Déficit de chuvas de 66% em fevereiro mantém São Paulo em pior cenário hídrico desde crise de 2014

Sistema Cantareira registrou seu pior volume em 6 anos, com 168,1 mm de chuva em fevereiro, muito abaixo da média histórica

Foto Alesp

O mês de fevereiro, na Região Metropolitana de São Paulo, foi um dos mais secos dos últimos anos, segundo dados do CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências da Prefeitura de São Paulo). O dado mais preocupante nesse sentido é o déficit de chuvas de 66%, que manteve os sistemas hídricos da capital em níveis preocupantes.

Por exemplo, o Sistema Cantareira recebeu 168,1 mm de chuvas em fevereiro, uma quantidade muito menor que sua média histórica de 203,1 mm. Essa quantidade mantém o sistema operando em 43% de sua capacidade.

Ainda assim, a situação ainda é melhor que a do início de janeiro, quando o Cantareira – que abastece cerca de 7 milhões de moradores da Região Metropolitana de São Paulo –, chegou a operar em 24% nos primeiros dias de 2022, segundo a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), situação que foi compensada pela grande quantidade de chuvas registradas no mês de janeiro.

A situação do abastecimento de água em São Paulo continua preocupante, devido a que a previsão de chuvas no restante do primeiro semestre indica que “haverá dificuldades para a manutenção dos reservatórios em um nível adequado”, segundo o especialista em gestão hídrica, Pedro Luís Côrtes, professor do programa de pós-graduação em Ciência Ambiental do Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (USP) – declaração dada em entrevista ao G1, em matéria de Bárbara Muniz Vieira.

O pior cenário hídrico vivido pela Região Metropolitana de São Paulo nos últimos anos ocorreu há sete anos, quando a Sistema Cantareira chegou a operar abaixo dos 10% da sua capacidade – entre outubro de 2014 e fevereiro de 2015. Naquele então, além dos cortes no abastecimento, a região chegou a ter que consumir água do chamado “volume morto” – águas mais profundas das represas, que ficam abaixo dos canos de captação, e que acabam acumulando sedimentos que deterioram sua qualidade.

Por sua parte, a Sabesp informou que “as chuvas de janeiro contribuíram com os mananciais e as projeções são de aumento no nível dos reservatórios no período chuvoso. Não há risco de desabastecimento neste momento na Região Metropolitana de São Paulo, mas a Companhia orienta sobre o uso consciente da água, em qualquer época e em todos os municípios em que opera”.

A empresa também assegura que, vem atuando em três frentes, visando à segurança hídrica: ampliação da infraestrutura, redução de perdas na distribuição e campanhas de consumo consciente.

Redação

1 Comentário

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  1. Paulo Maluf ampliou e interligou todo Sistema Cantareira triplicando sua capacidade. A água mais pura no planeta para distribuição à População Paulista. Custo irrisório na produção e distribuição por gravidade, numa água praticamente sem nenhum tratamento como fornecida na Natureza. São Paulo está com todas Garantias Hídricas para 1/4 de século. Afirmara. Os próximos Governantes tem estas 3 décadas para outros projetos e ampliações. 30 anos de PSDB e PT e vemos a desgraça como Projeto de Governo. Mas a culpa, esta deve ser das chuvas ou de São Pedro.

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