Bolsonaro “vara curta” e “não trabalha, anda de jet ski”: Soraya e Tebet voltam a protagonizar debate eleitoral

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Ciro focou em criticar a ausência de Lula, questionar os resultados e a corrupção dos governos petistas e fazer falsas equivalências

As senadoras Soraya Thronick (União Brasil) e Simone Tebet (MDB) protagonizaram novamente os principais duelos com Jair Bolsonaro (PL) durante o segundo debate presidencial de 2022, promovido pelo SBT com um pool de veículos que inclui CNN Brasil, Estadão e Veja, entre outros. O encontro, sem Lula (PT), ocorreu no início da noite deste sábado (14).

Mediador do debate, o jornalista Carlos Nascimento informou a cada início de bloco que o ex-presidente Lula foi convidado mas decidiu não participar. A cadeira vazia foi exibida aos telespectadores em todas as vezes em que a mensagem era repetida.

Soraya e Simone Tebet, que tiraram Bolsonaro do sério no primeiro debate presidencial, promovido pela Band em agosto, mantiveram a linha de atuação e confrontaram o candidato à reeleição com denúncias de corrupção e a má gestão do País, sobretudo durante a pandemia.

O papel de Ciro Gomes

Já Ciro Gomes (PDT) focou em criticar a ausência de Lula, questionar a corrupção e os resultados dos governos petistas, e fazer falsas equivalências entre o bolsonarismo e o lulismo.

Ciro equiparou os modelos de governo de Lula e Bolsonaro; responsabilizou a ambos pelo ódio e intolerância na política, que têm levado a casos como o da morte de um dirigente petista em Foz do Iguaçu. Ciro disse até mesmo que se os filhos de Bolsonaro têm a polícia em seu encalço, os filhos de Lula também tiveram.

Para Ciro, Lula não foi ao debate porque não pode explicar a corrupção nem coisas que deixou de fazer enquanto presidente.

Jet ski

Tebet abriu o debate reafirmando que Bolsonaro não tem apreço pela vida dos brasileiros e já mostrou que não gosta de mulheres, mas deveria ao menos explicar ao público por que nem mesmo as crianças são respeitadas em seu governo. A pergunta é uma alusão às notícias de que as crianças estão comendo bolacha seca e suco em pó na merenda escolar.

Após a resposta de Bolsonaro, Tebet retrucou com a primeira bordoada: “você não trabalha, você anda de jet ski” enquanto o povo passa fome, disparou ela.

Soraya, por sua vez, mostrou a que veio brincando de “o que é, o que é” em sua pergunta ao candidato Felipe D’Ávila (Novo). Ela mencionou que Bolsonaro deixa faltar dinheiro para a merenda das crianças, mas gasta fortunas com leite condensado; corta orçamento da Farmácia Popular, mas não corta o Viagra para os militares; atrasa a vacina, mas não atrasa a prótese peniana dos “amigos” (outra referência aos militares).

Irritado, Bolsonaro atacou as duas senadoras afirmando que elas são responsáveis pelo veto dele ao chamado “orçamento secreto”. No argumento de Bolsonaro, seu governo foi obstruído pelo “ativismo do Judiciário” e pela pandemia, e, no que tange à falta ou má gestão de recursos, o Legislativo também leva a culpa, porque tem a caneta do “orçamento secreto” na mão.

Bolsonaro, aliás, chegou a dizer que não sabe sequer do paradeiro do dinheiro do orçamento secreto.

Vara curta

O embate entre Soraya, Tebet e Bolsonaro gerou reiterados pedidos de resposta, pois as senadoras negam associação ao orçamento secreto.

Bolsonaro saiu vitorioso em alguns pedidos de resposta. Na vez de Soraya defender-se, a candidata reeditou uma das frases que viralizou no primeiro debate presidencial: “não cutuque a onça com a sua vara curta“, disse ela. A frase foi uma das mais citadas nas redes sociais neste sábado (24), segundo informações da CNN Brasil.

A estratégia de Bolsonaro

Na ausência de Lula, Bolsonaro aproveitou para passar-se por governante “sem corrupção”. Curiosamente, não foi confrontado com as últimas notícias sobre a compra de 51 imóveis para sua família com dinheiro vivo.

Bolsonaro fez tabelinha e foi defendido pelo candidato Padre Kelmon (PTB), que estreou no debate. Ele fez ataques ao que ele chamou de agenda de esquerda e polarizou com Tebet e Ciro em temas caros ao bolsonarismo: aborto e feminismo.

A resposta de Tebet, posicionando-se contra o aborto, mas defendendo seu título de feminista cristã, serviu repercutiu bem nas redes sociais, segundo apuração da Quaest Pesquisas.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

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  1. Debates neste formato com um monte de gente e cheio de regras, tempos e que tais são tão boas para o voto do espectador quanto para um BBB e outros “reality shows”, instigados por agressões, xingamentos, intrigas, fofocas, brigas e uniões debaixo da coberta (né padre Kelson?) e outras “atraentes irrelevâncias”, onde se avalia mais o comportamento de cada um do que o que podem oferecer a sociedade. Um desperdício de tempo, embora perigoso por poder colocar uns no paredão e dar a outros o primeiro prêmio.

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