
As obras de arte destruídas no 8 de janeiro serão restauradas com a referência da tentativa de golpe dos bolsonaristas. A lembrança aos ataques à democracia estará presente nas descrições das obras, informou o curador dos Palácios Presidenciais, Rogério Carvalho.
Carvalho é arquiteto, atuou no Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e, em 2007, durante o governo Lula, foi o responsável por tombar o Palácio do Planalto e obras de arte de Brasília. Com o novo governo de Lula, ele foi escolhido diretor de Curadoria dos Palácios Presidenciais.
Um dia após os ataques a Brasilia, depois de visitar os estragos deixados pelos bolsonaristas, o curador narrou que as perdas com os danos eram incalculáveis.
“Eu tinha acabado de montar, na sexta-feira, o 3º andar, remontamos a sala do presidente e a gente teve, realmente, muito vandalismo. Temos uma situação como a tela do Di Cavalcanti, enorme e muito importante, rasgada em 7 pontos”, narrava, em áudio divulgado pelo GGN.
Ao Uol, ele narrou como tem sido o andamento dos trabalhos. Afirmou que os cálculos dos danos às obras ainda estão sendo contabilizados, podendo chegar a R$ 40 milhões, para restaurar as 17 obras atacadas pelos bolsonaristas.
Carvalho também informou que as obras, perfuradas, rasgadas e quebradas, estão estáveis e será possível recuperá-las. Uma decisão de Lula, contudo, já está tomada: todas as obras trarão uma mensagem, no estilo de memorial, em lembrança ao dia do ataque à democracia.
“Essa obra (restaurada) terá ali descrito: ela sofreu no dia 8 de janeiro sete perfurações, num ato de vandalização e de questionamento à democracia”, contou o curador.
Após as restaurações, as obras retornarão aos espaços do Planalto ou Alvorada e abertas a visitação, “devolvidas ao povo brasileiro”, teria pedido Lula a ele.
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