Seca na Amazônia potencializa fenômeno das “terras caídas”

Deslizamento ocorreu no Porto da Terra Preta, em Manacapuru; 9 pessoas ficaram feridas e 2, incluindo uma criança, estavam desaparecidas

Vereador Sassá/via Agência Brasil

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Seca na Amazônia potencializa fenômeno das “terras caídas”

Com os rios amazônicos secando devido à estiagem extrema que atinge a região, vem aumentando a ocorrência do fenômeno conhecido como “terras caídas”, que se caracteriza pelo deslizamento de barrancos que surgem com a baixa da água. O caso mais recente foi registrado na 2ª feira (7/10) no Porto Terra Preta, em Manacapuru, a cerca de 100 km de Manaus.

Um vídeo divulgado em redes sociais e reproduzido pelo UOL mostra o momento em que a terra cede no leito do rio Solimões, atinge barcos próximos e abre uma cratera. Nove pessoas foram encaminhadas ao hospital do município, com escoriações. Outras duas, incluindo uma criança, seguem desaparecidas – Letícia Correia de Queiroz, de 6 anos, e Frank Lins Pinheiro de Souza, de 37, informa o Portal do Holanda. Há a suspeita de que mais pessoas podem estar soterradas.

As “terras caídas” são um fenômeno relativamente comum na Amazônia, mas a severidade da seca atual pode potencializá-lo, destaca a CNN. “A estiagem muda a condição de estabilidade das margens por reduzir o nível do lençol freático e aumentar o volume que pode deslizar”, explicou Renato Lima, diretor do Centro de Apoio Científico em Desastres (CENACID) e especialista-consultor da ONU para desastres ambientais e naturais.

Além da estiagem, o desmatamento das margens dos rios e o aumento da potência das embarcações, gerando ondas mais fortes, conhecidas como “banzeiros”, que aumentam a erosão das margens, contribuem para o fenômeno. Esses fatores combinados transformam a paisagem ribeirinha, colocando em risco as moradias e os meios de subsistência das comunidades locais, explica a Agência Cenarium.

Quando ocorrem em regiões habitadas, as “terras caídas” podem desalojar pessoas. No final de setembro o fenômeno afetou a orla de São Paulo de Olivença, no extremo oeste do Amazonas, também às margens do Solimões. Os deslizamentos atingiram 30 casas e deixaram nove famílias desabrigadas. Não houve feridos, segundo o g1.

Dias antes, moradores de Alvarães, a 531 km de Manaus, testemunharam o fenômeno. O deslizamento gerou ondas de grande intensidade e assustou os ribeirinhos, informa o Portal Marcos Santos.

Agência BrasilBandDiário do NordesteCNNAmazonas Atual18horas e A Crítica também noticiaram as “terras caídas” em Manacapuru.

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