A Curricularização da Extensão e a Extensão Disciplinar Solidária, por Renato Dagnino

O texto termina esboçando um seminário para ajudar a viabilizar a CE que um grupo de professores, alunos e funcionários de algumas universidades públicas pretende realizar.

A Curricularização da Extensão e a Extensão Disciplinar Solidária

por Renato Dagnino

Este texto reúne reflexões sobre o processo de Curricularização da Extensão (CE) em curso na universidade brasileira realizadas a partir da perspectiva dos Estudos sobre Ciência, Tecnologia e Sociedade (ECTS).  

Ele consta de uma primeira parte, onde se abordam aspectos históricos relativos à Extensão situando-a no contexto do processo de desenvolvimento latino-americano, se sugere uma tipologia de três atividades de Extensão, e se estabelece uma relação entre uma delas – a Extensão Solidária – e a orientação ideológica que caracteriza os ECTS.

Sua segunda parte, que trata mais especificamente do processo da CE, se inicia mostrando sua origem no âmbito do movimento pela Extensão Solidária. Em seguida, propõe uma outra tipologia, de três direções de trabalho para a CE, destacando a que nos parece mais adequada para promovê-la, a “Aproximação Disciplinar Solidária”; a qual, por isto, é mencionada no seu título.

O texto termina esboçando um seminário para ajudar a viabilizar a CE que um grupo de professores, alunos e funcionários de algumas universidades públicas pretende realizar.

1.    Um pouco de história …

A ideia de Extensão ganha força na América Latina, de modo singular e de certa forma exclusivo, no início do século passado como consequência da reflexão sobre qual deveria ser o papel social da universidade, em geral mantida com impostos pagos pelos mais pobres, para contribuir de maneira efetiva para a melhoria das suas condições de vida.

Nossa condição periférica fazia (e ainda faz) com que não se verificasse aqui o fenômeno (ou efeito) de transbordamento mediante o qual os conhecimentos adquiridos por seus egressos, ao alavancar o desempenho das empresas nos países centrais, atendiam, ainda que com as limitações inerentes ao modo de produção capitalista, aquela finalidade.

As empresas que aqui se instalaram no início de nosso processo de industrialização via substituição de importações, que poderia levar a uma diminuição dos desmedidos privilégios associados às formas de produção das oligarquias rurais e primário-exportadoras, não estavam produzindo o transbordamento esperado à luz da trajetória observada nos países centrais.

Nossa realidade não estava sendo alterada mediante a produção nacional de produtos industrializados melhores e mais baratos, empregos de melhor qualidade, arrecadação dos impostos para aumentar o gasto público em educação, saúde, etc. capazes de completar um círculo virtuoso com o que hoje denominamos competitividade sistêmica. À semelhança das elites de matriz conquistadora e escravocrata de quem descendia, nossa burguesia industrial parecia preferir seguir lucrando mediante a exploração da mais-valia absoluta, mantendo baixos os salários dos trabalhadores urbanos, do que mediante a inovação que possibilitava o lucro propriamente capitalista, derivado da mais-valia relativa.

Frente a isso, além de intervenções diretas de natureza assistencial, como as que levaram a que tomasse para si funções que cabiam ao Estado, como a da operação de hospitais, a universidade buscou emular indiretamente aquele transbordamento. Buscou-se, através da extensão rural, aumentar a produtividade do trabalho no campo, especialmente quando condições edafoclimáticas obrigavam o desenvolvimento tecnocientífico autóctone, e no setor industrial, mediante a criação de mecanismos estatais de vinculação universidade-empresa, a realização de atividades que, em função de seu custo, não eram atrativas para as empresas.

Para alavancar o desempenho das empresas, somou-se à ênfase na formação de profissionais das “ciências duras” (as hard sciences que lidam nos seus laboratórios com equipamentos e coisas “duras” em contraposição às soft sciences, as Humanidades que produzem papéis “moles”), a prestação de serviços e a realização de pesquisas conjuntas que aumentassem o que era visualizado como uma insuficiente capacidade tecnológica. Essas ações receberam continuado apoio governamental e nucleiam desde sua criação a nossa política cognitiva (conceito que usamos para enfeixar, como parece cada vez mais pertinente, a Política de C&T e de Educação).

2.    Extensão Empresarial, Assistencial e Solidária

Nesse contexto, condicionado pela nossa condição periférica e pelo comportamento reflexo da elite científica brasileira que desde cedo hegemonizou a política cognitiva, era de se esperar que a preocupação e a ação da universidade no campo da Extensão se orientasse para satisfazer o que essa elite julgava que deveriam ser as demandas cognitivas ou tecnocientíficas das empresas locais.

Como consequência, a importância concedida pela nossa política cognitiva e pelas autoridades universitárias à Extensão Empresarial tem sido maior do que à Assistencial e aquela que passa a compor uma taxonomia de três modalidades de Extensão (que emerge da observação de como vêm se encaminhando a reflexão e a ação no campo da Extensão nas últimas três décadas), a Extensão Solidária.

Sua denominação não se deve apenas ao fato de que ela supõe o fortalecimento de um vínculo de solidariedade com o sofrido povo de um país pobre, periférico e injusto, que com seu trabalho viabiliza a universidade que temos. Ele decorre, também, da dinâmica socioeconômica que está fazendo emergir em todo o mundo arranjos econômico-produtivos distintos da empresa privada que, em nosso país, se têm denominado de Economia Solidária.

Esse viés convergente com a Extensão Solidária que veio a desaguar na CE se caracteriza, num sentido inverso, por uma crescente percepção dos nossos professores e pesquisadores de que a baixa propensão da empresa local à realização de pesquisa não poderia ser revertida da maneira como se pretendia. Por ser consequente da condição periférica, que faz com que praticamente tudo o que é produzido pelas empresas locais (de capital nacional ou estrangeiro) já exista antes nos países centrais e já tinha sua tecnologia desenvolvida, esse comportamento, economicamente racional e responsivo a um poderoso sinal de mercado, não era suscetível de ser alterado pelo Estado.

E, também, pela evidência de que as necessidades coletivas por bens e serviços (especialmente aquelas dos mais pobres) traziam embutidas demandas cognitivas, muitas delas originais, de alta complexidade, requerentes de um inédito enfoque multidisciplinar que só universidades podem adotar, e prenhe de desafios tecnocientíficos coerentes com sua justa e nobre função social de trabalhadores do conhecimento, que cabia à universidade pública satisfazer.

3.    Os estudos sobre Ciência Tecnologia e Sociedade e a Extensão Solidária

Antes de abordar de modo mais específico o tema da CE, é conveniente prosseguir com a história que estamos contando, apoiados no conhecimento que temos sobre os ECTS, sobre como evoluiu o movimento da Extensão Solidária.

Esse movimento desenvolvia uma análise que visualizada uma atuação em dois planos que deveriam se articular. No plano analítico-conceitual, ele entendia as Humanidades, que quase que por construção preocupam-se com o segmento da população mais pobre, como um terreno especialmente fértil. Apoiava-se também na ideia de que propagar o conteúdo analítico-conceitual que elas abordam poderia alterar o processo de definição das agendas de Ensino e Pesquisa, ainda baseado na mimética e irrealista noção de que formar nossos estudantes seguindo os padrões consagrados nos países centrais é condição necessária e suficiente para promover nosso desenvolvimento. 

No plano metodológico-operacional, que asseguraria que as atividades universitárias, quando dotadas de um marco analítico-conceitual transformado, pudessem atingir esse objetivo, o movimento da Extensão Solidária tinha presente uma constatação relacionada também às Humanidades. De fato, embora existam em quase todos os programas de pós-graduação e em muitos de graduação disciplinas de Metodologia de Pesquisa, são notória exceção as que visam a capacitar nossos alunos a realizar atividades de Extensão. 

O estudo e o acompanhamento da política cognitiva e das atividades de Extensão Empresarial que na periferia do capitalismo nela desempenha um papel fundacional, ocupa uma posição de destaque no campo de atuação dos Estudos sobre Ciência, Tecnologia e Sociedade (ECTS). Porém, devido ao viés normativo que caracteriza alguns centros que atuam nesse campo, e seu alinhamento com uma postura bastante aderente ao que aqui se refere como Extensão Solidária, esta observação  apontou uma crítica àquela análise.

Dela resultou sua ampliação, no plano analítico conceitual, em duas direções. Por um lado, registrou-se o escasso interesse dos estudantes das ciências duras em relação aos conteúdos de Humanidades inseridos – frequentemente de modo pouco refletido e funcional – em seus programas; os quais, muitas vezes, parecem estar desarticulados dos assuntos tratados no seu curso. Por outro, a experiência mostrava que o objetivo do movimento da Extensão Solidária podia ser logrado com muito maior eficácia via a exploração dos ECTS. 

Encerrando por enquanto esta digressão acerca dos ECTS cabe mencionar que aqueles que se dedicam a este campo vêm empregando instrumentos metodológico-operacionais originários das Humanidades, como as metodologias de Pesquisa-ação ou Pesquisa-participante, que são essenciais para o êxito da CE. De outras áreas, vêm sendo adaptadas metodologias, como as de Aprendizagem baseada em Problemas, e de Diagnóstico e Equacionamento de Problemas, de grande valia para a identificação daquelas demandas cognitivas.

4.    O movimento pela Extensão Solidária e a Curricularização da Extensão

Voltando à história do movimento pela Extensão Solidária, que desde a Reforma de Córdoba, em 1918, se espalhou por toda a América Latina passando no Brasil por contribuições como as de Paulo Freire e por ações como a criação da UnB por Darcy Ribeiro, parece ter alcançado, com a CE, sua maturidade.

Trata-se, agora, de ultrapassar a etapa em que o movimento esteve focado na criação de condições para realização de atividades de Extensão Solidária que beneficiem o entorno da universidade, mediante o fomento por parte da política cognitiva e a valorização e o apoio por parte de seus dirigentes. Essa modalidade se diferencia das outras duas – Empresarial e Assistencial -, entre outras coisas, pela promoção de um fluxo cognitivo de duas vias em que o conhecimento dos atores sociais externos à universidade é valorizado, inclusive pelo seu poder de fertilização do potencial tecnocientífico existente. E, também, por se concentrar no âmbito interno à universidade. Trata-se agora de orientar o foco para a introdução nos currículos dos seus cursos e disciplinas de um marco analítico-conceitual e de instrumentos metodológico-operacionais coerentes com a Extensão Solidária.

A CE se origina, então, de uma intenção de reforçar esse movimento incorporando às agendas de Ensino e Pesquisa da universidade conteúdos que favoreçam a Extensão Solidária. Busca-se, dessa maneira, num primeiro momento, ampliar a percepção da comunidade universitária acerca da importância de atividades, ainda pouco valorizadas e apoiadas, orientadas a satisfazer as demandas cognitivas embutidas nas necessidades coletivas por bens e serviços, especialmente aquelas dos mais pobres mediante a interação do potencial tecnocientífico que possui com o saber acumulado pelos que sentem e conhecem essas necessidades. E, num segundo momento, a partir dessa percepção e de sua sensibilização, ir aumentando sua capacidade de alterar suas agendas de Ensino, Pesquisa e Extensão nessa direção. Isto é, avançar no sentido da CE.

5.    Direções de trabalho para a Curricularização da Extensão

Para isso, para orientar alunos e professores a mobilizar nosso potencial tecnocientífico de modo coerente com a Extensão Solidária, estão sendo realizadas ações de CE que vão conformando uma outra taxonomia composta de três direções de trabalho a serem exploradas.

A primeira delas, de implementação mais fácil e imediata, tem por base os conhecimentos e experiências de uma diminuta parcela dos professores e alunos envolvidos com atividades de Extensão Solidária. Essas atividades têm sido histórica e tipicamente levadas a cabo por professores das Humanidades de modo autônomo. Mais recentemente, algumas delas têm sido abrigadas em arranjos institucionais como as Incubadoras Tecnológicas de Cooperativas Populares. Embora recebam apoio muito menor do que as incubadoras de empresas que visam ajudar professores e alunos das ciências duras a se tornarem empresários ou empreendedores, elas têm sido um importante vetor de difusão da proposta de Extensão Solidária e de formação de estudantes nela interessados.

Esta direção de trabalho consiste na incorporação de atividades de Extensão Solidária nas disciplinas de graduação (e pós-graduação) já existentes de modo a colocar um número de alunos maior do que aquele com elas previamente engajados em contato direto com as comunidades envolvidas despertando sua consciência cidadã e promovendo sua familiarização com arranjos de produção e consumo alternativos.

A segunda direção de trabalho para a CE, que também tem como requisito de implantação o pequeno número de professores já familiarizados e identificados com a proposta da Extensão Solidária, é a criação de novas disciplinas. Esse movimento, que como o anterior já vem ocorrendo há pelo menos duas décadas, é semelhante ao que vem originando a criação de programas de pós-graduação (stricto e lato sensu) em temas correlatos. Seu resultado é o oferecimento de conteúdos, marcos analítico-conceituais e instrumentos metodológico-operacionais que possibilitem os alunos uma participação mais eficiente, eficaz e efetiva na implementação e fomento da Economia Solidária.

A terceira direção de trabalho, dada nossa percepção de que é a que mais se coaduna com a proposta da CE e que melhor pode alcançar seus objetivos, uma vez que envolve um número muito maior de professores e alunos e que promove sua participação direta na mudança nas agendas de Ensino, Pesquisa e Extensão, é aqui abordada com mais detalhe.

Embora apresente vantagens em relação às anteriores, que estão sendo denominadas, de “Introdução de Atividades de Extensão Solidária” e de “Criação de Disciplinas de Extensão Solidária” ela demanda maiores tempo de implementação e mobilização, uma vez que envolve a participação do conjunto dos professores e alunos e não apenas dos que já são simpáticos à Extensão Solidária.

Trata-se, então, da paulatina seleção, no âmbito das disciplinas oferecidas, dos elementos cognitivos coerentes com a proposta da Extensão Solidária para seu progressivo fortalecimento, na direção de uma efetiva CE.

Esse processo tem com inspiração a trajetória – historicamente observável, reflexa e por isto até certo ponto natural – mediante a qual, em praticamente toda a instituição universitária, se foram conformando suas agendas de Ensino e Pesquisa no sentido de atender as demandas tecnocientíficas do seu entorno; no qual a empresa ocupa um lugar cognitivamente central. A emulação dessa trajetória de modo invertido, artificial e forçado, dado que busca promover mudanças nessas agendas de maneira a alterar as condições do entorno, tem um caráter ainda mais contra-hegemônico do que o movimento que visa ao fortalecimento das atividades de Extensão Solidária realizadas pela universidade. O que torna ainda mais desafiadora a implementação desta terceira direção de trabalho, que denominamos de “Aproximação Disciplinar Solidária”.

Assim, da mesma forma como as disciplinas existentes motivam os estudantes a se envolverem em atividades de investigação com elas coerentes, se espera que sua alteração no sentido proposto venha a provocar, pela via da aquisição pelos alunos de uma nova consciência, numa postura que os leve, depois de egressados, a se engajarem com a proposta entre nós conhecida como Economia Solidária.

A direção de trabalho “Aproximação Disciplinar Solidária” se desenvolve em dois momentos. O primeiro, começa com a disposição dos professores a ela aderentes de dedicar a primeira aula de suas disciplinas com a apresentação de um documento contendo um pouco da história da Extensão, do movimento de Extensão Solidária e de seu fortalecimento, do qual a CE é um fato portador de futuro. A partir da sua discussão, os estudantes assumirão a tarefa, para a qual parecem estar altamente motivados, de encontrar nos conteúdos de natureza analítico-conceitual e metodológico-operacional da disciplina elementos que possam alavancar o processo mais geral de aproximação da universidade da Extensão Solidária e, em particular, da CE. Ao longo da disciplina, professores e alunos irão colecionando caminhos possíveis de ação no sentido proposto. Ao final da disciplina, uma nova discussão apontará as perspectivas de paulatina adaptação da disciplina ao objetivo perseguido.

No segundo momento, numa instância departamental ou de um conjunto de disciplinas, os relatórios elaborados pelos professores serão consolidados de modo a orientar as atividades, no período seguinte, no nível de cada disciplina, num sentido coerente com a proposta da Extensão Solidária. Dessa forma, a partir de um aprendizado coletivo, envolvendo professores e alunos, será possível avançar na viabilização da CE de modo participativo, democrático, adaptado à situação específica de cada disciplina (área de conhecimento, nível de abstração, etc.) e, por isto, sustentável e seguro.

Em que pese o seu caráter incremental e ainda relativamente pouco estruturada, a “Aproximação Disciplinar Solidária” apresenta vantagens em relação às outras duas direções de trabalho. Por ser coletiva, por promover uma familiarização com a proposta da Extensão Solidária de modo focado em cada disciplina, e por possibilitar de modo organizado e sistemático uma salutar tensão e “pressão” exercida sobre os professores pelos “representantes” da sociedade que temos no ambiente da universidade, os nossos alunos, esta direção de trabalho parece ser a melhor forma de sensibilizar e seduzir professores e alunos para que as disciplinas – semestre após semestre – passem a materializar o preceito constitucional da indissociabilidade.

6.    Seminário “Ajudando a viabilizar a  Curricularização da Extensão”

Baseado nas considerações acima, e na constatação de que a maioria dos professores a quem cabe a responsabilidade pela implementação da CE, de fato, nas suas disciplinas, por não se terem envolvido previamente com o tema da Extensão Solidária, não possuem elementos suficientes para tanto, parece ser necessário organizar um Seminário orientado a professores e alunos interessados em atuar como agentes de CE em suas Unidades.

Além disso, orientou também a seleção dos temas que sugerimos abaixo como perguntas para a organização do Seminário, a observação do resultado da expansão dos ECTS em várias universidade do Brasil e no exterior. Em especial, o fato de que ela tem possibilitado aos alunos de todos os cursos, que são os principais vetores do movimento pela CE numa sociedade cada vez mais submetida a mudanças tecnocientíficas condicionadas pelos valores e interesses das grandes corporações multinacionais, a capacidade de incorporar o conhecimento veiculado na universidade para atuar num sentido coerente com a promoção da inclusão social. E de que, por capacitá-los a “trazer para a sala de aula” a tarefa de satisfazer as demandas cognitivas embutidas nas necessidades coletivas da sociedade de maneira multidisciplinar e problem e policy oriented, os ECTS são cruciais para a consolidação desse objetivo.

Finalmente, pesou na decisão de realizar um seminário a observação da tendência exitosa de que disciplinas especificamente a dedicadas aos ECTS sejam substituídas pela “diluição” de seu conteúdo em disciplinas pré-existentes. Observação que, vale ressaltar, fundamenta nossa preferência pela direção de trabalho da “Aproximação Disciplinar Solidária” como a mais adequada para tornar efetiva a CE.

Nossa expectativa é de que à medida que os participantes do Seminário se familiarizem com os aspectos históricos, políticos, analítico-conceituais e metodológico-operacionais da Extensão Solidária, eles serão capazes de participar de modo mais efetivo na implementação dessa direção de trabalho apontando os conteúdos a serem abordados para viabilizar a CE nas disciplinas em que se envolverem ao longo deste processo.

Para cumprir esse objetivo, o Seminário deverá ser desenvolvido mediante sessões em que serão abordadas questões que vêm sendo por formuladas pelos professores e alunos envolvidos com a CE segundo a perspectiva dos ECTS.

As pessoas convidadas para as sessões serão escolhidas em função de sua experiência e aderência à proposta aqui formulada para emitir sua opinião sobre pequenos textos enfocando essas questões, que serão previamente encaminhados, a elas e aos participantes.

A seguir se apresenta uma lista, ainda tentativa, sobre as questões a serem abordadas em cada sessão e sobre a qual gostaríamos muito de contar com a participação de você que chegou até aqui! Aliás, qualquer crítica ou comentário sobre o texto serão muito bem-vindos!

  1. Por que a Extensão nasceu na América Latina ou por que ela não foi vista como necessária nos países centrais?
  2. É possível e conveniente formular uma taxonomia da Extensão?
  3. Por que a Extensão Empresarial não tem “funcionado” como previsto?
  4. Por que a Extensão Assistencial deve ser apenas emergencial?
  5. Por que a Extensão Solidária tem ficado tão aquém do necessário?
  6. Por que as atividades de Ensino, Pesquisa e Extensão estão separadas e o porquê da indissociabilidade?
  7. Extensão ou intenção: como orientar a ação mudancista da universidade pública?
  8. Como e por que surge a proposta de Curricularização da Extensão?
  9. É conveniente manter a diferença existe entre fomento a atividades de Extensão Solidária e Curricularização da Extensão?
  10. “Introdução de Atividades de Extensão Solidária”, “Criação de Disciplinas de Extensão Solidária” ou “Aproximação Disciplinar Solidária”?
  11. Que instrumentos metodológico-operacionais devem ser mobilizados para a Curricularização da Extensão?
  12. Como decodificar necessidades materiais por bens e serviços em demandas cognitivas ou tecnocientíficas?
  13. Qual a institucionalidade necessária para implantar a Curricularização da Extensão?

Renato Dagnino – Professor Titular na Universidade Estadual de Campinas (professor visitante em várias universidades latino-americanas) nas áreas de Estudos Sociais da Ciência e Tecnologia e de Política Científica e Tecnológica. É engenheiro, estudou Ciências Humanas e Economia no Chile e no Brasil, onde se doutorou. Realizou pós-doutorado na Universidade de Sussex, na Inglaterra.

Este texto não expressa necessariamente a opinião do Jornal GGN

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