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Provocadores nas manifestações: Onde mora o perigo
por Gilberto Maringoni
A organização das manifestações contra o governo Bolsonaro – composta pelas Frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular, partidos políticos, sindicatos e diversos movimentos sociais – poderiam ter cuidado redobrado com provocadores de diversos matizes, capazes de comprometer o inegável êxito conquistado até aqui. Imagino que tal preocupação já deva ter pautado reuniões de avaliação.
De um lado, há os famigerados black blocs, bando em geral composto por agentes policiais que partem para arruaças e quebra-quebras destinadas a justificar repressão física e ataques da malta militar-miliciana do Planalto.
De outro, há grupelhos inexpressivos e agressivos, como o PCO, que tentam impor sua catraca obtusa na necessária ampliação do leque político dos participantes.
Ambos devem ser impedidos de desatar sua fúria desagregadora em atos pacíficos, amplos, democráticos e plurais. É um perigo a ser evitado. Valeria a pena uma manifestação pública, clara e evidente da coordenação das mobilizações a esse respeito.
Não nos esqueçamos da captura pela extrema-direita que as jornadas de 2013 sofreram.
Gilberto Maringoni de Oliveira é um jornalista, cartunista e professor universitário brasileiro. É professor de Relações Internacionais da Universidade Federal do ABC, tendo lecionado também na Faculdade Cásper Líbero e na Universidade Federal de São Paulo.
Este artigo não expressa necessariamente a opinião do Jornal GGN
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Maringoni,
Voce fala como se esses grupos – nao sao organizacoes – pudessem controlar alguma coisa.
Se eles conseguem botar o povo na rua ja esta bom demais.
Quem tem que controlar isso e a policia, se nao fosse ela a unica organizacao de fato capaz disso.
E muita coincidencia um sujeito de bora militar, sem saber desenhar o logo do anarquismo (portanto uma operacao improvisada), com uma camera na mao similar as utilizadas pelos pelotoes de vigilancia da policia militar invadir a mesma agencia de sempre do mesmo banco que fomentou o golpe enviando cartas aos clientes e investidores.
Coincidencia? Como diria Paulo Nogueira do DCM, quem acredita nisso acredita em qualquer coisa!
Quem tem que ser controlado sao os bancos e a policia. Existem instituicoes capazes disso. Nao cade aos movimentos cumprir esse papel e muito menos o de policiar as manifestacoes.
O que eu acho engraçado:
1) Os tais “infiltrados” são jovens de periferia super-revoltados, que sempre fizeram parte do movimento popular. Os engomadinhos, que vivem em eterno cretinismo parlamentar, se assustam com eles porque não têm vivência “de rua”. Eles são SIM parte do movimento popular, e tentar criminalizá-los é uma conduta hiper-reacionária.
2) A CUT se recusou a condenar a violência, sabe por quê? Porque na luta dos trabalhadores, muitas vezes o único recurso é a violência: ocupar uma fábrica, enfrentar a polícia, não deixar prender, ocupar terras, fazer valer a vontade dos trabalhadores. Condenar a violência, nesse sentido, traz um profundo corte de classe e uma tendência bem reacionária.
3) Sobre participação do PSDB, PSL, Cidadania e outros nos atos, isso que seria infiltração estilo 2013. Tem gente que chega ao cúmulo de dizer que o PSDB defende as liberdades democráticas. Quantas manifestações já foram impedidas pelo PSDB! Quantas greves já foram impedidas pelo PSDB! Quantas terras e ocupações urbanas já foram desocupadas na base da mais selvagem violência pelo PSDB! 54 milhões de votos de Dilma, jogados no lixo pelo PSDB! Eles também não querem impeachment nenhum! São base do governo no Congresso, não assinaram nenhum pedido de impeachment! Quem é o bobo ingênuo aqui?
4) Quem botou quase 1 milhão de pessoas nas ruas até agora foi a ESQUERDA – PT, PSOL, PCdoB, PCO, PSTU, PCB, UP. A direita NADA tem a ver com isso. Essa história de “todos” tem menos a ver com botar gente na rua e mais a ver com política anti-PT e anti-Lula e 3ª via. Tentam impor uma censura ao nome de Lula no carro de som. Natural que pessoas super-marginais no movimento de rua não saibam o que está acontecendo.
5) Professores universitários têm como ofício dar aulas na universidade. Quem tem como ofício fazer política são os políticos profissionais: militantes e dirigentes. Não confundam a opinião de uma pessoa à margem com a ação de quem sempre esteve no coração dos acontecimentos.