Militares estão insatisfeitos com filhos e inoperância do governo Bolsonaro

A insatisfação dos militares se dá por nunca terem aceitado a intromissão dos meninos do presidente em assuntos de Estado

Foto Emaisgoias

Jornal GGN – A situação não está fácil para Jair Bolsonaro e seu governo. O agravamento da crise fez com que três representantes da ala militar do governo expressassem o desagrado do setor sobre a atuação dos filhos do presidente e também pela inoperância da articulação com o Congresso. O tema foi levantado pela Folha.

De acordo com a publicação, os generais de reserva presentes no governo como ministros, Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Fernando Azevedo (Defesa) e Carlos Alberto dos Santos Cruz (Secretaria de Governo), pediram um freio de arrumação. 

Segundo a Folha, que ouviu descrições da conversa, há, inclusive, o risco de perda de apoio da ala militar. Porém, outras descrições descartam o tom alarmista.

Dois temas foram difíceis. O primeiro teria sido a divulgação dos áudios trocados entre Bolsonaro e o ex-ministro da Secretaria-Geral, Gustavo Bebianno. Para os militares, a possiblidade de existirem gravações comprometedoras é um desastre.

Tudo começou, e terminou, na questão partidária, quando o PSL foi apontado como um verdadeiro laranjal, os generais entendem que o papel de Carlos, filho de Bolsonaro, foi deletério. Foi ele que começou a crise que levou aos atos e demissão de Bebianno.

A insatisfação dos militares se dá por nunca terem aceitado a intromissão dos meninos do presidente em assuntos de Estado. E, como o episódio Bebianno, veem uma oportunidade de cobrar o efetivo afastamento dos filhos.

A reunião parece ter surtido efeito, já que Carlos Bolsonaro, o filho vereador no Rio de Janeiro, e Eduardo Bolsonaro, o filho deputado federal, têm sido mais contidos em suas militâncias nas redes sociais, principalmente o Twitter.

Outro ponto que não agradou aos militares foi o papel representado por um general da ativa, Otávio do Rêgo Barros, na crise atual. Como porta-voz de Bolsonaro, o general teve que se sujeitar a dizer que a demissão de um ministro de Estado era decisão de ‘foro íntimo do nosso presidente’.

Mais um ponto nessa conversa, teria sido a derrota, na Câmara, com a derrubada do decreto presidencial sobre sigilo de documentos. Os militares apontam uma desarticulação completa da base governista. A ala militar entende que a base governista é um bloco monolítico sem interesses comuns, e receiam que a reforma degringole neste cenário.

 

Redação

11 Comentários

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  1. Os militares correm um risco muito grande em participar desse governo perante a opinião pública. Mesmo encontrando alguma resistência em setores da sociedade, os militares continuam ainda gozando de prestígio junto ao povo brasileiro. Ao apoiar Bolsonaro de forma explícita e mais do que isso, desembarcar com militares de alta patente em muitos postos, postos chaves desse mesmo do governo correm o risco no caso de uma crise que já é real e sem precedentes, se desgastarem, e pior do que isso desgastarem as FFAA como um todo perante a opinião pública. Isso deveria ser analisado com muita atenção e responsabilidade pelos seus comandantes. O Brasil de hoje não é o de 64. O povo está muito mais bem informado e mais conectado um desgaste a esta altura do campeonato das FFAA é tudo que o Brasil não precisa e não quer.

  2. Sobre Bolsonaro, o que dizem:

    General Leônidas Pires Gonçalves: “Mau militar. Só não perdeu o posto de capitão por causa de um general amigo”

    General Ernesto Geisel: “o Bolsonaro é completamente fora do normal, inclusive um mau militar”

    Não é que a ficha militar dele estivesse protegida por sigilo. Precisei de 30 segundos no Google pra “puxar a ficha”.

    O Alto Comando sabia muito bem onde estava se metendo.

  3. O melhor que os caras poderiam fazer seria trabalhar em seus respectivos mandatos. Mas creio que o presidente o usa para fazer o que ele não pode fazer.
    Getúlio teve um irmão que lhe custou um golpe e talvez a vida.

  4. Quem vê os “militares” d”ESSA PORRA”…, nunca aceitaram ser comandados por LULA e Dilma, até hoje, decentes. Preferiram mostrar sua personalidade indecente, junto a um governo Indecente, de berço.

  5. O Exército (não vamos generalizar para militares, a FAB não tem nada com o Bozo) que assuma o gigantesco erro de ter apoiado esse elemento. Quem pariu Mateus que o embale.

  6. Por que “Os Militares”? ,

    O texto trata “os militares“, tal como se tratam “as reformas“.

    Já deveria ter caído a ficha de que “reformas” existem muitas; umas defendidas por uns, outras defendidas por outros.

    Militares” também.

    Olavo de Carvalho e seus olavetes, entre os quais se encontram os “garotos do capitão“, possuem uma grande audiência e simpatia em setores do meio castrense. E não é de agora. Vejam, por exemplo, como costuma ser observado/acompanhado pelos setores militares em:

    http://www.defesanet.com.br/geopolitica/noticia/391/Pensamento—Olavo-de

    As críticas virulentas dirigidas contra os Generais Hamilton Mourão e Augusto Heleno, não são devidas “apenas” ao caráter “levado” dos “garotos”, nem do “estilo bocudo” do astrólogo de Virgínia.

    Há sim, entre setores militares, uma briga de foice em quarto escuro, na qual concepções distintas se confrontam em busca da hegemonia no interior do governo de Jair, o pai.

    Mourão e Heleno estão visíveis por se constituírem no alvo explícito de Olavo e suas olavetes. Por enquanto, sabiamente, se mantêm calados e não devolvem a artilharia pesada da qual são objeto.

    Mantêm as aparências de que seus “desafetos” são apenas garotos mal educados que não sabem respeitar adultos.

    Mas quem, além do Jair, dá respaldo aos “garotos”? É bom jair se perguntando. Tá OK?

    1. Mais Sobre “os Militares”

      Em artigo, hoje na Folha, Igor Gielow, cita textualmente:

      (…)

      A ala militar não é coesa, podendo ser dividida grosseiramente entre aqueles que aderiram ao projeto Bolsonaro de forma ideológica ou por proximidade pessoal e os que veem no capitão reformado um barco do qual podem desembarcar se a nau se perder.”

      (…)

      Mourão tem influência, mas não é um líder inconteste da ala militar. Tanto que seu protagonismo durante a ausência por razões médicas de Bolsonaro de Brasília foi alvo de críticas por alguns oficiais mais próximos de Bolsonaro, e ele de fato reduziu um pouco sua exposição nos últimos dias.

      (…)

      A ocupação do governo pelos militares funciona em rede: todos os principais nomes conhecem a situação enfrentada pelos seus pares. Mas parece questão de tempo para que as divisões ainda ofuscadas pela impressão de ordem unida da tropa surjam focalizadas em conflitos internos.

      (…)

      Por fim, um general diz que o governo ainda está em estágio de experiência, e o que importa é estabilizá-lo.

      Fonte:

      https://www1.folha.uol.com.br/poder/2019/02/ala-militar-comemora-poder-no-governo-mas-se-preocupa-com-destaque-excessivo.shtml

  7. TIRO PELA CULATRA?

    Nassif: parece que o plano dos VerdeSauvas não saiu a contento. Queriam um boneco de ventríloco, um espantalho na feira. Um elemento de baixa patente e submisso. Do alto de suas constelações no ombros, mandariam e desmandaria, tipo 1964/1988. Mas agora enrustidos pela DemocraciaFardada. “Faça isso; faça aquilo. E pimba!” Em parte deu certo. Os rebentos é que sairam dos trilhos. Ai entrou as milícias, que eles já sabiam desde o caso Marielle. Mas ficaram na moita. Depois, aquela facadinha, ensaiada nos mínimos detalhes. A coisa corria solta. Melhor que RioCentro ou Vlademir Herzog. Melhor até que a filha do Marechal Lott. De bem com os donos do quintal, planejaram até expandir fronteiras, pra cima da Venezuela. Mas, de repente (como dizia o Poeta) “fez-se da vida uma aventura errante”. “E do riso, fez-se o pranto”.

    Esses hômens pensam que a guerra do Paraguai foi prá sempre…

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