
A ficha do MInistério da Fazenda sobre o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, caiu em um jantar na casa do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. Lá, as críticas contra a taxa Selic começaram pelo varejo, passaram pelo agro, pelos bancos e por parte do mercado.
No caso do varejo, pelo fato de estar exposto à maior crise das últimas décadas, atingindo também as montadoras. O agro, porque a Selic alta rebaixa o dólar, reduzindo seus ganhos em reais. E os bancos porque sua fonte de receita atual se resume às tarifas e à venda de debêntures. A função primordial – da carteira de crédito – está paralisada. E o mercado porque o último IPO (oferta pública de ações) foi em janeiro de 2022 e a teimosia de Campos vai comprometer sua maior tacada, o Banco Central independente.
A última sustentação de Campos Neto era o onipresente André Esteves, presidente do BTG e, há anos, o mais influente empresário brasileiro. Dias atrás, Esteves declarou que a Selic precisava baixar depressa, mostrando que até ele tinha perdido a paciência. Antes disso, o CEO da XP deu declarações pelo corte de juros.
No parlamento, a base maior de Campos Neto é o Senado onde, no início, seu estilo fleumático impressionou os senadores. Com o tempo e a convivência, alguns senadores passaram a ter uma visão mais crítica dele – assim como funcionários do Banco Central, com quem ele convive.
Talvez o peso de ter herdado o nome de um avô brilhante, fez de Campos Neto um auto-referenciado compulsivo, com a síndrome de Edinho, o filho de Pelé. Quem pretendeu interagir com ele, até agora, deu de frente com um egocentrismo doentio. Na opinião de um senador, ele não consegue conversar: as conversas são sempre dele com ele mesmo.
O tempo inteiro gosta de alardear sua amizade com celebridades, seja um Luciano Huck ou um Elon Musk. Seu mundo gira entre a Fazenda Boa Vista, Miami e Basiléia. Repete continuamente as boas notas que diz ter recebido em universidade da California.
Seu sonho de consumo é a presidência do BIS (Banco de Compensações Internacionais) o Banco Central dos Bancos Centrais, atualmente presidido por um amigo seu, o mexicano Agustín Carstens.
Na presidência do BC, é um fracasso completo. Julga-se um presidente do BC pela maneira como atua sobre as expectativas do mercado. Campos Neto é visto por operadores como um trapalhão. Quando jogou a Selic a 2%, promoveu uma desvalorização cambial que fez explodir a inflação. O salto seguinte na Selic, sem dar tempo de acomodação ao mercado, gerou enormes prejuízos (e lucros).
Nos últimos dias, sua atuação errática em relação à Selic promoveu num maremoto no mercado, a maior volatilidade desde 2001.

Nos últimos tempos, parece ter caído a ficha de Fernando Haddad sobre Campos Neto. Até então, como bom uspiano, julgava que bons argumentos seriam a alavanca para abrir mentes fechadas. Agora, começa a entender que Campos Neto é um ator político, cujo objetivo maior é a desestabilização do governo Lula ou, pelo menos, a inviabilização de uma candidatura à sua sucessão. Mesmo assim, na última reunião do CMN (Conselho Monetário Nacional) o máximo a que Haddad ousou foi sair do calendário gregoriano para a definição da meta de inflação.
De qualquer modo, além de Haddad, começa a cair a ficha do Senado. A data limite para a paciência do Senado parece ser a reunião do Copom em agosto.
Dias atrás, Campos Neto reuniu-se, a portas fechadas, com os senadores Sérgio Moro e Eduardo Girão. Houve quem visse, na reunião, uma tentativa de inviabilizar a indicação de Gabriel Galípolo para a Diretoria de Política Monetária do BC. A sabatina de Galipolo será 3a feira, no Senado.
As jóias do Relatório do Copom
Após cada reunião, o Comitê de Políticas Monetária divulga um Relatório e um comunicado. No Relatório, é possível entender o grande alienação do Banco Central em relação aos objetivos de política econômica, que são os de promover o desenvolvimento e o emprego.
Em um dos trecho, ressalta que “o mercado de trabalho (…) surpreendeu positivamente ao longo de 2022”. Mas, agora , “tem apresentado certa resiliência, com aumento líquido nos postos de trabalho e relativa estabilidade na taxa de desemprego”.
Ou seja, a surpresa positiva foi o aumento do desemprego; e a negativa é a suposta resistência do mercado de trabalho, que tem apresentado estabilidade na taxa de desemprego, mesmo sabendo que essa redução do desemprego está ligada à redução na busca por emprego.
Depois, levanta outra ficção, a chamada “taxa de juros neutra”. Segundo os gênios da ficção monetária, se a taxa de juros real (acima da inflação) for inferior à tal taxa de juros neutra, haverá pressão inflacionária. Aproveitou para elevar a estimativa de taxa de juros neutra de 4% para 4,5%. Ou seja, arrancou dos porões da teoria monetária mais argumentos para não reduzir a Selic
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O grande mérito de Campos Neto é ser herdeiro.
Ele herdou o nome do pai.
Ele herdou o patrimônio do pai.
Ele herdou o prestígio do pai.
Ele herdou a influência do pai.
Ele herdeu os contatos do pai.
Depois ele fez uma cagadinha na presidência do BC e perdeu toda sua herança.
Nassif, é inquestionavel a má intençao de tal sujeito, seja motivada por qual natueza, corrupção ou oposição política, enfim, não sou jornalistas, e busquei informações por obvio limitadas , mas ao que me parece durante 14 anos de pt se praticou no brasi as mais elevadas ttaas selic, chegando certas vezes a 15 %. Eu me pergunto, há mesmo vontade no governo de alterá-la, por que discursos nada valem sem ações que os acompanhe; e vejo desde o inicio do mandato, principalmente na figura de haddad, o governo desprezar as ações em seu poder para manter toda a faculdade de exercicio de poder politico para esta conjectura em arbitrio do tal sujeito . Eu não acredito em politica, aa para mim as equerdas modernas são emulaçoes de governos progressistas com claro objetivo de restaurar elemntos fragmentados do sistema em iminencia de ruptura organica e autentica em sociedade, vide macron, um grande amigo de lula, ou biden ,
Quem está por trás dele? Medíocres não costumam se sustentar em certas posições, fazendo certas coisas por tanto tempo.
Como é fácil ludibriar o mercado brasileiro. Me lembro do Meireles uasndo o Bank Boston para galgar posiçoes políticas afirmando que dirigia um dos bancos mais importantes do mundo, quando não passava de um banquinho regional americano, até hoje Meirelles vive do que sobrou do Boston
Um país em que as instituicoes se dobram a individuos mediocres e ignorantes como ele, Moro, Dallagnol, Janot, Villas Boas, Heleno, Mourao, Braga Neto e Bolsonaro náo é uma Democracia, nem uma República, nem um Estado de Direito.
As instituicoes existem para coibir o poder individual, nao para apoiá-lo.
Tão desconexos quanto os argumentos do lobo que quer devorar a ovelha acusando-a de sujar a água que ela bebe rio abaixo, são os argumentos do campos neto para não baixar a taxa Selic. Selic é neto de um ferrenho capitalista selvagem e, como sabemos , “quem sai aos seus não degenera” (nem regenera)
Corrigindo: – Roberto Campos Neto é neto de um ferrenho capitalista selvagem, apelidado pelos comentaristas da época por “Mr. Robert Fields, em especial pelo radialista Vicente Leporace no seu matinal ” O Trabuco “.
Este sujeito manda sozinho nas decisões do BC? Ele é incontestável?
O que aconteceria se o presidente Lula interviesse no BC e demitisse este incompetente, acabasse de vez com esse tal de copom e nomeasse para presidente quem ele quisesse? O mundo acabaria ou só ouviríamos lamentos dos colonistas da globo e cnn? Como o mundo real reagiria a isso?
Foi emblemática , em 1992, a presença de Roberto Campos (o original) retomando mandato deputado federal pelo PFL que, em cadeira de rodas, foi a Brasília e votou SIM ao impeachment de Collor, reorganizando a bagunça que ele próprio e os seus promoveram com a eleição do primeiro “mito”, o “caçador de marajás” e corruptos,que caiu de podre da Presidência e ora rumo à prisão por… corrupção.
Raposa criada, Bob Fields tinha tino político ausente no Neto, um nécio que está a mando de um projeto político conservador a naufragar, e afundará com ele. De positivo, desmoralizado a tese de independência do BC…
O Haddad é uma ótima pessoa, um excelente ministro seja em qualquer ministério. Agora, para lidar com bolsonarista é péssimo. E a trincheira do bolsonarismo está no Banco Central, coincidentemente onde opera o ministério da Economia. Ele não sabe lidar com pessoas más
com são os bolsonaristas. Gleisi Hoffmann é a mais habilitada, já foi apurada em diversas
batalhas campais na guerra que travou desde o impeachment da Dilma. O Presidente do Banco Central está fazendo um estrago enorme ao país. Muito triste o que está acontecendo.
Mestre, “avô brilhante” é forte, a menos que esteja se referindo ao “brilhanti$mo” de “Bob Field$” na admi$tração da embaixada em Londres. No mais só fez enriquecer e deixar um legado de miséria para os brasileiros.
Esse fracasso que é seu neto não passa de um amarra cachorro do capitalismo internacional que foi nomeado pelo inelegível para presidir um banco central capturado pelo ultra liberalismo fascista. Ele tem que cair, mais rápido do que os juros, e temos que recuperar o controle governamental do Banco Central como autarquia que é.