L. Furquim Weneck publicado no jornal o Estado de São Paulo de 12/09/2014 e com o título “Dilma e o Banco Central” e que pode ser visto no seguinte endereço:

          http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,dilma-e-o-banco-central-imp-,1558886

          E o post “O Banco Central Independente vai puxar seu pé à noite!” pode ser visto no seguinte endereço

          http://economistax.blogspot.com.br/2014/09/o-banco-central-independente-vai-puxar.html

          O melhor do post “O Banco Central Independente vai puxar seu pé à noite!” não é, entretanto, o artigo do professor da PUC-Rio Rogério L. Furquim Weneck. O que é muito interessante é um gráfico que aparece no final do post e não fazia parte do artigo do professor da PUC-Rio Rogério L. Furquim Weneck. Na chamada para o gráfico, o autor do post Sérgio Almeida diz o seguinte:

          “PS: O gráfico abaixo é food for thought…”

          E então apresento um gráfico que segundo consta originou de trabalho de Alesina e Summers de 1993. O gráfico traz no eixo de x, o grau de independência do Banco Central e no eixo de y a inflação média de 1955 s 1988. Pois bem, a tendência é à medida que o indicador de independência do Banco Central cresce reduz-se a inflação média.

          Há um comentário de um anônimo, enviado ontem, sexta-feira, 12/09/2014 às 21:41 que diz o seguinte:

          “melhor ainda se colocar o que aconteceu com NZ (no gráfico) depois que o BC se tornou mais independente”

          No caso, NZ é a Nova Zelândia que na época tinha um Banco Central com baixa taxa de independência e uma das mais altas taxas médias de inflação entre os países mostrados. E a Nova Zelândia foi o primeiro país a utilizar o Regime de Metas de Inflação.

          Em meu entendimento, o gráfico, o autor do post com seu viés contra os críticos da independência do Banco Central e o comentário do anônimo também favorável ao discurso em defesa da independência do Banco Central, não dizem tudo. Dizem apenas que muito provavelmente todos que utilizam desse gráfico sem um sentido crítico são pessoas que abominam a inflação e muito provavelmente são pessoas com formação de nível superior e que exercem mais uma atividade de serviço bem remunerada. Esse é o perfil não dos que admiram uma inflação baixa, mas dos que apresentam justificativa técnica para a inflação baixa e em geral acreditam na justificativa que apresentam. São pessoas que não gostam por exemplo de participar de greve para repor a perda de rendimentos que a inflação causa a eles. Há os que estão nesse perfil, mas reconhecem que não há justificativa técnica para a defesa da inflação mais baixa. Este é o caso, por exemplo, do economista com doutorado, Alexandre Schwartsman, conforme se pode ver no post “Por quê?” de quarta-feira, 29/02/2012, no blog dele, A Mão Visível, no seguinte endereço:

          http://maovisivel.blogspot.com.br/2012/02/por-que.html

          Quase no início do post “Por quê?”, Alexandre Schwartsman reproduz a pergunta que a maioria que acompanha o funcionamento da economia e deseja uma resposta técnica faz:

          “e qual é o problema de termos a inflação acima da meta?”

          E ele responde a este questionamento com outra pergunta e que transcrevo a seguir. Diz lá, Alexandre Schwartsman:

          “e qual é a vantagem de termos a inflação acima da meta?”

          Na pergunta proposta por ele há o pressuposto de que, pelo menos sem levar em conta considerações técnicas, uma inflação menor seja melhor. E para responder a pergunta sobre a inflação no seu novo formato ele traz duas informações técnicas relevantes. Primeiro ele diz:

          “Concretamente, a capacidade de crescimento de um país independe da inflação ser 4,5%% ou 6,5%”

          Sem deixar de mencionar a parcela mais pobre da população  que prefere uma taxa de inflação mais baixa, Alexandre Schwartsman a defesa que ele faz de uma inflação mais baixa com a seguinte frase:

          “não há vantagem alguma de termos a inflação acima da meta”

          Se se fizer um acompanhamento da dívida pública de uma país, vai-se verificar que a inflação guarda uma relação interessante com a dívida pública. Seja por exemplo a evolução da dívida pública dos Estados Unidos que pode ser vista em inglês no verbete “History of the United States public debt” no seguinte endereço da Wikipedia:

          http://en.wikipedia.org/wiki/History_of_the_United_States_public_debt

          Se observamos o gráfico “U.S. federal debt held by the public as a percentage of GDP, from 1940 to 2012” podemos constatar que no período após a 2ª Guerra Mundial até o final da década de 70 a dívida pública federal dos US decresceu de cerca de 130% do PIB para 30% do PIB. Neste período, a inflação americana foi quase o dobro da inflação que ocorreu nos Estados Unidos no período que vai de 1980 a 2014 quando a dívida pública federal dos Estados Unidos cresceu para um nível que se aproxima de 70% do PIB. Enfim, a inflação reduz o endividamento público.

          O discurso contra a inflação, entretanto, conta com um apoio imensurável. O povo não gosta de inflação, pois a inflação de certo modo o avilta a o mostrar fraco diante de uma força – a do aumento dos preços – que parece não ter fim. É uma resistência de natureza psicológica e razoável, pois a inflação nesse aviltamento reduz o poder de compra daqueles que recebem uma remuneração fixa como os assalariados. O povo, entretanto, não desenvolve conjecturas técnicas que justifique uma defesa da inflação baixa. A única conjectura que o povo desenvolve é que a inflação alta é causada pela corrupção do governo. Às vezes o povo é equivocadamente instruído sobre a necessidade de se ter a inflação mais baixa. É a famosa alegação técnica de que a inflação é o mais injusto dos impostos, pois atinge as camadas mais pobres da população.

          Trata-se de alegação que pode ser questionada de várias formas. Inflação não é imposto. Dado o dinamismo do mercado, a justiça ou injustiça dos impostos não pode ser determinada a priori, pois um imposto regressivo que aparentemente parece ser injusto pode ter efeitos distributivos na dinâmica do mercado enquanto um imposto progressivo que aparentemente parece ser justo pode ter efeitos contrários a distribuição da renda. E é bem questionável dizer que a inflação atinge as camadas mais pobres da população.

          Antes de analisar se a inflação atinge as camadas mais pobres da população, eu vou dar o meu entendimento sobre as justificativas para se ficar contra a inflação avaliando este problema levando em conta o interesse do país, sem uma atenção específica as várias classes sociais, e avaliando este problema levando em conta também interesses de outras classes sociais mais específicas. Do interesse do país pelo menos no que diz respeito a dívida pública parece que o desejável é uma inflação maior.

          Cabe então saber que outro interesse realmente pode estar por trás dos que defendem a inflação baixa com argumentos técnicos. Talvez um gráfico bom que possa explicitar o interesse é um mostrado no post “Derruba sim…” de terça-feira, 08/04/2014, no blog de Alexandre Schwartsman A mão invisível. O endereço do post “Derruba sim…” já foi mostrado no comentário que eu enviei quarta–feira, 10/09/2014 às 21:17, para Luis Nassif aqui neste post “A ação do Banco Central contra Schwartsman”

          O importante é que o gráfico no post “Derruba sim…” traz a relação entre juros reais e inflação, no Brasil. Pois bem com o juros reais sendo apresentado no eixo dos X em um dado tempo t, e a inflação, medida em um tempo t + 18 meses, sendo apresentada no eixo dos y, percebe que à medida que os juros reais aumentam a inflação diminui.

          Enfim, o grande favorecido com a inflação baixa são os que vivem de renda. Em condições normais, o rentista só obterá um retorno maior do que a inflação se o juro for suficiente alto para se ter uma inflação menor. Aliás, por considerar o Regime de Metas de Inflação o melhor instrumental desenvolvido pela teoria econômica para combater a inflação, eu tenho sempre que possível reproduzido aqui no blog de Luis Nassif um achado seu que você enviou quinta-feira, 03/03/2011 às 17:25 para o post “A inflação distante do umbigo da blogosfera” de sexta-feira, 04/03/2011 às 09:41 de “Gunter-z-ironic-mode-on” (O Gunter Zibell – SP). Observando que o post “A inflação distante do umbigo da blogosfera” é a montagem de vários posts diferentes e talvez isso explica a questão da diferença entre a data do post e a data do seu comentário. O post “A inflação distante do umbigo da blogosfera” pode ser visto no seguinte endereço:

          https://jornalggn.com.br/blog/luisnassif/a-inflacao-distante-do-umbigo-da-blogosfera

          E o seu comentário que interessa aqui encontra-se na terceira página, mas não há endereços específicos para cada uma das quatro páginas que compõem o post “A inflação distante do umbigo da blogosfera”. E a trecho que eu já transcrevi outras vezes é o que se segue:

          “Só por curiosidade, com a dívida pública preponderantemente em Reais, uma inflação que diminua a taxa de juros reais, diminui, sobre qualquer ponto de vista, a transferência de dinheiro do povo para os rentistas. É lógico que os rentistas, a mídia e seus funcionários vão pregar uma redução da inflação e maliciosamente pedir ainda um aumento dos juros nominais para prevenir uma futura inflação que corroeria os seus ganhos.

          Esta estratégia é interessantíssima e seu eu fosse rentista ia mover os Céus e a Terra para implementá-la, como não sou , observo o que acontece”

          E como eu disse, remeto com certa frequência a este seu comentário. Uma referência recente e que vale ser mencionada aqui foi feita junto ao post “Brasil 2015: a ciência demência das metas inflacionárias” de sexta-feira, 25/07/2014 às 09:29, aqui no blog de Luis Nassif e que pode ser visto no seguinte endereço:

          https://jornalggn.com.br/noticia/brasil-2015-a-ciencia-demencia-das-metas-inflacionarias

          Lá no post “Brasil 2015: a ciência demência das metas inflacionárias” eu enviei dois comentários para Luis Nassif. No segundo, que eu enviei sexta-feira, 25/07/2014 às 20:51, para junto do primeiro enviado sexta-feira, 25/07/2014 às 14:31, eu procurei indicar uma série de links onde esta questão da inflação fosse bem discutida e um dos links foi justamente para o post “A inflação distante do umbigo da blogosfera” e mais especificamente fazendo referência ao seu comentário e ao seu achado.

          E eu lembro que é muito antiga a estratégia de se combater a inflação por outros motivos que não o que visualiza claramente o interesse que se representa ou por um motivo que apenas revela certa ingenuidade de não se conhecer todos os aspectos da inflação. Na década de 80 houve uma polêmica entre José Júlio Senna, que tinha sido por um curto período diretor da Dívida Pública e Mercado Aberto no Banco Central do Brasil em 1985 e Ignácio Mourão Rangel. No artigo “A inflação brasileira e a teoria da inércia” de domingo, 30/10/1988, José Júlio Senna diz o seguinte:

          “O perfil de distribuição da renda e da riqueza está se deteriorando, em função da brutal aceleração inflacionária . . . Urge, portanto, interromper esse processo, promovendo-se a estabilidade dos preços”.

          Na Folha de São Paulo de terça-feira, 08/11/1988, há um artigo de Ignácio Mourão Rangel intitulado “Inflação e distribuição da renda” em que ele inicia reproduzindo o texto de José Julio Senna que transcrevi acima e acrescenta o seguinte:

          “Essa passagem comporta, como venho insistindo, um equívoco maiúsculo, que não mereceria reparo, de tão encontradiço que é, não fora o fato de integrar uma peça pejada de coisas sapientes, a propósito desse outro mito, também tão encontradiço, da inercialidade, como causa eficiente da inflação. Uma aceleração fazendo-se por força da “vis inertiae” contrariando tudo o que sabemos de inércia, tanto na física da natureza, como na física da sociedade.

          Mas a denúncia de um erro não justifica outro erro. O professor Senna fica a dever-nos uma explicação de porque e como a inflação promove a desigualdade na distribuição da renda. Uma explicação que vá além do fato notório de que, se os preços sobem, sem concomitante elevação do salário, este declinará, em termos reais tornando mais desequilibrada a distribuição da renda, fato que toda dona-de-casa sabe ou julga saber.

          Para começar, devo dizer que não é minha intenção dourar a pílula da inflação. Mas também não devemos cair no equívoco oposto de atribuir-lhe tudo o que não presta em nossa vida nacional. A inflação é como a febre num organismo vítima de uma infecção: uma resposta do sistema econômico a um mal profundo. Em nossa experiência contemporânea sobrevém, ordinariamente, como uma defesa do sistema contra a recessão. Como discuti suficientemente em meu livro “A Inflação Brasileira”, de 1963, agora em 5ª edição, a desvalorização da moeda importa numa penalização da retenção de ativos líquidos, via pela qual promove investimento que não se faria se a moeda fosse estável.

          Ora, seria esdrúxulo supor que algo que promove investimentos, criando empregos, por isso mesmo, isto é, por efeito do aumento dos investimentos, pudesse resultar em redução relativa da folha salarial. Os salários caem, proporcionalmente à renda, quando o poder de barganhar dos trabalhadores declina, o que não acontece, ao contrário, quando crescem os investimentos”.

          Tirei este trecho do artigo de Ignácio Mourão Rangel de um comentário que eu enviara quarta-feira, 04/05/2011 às 22:56, para Luis Nassif junto ao post “De um leitor das crônicas” de quarta-feira, 04/05/2011 às 20:00, e originado de um comentário de Noel Sobrinho para Luis Nassif. O endereço do post “De um leitor das crônicas” é:

          https://jornalggn.com.br/blog/luisnassif/de-um-leitor-das-cronicas

          Então é isso. Os rentistas descobriram que a forma mais fácil de eles ficarem mais ricos é insuflar o povo a lutar por inflação mais baixa. Às vezes eles não pedem isso diretamente. Com frequência utilizam o refrão com ares de pesquisa científica que afirma que o mais injusto dos impostos é a inflação porque ela recai sobre a renda dos mais pobres (Não se pode esquecer que a maioria dos mais pobres não têm o seu ganha pão mediante salários mas sim via remuneração por um serviço qualquer que prestam ou por um percentual sobre o que eles vendem).

          Atualmente a forma eficaz de defender os interesses do rentista é a defesa do Regime de Metas de Inflação. E se o Regime de Metas de Inflação não for suficiente eles passam a pedir a independência do Banco Central com a justificativa de que é o que falta para se ter uma inflação mais baixa.

          Em minha avaliação dada a resistência do povo em relação a inflação, não há muito como lutar contra esse discurso. De certo modo, com a Ação Penal 470 acontecendo em quase metade do mandato da presidenta Dilma Rousseff, ela conseguiu uma proeza e tanto em elevar a inflação para o patamar de 6% com um intervalo de 0,5%. O trabalho dela só não foi mais exitoso porque no período o crescimento econômico foi menor. Houve a vantagem do crescimento menor da dívida. De certo modo crescimento menor da dívida significa déficit público menor. O governo vai alegar que o crescimento foi menor dadas as condições da economia internacional. Seja porque se apegam à idéia de que a inflação é danosa ao crescimento seja porque defendem interesses dos rentistas, seja por serem naturamente contrários a índices mais altos de inflação, será sempre numeroso os que alegarão que o crescimento foi menor em decorrência da inflação mais alta no período.

          Clever Mendes de Oliveira

          BH, 14/09/2014

          1. Obrigado por uma resposta tão minuciosa e rica em informações

            Seu trabalho de compilar e referenciar a discussão não têm preço, mesmo porque em assunto árido e controverso como este é muito fácil perder o fio da meada.  Muitas discussões sobre pontos meditados ou descobertos, tanto pela observação ingenua, como pela análise detalhada e cuidadosa de gráficos e planilhas.

            Reconheço que minha opinião leiga sobre a independência do BC e sobre a taxa de juros reais, são embasadas mais por motivações políticas e conjunturais passageiras do que por uma análise e ponderação mais analíticas e científicas.

            Realmente, uma taxa de juros única em um país continental como o Brasil, com uma diversidade enorme, não pode e não deve ser ótima o tempo todo para todos. Aqui, mais do que nunca, a HPC (High Power Computer) como o sistema Watson da IBM, é o juíz ideal para as situações médias encontradas em todo Brasil. que desconfio, não passam nem de longe pela cabeça dos economistas atuais e suas soluções chutadas.

            Voltando ao ponto incial da sua mensagem, onde você fala que o Real não pode ser usado para proteger o Brasil como o Yuan, penso que, com a criação do banco dos BRICS, com o novo colchão de liquidez montado, ficou ainda mais fácil criar uma moeda brasileira ou comum, referenciada por este bloco.

            Junto a isto, o Brasil tem uma carta na manga, que é a grana do petróleo do pré-sal, que confesso, apesar da minha desconfiança, parece que vem mesmo (Deus é brasileiro rsrsrs…)

            Agora, o que eu acredito mesmo que tire o Brasil do sufoco, com uma manobra de gente grande, é colocar todos os órgãos e repartições do governo para impulsionar o bem do povo e da nação, ai melhora tudo, como passe de mágica. Tem de conquistar corações e mentes para uma reforma do Estado com R maíusculo, mas funcionaria e depois do susto todos se sentiriam recompensados, talves até o pessoal do financeiro, pois com uma base maior, podem ganhar menos de cada um que o lucro até aumenta.

            Vou reler sua mensagem e postarei mais comentários em outra ocasião.

            Obrigado mais uma vez pela excelente resposta.

  4. Seria diferente???

    Nassif, eu me pergunto se você, no papel do Tombini ou do Mantega, faria diferente? Eu sei que sua resposta poderia ser: “Não toparia entrar” ou “Se tivesse pressão (de que lado?) eu pegaria o boné é iria embora”. Você não poderia aceitar num dia e no seguinte ‘pegar o boné’.

    Mas não é isso que eu procuro saber. Gostaria de saber o que você faria (ou poderia fazer) de diferente. Esse é um tipo de função que não é só técnica, é política, talvez mais do que qualquer posição empresarial, pública ou privada.

    Você, no seu papel de repórter/analista, acho que pode até questionar a atuação de cada um deles, mas para criticar, cobrar e julgar, acho que deveríamos, antes, conhecer o contexto (principalmente o vetor político) em que se dão tais decisões e atitudes.

  5. Não entendi o post

    Não entendi este post. Inicialmente pensei ser alguma critica sem fundamento, aí fui ler o nome do autor, e vi que é o Luis Nassif, quem respeito muito. Mas não entendi a referência do título do post. E as referências a “…pressionado de forma indevida pela presidente da República” e a Guido Mantega.

     

    Nos blogs em geral se coloca referências como links no texto, pra um leitor menos informado (possivelmente o meu caso) conseguir entender os contextos ao que o autor se refere.

  6. Coitado até lista em sua defesa foi feita.

    Se isto pode, pode tudo. 

     

    “Em entrevistas a jornais no início deste ano, Schwartsman afirmou que a gestão do BC “é temerária” e “atua de forma subserviente [ao Palácio do Planalto], incompetente e frouxa”. O economista, que é ex-diretor do BC, chegou a dizer que a instituição “realiza um trabalho porco” no combate à inflação.” (ValorEconômico).

    Procurar o atual sistema judiciário só para quem tem fé se fizer parte dos quatros “pes”.

     

     

     

     

    1. A inutilidade dessa ação está

      A inutilidade dessa ação está na vã expectativa de que esse judiciário vá decidir contra as vozes do “mercado”. Mesmo se xingarem a mãe do tombini não vai dar em nada.

      1. A inutilidade da ação é

        A inutilidade da ação é porque ela não tem base juridica alguma e custa a crer que o BC tenha um procurador geral que assine uma petição sem nenhuma logica.  . BCs de todo o planeta são cirticados 24 horas por dia e nunca se soube que algum processasse o critico. Sem essa ação as criticas de Schartzman passariam despercebidas, levantaram a bola dele que estava no desvio, depois de passar por varios bancos e consultorias.

        1. Errado de novo.
          Qualquer

          Errado de novo.

          Qualquer ofendido pode levar suas queixas ao judiciário. Isso é direito fundamental. O que está em questão não é uma mera critica, é a vulgaridade desta; é a baixaria que tem o claro intuito de desmoralizar a pessoa do Presidente do BC e do BC como instituição. Qualquer um no mercado pode fazer a critica que quiser como sempre fizeram em vários governos e em várias presidências, mas a desqualificação vulgar por causa de preconceitos ideológicos e pessoais quando ultrapassa limites de urbanidade e civilidade – inclusive – pautando expectativas pode e deve ser levada ao judiciário, sim. É pra essas e outras que ele existe.

          Não sei nos seus círculos sociais, mas até na feira isso daria inquérito.

          Se vai ter alguma consequência, a resposta é não. Mas por outros motivos.

          1. Nenhum ofendido levou suas

            Nenhum ofendido levou suas queixas ao judiciario. Quem pode ser ofendido é pessoa fisica, quem entrou com a ação foi a pessoa juridica do Banco Central, que não pode ser sujeito passivo de crimes contra a honra, que são três, calunia, injuria e difamação. Critica a atuação de pessoa juridica não é crime contra a honra, o juiz rejeitou a inicial por inepta.

          2. Negativo.
            A pessoa jurídica,

            Negativo.

            A pessoa jurídica, por possuir honra objetiva, é sujeito passivo do crime de difamação.

            Não pode apenas no crime de injúria, pois não possui honra subjetiva, e no crime de calúnia, via de regra, apenas quanto a acusação versar sobre crimes ambientais.

          3. Errado de novo.Releia: “…é

            Errado de novo.

            Releia: “…é a baixaria que tem o claro intuito de desmoralizar a pessoa do Presidente do BC e [conjunção conjuntiva, digo, coordenativa aditiva] do BC como instituição.”

            Que não ia dar em nada já era antevisto, mas os motivos, mais uma vez, foram outros.

  7. Tá lista dos comentaristas tipo: Nosso ouvido não é privada
    Merval Pereira
    Marcos Antonio Villa
    Mírian Leitão
    Demétri Magnoli
    Embaixadir Rubens Barbosa
    Arnaldo Jabour
    Esses caras não merecem nem serem processados por ninguém.
    Não dêem ouvidos a eles
    Não percam tempo!

  8. Assunto encerrado

    http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mercado/184901-bc-nao-vai-recorrer-em-acao-contra-economista.shtml

    O BC informou que acata a decisão e dá como concluída sua atuação nesse caso.

    A polêmica sobre a iniciativa do governo, entretanto, não está encerrada. Até o fechamento desta edição, 1.600 pessoas haviam assinado documento que critica a ação do BC contra Schwartsman. A lista inclui mais de 60 economistas de várias escolas e simpatias partidárias.

    Entre as assinaturas, estão as de Nelson Barbosa, ex-secretário-executivo do Ministério da Fazenda no governo Dilma Rousseff, e do economista Luiz Gonzaga Belluzzo –ambos próximos da administração petista.

  9. Essa eu não sabia

    http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mercado/184902-tese-do-procurador-do-bc-era-no-minimo-polemica.shtml

    JOAQUIM FALCÃO é professor de direito constitucional da FGV Direito Rio.

    A tese do procurador era no mínimo polêmica. Acreditava que a pessoa jurídica pode ser difamada, como se fosse pessoa física. O Código Penal pune a difamação no título de crimes contra a pessoa. No mesmo título em que estão os homicídios. Ora, assim como não se pode assassinar uma pessoa jurídica, não se poderia difamá-la.

    Se a argumentação do procurador valesse, em princípio, para o Banco Central, valeria também para o Congresso, ou para a Presidência da República. Todos teriam uma honra objetiva a ser protegida contra críticas.

  10. Grande Nassif

    Vi o titulo do post e preparava-me para, como ocorre às vêzes, metralhar irado uma “tomada errada de lado” (mas sempre com algum sarcasmo).

    Meus parabéns por defender o direito de opinião de quem não gosta, Nassif! (defender de quem se gosta é fácil).

     

  11. O pelejador revela-se batendo, mas bater não o faz bom

     

    Luis Nassif,

    Eu sempre considerei que a ação de Injúria, Difamação e Calúnia deveria ser exclusiva do Ministério Público. O atingindo poderia fazer a queixa, mas caberia ao Ministério Público avaliar previamente se a injúria, difamação ou calúnia repercutiram na sociedade. Não é o indivíduo que deve ser protegido. O que se deveria proteger é a harmonia social. Se eu sou uma pessoa sem importância e sou injuriado, difamado ou caluniado por uma pessoa sem importância e isso fica no círculo muito pequeno de pessoas, sem repercussão maior na sociedade, por que a sociedade haveria de aplicar a pena de prisão a quem me injuriou ou difamou ou caluniou?

    Agora seria uma questão individual entrar com uma ação de ressarcimento por danos morais. Não que o dinheiro viesse a sanar qualquer efeito da injúria, difamação ou calúnia, mas porque atingir o bolso de quem injuria, difama ou calúnia é uma forma de revelar que a injúria, difamação ou calúnia partiu de quem não tem uma mente bem provida, ou que rasga dinheiro o que não revela siso.

    Um colega trouxe-me uma cópia da página 92 da Veja da edição de 10/09/2014 com a matéria assinada por Giuliano Guandalini sobre a ação penal contra Alexandre Schwartsman. Não vi razões para a Ação Penal. Na reportagem da Veja, intitulada “Difamação ou Opinião” e que aparecia na seção de Economia, o repórter fez referência ao artigo “Volta, pibículo” que saiu na Folha de S. Paulo de quarta-feira, 03/09/2014. Como leitor de Antonio Delfim Netto costumeiramente compro a Folha de S. Paulo de quarta-feira, e sempre leio os artigos de Alexandre Schwartsman. Daquela vez não tinha comprado a Folha de S. Paulo e o colega também trouxe o jornal para eu ler. É o mesmo Alexandre Schwartsman de sempre. É importante aqui lembrar que ele como você não faz nenhuma referência ao movimento de junho de 2013. Os problemas na economia brasileira devem-se única e exclusivamente ao Guido Mantega. É a crítica fácil até amparada nos dados, mas os dados não são mostrados em toda a sua plenitude.

    Na reportagem da Veja há ainda referência aos motivos que levaram a Procuradoria do BC a entrar com a Ação Penal de Injúria, Difamação e Calúnia. Segundo a reportagem em duas entrevistas divulgadas neste ano Alexandre Schwartsman para o BC teria ultrapassado os limites da análise econômica. Em uma delas, publicada pelo Brasil Econômico de 27/01/2014, o economista disse que “O BC é subserviente e submete-se às determinações do Plano” e “é só olhar para a gestão do BC para saber que é temerária”. E em outra entrevista, ao Correio Brazileiense de 27/04/2014, Alexandre Schwartsman teria declarado que “o BC faz um trabalho porco e, com isso, a incerteza aumentou”.

    Não vi razão para a se interpor uma ação contra Alexandre Schwartsman. Não concordo com a análise de Alexandre Schwartsman que não difere da sua a não ser pelo fato que para ele o BC mostra subserviente ao governo enquanto para você o BC mostra-se subserviente ao mercado. Aliás é junto ao post “Derruba sim…” de terça-feira, 08/04/2014, no blog de Alexandre Schwartsman, A mão visível, e consistindo do artigo “Derruba sim…” que ele publicara uma semana antes na Folha de S. Paulo, que se encontra a mais bem fundamentada explicação para a atuação do Banco Central nos quatro anos de governo de Dilma Rousseff. Há um quadro no post “Derruba sim…” que mostra que dentro da faixa de meta da inflação, uma inflação como a que vem sendo administrada nos quatro anos de governo da presidenta Dilma Rousseff pelo Banco Central é a que requer o menor juro real. Nunca dantes se conseguiu administrar por quatro anos uma taxa de inflação na faixa de 5,5% a 6,5% como o Banco Central do Brasil fez. Aliás, nunca dantes no Brasil e nem no mundo.

    O endereço do post “Derruba sim…” é:

    http://maovisivel.blogspot.com.br/2014/04/derruba-sim.html

    E evidentemente muito ruim a crítica que se deixou de fazer a Guido Mantega. Se a crítica era correta, e a situação não fosse favorável a externá-la, o silêncio poderia ser obsequioso. Se não se silenciou, deixou transparecer a crítica ruim que só faz barulho, mas não tem conteúdo. Pelo menos no artigo “Volta Pibículo”, para fazer crítica semelhante a sua ao Guido Mantega, Alexandre Schwartsman apresenta dados, apesar de mais eles camuflarem a realidade do que prestem a revelar.

    Clever Mendes de Oliveira

    BH, 10/09/2014

  12. http://www.fernandopinheirobb

    http://www.fernandopinheirobb.com.br/escritor/livros/Fernando_Pinheiro_consultoria_juridica.pdf

    Nos meus pre-historicos tempos de Banco do Brasil relembro o respeito religioso que tinhamos pela Consultoria Juridica do Banco,  onde luminares despontavam como João Neves da Fontoura, que foi depois Ministro das Relações Exteriores, os pareceres e ações da Consultoria Juridica eram publicads nas melhores revistas de direito.

    Hoje vemos um Procurador Geral do Banco Central com perfil muito modesto para tal nivel de cargo, onde deveria estar uma sumidade juridica que jamais assinaria petições ineptas, o Banco Central não pode entrar com uma ação sem nenhuma chance de prosseguimento, deixa muito mal a instituição pela fraqueza demonstrada pelo seu juridico.

  13. Sobre Guido Mantega

    Caro Nassif,

    Em março, quando estava na iminência de ultrapassar o tempo de Pedro Malan como ministro da Fazenda, Guido Mantega deu uma entrevista (pena que não guardei e nem a consegui resgatar) onde deixava claro que sairia no final deste ano, citando, inclusive, razões familiares.

    Confesso que não entendi a repercussão da fala da presidenta Dilma, seis meses depois daquela entrevista, visto que não haveria novidade nessa questão.

    Quanto desempenho dele no Ministério, não nos esqueçamos que ele foi o timoneiro que atravessou a crise de 2008, com importantes medidas anticíclicas e, como ressalta a presidenta, sem prejudicar o nível de emprego e dos salários.

    Por fim, vale esclarer o que você quis dizer com “lista negra da Fazenda”.

     

    Abraços.

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