Senador diz que reformas trabalhista e previdenciária são “suicídio político”

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Para Lindbergh Farias, falar em reforma previdenciária e trabalhista é colocar entidades da sociedade civil contra o governo

As reformas trabalhista e da Previdência, defendidas pelo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, são “suicídio político”, segundo o senador Lindbergh Farias (PT-RJ). Após participar de reunião no Ministério do Trabalho e Emprego, o senador informou aos jornalistas que as propostas não têm chance de aprovação no Congresso.

“A chance de emendas constitucionais como essas passarem é zero. Uma parte da base, como eu e outros, não votará e certamente a oposição também não vai votar.”

Na semana passada, Barbosa disse que, além de encaminhar ao Congresso Nacional uma proposta de reforma da Previdência nos próximos seis meses, o governo pretende avançar na reforma trabalhista em 2016.

Segundo o ministro, a Previdência é a principal fonte de gastos primários do governo. A proposta pode incluir uma idade mínima para aposentadoria ou flexibilizar a fórmula 85/95 para aumentar a pontuação requerida para receber o benefício integral.

“Falar em reforma previdenciária e trabalhista é colocar entidades da sociedade civil contra o governo”, afirmou o senador. Segundo ele, a tentativa de acenar para o mercado pode comprometer a relação com movimentos sociais e trabalhadores.

“São reformas muito difíceis que só se fazem quando o governo está bem, consolidado, com grande apoio popular e não em um clima de guerra política”. Conforme o parlamentar, essas pessoas que foram às ruas “fizeram passeatas contra o impeachment. Do ponto de vista político, é um erro desmobilizar esse pessoal”.

De acordo com Barbosa, as discussões com as centrais sindicais sobre esses temas estão avançando, inclusive com chance de mudanças na legislação trabalhista no próximo ano. Os debates são feitos no âmbito no Fórum Nacional de Previdência e Trabalho, cuja primeira reunião ocorreu em setembro, com a presença de representantes de trabalhadores, empresários, aposentados e pensionistas. Os debates resultarão em propostas conjuntas a serem enviadas ao Congresso. 

Farias disse ainda que o mais importante nesse momento é recuperar a capacidade do Brasil crescer e proteger os empregos. “A gente sabe que só vai melhorar a situação fiscal quando o país começar a crescer. Não tem jeito. Temos de ter medidas de estímulo ao crédito, estudar medidas para colocar o país para crescer.”

O senador participou de reunião com o ministro do Trabalho e Previdência Social, Miguel Rossetto, representantes sindicais e parlamentares para tratar das demissões de trabalhadores anunciadas pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). Segundo ele, as reformas trabalhista e da Previdência não foram tratadas na reunião.

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

23 Comentários

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  1. “Segundo o ministro, a

    “Segundo o ministro, a Previdência é a principal fonte de gastos primários do governo.”

    A previdência não arrecada nada?

    Será que esta conta é maior que dos juros pagos aos rentistas?

    Penso que a afirmação do Ministro é mentirosa.

    1. Vixe

      Juros da dívida NÂO é despesa primária.

      É complicado sair por aí chamando o Ministro de mentiroso sem ao menos conhecer um pouquinho do orçamento e da contabilidade fiscal do tesouro.

      1. JUros da divida no VOLUME que

        JUros da divida no VOLUME que o Tesouro paga são tambem uma ABERRAÇÃO, o que não invalida a necessidade de reforma da previdencia.

    2. A previdencia arrecada mas o

      A previdencia arrecada mas o valor não é suficiente para pagar aposentadorias que começam com 53 ou 55 anos, não tem nenhum cabimento alguem com 55 anos não trabalhar mais e viver mais 30 ou 40 anos encostado.

      1. Tem cabimento, sim

        Se um sujeito começou a trabalhar na lavoura com 18 anos, passou 35 anos trabalhando sob sol na colheita de cenouras ou outros alimentos essenciais e, nesse tempo, colaborou (recolheu) para o INSS, ele tem direito sim, de se aposentar aos 55 anos. QUem não tem esse direito são profissionais de gabinetes  (juizes, deputados, etc) que começaram a atuar depois dos 25 anos de idade e aos 55 ou 56 anos, recebem aposentadorias cheias, sem fator previdenciário e com valores incompatíveis com a nossa realidade, com a realidade dos aposentados em geral. FHC, sociologo, recebe mais de vinte mil mensal da USP , universidade sustentada pelo povo de São Paulo (estado). Por que, já que ele deixou de lecionar há décadas? Boris Fausto, segundo a Folha, recebe cerca d 40 mil. Essas despesas (verbas de gabinete, mordomias, sangram a despesa pública, não a previdência.

         

      2. Na Alemanha, devido ao fator

        Na Alemanha, devido ao fator demográfico, houve também uma reforma da Previdência. Atualmente se aposenta com 65 anos e meio e, a cada ano que passa, sobe mais um mês para poder  se aposentar, até chegar aos 67 anos, que vai ser a idade máxima. Há um ano também passou a vigorar paralelamente a isso a aposentadoria com 63 anos para quem trabalhou 45 anos sem interrupção.

        1. E daí? Por acaso o q é bom p/ a Alemanha é bom p/ o Brasil?

          Vamos defender o aumento da exploraçao dos trabalhadores porque é assim nos “países desenvolvidos”?

          1. Você não entendeu nada
            Não se trata de seguir ou não país desenvolvido. Um Estado governsdo por  pessoas INTELIGENTES e com visão de futuro para seus cidadãos igualmente INTELIGENTES, buscam soluções INTELIGENTES e que, no longo prazo, e não no imediatismo, vão assegurar que se mantenham, com algunas concessões, boas condicões e qualidade de vida, ao invés de uma piora dessas. Dois fatores foram surgindo nas ùltimas décadas, que exigem reformas: o fator demigráfico e o fator do envelhecimento das pessoas. Quando havia uma alta população ativa em relação a  aposentados, o problema não existia. Mas hoje a população decresce, entram cada vez menos pessoas no mercado de trabalho e  há o envelhecimento da população. As pessoas com 55 anos hoje  estão saudáveis e podem viver sté 90 anos. Qual o sistema previdenciário que consegue sobreviver a esses fatores ? É preferível não fazer reforma previdenciária alguma e o Estado não ter condições financeiras de nelhorar, por ex., os investimentos em educação, saúde, infra-estrutura em troca de aposentados cheios de vitalidade que se aposentam e começam um novo emorego ? A Alemanha dispõe de políticas públicas de primeira qualidade, que só em sonho existem para brasileiros, todas asseguradas através da Constituiçãoo Social até o último dia de vida. É impossível comparar ou aplicar políticas de um outro país.O Brasil enfrenta os mesmos problemas e o problema é grave. A bomba vai explodir daqui alguns anos e é necessáia uma ampla discussão a respeito disso para se encontrar solução apropriada.  
             

          2. Ana, isso é ALIENAÇAO; vc tá com o mundo europeu na cabeça?

            Primeiro, a pirâmide etária no Brasil pode estar envelhecendo, mas ainda é muito diferente da européia.

            Segundo, viver saudável até os 90 é COMPLETAMENTE DIFERENTE de viver com condiçoes de trabalhar até lá, ou mesmo que até os 70. Tenho 68 anos e ainda trabalho, por necessidade, e te digo que cada mês é mais difícil do que o precedente, e sou privilegiada, porque sou professora universitária, um trabalho de que gosto e que nao exige muita capacidade física (mesmo assim exige mais do que a que tenho agora: já nao consigo mais dar aulas de pé, e quando damos aula sentad@s o dinamismo da aula fica prejudicado, e minha voz nao aguenta mais). Imagine se eu fosse estivador(a). Ou vendedora de loja, que fica em pé horas seguidas, ou funcionária de lanchonete, etc. Sem falar das longas horas gastas no transporte para o trabalho que atingem a maioria dos trabalhadores urbanos brasileiros, e num transporte pior do que o que se usa para o gado.

            Aposentadorias precoces, aos 50, 55 anos devem sim ser evitadas. Mesmo assim para os que entrarem no sistema a partir da mudança da lei, porque nao é justo que alguém que trabalha desde os 14 anos tenha o mesmo mínimo etário de quem começou mais tarde e que quem estava esperando poder se aposentar logo tenha acrescidos vários anos ao seu tempo.

          3. Não é alienação, é realismo baseado em fatos

            Lllllllll       

            Leia aqui por ex. esse artigo com esclarecimentos de especialistas do IBGE:
            http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/noticia/2015/06/especialistas-apontam-desafios-da-previdencia-nos-proximos-anos-4783895.html
            Eu não disse que as pessoas  hoje vivem com condições de trabalhar até os 90 anos. Eu diisse: as pessoas com 55 anos hoje  estão saudáveis e podem viver até 90 anos. Na minha infância e juventude (tenho 64 anos) vi muitos pais de amigos e parentes morrerem vom 50, 50 e poucos anos. Muitos usufruiam poucos anos de spisentadoria ou nem chegavam a ela. Hoje se sposentam com 60 e poucos e vivem até os 90. O mundo, as condições de vida mudaram, faz-se necessária uma adaptação. Esse problema não é só do Brasil,no mundo inteiro está ocirrendo a mesma coisa. É evidente que um sistema orevidenciàrio justo tem que levar em conta quem começa a trabalhar mais cedo. O sistema alemão inclui esse caso: quem começa a trabalhar com 18 se aposenta com 63 (45 anos de tempo de serviço).
            Fico durpresa de você ainda estar na stiva com 67 como prof. universitária. Eu também fui e já me aposentei. 
             

             

             

          4. Nao nego q haja 1 envelhecimento relativo da populaçao

            Só que ainda é muito distante do europeu. E, quando chegarmos lá, temos que resolver como os europeus na verdade resolveram o problema, que nao foi sobretudo com aumento da idade da aposentadoria e sim com imigraçao.

            Nas condiçoes de vida brasileiras, o trabalho de idosos é quase uma tortura. Além das péssimas condiçoes de trabalho em quase todos os lugares, o trânsito em que as pessoas levam horas amontoadas de pé, há ainda o fato de que é difícil o emprego de pessoas com mais idade — até mesmo com mais de 50 — e aí, a pessoa vai viver como? E aqui há muita gente que começou a trabalhar nao com 18, mas com 14 anos, o que era permitido até bem recentemente.

    3. O dinheiro do INSS com

      O dinheiro do INSS com certeza é muito mal gerido. Queria eu deixar de pagar INSS e aplicar meu dinheiro onde bem entenesse. com certeza teria uma aposentadoria melhor que a oferecida pelo “estado”.

  2. Para resolver de vez o

    Para resolver de vez o problema da previdência, sugiro a criação do “poço do piche” como aquele existente no desenho animado familia dinossauro.

    Assim, qundo o cidadão atingisse determinada idade e não fosse mais produtivo e teimasse em permanecer vivo, ele seria atirado ao poço do piche para acabar com o problema.

    Obs.: Não deixem o Alexandre Schwartzmann(acho que é isto) ler esta sugestão.

  3. Sempre os mais frágeis

    Quando se trata de diminuir custos no governo, economistas e políticos sempre apontam reformas na previdência e nas leis trabalhistas. Sempre pregam mudanças que afetam os mais frágeis: idosos e trabalhadores comuns. Os colunistas econômicos (quase sempre os mesmos que se calaram quando Collor decidiu pelo confisco da poupança) e jovens repórtes da TV insistem em mudar a previdência. Como se as aposentadorias no Brasil fossem maravilhosas (não acompanham a inflação do idoso). Especialmente depois do fator previdenciário inventado pelo sociologo FHC com anuência de outros. Mas se omitem quanto as aposentadorias epeciais e diferenciadas em universidades públicas, no judiciário, no legislativo. Despesas que, junto com as mordomias, sangram as contas públicas. E as subvenções na base da renúncia fiscal (dinheiro que deixa de ser impostos)? Especialmente para produções artísticas? Por que não procuram altera-las?  Por que não falam em taxar os exorbitantes loucros dos bancos? E será mesmo que a Previdência é a principal fonte de gastos primários como muitos dizem e repetem? Tenho minhas dúvidas. 

  4. Aumentar as taxas de juros de

    Aumentar as taxas de juros de título público e diminuir investimentos e direitos da população para pagar estas taxas de juros. Diminuindo a circulação da moeda local e portanto seu valor frente ao dólar então, todos os produtos importados em dólar sofrerão inflação. Na Ucrânia fraudaram a eleição e elegeram um banqueiro corrupto. O banqueiro entrou no governo, tomou conta do Banco Central e aumentou a taxa de juros dos títulos para 30% e diminui os investimentos na população para pagar estas taxas de juros para seus bancos. É simples. Hoje, os Banco Central de países estão usando da desculpa da inflação para aumentar os juros dos títulos públicos do país para pagar juros a investidores estrangeiros. Por isso o Banco Central quer independência, para realizar suas atividades escuras e sequestrar o país.

     

     

  5. Como eu já disse

    Se a porralouquice petista continuar tendo voz no governo, o Ministro Nelson Barbosa não vai conseguir trabalhar e fazer o que tem que ser feito com a competência que ele tem.

    Como dizia o Bezzera da SIlva : “Malandragem, dá um tempo!”

  6. A ocasião faz o político

    “São reformas….que só se fazem quando o governo está bem, consolidado, com grande apoio popular…”

    Não posso deixar de perguntar: E porque o Lula não as fez? Eu respondo. O poder de hoje é mais importante do que o futuro das gerações que ainda virão. Eles que se lixem!

    1. Pior q ele tb fez… Nao devia ter feito, mas fez

      Vc nem se informou antes de criticar, né? No Brasil tem-se feito reformas previdenciárias uma atrás da outra.

  7. Falar em reforma não pode, então, fazer o que?

    Qual a solução dada pelo Senador? Tem alguma?

    Eu acho que a melhor solução é de gerar uma conta individual por cada individuo registrado no sistema. Cada qual aposenta com o que tem. Situações excecionais devem ser tratadas a fundo perdido, em outras ações sociais que não o sistema previdenciário.

    Pode começara agora e colher os frutos daqui a 30 anos. Esse saco sem fundo é como colcha pequena, que utiliza 70% dela para tampar alguns poucos funcionários públicos e o outro 30% para matar de frio a milhões de particulares.

    Seguir é injusto. Mudar no caminho é injusto. Mudar para o futuro é o mais indicado.

  8. Senador você aceitou o Ministro da Fazenda!

    E colocou o Cavalo de Tróia dentro do Governo. Os saqueadores estão sendo revelados… Agora é assistir ao massacre a população brasileira.

  9. Reformar a ” previdência” de juízes, deputados, senadores…

    Ex-presidentes da República continuam recebendo “salário” enquanto vivos forem + segurança+plano saúde , se não se enganam os que descrevem tais mordomias.

    Um juiz, mesmo se praticar um crime hediondo e for afastado definitivamente do cargo, continua recebendo os proventos, auxílios, etc.

    Senadores e deputados jogam dinheiro pela janela com empregos a cupinchas, correligionários e coisas do tipo, e continuam lépidos e fagueiros. E devem continuar mamando alguma coisinha, quando se afastam do Congresso.

    Porque não reformar tais “previdências”??

     

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