Andre Motta Araujo
Advogado, foi dirigente do Sindicato Nacional da Indústria Elétrica, presidente da Emplasa-Empresa de Planejamento Urbano do Estado de S. Paulo
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A face cruel da recessão, por André Araújo

Combate à recessão é infinitamente mais importante do que o combate à inflação como meta de política econômica
 
 
Por André Araújo
 
Os economistas acadêmicos e os de mercado tem abordado o tema da recessão exclusivamente com análises quantitativas macro econômicas. Falta outra análise, a da recessão ao nivel micro sobre as empresas, negócios e sociedade, sobre a vida das pessoas e sobre o funcionamento ou quebra das empresas.
 
A face mais cruel da recessão está no fato que ela atinge mais rapidamente e mais profundamente os mais frágeis e os mais desprotegidos, tanto empresas como pessoas. Quem perde o emprego é o empregado menos experiente e menos qualificado, aquele que ainda está em formação, que está no primeiro emprego, que está começando a vida.
 
No lado empresarial, a recessão atinge em cheio as pequenas empresas, as lojas e comércios de bairros mais pobres, aqueles que se aventuraram em abrir o primeiro negócio e veem desfeitas as aspirações longamente sonhadas de ter o próprio negócio levando junto todas as economias do próprio e muitas vezes da família.

 
A tragédia da recessão na sociedade é de tal magnitude que muitas vezes não vale o preço da democracia e sacrifica-se esta por uma solução na economia, falo pela experiência da História. Os regimes autoritários geralmente nascem no rastro de uma recessão, as pessoas desesperadas preferem qualquer coisa a ver a família passando necessidades, os estudos da filha interrompidos, o filho vagando pelas ruas, muitas vezes a perda da casa e do carro.
 
O combate à recessão é infinitamente mais importante do que o combate à inflação como meta de política econômica, dificilmente se pode acabar com a recessão e ao mesmo tempo controlar a inflação, como se pretende com a obtusa política monetária do Banco Central. Uma injeção de R$1 trilhão na economia espaçados em dois anos acabaria com a recessão, a inflação não iria explodir porque há folga na oferta de mão de obra e de todos os insumos, há imensa capacidade ociosa nas fábricas, se a inflação subir será pouca coisa e constituirá um módico preço a pagar para sair do atoleiro da recessão que não pode continuar sob pena de convulsões sociais no horizonte.
 
Todos os riscos de perda de grau de investimento, de má avaliação do mercado financeiro internacional JÁ ACONTECERAM, não acontecem duas vezes, já pagamos o ônus da má economia e ainda estamos em profunda recessão crescente. É po risso que a política econômica não tem lógica de custo benefício, não se sabe a que visa.
 
Estamos sacrificando a população em um grau extraordinário para nada.  O sacrifício não trouxe nada, nem a curto, médio ou longo prazo. É uma poítica econômica inútil, porque o foco dela está errado, as metas são irreconciliáveis e inatingíveis e, se atingidas forem, não resolvem a recessão e seus efeitos.
 
1. Cortar  gastos correntes por mais que isso seja necessário e deva ser feito não é uma possibilidade real a curto prazo.
 
2.A meta de inflação não será atingida e se atingida nada resolve, inflação zero com a população sem emprego não traz nenhuma vantagem, se isso fosse possível atingir, tampouco se a meta for atingida melhora em alguma coisa a avaliação do Brasil no exterior.
 
3.O ajuste fiscal NÃO É A META importante agora, ela é importante como princípio mas no incêndio deve-se pensar em apagar o fogo, o fogo é a recessão, as demais metas ficam para depois, a recessão se resolve com expansão monetária, pior do que está não fica e pode melhorar muito rapidamente.
 
Onde usar a liquidez adicional: saneamento, moradias populares, estradas, linhas de transmissão de energia, hidrovias. Aliviar as finanças do Estados que estão perigosamente quebrados com reflexos imediatos nos serviços.
 
É fantástico que estejamos seguindo uma politica ortodoxa ruim para que as agências de rating não nos rebaixem MAS ELAS JÁ REBAIXARAM,  a política econômica ontinua visando agradar as agências que já nos pixaram, o nivel de avaliação do Brasil  nos jogou na lama, porque continuar o agrado ao mercado internacional que nos precificou como “economia lixo” se eles assim já nos veem? Já pagamos o preço da má fama, agora a meta deve ser outra.
Andre Motta Araujo

Advogado, foi dirigente do Sindicato Nacional da Indústria Elétrica, presidente da Emplasa-Empresa de Planejamento Urbano do Estado de S. Paulo

34 Comentários

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    1. Entre 2010 e 2013, o BC

      Entre 2010 e 2013, o BC defendeu a reeleição da Dilma a todo o custo, mesmo que isso representasse a maior recessão da história desse país.

  1. Herança do PT

    Tem que ser muito competente para conseguir um quadro de recessão com inflação alta.  Bela herança que o PT está deixando aos brasileiros.

  2. Considerando que 50% da arrecadação federal brasileira

    é utilizada apenas e tão somente para “pagar juros sobre dívida”, sem que a mesma baixe, talvez fosse mais interessante simplesmente mandar imprimir dinheiro suficiente para pagar todo o débito, colocar em contas correntes no Banco do Brasil, para seus donos buscarem e assim o governo federal dexar de pagar esses juros. 

    Com a economia realizada pelos juros que se deixariam de pagar assim, ainda seria possível diminuir os percentuais dos tributos cobrados, o que gera automaticamente uma valorização dos rendimentos (p. ex. em vez de se pagar 30% de imposto embutido sobre um carro, paga-se meros 20% e se gasta os 10% em outra coisa, o que estimula a economia). 

    Como, obviamente os agora ex-credores estarão com uma montanha de dinheiro para procurar aplicações, o governo poderia ainda aproveitar a oportunidade e abrir um amplo portifólio de concessões de rodovias, ferrovias, portos, aeroportos, bairros residenciais, telecomunicação digital, e etc. Certamente essas concessões absorveriam todo este dinheiro parado. 

    Mas claro, agora vêm os pseudo-gurus dizendo que imprimir dinheiro é inflacionário, uma espécie de mantra de auto-defesa deles. Ocorre que nem sempre emissão de moeda dá inflação, basta ver o que o FED aprontou durante a segunda guerra mundial, para financiar a dita. 

     

    1. Excelente comentario, foi o

      Excelente comentario, foi o que Roosevelt fez no New Deal para combater a grande Depressão. A emissão de moeda é um dos mais importantes instrumentos de um Estado e se usado com cuidado e parcimonia pode ser a solução de muitas crises,

      Hjalmar Schacht usou um modelo paralelo para o rearmamento alemão na decada de 30, um tipo de bonus rotativo que ra uma quasi-moeda, os “”Mefo Bonds”, com isso a Alemanha saiu de uma profunda crise e desemprego de 40% em 1933 para pleno emprego em 1938, depois partiu para a guerra mas ai já é uma outra historia.

      Essa emissão de quasi moeda não causou inflação mesmo durante a guerra.

      O mercado financista tem horror a emissão de moeda porque isso enfraque seu poder de comandar a economia.

      1. Outro lado da moeda

        O outro lado da moeda foi a expanção monetária nos governos militares que resultou na hiperinflação nos anos 80. A emissão de moeda também ocorrreu recentemente na Venezuela de Chaves/Maduro e na Argentina de Kirchner, ocassionando enorme descontrole da inflação. Diante do histórico de incompetência deste governo, não vale a pena arriscar, não acham?

        1. Os governos militares usaram

          Os governos militares usaram a expansão monetaria criar a maior parte da infra estrutura de que hoje o Brasil dispõe.

          70% do parque hidroeletrico nacional foi construido nesse periodo, as maiores e melhores estradas do Pais, os aeroportos internacionais, a maiores pontes (Rio Niteroi re o Rio Paraná), o que existe hoje de grandes complexos de saneamento, os metrôs Rio e São Paulo, a EMBRAPA, a EMBRAER, a exploração maritima de petroleo, a industria de bens de capital.

          A inflação tinha causas anteriores, quando o governo militar foi instalado a inflação já era alta mas durante os governos militares as taxas de crescimento do PIB foram as maiores do mundo, chegando a 11,3% em 1973, o desemprego era praticamente inexistente, esse governo legou uma infalção mais ou menos igual a que  existia em 1964, quem acelerou a inflação foi o governo Sarney. Na realidade o governo militar preferiu o desenvolvimento do que o combate à inflação.

          O processo do governo militar brasileiro não tem absolutamente nada a ver com o quadro economico da Venezuela e da Argentina que aumentaram a inflação mas não construiram nenhuma infra estrutura.

          1. Ou seja, centralização

            Ou seja, como eu sempre tenho dito, o melhor sistema de governo, e talvez o único que poderá dar certo, seria uma democracia presidencialista, com poderes plenos (quase de um imperador) para o presidente eleito, como no México

            O problema do Brasil, é que há predadores demais, no mercado, para que a democracia possa vigorar e se defender, sem que o povo se torne refém dos rentista. Com uma centralização de poderes nas mãos de uma só pessoa, do presidente, o mercado não conseguiria chantagear ninguém.

          2. Caro André Araujo
            Obrigado

            Caro André Araujo

            Obrigado pela resposta. Concordo sobre a questão da infraestrutura criada pelos governos militares. Porem, em relação a inflação, foram eles que perderem o controle, basta ver que a inflação anual do IPCA foi de 99% em 1980 até 215% em 1984 (ver link abaixo). Ou seja, os militares deixaram o poder com um quadro hiperinflacionário indiscutível que se agravou nos gorvernos democráticos até chegar a quase 2500% em 1993.

            http://hcinvestimentos.com/wp-content/uploads/2011/02/IPCA-Anual-Antes-Plano-Real.png

      2. Bingo

        Bingo

        “O mercado financista tem horror a emissão de moeda porque isso enfraque seu poder de comandar a economia.”

        E se vale da grande mídia monopolista para passar esse PAVOR à população.

        Desse modo, o que era ruim para o mercado financista, passa a ser aparentemente ruim para o povo.

        Ou seja, através de uma grande mídia monopolista é possivel transformar interesses particulares em coletivos, mesmo que sejam ruins para a coletividade.

        Assim, vende-se para a população “detrito sólido de maré baixa” como se fosse Chanel No. 5.

         

  3. as dificuldades

    Mesmo que a presidenta e o seu staff consigam materializar os projeto, teremos dinheiro e teremos que procurar as empreiteiras. Aquelas que tiverem qualificação técnica para os trabalhos deverão se cercar de uma imensa banca de advogados. O menino moro, os seu conceitos de pátria tucana, ampla literatura e que tais vai inviabilizar toda esta politica.

  4. A partir do momento em que o

    A partir do momento em que o Congresso Nacional aprovou o auxílio moradia para juízes e promotores e o Governo Federal rapidamente sancionou a Lei, e os “falidos” governadores, que têm que pagar esse auxílio a seus magistrados e promotores não reclamaram, comecei a acreditar que não tem ninguém interessado em resolver os problemas citados no post. Quem está interessado não tem poder de fazer nada. Quem tem poder, não parece interessado.

  5. Há alguns dias atrás o Nassif

    Há alguns dias atrás o Nassif disse que o preço da democracia seria a de se aguentar a Dilma pelos 4 anos.

    Eu disse NÃO!

    Muito melhor tirar ela agora do que condenar um país intero à uma depressão econômica.

    Nem a democracia vale isso e muito menos o mandato da Dilma.

    Não precisamos de um golpe militar para isso. Ela pode renunciar para o bem do Brasil. Se se recusar temos soluções na Constituição para tirá-la. O Impeachment no Congresso e a AIME no TSE.

    Se as tres falharem só restará o golpe militar.

     

     

    1. Jesuis voltou..

      Mas continua pendente com a última flor do Lácio..

      Jesuis mora no reino da semiótica, acha que nomes e siglas são a causa de todos os males. Quando muito rechaçado pela pobreza, muda de nome. Esse é o milagre dele, transformar-se em si mesmo com outro nome.

      Jesuis não entra em helicóptero nem em avião, tudo PT, mas sobe pela escada ACME e quando dorme sonha com Miami mas o sonho é filmado na Islândia.

      Jesuis desconhece a recente história da Islândia.

  6. É…, a vida exige coragem!

    É…, a vida exige coragem.

    Com uma pitada de inteligência, eu acrescentaria.

    Pelo que entendi não se trata de um novo plano econômico, mas de um “Plano de Metas”, com alguma engenharia financeira para viabilizá-lo.

    Talvez seja o que todos esperam. Mais do que economizar é preciso vislumbrar o futuro. A esperança é o motor da vida.

    Somos 200 milhões, temos terra, água, alimentos, energia, minérios.

    Não temos conflitos de fronteira, nem religiosos (embora alguns queiram transformar a política numa religião – dos dois lados diga-se de passagem).

    CONTRA essa proposta de um “Plano de Metas” há dois grandes adversários. A chamada “grande  mídia” capitaneada pela Globo aliada aos grandes bancos (mercado rentista).

    Esses dois agentes se valem agora do protagonismo do aparato judicial como instrumento de luta política, para retroceder ao modelo anterior.

    Altas taxas de juros, 20% de desemprego, privatização do passivo nacional. Isso tudo sustentado por um mercado monopolista e uma política fiscal focada no consumo e não taxação da alta renda e na transferência geracional do patrimônio. Tudo oposto ao que fazem os países desenvolvidos e democraticamente maduros.

    O que falta ao Brasil é se enxergar como Pátria. 

    Somente a partir dessa percepção será possível ver além dos interesses imediatos.

    Crise internacioal + Interesses geopolíticos das grandes potências + Grande Mídia/Globo + Mercado financeiro + Aparato judicial (instrumentalizado pela disputa política) = Mais recessão.

    Corpo Estatal + Lideranças políticas + Empresariado + Movimento sindical + Sociedade civil = Desenvolvimento nacional

    1. Bom texto

      Apenas devemos agregar que os protagonistas que querem conduzir os destinhos desta pátria de todos não correm risco algum. Bom salário garantido, ajudas de toda ordem (moradia, terno em Miami e etc.) e, ainda, aposentadoria magnífica como prêmio, mesmo se expulso de onde aquele “meritocrata” estiver. Essa turminha prefere um país bananeiro, submetido aos EUA, pois assim eles (apenas eles) ficam ainda mais garantidos na sua zona de conforto.

      Na vida real, quem deve assumir a direção da construção da pátria deve ser gente que sim tem muito a perder, que corre riscos, como grande parte daqueles 200 milhões que você cita.

      Não foram almofadinhas de escritório os que desbravaram o Oeste e construíram os EUA.

  7. é um bom alerta mas como

    é um bom alerta mas como leigo suspeito que é preciso melhor

    dimensionar o que sejam recessão e crise,   pois essas palavras são usadas

    como se estivéssemos já no fundo do poço, quando na verdade o desemprego

    ainda é baixo, pelo menos em relação a alguns países europeus,

    justamente porque o governo popular luta para que ows empregos sejam mantidos.

  8. o paciente que etá no CTI

    Excelente análise

     

    É como o paciente que etá no CTI. Primeiro salva-se a vida e depois vai se pensar em hábitos saudáveis para quando o paciente estiver de alta. Achei interessante a narração ser no “nós”, ou seja, estamos todos no mesmo barco. 

  9. Ou sejs Está na hora de
    Ou sejs Está na hora de procurar outra noiva,, já que a atual não nos deu bola, gastou-se muito para conquistá- la, fez variod sacrifícios, mas só obteve desprezo. Mas o governo tem que tomar algumas providências recuperar a cadeia de petróleo e gás dentro dessa nova realidade, retomar os investimentos em infraestrutura e logística, para gerar emprego e reerguer o setor da construção cívil.

  10. Pois é, mas como é que

    Pois é, mas como é que faz? 

    “Onde usar a liquidez adicional: saneamento, moradias populares, estradas, linhas de transmissão de energia, hidrovias. Aliviar as finanças do Estados que estão perigosamente quebrados com reflexos imediatos nos serviços.”

    Com o tão desmoralizado PAC (a “gantança”) está sendo feito tudo isso, sem falar na Transposição do São Francisco e seus diversos ramais que somam centenas de km que vão levar água a centenas de municípios trazendo desenvolvimento para a região, do investimento pesado na indústria naval, petroquímica e de defesa.

    O MCMV entregou mais de 3 milhões de residências, teve a concessão dos portos e aeroportos, das rodovias. A construção das hidrelétricas e a implantação de um poderoso parque eólico, com a criação de indústria nacional de componentes. Estamos entrando no ramo da energia solar agora, com mega projetos em vista.

    Tem também a implantação de dezenas de milhares de km de fibras óticas levando internet a milhares de municípios, a construção de dezenas de milhares de km de linhões de alta tensão, integrando o sistema elétrico do país.

    Acho que em 2014, li numa publicação estrangeira que o Brasil era um dos países do mundo com maior número de grandes obras em andamento. Acho que por isso essa turma se pela de medo, se a Dilma sair pelo país inaugurando obras fica difícil. Tem que parar tudo de qualquer jeito.

    E o país está em recessão? Fico com o post do Sergio Mederios, O inimigo oculto. É mais por aí.

    Que fique claro que eu não sou petista nem quero defender o governo. Defendo o meu país que, pelo potencial que tem com esse povo moreno e suas imensas riquezas, merece ser rico e próspero.

    Vamos desarmar essa sabotagem!

    1. As obreas do PAC estão semi

      As obreas do PAC estão semi paralisadas ou muito atrasadas por falta de recursos e burocracias de todos os tipos da FUNAI, quilombolas, reliquias rupestres, meios ambientes de tres niveis, Tribunal de Contas da União, Ministerios Publicos Estaduais e Federal, os conjuntos de casas populares carecem do resto, urbanização, sanemanto, equipamentos sociais, verde, paquinho para crianças, um centro de serviços para pequenos comercios, ambulatorios, só tem as casas muito mal construidas, algumas desmoronando, outras invadidas por traficantes, para ser um plano de REAL moradia falta muita coisa e tudo isso precisa de recursos, essa é a razão da emissão de R$1 trilhão para completar essas tarefas. As concessões de portos e aeroportos estão atrasadas porque não se consegue vencer a burocracia e agora boa parte dos candidatos à concessão

      estão inviabilizados pela Lava Jato.

      1. Poxa, parece que estou lendo

        Poxa, parece que estou lendo o Globo. Nada presta. “só tem as casas muito mal construidas, algumas desmoronando, outras invadidas por traficantes’

        Claro que tem muitas dificuldades, pois tem que interagir com estados e municípios e aí entram muitas mamatas com empreiteiras fantasmas e políticos safados. Fora toda a burocracia que vc mencionou.

        Mas o que foi feito tem entrar na conta também e nâo foi pouco. O nível dos aeroportos melhou bastante e acho que nossos portos também. O fato é que existe um plano nessa direção e a questão que levantei é o porque ser tão difícil tocar os projetos.

        Parece que a mania de desmerecer é recorrente. Vc pega alguns casos de fraude no MCMV e detona todo o programa.

        Quando o governo entregou 1 milhão de sisternas no nordeste, o JN fez uma reportagem de 10 minutos sobre o caso de um político que desviou 40 delas. Belo Monte ligou a primeira turbina apesar de toda torcida contra. Menas seu Andre, menas.

  11. É de uma perversidade

    É de uma perversidade inominável se deixar ao léu milhões de brasileiros e brasileiras por conta de ortodoxias em políticas econômicas. O que dá efetivamente sentido a vida de um ser humano: seu trabalho. Seja abstrato, concreto, braçal, mental, o diabo a quatro. 

    Causa-me asco esses governantes ineptos e sua entourage de sabichões tecnocratas debatendo crise somente pelo viés economicista-estatístico-matemático e esquecendo que por trás de gráficos e equações diferenciais EXISTEM SEREM HUMANOS DE CARNE E OSSO! 

    Haverá tragédia social maior do que a perda de trabalho ou a inacessibilidade ao mesmo? 

    Muito da minha decepção quase irreversível com a presidente Dilma diz respeito a sua frieza, impassibilidade, inação e tibieza para enfrentar essa tragédia mais do que anunciada. Entendo e respeito a opinião dos que aqui a defendem através de vários argumentos no qual se sobressaem os que a fazem vítima de variáveis exógenas dentre as quais o cenário externo, a precária sustentação política, o conflito distributivo, a lava jato e sus injunções, e por aí segue. 

    Sim, ela começou seu segundo mandato arrostando problemas complexos e de magnitude apreciável. Entretanto, não podemos esquecer que muitos em função dos vários erros e equívocos cometidos no primeiro mandato. Erros estes que não a fez repensar seu modo autocrático de governar, Ao contrário, fez por piorar dado que agora se reelegera por conta dos seus méritos. O que certamente é um auto engano. 

    Como bem salienta o post, todos os demais problemas críticos do país se eclipsam frente ao do desemprego. Tudo o que for possível deve ser feito. Possível e impossível. De que adianta um belíssimo ajuste fiscal para o enlevo do tal “mercado” se ao redor deles tivermos que contarmos “cadáveres” sociais? Pergunte ao sr. José da Silva que mora pela periferia, sustenta mais cinco pessoas, que perdeu ou está em vias de perder o emprego, o que acha disso?

    A presidente Dilma tem o dever moral de fazer valer esse lema de “coração valente” que criaram para ela. Seja de onde for que busque saídas. Seu tempo político será drasticamente encurtado se ela perder a confiança daqueles que a colocaram onde está. 

    É em tempos de crise que se afere a real capacidade de um(a) governante. Através de ações e não de palavreado. 

     

    1. Meu caro Costa, belo

      Meu caro Costa, belo comentario que mostra sensibilidade social que todos devemos ter. A Confederação Nacional do Comercio informou que 220.000 lojas fecharam em 2015. Coloque 5 pessoas que tiram sustento da loja, incluindo o dono

      e veja só nesse segmento a absurda tragedia dessa recessão. Roosevelt tinha tal preocupação com o emprego que disse a Keynes que no ultimo caso pagaria para operarios levaram pedra de um a outro lado da estrada, apenas para dar uma ocupação e salario a eles. O New Deal  empregou  de imediato 6 milhões de homens em limpeza de estradas e parques, empregos criados pela vontade de Roosevelt e para horror dos ortodoxos da época que foram à Suprema Corte para

      impedir que Roosevelt seguisse com o New Deal.

      A primeira providencia de Roosevelt quando assumiu o poder em 30 de Janeiro de 1933 foi DEMITIR o Presidente do Fed, o Banco central americano, Eugene Mayer, que era muito conservador e nunca iria emitir dinheiro para o New Deal.

      Ah, falam os santelmos daqui, mas o FED é um banc central independente. Balela. Nunca foi, isso vendem para trouxas do terceiro mundo. Se o Presidente dos EUA quiser ele troca o Chairman do Fed por telefone, aconteceu duas vezes, com Mayer e com Thomas Mc Cabe. É impensavel alguem desafiar o poder do Presidente dos EUA, ele é eleito e representa o povo, o Chairman do Fed não representa ninguem.

      1. Muito úteis os teus últimos

        Muito úteis os teus últimos artigos aqui no GGN. De certo modo até corajosos. 

        E por falar em coragem, eis um “ativo” que falta a esse governo. Numa série temporal tomada ao acaso, a exemplo do governo Juscelino até hoje, todos, mesmos os mais medíocres, tomaram iniciativas visando debelar ou atenuar crises. 

        Tomemos o exemplo dos governos militares que muitos acham que, erroneamente, formaram um continuum. O dito “milagre” (1968-1973) só foi possível mediante correções em pontos críticos herdados do primeiro período(1964-1966), em especial a capacidade ociosa na indústria(baixíssima), irrisórias taxas de investimentos, dentre outras. Mas a mais corajosa foi certamente deixar em segundo plano a inflação e focar no crescimento. Os tão criticados governos Sarney e Collor, merce dos fracassos retumbantes, decerto inovaram em alguma coisa. O mesmo vale para os demais,

        Certamente que a presidente é bem intencionada. Mas, como evoca o dito popular, “de boas intenções o inferno está cheio”. Precisa ousar e ousar. E a primeira ousadia seria arrostar a “república do Paraná” no que tem produzido de deletério para o país; máxime a deterioração de cadeias produtivas economicamente estratégicas e socialmente indispensáveis. Ir além dos acordos de leniência. 

        No mesmo sentido, uma nação do tamanho e da complexidade do Brasil não pode ficar reféns de “mercados” e de seus oráculos, as malsinadas agências de risco. Tem, é claro, a dimensão política.Mas aí caberia a ela exercitar mais e melhor a capacidade de negociação com o estamento. Em suma: fazer a sua, dela, parte. 

        O que não dá e ninguém aguenta é estagflação, desemprego, redução de investimentos, perda de competitividade, erosão social……O que salva a lavoura é a lavoura, ou seja, o setor primário. Se esse fraquejar? Sai debaixo. 

         

         

         

         

    2. E você ?

      Já pensou em fazer a sua parte contra o desemprego ?

      Há dinheiro disponível nesse banco do qual você recebe aposentadoria para quem queira empreender e gerar empregos. E você deve ter crédito.

      Vamos lá. quaquer negocinho gera alguns empregos, mesmo que não lhe dê lucro estará ajudando o Brasil e os brasileiros.

      Ficar reclamando que ninguém faz nada. Esporte favorito dos brasileiros.

       

  12. Apoio à Redução dos Juros

    Nassif, o artigo do André Araújo está muito bom. Gostaria de fortalecer uma visão sobre um ponto que considero essencial: a manutenção e/ou o aumento da taxa Selic NÃO VÃO REDUZIR A INFLAÇÃO! Se o IPCA e/ou outros indicadores estão ainda altos em um ambiente de juros elevadíssimos e de decréscimo acentuado do PIB, fica claro que a inflação hoje está DESCOLADA do nível de juros. Logo, aumentar a Selic ou mantê-la alta neste momento só tem sentido se for para premiar os rentistas…

    Considero que a maior mudança a ser feita hoje, na economia brasileira, é um “diálogo direto” entre o Governo e a diretoria do BC a fim de se definir um conjunto de medidas para atacar a inflação (congelamento/redução de alguns preços administrados, flexibilidade para a importação de alguns produtos que estejam subindo de preço, redução de impostos de alguns produtos que estejam subindo de preço etc.) e, ao mesmo tempo, estabelecer um calendário de redução gradual da Selic.

    Outras mudanças na economia são também muito bem-vindas, mas a redução dos juros é a que permite a maior economia em 2016 por parte do Governo. Abs, Fábio Faiad.

  13. Toda essa crise
    Toda essa crise moral/institucional que vive o Brasil é
    Justamente porque não estão pensando na sociedade em geral
    Nessa briga toda só se pensa no poder, um Judiciário distante do
    povo, corporativista,partidarista é o caminho para o caos!
    para quem recorreremos então,para eles acredito q vale o seguinte;
    O POVO É SÓ UM DETALHE! Não estão nem aí se vai causar crise
    recessão,afinal o SALÁRIO DELES ESTÁ GARANTIDO(pago por
    todos nós Brasileiros!) e…FIM!

  14. E tem mai
    Ainda tem os milhares de jovens que não vão encontrar trabalho ( muito menos emprego), os que vão abandonar os estudos por que não conseguem mais pagar ou não vêem mais sentido no investimento; há os que, novamente, irão buscar refúgio em outros países, e pior, os que terão a crminalinade como solução.

  15. Não concordo com a afirmação:

    Não concordo com a afirmação: “O ajuste fiscal NÃO É A META importante agora”. O EQUILÍBRIO FISCAL É SEMPRE IMPORTANTE. Mas o que é equilíbrio fical? Não existe só o superávit (ou déficit) primário, há também a conta dos juros. Déficit nominal de 10% do PIB é absurdo. Não há país que se desenvolva com um déficit dessa magnitude. TODOS os economistas, heterodoxos, ortodoxos, azuis, amarelos, vermelhos, verdes, pretos e brancos têm que entender que os TODOS os gastos do governo têm que diminuir. A conta de juros tem que cair e as despesas primárias também. Então pela ordem, qual a maior despesa do governo: juros. Assim, se TODOS os economistas têm que lutar pela queda das despesas do governo, TODOS teriam que defender a queda da SELIC. Por outro lado, olhando pela mesma ótica, não há menor chance de o governo gastar mais do que já gasta com aposentados e funcionalismo. Dessa forma, há necessidade de não haver aumento nominal das despesas com essas duas contas. Enquanto os economistas brasileiros não pararem de brigar e ortodoxos defenderem apenas a queda das despesas primárias e heteredoxos a conta dos juros não evoluiremos. Essa é a minha opinião.

  16. Menas Pessimildo, menas. O

    Menas Pessimildo, menas. O Levy já saiu, o Cardozo também e o Tombini é o próximo. O ajuste fiscal foi “flexibilizado”. A recuperação está logo ali na esquina. 

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