O ex-ministro da Fazenda e ex-embaixador do Meio Ambiente, Rubens Ricupero, se mostrou confiante no futuro do país, mas demonstrou preocupação com o aquecimento global e com o crescimento da extrema-direita no mundo durante o lançamento do seu livro de memórias neste sábado (29), durante a Feira do Livro, em São Paulo.
“O futuro do Brasil não é tão preocupante porque recuperamos certa normalidade depois do pesadelo que passamos”, afirmou Ricupero.
Em Memórias (Editora Unesp), o ex-ministro narra os bastidores do Plano Real, o lançamento da moeda e os embates que a cercaram, episódios descritos “com franqueza o episódio da parabólica, sem autocomiseração ou fuga da responsabilidade”.
Ao longo das 712 páginas da obra, Ricupero relembra ainda sua atuação no exterior como diplomata, além dos trabalhos em diversos organismos e como secretário-geral da Unctad.
O autor descreve a obra ainda como um testemunho do que se passou no Brasil e no mundo, por cerca de oitenta anos, desde a Segunda Guerra, o Estado Novo, o golpe militar, as questões climáticas, até o terceiro governo Lula.
Arte
Para os que participaram do lançamento de Memórias, Rubens Ricupero justificou a ideia de escrever um livro sobre sua trajetória como o gosto de contar uma vida. “Não que fosse melhor do que a dos outros, mas cada vida eu acho que deveria ser contada.”
O autor ressaltou que escrever e falar bem são duas artes e que, para desenvolvê-las, é preciso prática. “De tudo o que fiz na vida, o que mais gosto é de ser professor. E sempre digo aos estudantes: ‘A primeira grande conquista que vocês precisam adquirir é a capacidade de se exprimir com clareza e de uma maneira direta, sem preciosidade, verbalmente e por escrito’. Quem sabe se expressar já tem metade do caminho andado, até em termos de carreira. Ajuda muito saber se expressar”, garantiu Ricupero.
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