Porque só eu vejo a revolução que esta acontecendo agora?
por Sergio Medeiros
“É que, ao se depararem frente a algo fantástico, ao invés de tentarem compreendê-lo, querem destruí-lo.“
Passamos o limiar, a linha tênue que separa o espaço de não mais retorno e trás um mundo novo, onde não há mais nenhuma zona de conforto e a indignação vira luta.
Os elementos estão postos, o Judiciário se fecha em copas, como se a instituição estivesse sob ataque e não suas decisões.
A cada momento surge uma decisão judicial, atacando o ex-presidente Lula, sob qualquer pretexto ou mesmo sem nenhum pretexto, apenas imaginação e poder.
A cada momento o grupo que se apossou do país retira o algo a mais que permitia as pessoas mais humildes sobreviverem com um mínimo de dignidade, ou ao menos sobreviverem.
É isto, não há mais controle, e nada mais perigoso que um poder descontrolado, mas com alvo determinado no campo econômico, social e ideológico.
O impressionante é a cegueira.
A total falta de discernimento das pessoas, que teimam em não ver a desintegração social que se aproxima, ou melhor que já aportou em vários pontos e que a qualquer momento pode explodir.
A revolução já começou, e é preciso informar aos desavisados, que ela é irmã da miséria e prima da desesperança, é puro instinto e barbárie.
Que não se esperem atos racionais, a irracionalidade aflorou, apenas ainda não se traduziu em fúria real, mas ela é reativa, basta a faísca que irá acendê-la, a qualquer momento, por qualquer motivo, fútil.
Não se espere compreensão, de parte a parte, num ambiente de guerra todos perdem a alma em meio a intolerância extrema.
E os motivos para que chegássemos a este ponto de ruptura, sem retorno?
Lamento, mas são os mais contraditórios e irracionais possíveis.
É que, ao se depararem frente a algo fantástico, ao invés de tentarem compreendê-lo, querem destruí-lo.
Tentaram diminuí-lo em sua capacidade intelectual, e tornaram-se anões frente a sua estatura, semearam o ódio, e ele trouxe a paz, buscaram controlar todo o sistema econômico para paralisar sua trajetória, e ele transformou este terreno árido num oásis, para todos, tentaram corrompe-lo, e não encontraram nada para culpá-lo, então o condenaram.
Agora, partem para a inconcebível atitude, querem retirar sua liberdade e aviltar sua humanidade.
Escreveu Ferrajole, Direito e Razão, e somente essa fórmula é possível, Direito sem Razão é puro autoritarismo e terror.
A prisão foi decretada, o último passo foi dado, passa-se aos atos executórios.
Escolhem-se os verdugos.
E aí, o tecido social se esgarça e nada mais detém sua fúria, a periferia vai invadir o centro, a favela vai descer o morro, e a profecia se fará verdade.
E certamente haverá choro e ranger de dentes, como num apocalipse desencadeado, amor e ódio, sem limites.
Ouçam bem, quem tem olhos para ver e ouvidos para escutar.
Inclinem a cabeça, escutem o vento soprar.
A tempestade que chega, cheira a gente suada, a terra, a trabalho, tem o signo da dor, mas se move por gestos simples e por amor.
E nada mais forte que o desespero e a dor da infâmia e da injustiça.
Quem perde a esperança perde a vida, mas antes, se permite a heroísmos que se farão lenda.
Este é só um aviso, para aqueles que ainda não estão vendo o abismo logo à frente.
Durmam bem, pode ser a última noite tranquila.
Atrás de cada porta, de cada esquina, pode estar o início que desencadeará o caos, e o destino, o destino não escolhe a hora, nem as gentes, nem o lugar…
As sirenes tocaram já a algum tempo.
Então me digam, porque, porque???
Me expliquem???
Porque só eu vejo a revolução que esta acontecendo agora.
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Se vês a revolução só agora é porque perdeu co contato com as pessoas.
PS:Oi, postagem original em fevereiro de 2018…
“Porque só eu vejo a revolução que esta acontecendo agora?”
Não está acontecendo e nem vai acontecer revolução nenhuma, por isso não estamos vendo. Se você está vendo revolução é porque a está desejando a ponto de ter esse delírio.
Conforme-se. Nós, brasileiros, somos um bando de frouxos, isso sim!
ESTAMOS TOMANDO O FERRO QUE MERECEMOS.
SOMOS COVARDES, PREGUIÇOSOS E BURROS O SUFICIENTE PARA ELEGER UM ASNO PRESIDENTE DA REPÚBLICA.
E O ASNO CHEFE SE CERCOU DE OUTRAS MAIS ASNOS AINDA.
NÃO HÁ SALVAÇÃO PARA O POVO BRASILEIRO. TERÁ O QUE MERECE.
Não, Sérgio, não é só você quem vê. Há tempos estou sendo o chato vaticinando o fim do mundo e chorando solitário pelos todos que não poderemos sequer sonhar. Já estou velho e morrerei logo mas choro pela juventude, pela infância dos que não terão amanhãs. E o triste é que não posso nem me abrir e dizer abertamente o que sinto…pois isso seria matar esperanças, mesmo que vãs, dos que não conseguem enxergar nada além da pequenêz de suas ignorâncias. Minhas falas a quem me cerca são cuidadosas para não gerar desesperos…mas vejo-me no espelho que meu rosto me trai (embora imaginem simples e passageiras tristezas). No fundo, eu queria poder convencer a que reagíssemos, às armas, cortando cabeças dos malditos que nos levaram a isto. Mas nem isto tenho: poder de reação, força da idade, esperança de que conseguiria aliados. E nem morrer em paz poderei, pois a tal reforma da previdência tolhe não só os meus amanhãs, mas os dos que dependem de mim. Então, só resta mesmo trabalhar e trabalhar e trabalhar, incansavelmente…até pra tentar esquecer que não haverá amanhãs…só sombras, só dores, só ódios. Torcendo muito para que cânceres matem os vermes.
Só resta mesmo trabalhar e trabalhar e trabalhar, incansavelmente… até para tentar esquecer que não haverá amanhãs.
Com tanto desemprego, são poucos os que podem trabalhar e trabalhar e trabalhar incansavelmente.
Adendo a meu comentário anterior: só não sei se isso tudo de que fala o Sérgio é uma REVOLUÇÃO, no sentido clássico do termo. Me parece mais mera involução rumo à selvageria total , meio que levando ao fim do mundo sob condução capitalista…… Aliás, se fosse revolução, até que seria bom….
“A REVOLUÇÃO já começou, e é preciso informar aos desavisados, que ela É IRMÃ DA MISÉRIA e prima da desesperança, é puro instinto e barbárie”. – Sérgio Medeiros
A miséria pode até ser necessária a fim de desencadear a Revolução mas ela não é suficiente. De acordo com o Karl Marx:
“(…)
O desenvolvimento da indústria moderna contribui por força para inclinar cada vez mais a balança a favor do capitalista contra o operário e que, em conseqüência disto, a tendência geral da produção capitalista não é para elevar o nível médio normal do salário, mas, ao contrário, para fazê-lo baixar, empurrando o valor do trabalho mais ou menos até seu limite mínimo. Porém, se tal é a tendência das coisas neste sistema, quer isto dizer que a classe operária deva renunciar a defender-se contra os abusos do capital e abandonar seus esforços para aproveitar todas as possibilidades que se lhe ofereçam de melhorar em parte a sua situação? SE O FIZESSE, VER-SE-IA DEGRADADA A UMA MASSA INFORME DE HOMENS FAMINTOS E ARRASADOS, SEM PROBABILIDDE DE SALVAÇÃO. Creio haver demonstrado que as lutas da classe operária em torno do padrão de salários são episódios inseparáveis de todo o sistema do salariado, que, em 99 por cento dos casos, seus esforços para elevar os salários não são mais que esforços destinados a manter de pé o valor dado do trabalho e que a necessidade de disputar o seu preço com o capitalista é inerente à situação em que o operário se vê colocado e que o obriga a vender-se a si mesmo como uma mercadoria. Se em seus conflitos diários com o capital os operários cedessem covardemente, eles ficariam, por certo, desclassificados para empreender outros movimentos de maior envergadura.
Ao mesmo tempo, e ainda abstraindo totalmente a escravização geral que o sistema do salariado implica, a classe operária não deve exagerar a seus próprios olhos o resultado final destas lutas diárias. Não deve esquecer-se de que luta contra os efeitos, mas não contra as causas desses efeitos; que logra conter o movimento descendente, mas não fazê-lo mudar de direção; que aplica paliativos, mas não cura a enfermidade. Não deve, portanto, deixar-se absorver exclusivamente por essas inevitáveis lutas de guerrilhas, provocadas continuamente pelos abusos incessantes do capital ou pelas flutuações do mercado. A classe operária deve saber que o sistema atual, mesmo com todas as misérias que lhe impõe, engendra simultaneamente as condições materiais e as formas sociais necessárias para uma reconstrução econômica da sociedade. Em vez do lema conservador de: “Um salário justo por uma jornada de trabalho justa!”, deverá inscrever na sua bandeira esta divisa revolucionária: “Abolição do sistema de trabalho assalariado!”” – Karl Marx