Mostra de cinema feminista exibe curtas de cineastas brasileiras

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Foto: Divulgação

Da RBA

Exibir obras de produções independentes feitas por cineastas brasileiras independentes. Esta é a proposta da III Mostra de Cinema da Mulher, promovida pelo coletivo Baciada de Mulheres do Juquery, de hoje (30) a 1º de abril, no Centro Cultural Newton Gomes de Sá, no município de Franco da Rocha. A terceira edição do evento exibe curtas-metragens feitos mulheres e deve contar com debates entre as cineastas e o público depois de cada sessão.

A mostra, realizada anualmente desde 2016, deve discutir diversas problemáticas das mulheres, com recortes de raça e identidade de gênero. Ela é uma das ações do coletivo formado em 2015 por moradoras da região da bacia do Juquery para discutir e realizar ações que deem visibilidade às questões de gênero. Das 51 obras inscritas nesta edição, nove serão exibidas sem nenhum caráter competitivo.

O festival começa nesta sexta às 18h com o documentário Em Busca de Lélia, de Beatriz Vieira, que retrata a professora e antropóloga Lélia Gonzalez, uma protagonista na militância junto ao movimento negro nas décadas de 1970 e 1980, período no qual percorreu diversas cidades e países, afirmando sua identidade e denunciando o mito da democracia racial. Na sequência, será exibido o drama (Re)Existência, de Beatriz da Silva, seguido pelo documentário Real Conquista, de Fabiana de Assis, que conta a história de uma mulher que, com um passado marcado pela violência, luta por melhores condições de vida.

No sábado, além da exibição de três curtas-metragens, a programação conta com a oficina “Captura Audiovisual de Guerrilha”, voltada a mulheres acima de 16 anos. “Em tempos de absoluta efervescência política, social e moral, se faz necessário sair às ruas para defender os direitos adquiridos e protestar, seja pela manutenção destes ou pela conquista de novos espaços. Este projeto visa a prover o treinamento técnico e conceitual para a captura audiovisual de guerrilha, utilizando câmeras, aparelhos celulares, tablets, gravadores de voz”, descreve a organização.

Segundo o coletivo, a mostra é uma forma de resistir e de dialogar sobre questões fundamentais para as mulheres. “Precisamos de mecanismos de diálogo com a sociedade e de diálogo com o poder público. Recentemente, a vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco, foi assassinada. Foi uma grande perda, e aqui em Franco da Rocha, também neste mês dedicado às mulheres, tivemos uma vítima de feminicídio. Kléia Alves foi estrangulada pelo ex-marido. São dores que nos apertam o peito. Mas em resposta, tivemos milhares de pessoas nas capitais brasileiras marchando e teremos um ato aqui em Franco da Rocha pela vida das mulheres também. Transformamos nossa raiva em munição para lutar por elas e por tantas outras mulheres que morrem diariamente, vítimas de violência doméstica, misoginia e tantos outros motivos que nos fazem continuar.”

“Vamos pra rua, vamos fazer rodas de conversa, oficinas, fóruns, realizar mostras de cinema, vamos resistir. Não vão nos calar! É através desses debates e ações que podemos modificar a nossa realidade, que podemos diminuir o número de mulheres violentadas na nossa cidade e no mundo. É isso que queremos com a Baciada, com a Mostra e com todas as ações que ainda vão acontecer… Queremos revolução”, declaram conjuntamente as integrantes do coletivo Baciada de Mulheres.

A programação completa da III Mostra de Cinema da Mulher está disponível na página do grupo, no Facebook. A entrada para todas as sessões é gratuita.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

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