China e Rússia buscam alternativas para driblar sanções ocidentais

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Governos locais chineses consideram adotar escambo - um mecanismo cuja adoção oficial pode entrar no debate entre os dois países

Foto de Kelly via pexels.com

Os governos de algumas províncias da China consideram começar negociações de escambo com a Rússia, em meio a relatos de que tal mecanismo poderá ser usado pelos dois países como forma de contornar sanções ocidentais.

Em julho, autoridades de uma província no noroeste da China, que faz fronteira com a Rússia, se reuniram com autoridades da província de Shandong para “aprofundar a compreensão do comércio de escambo e experiência empresarial” e explorar “novos tipos de trocas de escambo entre China e Rússia”.

Segundo o South China Morning Post, alguns governos locais na China têm discutido e planejado negociações de escambo com a Rússia em meio a relatos da mídia de que os dois países usarão tais acordos para contornar sanções ocidentais.

A Alfândega da China possui um código regulatório para o comércio de escambo, mas o desenvolvimento da troca “exigiria novas regulamentações para que fosse eficaz”, ao mesmo tempo em que boa parte dos negócios de escambo ainda segue registrada como comércio comum.

E como o comércio de escambo não tem fluxo de caixa, ele pode introduzir uma incompatibilidade entre a quantidade total de bens exportados e os fluxos de caixa para empresas chinesas, colocando empresas em risco regulatório.

Os debates refletem os problemas enfrentados por exportadores e instituições financeiras chinesas quando se trata de comércio com entidades russas, e a troca de mercadorias pode permitir que os dois governos contornem problemas de pagamento, reduzam a visibilidade que os reguladores ocidentais têm sobre suas transações bilaterais e limitem os riscos cambiais.

Tal tema ganhou força por conta da expansão das ameaças de sanções por parte dos Estados Unidos, o que aumentou os riscos para bancos em países terceiros (incluindo a China) quando se trata do trabalho com entidades russas.

Apenas nos primeiros sete meses deste ano, o valor do comércio China-Rússia aumentou 1,6% na comparação com 2023, para US$ 136,67 bilhões, de acordo com dados da Alfândega da China.

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