Novo presidente da Sabesp fala da gravidade da crise hídrica

Jornal GGN – O novo presidente da Sabesp, ex-presidente da Agência Nacional de Águas, Jerson Kelman, conversou com a Folha de S. Paulo e disse que a situação dos reservatórios do Estado é preocupante e grave. “Nós temos que torcer pelo melhor, mas estar preparados para o pior”.

Para Kelman, do ponto de vista do interesse público, a atuação do governador “não foi a melhor”. “Desperdiçou-se água e os reservatórios estão mais vazios que deveriam”, disse. Leia a matéria a seguir.

 

da Folha

Sabesp fala em todos ‘preparados para o pior’

Por Artur Rodrigues

Indicado para presidir estatal, Jerson Kelman havia criticado falta de transparência da gestão Alckmin na crise de abastecimento de água

Para o professor da UFRJ, as chuvas recentes ainda não resolvem a questão da crise no abastecimento

Escolhido pela gestão de Geraldo Alckmin para dirigir a Sabesp, o ex-presidente da ANA (Agência Nacional de Águas) Jerson Kelman afirma que o Estado tem de estar “preparado para o pior”.

“A situação é preocupante, é grave, e nós temos que torcer pelo melhor, mas estar preparados para o pior”, declarou à Folha.

Em novembro, em entrevista ao jornal “Brasil Econômico”, ele havia dito que o governo não atuou da melhor maneira possível e não foi transparente como a gestão Fernando Henrique Cardoso (PSDB) em 2001, época do racionamento de energia. Kelman foi presidente da ANA entre 2001 e 2004.

“O Alckmin deve ter tido suas razões, porque em 2002 quem ganhou as eleições foi o Lula, não o Serra. Esse deve ter sido o raciocínio dele. Mas do ponto de vista de governo, de interesse público, a atuação não foi a melhor, desperdiçou-se água e os reservatórios estão mais vazios que deveriam”, disse na entrevista.

Após ser reeleito, Alckmin passou a adotar medidas mais duras para diminuir o consumo, como a sobretaxa para quem aumentar o consumo.

O novo secretário de Saneamento e Recursos Hídricos, Benedito Braga, afirma que vai avaliar o resultado da taxa extra e cogita até adotar medidas adicionais.

Os nomes de Kelman e de Ricardo Borsari, como superintendente do Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica), foram anunciados nesta quinta (1º) por Braga.

A nova equipe vai enfrentar a maior crise hídrica da história do sistema Cantareira. Nesta quinta, o sistema permaneceu estável, com 7,2% de sua capacidade.

Oficiamente, o nome de Kelman ainda tem de passar por um conselho da Sabesp antes de ele assumir o cargo.

Ele deve ser o substituto de Dilma Pena, que se desgastou com a crise.

Kelman é professor de Recursos Hídricos da Coppe-UFRJ. Também foi presidente do grupo Light e diretor-geral da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).

A seguir, a conversa dele com a Folha.

Folha – Em entrevista anterior, o senhor falou da necessidade de se dar mais transparência à questão da crise hídrica. O senhor mantém essa avaliação?

Jorge Kelman – O conceito de transparência é um conceito universal, que eu sempre defendo, não vai aí nenhuma crítica. Eu penso que a população do Estado de São Paulo sabe compreender as condições hidrológicas do momento. A melhor política é de absoluta transparência, de compartilhar com a população da forma mais clara possível.

O senhor também disse que talvez pudesse ter sido melhor a condução da crise pelo governo, que a questão eleitoral atrapalhou…

Eu estou aceitando esse cargo olhando para a frente, não quero ficar aqui atirando pedras para o passado. Olhando para a frente, a situação de São Paulo é preocupante, é grave, e temos que torcer pelo melhor, mas estar preparados para o pior.

O senhor chega no período de chuva, mas se preparando para a estiagem. Como vamos chegar a esse período?

Nesse período de chuvas agora, que às vezes tem tempestades muito fortes, é preciso deixar claro para manter sempre esclarecida a população de que essas chuvas intensas e curtas não resolvem o problema.

O abastecimento depende do estoque de água do sistema Cantareira.

O que poderia acontecer de ruim é você ter uma enchente, carros boiarem, essas coisas que acontecem no verão, e ter um efeito colateral indesejável que seria a população imaginar que o problema está resolvido e relaxar na postura que está tendo de uso econômico da água.

Redação

14 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. psdb é terra arrasada! Destruiu São Paulo…

    psdb é o partido da incompetência total.

    Sobrevive desviando recursos públicos para o PiG e contando com a péssima formação dos pequeno-burgueses. 

    São Paulo virou um hospício tucano. 

  2. Li as últimas entevistas

    Li as últimas entevistas desses senhores e é revoltante.

    Nâo temos aí leigos, são todos mais do que especialista na área hidrológica.

    Com certeza, todos eles sabem que essa conversinha de que tudo isso se deve ao clima, é pura falácia.

    O que faltou, como sempre falta nos governos tucanos, foi gestão além da planílha. Foi desconsiderar o principal fator da equação: a população. 

    Eles não governam para pessoas, eles governam para empresas (lógicamente as de seus sócios).

    Distribuir R$ 3,8 bi para acionistas da Sabesp em detrimento de investimentos fundamentais a serem feitos nos sistema de captação e na distribuição de água foi e continua sendo o problema principal que nenhum deles assume.

    E, ainda por cima, jogam a responsabilidade para os consumidores.

    Parabéns Paulistas! Vocês merecem.

  3. Caro Nassif e demais
    Mas ele

    Caro Nassif e demais

    Mas ele deve ser algum agente infiltrado do PT, só pode ser, ou está espacialmente deslocado, falando de algum dos países , onde se encontra o Deserto do Saara.

    Em SP, a  mídia isenta diz que nada disso acontece.

    Saudações

     

     

  4. Taí um partido com vocação

    Taí um partido com vocação especial para arruinar qualquer empreendimento. Vamos ver o resultado da auditoria do Pimental e o desempenho do Richa, no falido Paraná. Do Allmin, nem precisa falar, é só esperar o fim do verão para ter uma mostra do que vai ser 2015 para o Estado de São Paulo.

    Sem falar na investigação do Trensalão.

  5. Espero que ele possa combater

    Espero que ele possa combater os ” inimigos internos e externos ” 

    rs

    Pq afinal a culpa nao é do PSDB e sim de ” agentes da oposiçao que nao tem compromisso com S Paulo “

     

    kkkkkkkkkkk

  6. …que assim seja,

    se tem desgraça, os paulistanos colocam culpa no PT, ou sobra pra Deus, e assim a sacolinha vai passando. Eu acho que deveríamos trocar a ultilização da palavra corrupção, pela palavra hipocresia, já que a maioria da população acha que todos são.

    1. colocam a culpa no PT e o PT

      colocam a culpa no PT e o PT joga a culpa para um tal de inimigo Interno/externo

      cada um culpa aquele que pode né? rs

  7. quando começar o exodo,

    precisaremos botar umas barreiras nas estradas e fiscais nas rodoviárias. para evitar que os retirantes paulistar venham pro sul, e estraguem nossas cidades!!

  8. Tarde demais?

    Por acaso conheço essas duas figuras, Braga e Kelman. Braga é praticamente 100% vaselina, já Kelman tem um ego maior que o Pico da Bandeira. Entretanto, em comum, reconheço que são dois técnicos competentes e com grande conhecimento do assunto, mas acho que estão entrando nessa história tarde demais. Oremos…

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador