Como os erros com títulos do Tesouro podem afetar geração Z nos EUA

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Em artigo, ex-funcionários do governo dizem que alta dos juros para empréstimos a curto prazo está ganhando escala que não pode ser ocultada

Foto de Pixabay

Os problemas de sono e os níveis de preocupação da Geração Z não se devem apenas às redes sociais, como também aos níveis de dívida impostos pelas gerações anteriores, como os Baby Boomers e as Gerações X e Z (Millenials).

Em artigo publicado no site Project Syndicate, o ex-diretor de política econômica da Casa Branca Todd Buchholz e James Carter, ex-vice-subsecretário do Trabalho do Departamento do Trabalho dos EUA e vice-secretário adjunto de política econômica do Departamento do Tesouro dos EUA, afirmam que a dívida norte-americana em proporção do PIB está ultrapassando de forma rápida os recordes apurados na Segunda Guerra Mundial.

Segundo os articulistas, os pagamentos de juros em 2024 vão consumir 13,5% do orçamento federal, montante 2,6 vezes maior do que o registrado em 2021 – “metade dos jovens adultos pensa que nunca conseguirão comprar uma casa, mas que serão obrigados a pagar pela devassidão de seus avós (…)”.

Existia uma movimentação entre os funcionários da Casa Branca a fazer com que o Tesouro aproveitasse as condições de empréstimo favoráveis geradas pela baixa taxa de juros para a emissão de obrigações de prazo mais longo – de 50 a 100 anos.

Contudo, o Tesouro norte-americano manteve suas atenções aos empréstimos de curto prazo, com duração média em torno de cinco anos, fazendo com que as dívidas vencidas sejam roladas a um custo maior.

Em 2021, quando as notas do Tesouro rendiam em torno de 1,5%, a secretária do Tesouro, Janet Yellen, chegou a afirmar que a administração do presidente Joe Biden não tinha interesse em garantir esses termos para as futuras gerações, o que não se confirmou.

Desde então, as taxas triplicaram – e gestores chegaram a afirmar que este foi o “maior erro” na história do Tesouro norte-americano.

“Todos conhecemos os danos que os empréstimos de curto prazo podem causar: agora, muitas empresas imobiliárias comerciais estão sofrendo (enfrentando US$ 2 bilhões em refinanciamento a taxas mais altas) por terem seguido a cartilha do Tesouro”.

“O erro do Tesouro parece ainda pior quando se apura que a curva de rendimentos se inverteu diversas vezes ao longo dos últimos 20 anos (incluindo hoje)”, dizem os articulistas. “Isso significa que os EUA tiveram múltiplas oportunidades de contrair empréstimos a taxas mais baixas em dívidas superlongas do que com títulos de curto prazo. Estabelecer essas taxas teria criado algum nível de certeza, ao mesmo tempo que reduziria o impacto de futuros desastres financeiros”.

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