Por: Eliana Rezende
Acho “natural” esse movimento tecnológico e seus usos e aplicações, e parece ser uma tendência esperada e buscada, até pela ficção.
Isso nos leva a várias e grandes discussões em torno da ficção científica e da Inteligência Artificial.
Se formos remeter-nos no tempo, a Segunda Guerra Mundial foi um grande marco, pois foi a partir desta que houve o desenvolvimento de tecnologias com vistas à indústria.
É nos anos 1960 que o desenvolvimento de conceitos que pretendiam imitar as redes neurais humanas ganha o termo “inteligência artificial” por parte de pesquisadores da linha biológica, que viam a possibilidade de que máquinas pudessem realizar as tarefas mais complexas humanas, tais como o pensar.
E é seguramente nos anos de 1980/90 que a sedimentação e discussão destes temas se dão em diferentes áreas.
Como forma de acrescentar elementos à nossa discussão sugiro que assistam o vídeo a seguir.
Ray Kurzweil é considerado um dos maiores inventores do nosso tempo. Pioneiro nos campos de reconhecimento ótico de caracteres, síntese de voz, reconhecimento de fala. Ele fala sobre inteligência artificial, tecnologia e o futuro do homem.
Basta lembrarmos do filme “Minority Report” de 2002, onde se leva ao extremo esta forma de reconhecimento para a busca de situações de pré-crime. Todos devem se lembrar do enredo, onde o reconhecimento do personagem por sua íris e a publicidade completamente customizada a partir de características individuais, era o centro da discussão trazida pelo filme.
O interesse movimenta humores e ficção, e datam desse período os filmes do pioneiro Isaac Asimov (O Homem Bicentenário, Eu Robô) até o inesquecível “Inteligência Artificial”, dirigido por Steven Spielberg, ou a animação “Wall-E” de Andrew Stanton.
Se desse lado a ficção é romanceada e doce o mesmo não ocorre com outros filmes ficcionais onde a Inteligência Artificial é tratada como um grande e sério problema para humanidade e sua perenidade, além de tornarem-se opressoras e subjugadoras dos humanos. São exemplos neste caso: “2001: Uma Odisséia no Espaço”, dirigido por Stanley Kubrick, “Matrix”, de Andy e Larry Wachowski, e “Exterminador do Futuro”, dirigido por James Cameron.
Se acrescentarmos a tais inteligências artificiais, características humanas como raiva, medo, autopreservação amor, inveja, entre outras emoções, é só uma questão de tempo para que sejam considerados opressores. As três leis da robótica serão suficientes para os conter? E se o homem bicentenário um dia for uma realidade? O que faremos? Como iremos lidar com algo que pode ser uma nova forma de vida inteligente?
Em geral argumenta-se que tais inteligências são projetadas devido a limitação humana em várias áreas, especialmente quando envolvem grandes volumes de dados, ou necessidade de força. Mas e se pudéssemos aumentar nossa capacidade intelectual ou física das próximas gerações, ainda haveria necessidade destes?
E de novo, penso em um exemplo muito concreto e que já existe em nosso mundo contemporâneo. Recentemente lia sobre a customização de publicidade utilizando perfis individuais.
É o caso das vitrines inteligentes.
Os manequins inteligentes são resultado do trabalho conjunto entre a empresa Kee Square, ligada à Universidade de Milão, e a empresa italiana de venda de manequins Almax.
Biodegradáveis, possuem uma câmara na cabeça onde as reações dos que olham pela vitrine são captadas e posteriormente analisadas por um programa de computador.
As imagens e análises tomam em conta idade, sexo, etnia e pontos de interesse do cliente ao apreciar a roupa. Este reconhecimento facial é posteriormente utilizado como estratégia de mercado e consumo.
Puristas consideram isso uma invasão de privacidade.
No entanto, já não é o que temos com mecanismos hoje existentes no Facebook, Google e outros motores de pesquisa e busca? Quantas vezes abrimos nossos e-mail e nos deparamos com ofertas diversas que envolvem os temas das nossas últimas mensagens?
Programa utilizado para a Vitrine Inteligente |
Seus defensores todavia, argumentam que a tecnologia é a mesma usada amplamente em locais públicos como aeroportos, rodoviárias, shopping centers. A diferença é que nesses casos seus fins são de segurança. E que no caso das vitrines inteligentes há apenas um outro fim, que é o comercial. Afirmam também que tais câmaras não enviam informações sensíveis ou que mostram detalhes dos rostos dos indivíduos.
Mas com certeza é um tema aliciante e que nos desperta curiosidade e questões, em especial pelos que são de outras áreas.
O que me inquieta é que toda esta possibilidade tecnológica de fluxos de dados, informações e tecnologia de ponta não tem conseguido algo muito mais simples que é o de fazer os homens lidarem com suas emoções mais básicas e primitivas: o amor, ódio, sentido e necessidade de poder, inveja, além de todos os artifícios empregados para manter tais situações como a opressão, os assassinatos em massa…a guerra…
Ou seja, toda essa capacidade inventiva de Inteligência artificial poderia ser capaz de levar os homens a outro patamar: mais autoconscientes, perspicazes e com maior capacidade de verticalização em todas as coisas. No entanto, o que temos assistido é uma capacidade humana inversamente proporcional ao que é oferecido tecnologicamente falando. Os humanos em geral não compõem uma massa crítica pensante na maior parte das vezes. São meros consumidores acríticos de tudo o que está disponível.
Queria de verdade que a tecnologia fosse acompanhada por um movimento consistente em direção a ser uma inteligência mais humana como um todo…
Referências:
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Publicado originalmente no Blog Pensados a Tinta
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Uma hipótese interessante.
Citando um colega:
A mãe chega em casa e vê o lixo, que havia pedido ao filho para por do lado de fora, ainda na cozinha. Ela pergunta ao filho: Fulano, você pos o lixo para fora como te pedi? A pergunta é desnecessária por princípio; ela não perguntou o que ela perguntou, e a resposta que ela quer não é a resposta à pergunta. como uma máquina entenderia?
A nossa invenção final
A CONVOCAÇÃO DO DEMÔNIO
Stephen Hawking e Bill Gates têm pavor da Inteligência Artificial
“Nós não sabemos como controlar máquinas superinteligentes.”
Quando maiores cérebros do mundo como Stephen Hawking, Bill Gates e Elon Musk se alinham para nos alertar sobre algo que em breve pode acabar com a vida tal como a conhecemos – mas tudo isso soa como um cansado tropo de ficção científica – o que devemos pensar?
A interessante matéria pode ser conferida, na íntegra, em:
http://www.huffingtonpost.com/james-barrat/hawking-gates-artificial-intelligence_b_7008706.html
Mais informações:
1 – Stephen Hawking adverte que inteligência artificial poderia acabar com a humanidade
O Professor Stephen Hawking, um dos proeminentes cientistas britânicos, disse que os esforços para criar máquinas pensantes representam uma ameaça para a nossa própria existência.
Ele disse à BBC: “O desenvolvimento da inteligência artificial completa pode significar o fim da raça humana.”
http://www.bbc.com/news/technology-30290540
2 – A Convocação do Diabo
Elon Musk, chefe da Tesla, em um simpósio em outubro, se refere à inteligência artificial como “convocação do demônio.”
“Acho que devemos ser muito cuidadosos sobre inteligência artificial. Se eu tivesse que adivinhar, qual é a nossa maior ameaça existencial; provavelmente é isso. Então, precisamos ter muito cuidado com a inteligência artificial. Acho, cada vez mais, que entre os cientistas deveria haver algum controle regulamentar talvez em nível nacional e internacional, só para ter certeza que nós não fazemos algo muito tolo. Com a inteligência artificial estamos convocando o demônio. Em todas essas histórias, onde há um cara com um pentagrama e água benta, e ele tinha a certeza de que ele poderia controlar o demônio, não deram certo.”
Um robô que, em breve, poderá ver e sentir
Um robô da Universidade de Bielefeld na Alemanha, modelado como um bicho-pau, possui seis membros que podem se mover de forma independente.
[video:https://youtu.be/EB9YdSsM4hw width:600]
Os pesquisadores estão trabalhando para dar antenas e um sistema de câmera que lhe permitiria ver. (Reuters)
https://www.washingtonpost.com/blogs/the-switch/wp/2015/01/28/bill-gates-on-dangers-of-artificial-intelligence-dont-understand-why-some-people-are-not-concerned/
http://www.washingtonpost.com/news/morning-mix/wp/2015/01/12/elon-musk-stephen-hawking-google-execs-join-forces-to-avoid-unspecified-pitfalls-of-artificial-intelligence/
Será que chegaremos ao Cylons?
Falando em ficção e robôs que resolvem eliminar os biológicos, há duas séries muito boas:
BattleStar Galactica (original e mais recente) – tem um filme no Netflix.
Caprica (temporada piloto, e acho que única, inteira no Netflix).
Millor
“Três coisas que derrotam os computadores: estrelas no céu, grãos de areia na praia, idiotas no mundo.”
Robot mata operário terceirizado na Volkswagen da Alemanha
Um operário terceirizado foi pego no peito e esmagado contra uma placa de metal por um robô.
Evidentemente foi um acidente, onde ele trabalhava dentro da gaiola de segurança com seu “algoz”, por defeito ou erro operacional, a ser investigado. Causas humanas, certamente.
Mas que a noticia me deu um leve friozinho no pensamento, deu…
http://www.ft.com/fastft/353721/worker-killed-volkswagen-robot-accident