Foto: ABr
A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) divulgou nota hoje (4) afirmando que vem sofrendo redução no orçamento recebido nos últimos anos. Segundo a universidade, a “significativa redução orçamentária” ocorre desde 2014. Naquele ano, o orçamento foi de R$ 434 milhões e os cortes desde então aconteceram todos os anos, chegando ao orçamento de R$ 388 milhões em 2018.
A nota da instituição contesta a declaração do governo federal. Em coletiva de imprensa realizada hoje, no Palácio do Planalto, o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou que houve aumento de 48,9% na verba destinada à universidade entre 2012 e 2017. No entanto, segundo ele, “do total [de R$ 3 bilhões empenhados para a UFRJ em 2017], apenas R$ 373 mil foram destinados ao Museu Nacional”, com redução de 43,1% no repasse feito da universidade ao museu.
De acordo com a UFRJ, a instituição recebeu da União R$ 434 milhões em 2014; R$ 457 milhões em 2015; R$ 461 milhões em 2016; R$ 421 milhões em 2017; e R$ 388 milhões em 2018. O Museu Nacional do Rio de Janeiro é vinculado à UFRJ e é ela que define quanto do seu orçamento vai para o museu. O Museu Nacional foi destruído por um incêndio na noite de domingo (2) e 90% do acervo histórico, científico e artístico foi destruído.
“É falaciosa e extremamente absurda qualquer versão que insinue aumento de recursos, quando são visíveis os cortes na ciência e na educação, denunciados pela comunidade científica”, diz a nota. Ela acrescenta ainda que os valores repassados são definidos pela Lei Orçamentária Anual (LOA) e são usados para manutenção geral, obras de infraestrutura, compra de equipamentos, além construção de novos prédios.
Pagamento de pessoal
A UFRJ rebateu a informação do ministro afirmando ainda que a verba usada para pagamento de pessoal, mais de R$ 1 bilhão, não faz parte do repasse definido pela LOA. “A folha de pagamento da UFRJ inclui servidores ativos e até servidores aposentados e inativos de outras décadas. Essa folha, que ultrapassa R$ 1 bilhão, é gerida diretamente pelo Tesouro Nacional e não há sentido em incluí-la nas avaliações sobre gestão anual do dia a dia da UFRJ, por parte da sua administração central”.
O reitor da UFRJ, Roberto Leher, esteve no Palácio do Planalto, após conversar com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, deputado eleito pelo Rio de Janeiro. Leher e Maia discutiram alternativas emergenciais na tentativa de recuperar o Museu Nacional. Leher esteve com o presidente Michel Temer e os ministros da Educação, Rossieli Soares, e da Cultura, Sérgio Sá Leitão. Ao final do encontro, Leher deixou o Planalto sem falar com a imprensa.
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Segundo a reitoria da UFRJ,
Segundo a reitoria da UFRJ, pessoal não é gestão. Fantástico.
Marun impagável
Esse governo é desqualificado, o teto de gastos já nasceu morto. Mas sejamos francos: a fala de Carlos Marun questionando o que a “televisão’ tem feito em prol do Museu Nacional que justifique os ataques hipócritas e demagógicos ao Estado como causador da tragédia, e mais, sua acusação de que a “televisão” age como “viúva apaixonada”, vale dizer, fingindo luto sofrido e conpungido – tudo isso é absolutamente delicioso. Ponto pra Marun, que é bruto mas não é burro… Quem perdeu a chance de ficar calado?
A verdade: por Simão
O notável José Simão confessou ao vivo na rádio que não conhecia o Museu Nacional do Rio. Não poderia haver depoimento mais expressivo a atestar o que Marun falou sobre a farsa das ‘viúvas apaixonadas’: o Museu nunca foi valorizado o suficiente para ser devidamente apreciado e divulgado pelos meios.