O time de guardiães, por Janio de Freitas

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Foto Pedro Ladeira/Folhapress

Jornal GGN – Os primeiros passos de Bolsonaro parecem planejados para preocupar militares, afirma Janio de Freitas em sua coluna de hoje, na Folha. O ‘descritério’ da entrega dos cargos na Educação e Relações Exteriores não precisaria da ajuda do coro de desvarios vindos de vários ministros, para indicar o perigo que nos aguarda.

O problema, diz Janio, é o alto risco de embates internos, com potencial de crises. E, em sentido amplo, o que está em jogo para os militares, se a contenção não funciona, é o comprometimento das Forças Armadas pelo governo desnorteado.

O risco foi abraçado pelo Exército por intermédio de generais reformados que se curvaram, mais uma vez, à ilusão primária de salvador da pátria. E não há como negar a responsabilidade.

Nas linhas cruzadas, Marinha e Aeronáutica se mantiveram à distância, com profissionalismo. ‘Talvez jamais tenha havido aqui outro período de tão correta conduta militar como a dessas duas instituições, nos últimos tempos’, diz Janio.

Daí que, com este quadro, não se deve generalizar, já que militares da marinha e Aeronáutica não estão nos jogos da política. Mas torna-se uma incógnita, em caso de um insucesso governamental, o conceito de Forças Armadas em geral. E isso mais uma vez.

Janio alerta que militares que entrem na política têm que ser políticos. E sempre existiram. ‘ dubiedade nunca levou a bom resultado. É esta, no entanto, a propensão visível nos desvarios que já escandalizam. Inaugurados, por sinal, pelo próprio Bolsonaro: sua primeira medida na Educação foi de cunho religioso e antiescolar, liberando para faltas os alunos que invoquem motivo religioso’, conclui.

Outro tema colocado pelo articulista é trapalhada sobre impostos, que teve alteração divulgada por Bolsonaro ou por não saber o que é IOF ou por não saber o que assinou. Ou os dois. Mas o mistério persiste: de onde ele tirou a ideia de que assinara as duas alterações, e ainda explicou a razão de ambas?

Marcos Cintra, secretário especial da Receita, disse que nada há sobre alterações, Onyx confirmou. No caso, então, a informação pode ter vindo diretamente do céu.

Mais Médicos também é tema na coluna. Janio aborda o fato de que, passadas 48 horas da rescisão cubana com o programa, Temer informou e Bolsonaro reafirmou há haver inscritos  para 80% das substituições. Das vagas de 8.332 médicos cubanos, só 5.846 susbstitutos se apresentaram até agora. Quase um terço das vagas continua em aberto.

‘O que as “autoridades” e assemelhados mentem no Brasil não os condena, jamais. Condena a imprensa’, diz Janio. 

O argumento de Bolsonaro é que os médicos cubanos eram escravizados. Janio aponta que o volume de bagagens que tais ‘escravos’ levaram de volta ao seu país deixa claro que aqui é melhor ser escravo. ‘O salário mínimo agora “corrigido”, para 2019, aumenta pouco mais de R$ 1 por dia. Não é correção, é humilhação’, conclui ele.

Leia o artigo na íntegra aqui.

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

10 Comentários

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  1. Não tem mistério. O boçalnaro
    Não tem mistério. O boçalnaro fica de animador de torcida, de bolsominiom; enquanto os “adultos” tocam o governo.
    Quem reclamar é “petralha”. Quer receita mais simples?

    Derrubaram governo, ganharam eleição…Time que está ganhando não se mexe.

    1. O lado bom
       

      Você pode alegar que vai fazer um despacho na sexta-feira e tirar o dia de folga.

      Se a justificativa for aceita, a lei  terá sido aplicada com justiça

      Aí a gente vai ver se esse motivo religioso comprovará o estado laico ou não.

  2. Governo Militar

    A todo instante é preciso enfatizar: temos no comando do Brasil um governo Militar, cuja autoridade máxima é um sujeito ignorante, valentão e mentiroso.

  3. Além da cúpula da burrice
    Bolsonaro e os Milicos são o Blaster do filme ‘Além da Cúpula do Trovão’; o poder econômico é o Master.

    E viva a $uinocracia!

  4. militares no poder

    Temos poderes ditos constitucionais. De fato o que se impõe desde a Proclamação da Republíca é o poder militar, não contitucional. Fato recente um tweter do comandante do exército calou nosso stf, com consequências eleitorais. Críticas recentes de influentes militares sobre os acontecimentos de então justificaram suas atitudes em função dos participantes de governos do PT em atos do Foro de São Paulo.O que me parece é existir enorme falta de articulação entre politicos e militares para evitar confrontos tão arrasadores para a nação brasileira. Não se considera o que a intentona de 35 ainda condiciona a cultura militar no Brasil, o inimigo interno.

  5. Os mais pobres, o que será deles?
    Tem os problemas de desconfortos éticos, étnicos, estéticos… Mas o brasileiros das elites que ainda andam nas ruas, como eu, podem observar a miséria como jamais se viu!

    As exclusões – que nunca foi verdadeiramente prioridade da esquerda – se agravam ao dia…

    Hordas de homens andarilhos, alcoolizados, drogados… E muita gente jovem também… Pelas calçadas, corpos abandonados… Decompostos…

    É espantoso. É vergonhoso. É criminoso.

  6. tsc tsc tsc

    a marinha e a fab são anêmicas.. mal chegam a 20, 30 mil homens o q é a conta pra cuidar dos seu briquedinhos caros. Fossem numerosas como o exército fariam igual ou pior.. basta lembrar da marinha boicotando o lula no episódio da homenagem ao ‘almirante negro’.. até hoje regurgitam e o repassam como herança às gerações mais novas o caso quando é óbvio para qualquer um q oficiais não podia espancar seus subordinados

  7. bom post.

    JF excelente como sempre.

    Uma semana de desgoverno ja estou cansado, desanimado e deprimido.

    O que fizemos para merecer isso?

     

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