Argentina, 1985... E o Brasil, quando?, por Izaías Almada

Argentina, 1985… E o Brasil, quando?

por Izaías Almada

Para se combater a maldade e a impunidade dos que se arvoram em defensores das falsas democracias e das ideologias sustentadas por preconceitos, racismo e xenofobia, até mesmo em nome de deuses e religiões, é preciso ter coragem, além de conhecimentos fundamentados em fatos históricos que demonstrem cabalmente o que a humanidade já produziu de positivo para a sobrevivência da espécie e a defesa da natureza e do meio ambiente.

Muito embora a afirmação acima possa dar a muitos leitores a impressão de alguma arrogância sobre questões tão complexas sobre ideologias que se opõem, sistemas econômicos alternativos e nossa pequenina presença no Universo e o desconhecido que nos envolve, para ficarmos em alguns exemplos, posso garantir que não é difícil a cada um de nós sermos capazes de distinguir entre o bem e o mal.

Acredito que um bom exemplo para essa intrincada questão e, de certo modo, fácil de entender, é comparar o que aconteceu no Brasil e na Argentina após as sangrentas ditaduras que se abateram sobre esses países nos anos 60, 70 e 80.

Tomo aqui a liberdade de sugerir, se é que muitos já não viram no Stream Prime Vídeo, o filme argentino intitulado “Argentina, 1985”: uma aula de coragem para enfrentar as ditaduras militares e seus algozes.

O cinema brasileiro, nem de longe, foi até hoje capaz de produzir um filme com tamanha coragem para mostrar porque em nosso país ainda temos pessoas que fazem “arminhas” nas igrejas e rezam em frente aos quartéis…

Confiram o trailer abaixo e procurem assistir ao filme: uma aula de coragem, de história e de respeito ao ser humano.

Izaías Almada é romancista, dramaturgo e roteirista brasileiro. Nascido em BH, em 1963 mudou-se para a cidade de São Paulo, onde trabalhou em teatro, jornalismo, publicidade na TV e roteiro. Entre os anos de 1969 e 1971, foi prisioneiro político do golpe militar no Brasil que ocorreu em 1964.

O texto não representa necessariamente a opinião do Jornal GGN. Concorda ou tem ponto de vista diferente? Mande seu artigo para [email protected].