FMI deve fazer esforços contra guerra cambial, diz Dilma

Do Valor

Contra guerra cambial, Dilma pede articulação entre FMI, G-20 e Bird

Por Ana Conceição e Carmem Munari | Valor

SÃO PAULO – A presidente Dilma Rousseff pediu nesta terça-feira, em discurso de abertura da 67ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), que organismos multilaterais como o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Mundial e o G-20 – grupo que reúne representantes das maiores economias do mundo –, empreendam esforços de coordenação para controlar a guerra cambial e encontrar soluções para a crise.

Em seu discurso, a presidente criticou a política monetária expansionista dos países desenvolvidos que, segundo ela, tem contribuído para agravar a crise, em especial nos países emergentes, que veem suas moedas valorizadas e perdem espaço no mercado internacional.

“Não haverá resposta eficaz à crise enquanto não se intensificarem os esforços de coordenação entre os países e organismos como o FMI, o G-20 e o Banco Mundial. Essa coordenação deve buscar reconfigurar a relação entre política fiscal e monetária para impedir o aprofundamento da recessão, controlar a guerra cambial e reestimular a demanda global”, afirmou a presidente, que repetiu a crítica à chamada guerra cambial feita na abertura da assembleia da ONU no ano passado.

Dilma ainda pediu nova abordagem no enfrentamento da crise. “Sabemos por experiência própria que a dívida soberana dos Estados e a dívida bancária financeira não serão equacionadas num quadro recessivo. Ao contrário, a recessão só piora esses problemas”, afirmou, referindo-se às medidas de austeridade dos países em crise, que não têm sido acompanhadas por ações de estímulo ao crescimento. “As principais lideranças do mundo não encontraram caminho que articula ajuste fiscal apropriado e estímulo ao investimento, indispensáveis para interromper a recessão e garantir o crescimento. A política monetária não pode ser a única resposta para resolver o crescente desemprego, o aumento da pobreza e o desalento que afetam, no mundo inteiro, as camadas mais vulneráveis da população.”

Luis Nassif

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