A Marinha brasileira de volta à defesa do país e da democracia

Que o espírito de Barroso, Alvaro Alberto, Othon da Silva voltem a cobrir a Marinha de glória. 

Almirante Othon, Alvaro Alberto e Garnier

Nas leituras infantis, sempre me interessei por santos e militares e pelos “Homens e Mulheres Célebres”, do Tesouro da Juventude, edição de 1925, coordenada por Clóvis Bevilacqua.

Entre os militares, tinha uma implicância profunda pelo Almirante Tamandaré e uma admiração pelo Almirante Barroso e pelo grumete Marcílio Dias, que perdeu a vida na Batalha de Riachuelo.

A implicância com Tamandaré veio de uma história que nem me lembro onde li. Um fotógrafo preparava-se para tirar uma foto dele, e pediu que baixasse a cabeça. E ele:

  • Um Almirante nunca abaixa a cabeça!

Nem sei direito da vida de Tamandaré mas, do alto da sabedoria dos meus 10 anos, achei ele uma besta, um posudo, um “mitido’, como chamávamos os vaidosos.

De lá para cá foi aprofundando minhas leituras, aprendendo mais coisas sobre a Marinha. E fiquei muito engrandecido por ter recebido uma comenda da Marinha, em reconhecimento à cobertura que fiz dos avanços tecnológicos da força, especialmente no campo nuclear.

E constatei que minhas impressões de infância se mantinham; a Marinha era composta de Tamandaré e Barrosos.

Quando começou o grande esforço da Marinha para dominar o ciclo nuclear, os Barrosos tentaram trazer os melhores físicos da época, como Mário Schenberg. Os Tamandarés atacaram, sustentando que Schenberg era comunista.

Essa dicotomia, entre a minoria de cientistas e a maioria de ignaros acabou se tornando a marca das Forças Armadas. E a Marinha, com todo seu potencial tecnológico não escapou disso.

Na saída do cargo, o Almirante Garnier Santos cometeu a grosseria, a indisciplina, a falta de respeito com a própria Marinha ao se recusar a participar da cerimônia de despedida com Lula.

Na sua primeira ordem do dia, em vez de picuinhas, que só estimulam a indisciplina, o novo comandante da Marinha, Almirante Marcos Sampaio Olsen, fez uma grande homenagem:

“Aos valorosos, motivados e incansáveis soldados e marinheiros integrantes das Turmas José de Alencar (CMF 72-78) e Almirante Álvaro Alberto (GM-1982), por me estimularem a navegação. Reafirmo-lhes o meu reconhecimento, amizade e particular apreço”.

Não mencionou o Almirante Othon. Mas é questão de tempo para a reabilitação do Prosub (o programa do submarino nucelar brasileiro) e da do Almirante Othon Silva.

Foi uma das operações mais abjetas da Lava Jato, provavelmente alvo da profunda admiração do almirante Garnier que, pela sua grosseria, parece fazer parte do fã clube dos abusos lavajatistas. Como GGN revelou, a prisão de Othon se deveu a informações entregues em mãos do vergonhoso procurador geral Rodrigo Janot por uma advogada do Departamento de Justiça, que antes de assumir o cargo, servira à indústria nuclear americana.

Othon foi preso com humilhação, algemado por um delegado – que, tempos depois, foi denunciado por corrupção -, atropelando todas as normas da Marinha sem que se ouvisse uma palavra de solidariedade desses Almirantes que julgam ser atos de coragem afrontar o presidente da República.

Que o espírito de Barroso, Alvaro Alberto, Othon da Silva voltem a cobrir a Marinha de glória. 

E que me permita, novamente, admirar a Banda dos Fuzileiros Navais e os dobrados que aprendi a imitar no grupo de pífanos da Banda do Colégio Marista de Poços de Caldas.

4 Comentários

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  1. Às vezes, tenho a impressão que o Nassif escreve este tipo de artigo como “torcida” para que eles leiam e acreditem… confiar no exército é um pouco demais, nos dias atuais.

  2. Assisti o vídeo e estavam de vermelho mesmo? No Japão um Sociólogo francês publicou um título “A 3a Guerra Mundial já começou”. Defesa é central nesse mundo que pode se despedaçar a qualquer instante. Navegar é preciso, viver não é preciso.

  3. Acompanhei surpreso e consternado o caso Almirante Othon. Houve delito, isso é inegável, mas também houve exorbitância penal e prepotência do magistrado carioca. Instâncias superiores promoveram um recuo para corrigir o mal feito. Comparo o caso, guardadas as proporções, com o episódio Henry Sobel. E me entristeço e convenço de que somos todos falíveis, infelizmente. Os dois mencionados têm mais méritos que muitos de nós.

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